Intuição

Quando se é forçado a fazer algo terrível.


O barulho de zíper ecoou pelo quarto de Sakura, que havia acabado de arrumar sua mochila para a missão.

Ela não conseguia sequer compreender o motivo de Pain mandar ela, uma prisioneira que estava quase cavando um buraco na parede com alguma colher da cozinha com o intuito de fugir daquele inferno, ir para uma missão com dois outros criminosos. Ela sabia que ele tinha intenções nada boas e que, muito provavelmente, faria aquilo para testá-la ou até mesmo ver os seus limites; contudo, por que ele queria fazer aquilo se o trabalho dela era apenas como ninja médica e dentro do esconderijo?

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Obviamente, ela teria que fazer tudo exatamente como ele planejava. Era um peão nas mãos de um homem que estava encaminhando a partida de xadrez ao seu favor.

A kunoichi ouviu algumas batidas na porta de seu quarto e logo se levantou de sua cama para atender seja lá quem estivesse do outro lado.

― Itachi-san ― surpreendeu-se ― Pois não?

― Bom dia. Eu só queria lhe informar que estarei de volta em duas semanas e que até lá eu gostaria de poder lhe avisar caso acontecesse qualquer coisa comigo durante a missão ― ele informou e, logo em seguida, olhou para os lados como se procurasse por algo – ou alguém – e pousou o olhar nela novamente. ― Se você não se incomodar, poderíamos conversar dentro do seu quarto?

Sakura hesitou por um momento e deixou isso transparecer em seu olhar. Não, ela não acreditava que Itachi pudesse sequer fazer algo com ela. Ele não seria tão terrível assim.

O problema real era ele ser um menino – um menino, não: um homem –. Ela já havia ficado sozinha com várias pessoas do sexo masculino em consultórios e já tinha visto muita pele de tórax durante a sua vida, mas a situação era certamente bem diferente. Ela tinha medo simplesmente por ser uma adolescente.

― Eu prometo que não irei demorar. Tenho que partir muito em breve e você também ― o maior assegurou.

― C... Claro. ― Ela abriu passagem e o Uchiha entrou, novamente pedindo licença. Quando Sakura fechou a porta, ele começou a falar em um tom muito baixo, quase como um sussurro.

― Caso ocorra algo comigo durante a minha missão, eu queria que um dos meus corvos voasse até onde você está para lhe deixar um sinal de que algo está errado. Eu espero que eu não precise usá-lo, mas, caso isso aconteça, eu gostaria de que se preparasse para a minha chegada de urgência ― explicou.

― Mas como o seu corvo chegaria até o lugar onde eu poderia estar?

― Isso seria resolvido de uma forma bem simples. Se me permite... ― Itachi fez uma quantidade razoável de selos de mão em velocidade absurda e Sakura sentiu o seu selo pinicar. Era desconfortável, mas não chegava nem perto da dor que sentira quando ele estava sendo aplicado em seu pescoço. ― Jamais conte a ninguém por vontade própria sobre esse jutsu. Nem mesmo ao Líder.

― … Seja lá o que você fez comigo, isso fará com que o corvo me localize? ― ela questionou, levando os dedos ao pescoço e pressionando o selo para que este parasse de pinicar.

― Sim. Seria impossível ele entrar no esconderijo por causa da segurança do lugar, mas você receberá algum sinal dele de qualquer forma. Até breve, Sakura-san. Boa sorte com a sua equipe de missão.

Dito isso, Itachi pediu licença mais uma vez e saiu do quarto, deixando Sakura sem entender nada novamente.

Pelos céus, Itachi Uchiha tinha algum fetiche obscuro em deixar meia centena de incógnitas voando pelo ar a cada aparição que ele dava?!

Ela achava totalmente desnecessário um jutsu especial só para informá-la de alguma complicação durante a missão, já que maior parte de seu trabalho seria feito somente quando ela pudesse vê-lo pessoalmente. Entretanto, a pessoa que havia feito aquilo era Itachi Uchiha e, pelo que ela havia conhecido dele até então, ele não faria aquilo sem motivo nenhum, principalmente por querer tanto sigilo e cautela com o que havia pedido.

Ele, com toda a certeza, queria que ela lesse as letras miúdas das entrelinhas.

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. . .

― Sakura-san! ― Tobi exclamou logo que viu a menina mais nova caminhando pelos corredores ― O Líder está querendo falar conosco e pediu para eu vir atrás de você. Estava indo para o seu quarto, mas ainda bem que te encontrei no caminho!

― Oh, claro. ― Ela mudou a direção para qual estava caminhando e passou a seguir Tobi, que estava surpreendentemente mais silencioso.

Ela ainda não havia digerido direito que Itachi queria que ela fizesse algo por ele. Já não bastava ela estar que nem um pássaro em uma gaiola brincando de fazer remédio pra um bando de criminosos que queriam matar as pessoas que ela mais amava nesse mundo, ela ainda teria que virar uma agente dupla e se aliar com o pior entre todos eles?!

Se Itachi não queria que qualquer ser vivo soubesse do complô forçado dos dois, com certeza ele não estava aprontando coisa boa. E, se Pain descobrisse, ela poderia ter vários destinos: sacrifício para um deus sanguinário, teste de mulher bomba, comida para tubarão e mais um punhado de outras opções.

Nenhuma delas tinha um final feliz.

Tobi bateu na porta do escritório de seu líder e os dois entraram ao ouvirem que poderiam fazê-lo. Deidara já estava lá dentro.

― Creio que já tenha feito todos os seus preparativos para partirem, não é? ― Pain se dirigiu à menina.

― Sim. Se não fosse um problema, eu gostaria de pedir a minha tantou de volta... Quando eu cheguei aqui todos os meus pertences não estavam mais comigo e eu gostaria de partir em missão com a minha arma ― pediu relutante.

― Kisame e Itachi devem ter guardado os seus pertences em nosso armazém, mas eles partiram em missão há pouco menos de meia hora. Aquele lugar é cheio de muitas coisas, então eu terei que dizer não ao seu pedido pela dificuldade de encontrar algo que nenhum de nós presentes no esconderijo guardou.

Ótimo. Agora ela também ficaria sem a sua tantou.

― Eu já falei com todos vocês sobre a missão, mas quero repetir que vocês precisarão ser rápidos: é necessário que matem duas pessoas de influência, e não apenas uma. Sakura Haruno ― Pain chamou-a ―, seu dever é como ninja médica, porém você ajudará nas batalhas com sua força física quando necessário. Por mais que eu creia que você já saiba exatamente o que fazer e quando fazer, não é?

Assentiu com a cabeça em resposta.

Pelos dez minutos que se seguiram, o portador do Rinnegan falou sobre estratégias de batalha úteis e também pediu para Deidara evitar o voo aéreo pelas tempestades de neve inesperadas que estavam ocorrendo no País do Ferro e deu mais informações sobre quem eram Natsutsuki e sua filha. Depois de serem liberados para a missão, Sakura pegou os seus pertences e se encontrou com os seus “companheiros de time” na cozinha.

Deidara ainda estava com cara de criança birrenta, mas se manteve em silêncio até eles atravessarem pela porta para o campo de treinamento, que também dava saída para fora do esconderijo.

― Se você fizer qualquer coisa idiota durante essa missão, menina, eu não vou hesitar em te carbonizar.

. . .

O País do Ferro era frio.

Mesmo com uma capa (negra, porém sem as nuvens da Akatsuki) cobrindo o seu corpo e tampando um pouco do rosto, Sakura mal podia enxergar o que estava na sua frente por culpa do vento cortante que ia contra si.

O lugar onde Tobi, Deidara e ela estavam não tinha praticamente nenhuma árvore (elas não conseguiriam sobreviver no meio da neve, afinal) e eles tinham que tomar um cuidado ainda maior para não serem notados. Deidara decidiu seguir o conselho de Pain e concordou que seria melhor eles não irem voando por causa das tempestades que poderiam vir, então estavam correndo no chão e sofrendo o risco de serem notados por qualquer pessoa que passasse por ali.

Eles tiveram que parar de correr por um momento e se esconder atrás de um punhado de rochedos, já que haviam detectado três chakras poderosos o suficiente para serem considerados chakras de ANBUs. Por sorte, eles passaram pelos criminosos (e também pela aliada forçada) sem percebê-los e logo eles voltaram ao trajeto inicial.

Felizmente, o restante da corrida até o palácio do senhor Natsutsuki foi rápida e também foi muito fácil de identificar onde ele morava, já que era uma construção grande e imponente. A guarda de fora dela era formada por poucos samurais que não estavam muito atentos aos seus arredores.

― Me escutem ― Deidara chamou-os ― Eu vou explodir cada um deles de uma vez e vamos nos infiltrar logo em seguida nos aproveitando da fumaça para nos escondermos. Temos que ser rápidos e não podemos perder um segundo sequer. Preparem-se para possíveis encontros durante a infiltração e matem rapidamente.

― Oh! Tão bem elaborado! Como é esperado do Deidara-senpai! ― Tobi sussurrou animado enquanto batia palmas silenciosas, mas fez uma pausa breve antes de dizer mais algo. ― Mas não seria bom também fazermos uma distração para que as atenções se atraiam para um lugar longe de nós?

― Ótimo. Mas que tipo de distração, hm? ― Deidara perguntou.

Sakura pensou rápido. Se eles realmente planejassem algo para distrair os guardas que ouvissem a explosão e viessem ver o que aconteceu, isso significaria que as chances dela morrer ou precisar matar alguém seriam menores.

― Eu vou criar um clone e quero que algum de vocês dois crie outro ― ela começou a falar, chamando a atenção da dupla de nukenins. ― O meu clone pode chorar e implorar por piedade enquanto o outro se prepara para assassiná-lo. Isso vai atrair a atenção dos guardas por um tempo e nos dará um ou dois minutos sem sermos o foco principal.

― Pode dar certo! É uma ideia ótima, Sakura-san~! ― Tobi repetiu o gesto que havia feito depois de Deidara explicar sua estratégia. ― Eu providencio o clone assassino.

Deidara não se pronunciou, mas Sakura sentiu as encaradas cheias de dúvida e mais algum outro sentimento que ele dava para ela. Tentou não se incomodar e fez um bushin, e logo Tobi fez o mesmo. Enquanto isso, Deidara produziu um punhado de aranhas de argila explosiva e as fez caminhar sorrateiramente pela neve. A coloração das aranhas caiu como uma luva, já que estavam andando no meio de uma imensidão de branco e a camuflagem foi perfeita.

Em pouco tempo todas elas já estavam posicionadas nos corpos de cada um dos guardas que rodeavam o palácio do Senhor Feudal e Deidara as explodiu, soltando um barulho estrondoso e liberando muita fumaça.

― Está na hora! ― Tobi exclamou e os três avançaram, sendo seguidos pelos clones que ficaram em sua devida posição um pouco antes da entrada.

Sakura prendeu a respiração enquanto avançava pela fumaça e teve um pouco de dificuldade em seguir Deidara, já que os olhos se irritaram muito rapidamente e lacrimejavam bastante. Ela não sabia para onde eles estavam indo e havia recebido ordens para apenas segui-los, já que sabiam um lugar por onde poderiam passar menos guardas.

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Sentiu um líquido um pouco espesso e gelado espirrar em sua bochecha e não olhou para trás quando passou pelo guarda que Tobi havia acabado de matar.

Poucos segundos depois ela viu os seus dois companheiros entrarem por uma porta escancarada e passou por ela também, se infiltrando com sucesso no palácio.

Os três foram notados de imediato pelos outros guardas dali, com um deles avisando com um grito que haviam invasores da Akatsuki.

Um combate começou logo em seguida e Sakura conseguiu desviar de todos os ataques que direcionavam contra ela, golpeando com força o suficiente apenas para desacordar ou tirar algum adversário de seu caminho. Ela se recusava a matar os seus reais aliados, por mais que eles a considerassem inimiga naquele momento.

Logo todos os guardas foram derrotados sem nenhum dano a qualquer um dos três já que os adversários eram, em maior parte, samurais. Diziam que o poder dos samurais era enorme e que eles já foram imbatíveis durante uma época, mas, pelo visto, eram apenas lorotas inventadas para intimidar.

Eles continuaram prosseguindo e ocorreram mais quatro pequenas lutas daquele mesmo estilo e a sua dificuldade aumentava gradualmente, com mais ninjas ao invés de samurais. Sakura achou aquilo muito estranho, já que o País do Ferro contava apenas com samurais; contudo, preferiu não pensar demais naquilo no momento.

Durante a última luta no andar térreo, Deidara aproveitou que só restava um único guarda e prendeu-o contra a parede, colocando uma kunai em sua testa e o braço livre pressionando o pescoço.

― Se me contar onde é o quarto do Natsutsuki e da filha dele eu te deixo viver.

Desesperado, o homem deu as localizações e foi morto logo em seguida. Sakura evitou olhar para a cena e preferiu ir seguindo com Tobi.

Infelizmente havia uma dezena de ninjas mais habilidosos em posição de ataque esperando-os no andar seguinte e os receberam com papel explosivo. Deidara teve parte de sua franja chamuscada e Sakura sentiu um ardor muito incômodo por toda a sua pele, mas ignorou e resolveu atacar pra valer, temendo por sua vida.

Se aproveitou da fumaça e conseguiu acertar um chute nas costelas de um dos ninjas, quebrando-as de uma vez. Logo em seguida acertou as costas de outro que estava desprevenido atrás dela e ele foi jogado para longe. Desviou de uma shuriken arremessada, mas foi pega por mais outra bem maior que rasgou o tecido da capa e machucou consideravelmente o seu braço, também rasgando o seu músculo. Virou-se para atacar o ninja que havia feito aquilo, porém viu Tobi acertá-lo (e mais três guardas) com uma técnica de Libertação de Fogo seguida por várias kunais.

Resolveu concentrar-se em si mesma e analisou os arredores para ver se havia algum inimigo livre para atacar qualquer um dos três, mas não identificou mais nenhum.

A dupla de Deidara e Tobi era bem rápida e eficiente, sem sombra de dúvida.

― Creio que o caminho está livre ― ela disse aos outros.

― O quarto do Senhor Feudal está logo ali na frente. É aquela porta enorme e ornamentada. ― Deidara apontou. ― Ele com certeza gosta de coisas bem chamativas, hm.

Seguiram para lá e encontraram um homem de meia-idade virado de bruços na cama. Estava imóvel. Tobi foi até ele e puxou-o, revelando uma katana ensanguentada e o corpo sem vida do Senhor Feudal.

― Ohh... Alguém matou o Natsutsuki antes de nós... Mas quem poderia ser? ― Tobi perguntou.

― Isso foi suicídio, idiota ― Deidara respondeu-o sem paciência ― Ele preferiu se matar do que ter que nos ver. Sabia que era batalha perdida. Eu só me pergunto o motivo da guarda dele ter sido tão pouco habilidosa. Enfim... Nosso objetivo era ter ele morto e ele está morto. Vamos atrás da filha dele.

O loiro guiou-os até o quarto do alvo seguinte e o encontraram vazio e de janela escancarada, revelando que ela havia fugido por lá. Olhando para fora, Tobi viu pegadas que começavam justamente da janela do quarto e chamou Deidara e Sakura para seguirem as mesmas.

Foi fácil alcançar a menina, que estava acompanhada por três homens. O que estava mais próximo dela fez um discurso pomposo sobre proteger a sua amada princesa e jamais deixar criminosos como os patifes da Akatsuki pegarem-na, mesmo que ele precisasse morrer para impedir isso. Logo em seguida eles atacaram e mostraram uma boa habilidade em ninjutsu e manuseio de espadas enquanto a filha de Natsutsuki fugia montada em um cavalo.

― Menina! Alcance o alvo enquanto eu e o Tobi lidamos com esses caras aqui! Rápido! ― Deidara ordenou e ela obedeceu sem questionar. Preferia sair para longe do combate.

Sakura correu em direção a menina, que ainda não havia conseguido pegar uma boa distância deles. A neve também atrapalhava a corrida do cavalo, que não conseguia acelerar muito. Com um pouco de chakra nos pés para aumentar a velocidade, a iryou-nin conseguiu alcançar a menor sem muitos problemas. Com um salto rápido, agarrou-a com os braços e conseguiu tirá-la de sua montaria, que com o susto continuou correndo.

Ambas caíram na neve e Sakura não soltou-a em nenhum momento.

― Me desculpe. Por favor, me desculpe, me desculpe, me desculpe ― Sakura repetia os dizeres com toda a sinceridade do mundo.

― O que vocês vão fazer comigo? O que aconteceu com o meu pai? Por que sua capa não tem nuvens vermelhas? ― a filha de Natsutsuki perguntava sem deixar pausas para a outra responder. Ela não poderia lhe dizer nada, afinal.

A vontade de Sakura era continuar envolvendo a menina com os braços, se levantar e levá-la para um lugar seguro bem longe de Tobi e Deidara, mas sabia que a força de vontade que ela tinha não seria o suficiente: a fé, naquele momento, não moveria montanhas.
Sem nenhuma outra escolha além de preservar a própria vida para ter alguma chance de ajudar Konohagure no futuro, ela somente embraçou a menina e rezou sem saber ao certo o motivo. Talvez o desespero e medo que ela sentia fossem bem maiores do que os da princesa que segurava em seus braços, fazendo força para a menina parar de se mexer e tentar se libertar.

Deidara e Tobi chegaram até onde ela estava poucos minutos depois da captura e Sakura reparou que Deidara estava com bastante neve nos cabelos e alguns arranhões, porém Tobi estava intacto. Nem sequer um rasgo em sua capa.

O loiro olhou as duas com a mesma aura arrogante de sempre e se direcionou à Sakura.

― Você. Mate a outra ― ele ordenou e o cérebro de Sakura parou de funcionar por meio segundo.

― … Quê?

― Você é surda? Mate a menina. Mostre que vai servir para algo nessa missão, pelo menos.

Sakura se levantou. Suas pernas tremiam.

A menina mais nova nem sequer se preocupou em tentar fugir, já que seria pega novamente. Sua expressão mostrava um semblante de puro terror e o movimento instável de seus olhos imploravam por piedade.

Não, Sakura não poderia fazer qualquer coisa com uma pessoa inocente e com tanta vida pela frente. Ela não teria a coragem de fazer algo tão cruel, repulsivo e monstruoso.

Recuou alguns passos.

Não... Eu não vou fazer isso. ― Sua voz instável mostrou horror e ela sentiu uma forte dor começar a se espalhar pelo pescoço em uma velocidade rápida e gemeu de dor. Era a mesma dor que sentiu quando ele foi aplicado.

Então era assim que o selo agia quando ela ia contra a Akatsuki.

― Não vai, hm? ― Deidara desafiou-a.

O que ela iria fazer? Se deixar morrer para a menina ser morta logo em seguida ou sujaria suas mãos com sangue inocente pelo bem de sua própria vida?

O tempo parecia correr muito mais rapidamente enquanto ela estava em dúvida e a dor logo começou a tomar as suas costas e se alastrar pelas costelas. Em pouco tempo ela não aguentaria mais de pé. Ela precisava ser rápida, o tempo era curtíssimo.

A visão de Sasuke, Naruto e ela juntos novamente tomou-lhe a mente e ela fez a decisão que precisava fazer, mesmo duvidando com todas as suas forças de que era a certa.

Tirou uma kunai de sua bolsa de pequenas armas, aproximou-se da menina com muito esforço, encheu a lâmina de chakra para tudo ser mais rápido, apontou para o coração da mais nova, fechou os olhos com força e tentou pensar somente em seus amigos e sua vida antiga.

Me desculpe.


. . .

Deidara passou os minutos seguintes reclamando de Sakura enquanto ela curava o corte que haviam feito em seu braço e o tentava anestesiar a dor que ainda não havia cessado. Eles ainda estavam no meio da neve e Tobi comunicava a Pain que a missão havia sido completa da forma que ele queria.

A menina de cabelos róseos evitava olhar para qualquer lugar que não fosse o seu próprio braço e tinha certeza de que, quando pudesse relaxar e pensar no que havia acontecido anteriormente, ela iria sofrer um pequeno colapso mental. Ela havia matado alguém!

Claro que era o dever de um Shinobi matar um inimigo, porém a princesa não era sua inimiga – não realmente – e ela queria evitar a todo custo manchar suas mãos com sangue. Sim, ela e Chiyo haviam matado Sasori após uma batalha exaustiva, mas era diferente, ao ver pessoal dela: a Akatsuki era uma organização potencialmente perigosa, o maior medo das nações ninjas e só seriam parados com a morte.

Realmente era diferente?

― O Líder pediu para voltarmos o mais rápido possível ― Tobi falou, mostrando ter encerrado sua conversa com Pain. ― Os países próximos daqui ainda não devem ter relatos sobre os ataques, mas podem recebê-los a qualquer momento e podem nos ver no caminho de volta!

De fato, a Akatsuki havia ganhado mais um problema: até mesmo a pessoa mais idiota do mundo (Naruto?) saberia que o País do Ferro era um país neutro e sem ações nas guerras que já haviam ocorrido no mundo ninja, sendo uma nação pacífica e com sua própria cultura isolada. Qualquer shinobi era proibido de interferir em qualquer coisa daquele lugar e, bem...
Eles tinham interferido (e muito) em pouco mais de uma hora.

Ao ouvir o anúncio de Tobi, Sakura se apressou em se curar e, em menos de dois minutos, eles já partiram de onde estavam. Pain havia pedido para deixarem o corpo da princesa como estava, já que a Akatsuki gostava de mostrar os seus feitos para o mundo inteiro apreciar.

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Ei, olha só que legal a carnificina que cometemos aqui nessa tarde! Sabia que isso vai acontecer com vocês também? Pois é!

Infelizmente, bem perto da fronteira do País do Ferro, o trio topou com quatro ninjas mascarados e identificados por símbolos do País do Vento. Eram claramente ANBUs. Provavelmente estavam atravessando a fronteira sem saber que a Akatsuki estava lá por perto, mas o encontro acabou ocorrendo por um infortúnio.

― Pessoal, a missão agora se tornou rank S ― um dos ninjas da Areia alertou logo que percebeu as nuvens vermelhas nas capas de Deidara e Tobi.

― Não recuem de forma alguma! Quero todos preparados para o confronto que vai se seguir ― outro ordenou.

― Ohh, vamos ter um confronto? ― Tobi perguntou ― Isso é bem triste, não é? Ter que matar mais pessoas em um único dia~.

Os dois criminosos ficaram parados aguardando qualquer ataque, como se fizessem aquilo quase sempre. Sakura, perdida, não fazia a mínima ideia do que fazer naquela situação. Como ela, uma chuunin formada há pouco menos de um ano, conseguiria batalhar contra shinobis de nível ANBU?! Seria loucura.

Enquanto o grupo inimigo analisava cada um deles, Deidara chamou Sakura para mais perto. Ela aproximou-se e ele começou a falar em tom baixo.

― Eu quero que você faça como da última vez. Quando eu explodir algo, se aproveite da fumaça e se esconda. Tanto faz o lugar, só some daqui. Fique em um ponto próximo o suficiente para ouvir o que está acontecendo e não saia até que eu grite te mande sair. Caso eu faça isso antes da batalha acabar, saiba que eu vou precisar de apoio médico ou físico.

― Entendido ― assentiu.

Sakura analisou os arredores com o movimento rápido dos olhos e procurou qualquer lugar onde pudesse se esconder, mas só encontrou a imensidão de branco e algumas árvores secas. Ela tinha duas opções: esconder-se sob o solo ou dentro do tronco de uma daquelas árvores. Escolheu as árvores.

A batalha começou não muito depois. Deidara foi quem começou a atacar, jogando pássaros muito rápidos em direção aos ninjas de Sunagakure, explodindo-os e liberando fumaça o suficiente para Sakura agir.

Ela correu o mais rápido que conseguiu para longe do campo aberto e se infiltrou dentro de uma das árvores com a técnica que Shizune havia lhe ensinado um pouco antes do Exame Chuunin. De uma das frestas na madeira seca, era possível observar um ponto do campo de batalha. Coincidentemente, Tobi estava localizado bem naquele ponto.

O seu coração gelou quando ela viu uma tantou passar pela cabeça de Tobi. Contudo, nada ocorreu. Sakura mal podia acreditar no que via. A espada havia passado diretamente pela cabeça de Tobi, mas ela nem sequer pareceu tocá-lo. Não houve sangue, perfuração ou qualquer coisa do tipo.

Era como se ele fosse invisível.

Um pedaço de rocha originada de um jutsu voou em sua direção em alta velocidade e também passou pelo seu corpo como se ele não estivesse ali naquele lugar.

Então era isso: essa era a utilidade de Tobi na Akatsuki. Se qualquer coisa passasse por ele sem nem sequer atingi-lo, ele seria invencível. Era por isso que ele estava completamente intacto desde a invasão ao palácio do Senhor Feudal!

O homem mascarado soltou um jutsu de liberação de fogo em um tamanho impressionante e derreteu toda a neve existente em volta e na frente dele, e Sakura não conseguia ver direito o que estava acontecendo pela fresta na madeira ser pequena demais.

Tobi saltou para fora do alcance de vista da iryou-nin e ela passou a enxergar somente o monte de terra infértil que antes era coberto por uma camada grossa de neve. Agora, Sakura só conseguia ouvir o barulho das explosões de Deidara e sentir o cheiro da fumaça que elas liberavam. Vez ou outra era capaz de ver uma silhueta passando, mas era tudo rápido demais para que ela pudesse ter noção do que estava acontecendo.

Ela achava que haviam passado dez ou quinze minutos quando ouviu o chamado de Deidara que berrava “vamos, apareça!”. Se libertou da árvore com um soco e procurou com os olhos onde o bombardeiro estava, encontrando-o não muito longe dela. Correu até lá e o viu significantemente ferido.

― Dois contra três é sacanagem, hm. Pelo menos matamos todos. ― Sua voz não mostrava que ele estava muito ferido, mas as sobrancelhas cerradas e a capa destruída entregavam as cartas.

― … Eram quatro ― Sakura avisou, avistando somente três corpos sem vida no chão. ― Eram quatro ninjas de Suna. Um deles conseguiu recuar.

― … Tá de brincadeira com a minha cara, né? ― perguntou incrédulo.

― Claro que não! Como você não se lembra que eram quatro ANBUs aqui?! Um deles deve ter se aproveitado da fumaça inicial também e recuou!

― Acha mesmo que eu prestei atenção em algo como isso em mais ou menos trinta segundos?

― Pois deveria! ― a menina soltou um bufado e Deidara não continuou com a discussão, para a alegria da mais nova.

― Onde será que o Tobi está? ― ele fez uma pergunta para si mesmo ― Quer saber? Dane-se. Ele sabe se virar. Vamos encontrar um lugar seguro pra passar a noite.

Deidara modelou argila com as duas mãos e deu origem a algo que deveria ser um pássaro gigante (não fazia esculturas muito realistas, afinal. Sakura apostou que ele era adepto à Arte Contemporânea) e virou-se para ela com um sorriso debochado.

― Apresento-lhe a minha incrível arte. Esse é o C2. Bonito, hm? ― ele perguntou, enchendo o próprio peito de orgulho.

― … É bem interessante. ― A outra evitou dizer sua real opinião sobre aquela coisa bizarra e, em contrapartida, expressou uma opinião genuína. ― Você usa muita argila para fazer algo desse tamanho?

― Não. A massa da argila vai aumentando enquanto a escultura se forma. Vamos, sobe em cima. A gente vai voar. ― Ele mandou enquanto subia na criatura com um salto. Sakura fez o mesmo e logo a ave decolou.

Eles voaram por um tempo até irem para uma região onde não fazia mais frio e nem nevava. Sakura observou que Deidara tinha um aparelho no olho esquerdo e que parecia usá-lo naquele momento. Deduziu que era para enxergar a longas distâncias, já que ele era um ninja de ataque à longa distância. Desviou o olhar em silêncio e só aproveitou para sentir, pela primeira vez em sua vida, a sensação estranha que era voar.

Reparou que a ave foi gradualmente descendo até parar em uma superfície rochosa. Ouvia-se barulho de água corrente perto dali e havia algumas grutas espalhadas.

― Vamos passar a noite aqui. Não encontrei nenhum sinal de pessoas que nos dariam problemas pelos arredores ― ele avisou. Sakura assentiu com a cabeça e desceu da escultura logo que Deidara fez isso.

Eles andaram um pouco até entrarem em uma gruta bem próxima do córrego de água limpa que haviam ouvido correr. Deidara sentou-se reclamando das costas e ficou encarando Sakura por alguns momentos, aguardando-a para ser curado.

― Tire a capa, por favor. ― Ou o que sobrou dela, pensou. Deidara obedeceu ao comando e tirou a capa.

O choque.

Deidara tinha duas próteses de braços. Então foi assim que ele havia aparecido inteiro novamente! Ambos aparentavam ser genuinamente dele pela coloração da pele e proporções similiares. O braço direito era o mais grotesco, já que havia sido costurado junto com algo muito bizarro, marrom e enrugado. Com toda a certeza, aquele era o braço que Kakashi havia amputado com o Kamui e ele precisou de uma prótese para completá-lo. O esquerdo já não parecia ter nenhuma anormalidade além da costura evidente.

Aquilo provavelmente era a coisa mais estranha que Sakura havia visto durante a sua estadia de pouco mais de um mês na Akatsuki, mas, ao mesmo tempo, era impressionante. Ela jamais havia visto algo assim em livros ou registros! Era uma técnica de medicina exclusiva de seja lá quem recolocou os braços de Deidara e ela precisava descobrir mais sobre aquilo, por mais que ficasse estática e assustada de ver algo como aquilo.

― Tá esperando o quê? ― Deidara reclamou, chamando a atenção de Sakura. Ela piscou um par de vezes e voltou ao mundo real, se sentando ao lado dele e olhando por todo o seu corpo atrás dos ferimentos que o machucavam.

Ele não havia recebido nenhum corte de lâmina, o que já era ótimo. Ao tocar em uma parte de suas costas, Deidara grunhiu de dor e ela passou a analisar o local com chakra.

― Você tem sorte, sabia? Seja lá o que aconteceu, danificou alguns músculos das suas costas. Se essa coisa que te acertou tivesse ido um pouco mais para o lado direito, você teria fraturado a sua coluna. Caso isso acontecesse, não estaria vivo ― informou. Foi respondida só com um bufado de tédio e resolveu ignorar aquilo.

Ao pegar em uma das mãos de Deidara, estranhou ainda mais a boca que residia na palma. Os lábios eram da cor da pele do nukenin e se encontravam fechados, felizmente. Sakura tinha conhecimento de como o rapaz atacava, mas ver aquilo tão de perto era realmente estranho. Deidara era, com toda a certeza, um corpo humano peculiar.

Descobriu três dedos destroncados e alguns hematomas na cintura. Logo após isso, passou a curar o maior. Durante um momento, Sakura não aguentou de curiosidade.

― Pode me contar como conseguiu fazer isso com o seu braço? ― perguntou.

― Não.

Foi o único diálogo que eles trocaram naquela noite. Não se deram ao trabalho de acender uma fogueira e Sakura não dormiu por opção própria. Deidara, vendo que ela não iria dormir, deitou-se logo começou a roncar.

Ótimo, agora ela teria que aguentar um idiota roncando o restante da noite.

Tentando ignorar aquilo, Sakura passou a pensar sobre Tobi. O seu desaparecimento deveria ser, de certa forma, preocupante, porém Deidara nem sequer fez questão de procurá-lo. Onde aquele homem poderia ter ido?

E o mais importante de tudo… Como ele conseguia fazer com que as coisas atravessassem o seu corpo sem atingi-lo? Sakura conheceu muitas figuras bizarras na Akatsuki, mas aquilo já estava ultrapassando os limites! Claro, se já não bastasse o Rinnegan e o Sharingan, agora tinha também o maluco que gostava de brincar de fantasma.

As Nações Ninja precisavam se apressar. Se o raciocínio que Sakura estava formando durante a sua estadia com aqueles nukenins estivesse certa, em dentro de alguns meses a Akatsuki não poderia mais ser parada.

Mesmo decidindo ficar acordada de vigia, Sakura adormeceu.

Em algum momento perto do nascer do sol, o selo de Sakura começou a pinicar da mesma forma que havia pinicado quando Itachi aplicou o estranho jutsu nela, fazendo a garota acordar incomodada. Aí estava o sinal que ele queria dar.

A menina se levantou e começou a caminhar para fora da gruta, se deparando com um corvo logo na entrada do lugar. Com toda a certeza, o corvo era de Itachi. O animal a encarava fixamente e ela não sabia o que ele queria até que ele começar a arrastar um dos pés no chão rochoso, mostrando um pedaço minúsculo de pergaminho amarrado lá.

Sakura aproximou a mão com cautela para perto do animal e ele deixou-a pegar a mensagem de Itachi sem nenhum problema. Ao abrir o papel com as pontas dos dedos, Sakura leu “Tobi” escrito de forma corrida com tinta preta.

Itachi sabia onde Tobi estava, então.

A iryou-nin tentou raciocinar e se lembrar do que Itachi tinha dito para ela antes deles partirem em missão, porém foi interrompida pelo corvo, que abriu as asas e voou com violência para o céu. Só então Sakura percebeu que Deidara tinha acordado, se assustando com a silhueta que apareceu repentinamente atrás dela.

― O que esse bicho estava fazendo aqui, hm? ― ele perguntou.

― Eu não sei. Acabei de acordar. Quando eu vim pegar água, ele já estava aqui ― respondeu.

Deidara ficou em silêncio e foi em direção ao córrego para lavar o rosto e matar a sede. Sakura fez o mesmo.

― Kakuzu.

― Pois não? ― A menina soltou uma interrogação confusa com a repentina menção do nome do outro membro da Akatsuki.

― Foi Kakuzu quem costurou os braços para mim. Ele faz isso com as pessoas, hm. ― Deidara se levantou após lavar o rosto, secou-o com a própria blusa e começou a andar. ― Se apresse, temos que partir logo ou eu vou te deixar pra trás, menina.

Sakura não conseguiu deixar de soltar um minúsculo e imperceptível sorriso. Deidara era um inimigo e era doido de pedra, mas, ainda assim, conseguia ser muito interessante como ser humano.

Realmente, um alguém digno de muito estudo.


. . .

Os ventos de Sunagakure naquela manhã estavam mais fracos do que o de costume, permitindo assim que Gaara observasse a aldeia pela grande sacada de seu escritório sem precisar nem sequer cerrar os olhos por culpa da areia e poeira. Kankurou e Temari estavam ao seu lado, já que tinham recebido ordens para que fossem ver o Kazekage imediatamente.

O jovem Kage virou-se para os irmãos e começou a falar.

― Na noite passada eu recebi uma mensagem secreta vinda de Tsunade. Ela me informou que uma de seus ninjas foi raptado pela Akatsuki há um mês e o paradeiro dela é atualmente desconhecido. Eles fizeram várias buscas pelo País do Fogo, porém nada foi encontrado. ― começou.

― E quem seria essa menina? ― Temari perguntou.

― Sakura Haruno. ― O nome dito por Gaara causou tensão em Temari. As duas tinham formado um coleguismo saudável nos últimos dois anos durante as várias idas da residente da Areia até a Folha, e todos deviam a ela a vida de Kankurou. ― Entendem a gravidade? Ela, em um futuro bem próximo, seria uma pessoa de influência em Konoha por ser a aprendiz e um dos braços da Hokage. Além disso, era companheira de time de Naruto e Sasuke, agravando a situação. Pode parecer insignificante para alguns por conta da idade e habilidades de Sakura, mas a Akatsuki fez uma captura de mão cheia e, com isso, pode matar vários coelhos com uma única cajadada.

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― Sim, nós entendemos ― a moça concordou com as afirmações de Gaara ― E quais são as ordens? Devemos procurá-la?

― Eu pretendia fazer uma reunião hoje para discutirmos a situação e darmos apoio à Konoha, já que devemos tanto à Sakura quanto a eles a vida de Kankurou, a minha vida e a vila não estar em piores condições do que atualmente; contudo ― Encarou os dois durante uma pequena pausa ―, a situação se agravou. Os quatro ANBUs que mandamos ontem para o País do Relâmpago em uma missão secreta de reconhecimento de território? Pois então, apenas um voltou na noite de ontem. Eles estavam pouco um pouco além da fronteira do País do Ferro quando encontraram dois Akatsukis: o bombardeiro com quem eu lutei naquela vez e um outro mascarado.

― Então o desgraçado das explosões está vivo?! ― Kankurou soltou uma pergunta retórica e exasperada.

― Sim ― Gaara respondeu mesmo assim ― Honestamente, eu duvido que os nossos ANBUs tenham saído vivos, mas já pedimos para os samurais do País do Ferro procurarem vestígios de qualquer coisa nas localizações que o nosso ANBU nos deu; mas enfim, isso não é tudo. Pelo que ele reportou, havia uma terceira pessoa com eles. Essa pessoa possuía característicos cabelos cor-de-rosa, olhos verdes, pele clara e não estava vestida com a capa da Akatsuki. Essa pessoa não poderia ser ninguém mais, ninguém menos do que Sakura.

― E o que vamos fazer sobre isso? ― Temari indagou.

― A primeira coisa que podemos fazer é informar à Konoha que estão levando a Sakura em missões e, provavelmente, se aproveitando se suas habilidades médicas. Em seguida, vamos sugerir uma aliança para a localização de times da Akatsuki em nossas fronteiras e tornar o resgate de Sakura a nossa prioridade ― ele anunciou ― A companheira de Naruto estar nas garras daquela organização é um risco iminente para todo o mundo ninja. Já capturaram o Ichibi há pouco tempo, não podemos permitir que agora eles capturem a Kyuubi. Caso façam isso, o mundo ninja realmente estará perdido.

― Por que acha isso, Gaara? ― Kankurou perguntou.

― Eu tive sorte de ter voltado à vida, porém Naruto pode não ter a mesma sorte caso ele seja capturado. Eu sei que ele é a única pessoa capaz de parar com o terror da Akatsuki. Não por questões de poder, e sim por quem ele é. Se Naruto morrer, será o fim para todos nós ― o Kazekage respondeu. Logo em seguida, virou-se para observar a imensidão de areia que a vista da sacada proporcionava. ― Quero ver a Hokage pessoalmente. Por favor, agendem uma visita para o mais rápido possível. Suna e Konoha aliarão forças para acabar com o império de horror da Akatsuki antes mesmo dele começar.