Intense.{ HIATUS }

Parte 1 - Quando tudo estava perto de realmente começar.


Katniss, Annie e eu estávamos conversando há horas. Minha irmã e nossa nova amiga se deram bem logo de primeira, apesar de eu achar que parte disso se deve ao fato do carinha do violão ter começado a cantar uma musica do John Mayer e as duas terem dito ao mesmo tempo o quanto amavam aquele cara. Já tínhamos secado uma garrafa e eu acabara de pedir outra. Descobrir que Katniss, assim como Annie e eu preferia o bom e velho vinho ao invés dessas bebidas destiladas que os jovens normalmente adoram.

Katniss estudava em uma escola muito perto da nossa. Morava sozinha desde que sua antiga colega de apartamento resolvera voltar para a casa dos pais, estava à procura de alguém para dividir os gastos. Com 18 anos, assim como eu, cursava o ultimo ano no colégio, e pretendia fazer jornalismo na Columbia. Katniss não falou de seus pais, mas fez questão de dizer que tinha uma irmã mais nova chamada Primrose.

Contei a ela sobre nossa maluca família. Sobre como nosso pai é um cretino que nos deixou sozinhos no Natal, recebendo um olhar fulminante de Annie. Contei também sobre minha amada mãe e seu noivo, Cinna.

Já passava da meia noite quando nos três resolvemos pegar o mesmo taxi, já que a distancia do nosso dormitório para o prédio que Katniss vivia era de apenas duas ruas. Então quando estávamos chegando em frente ao prédio dos dormitórios da Constance Panem High Scool, criei coragem e falei :

– Kat?

– Diga Peeta.

– Estou te convidando para ir comigo ao meu quarto beber um ótimo vinho e ouvir um cd do Coldplay comigo, ou quem sabe ver um filme. Mas é claro, como amigos, sem segundas intenções.

– Estar me convidando pra beber vinho no seu quarto, sem segundas intenções? Tá achando que eu sou otária?

– NÃO KAT! NÃO É NADA DISSO E...

Katniss Everdeen deu uma risada gostosa e disse:

– Relaxa Peeta, eu estava só brincando. Sei que você é bom-moço... E ainda por cima tímido! Não precisa ficar vermelhinho Peeta. Nós somos amigos, não somos?

– Pelo menos eu acho Katniss.

– Eu também Peeta, eu também.

– Príncipe, desculpa me intrometer na sua conversa com a Kat, mas nos já chegamos. – Disse Annie.

– Ah sim, claro.

Paguei o taxista, e nos três fomos em direção ao prédio enfeitado com luzes brancas para o Natal. O porteiro estava lá, eu e Annie mostramos nossas carteirinhas de acesso e explicamos que Katniss era uma amiga nossa, ele como o esperado nos deixou passar sem mais delongas.

Uma das coisas que mais gosto da nossa escola é a liberdade que eles dão aos alunos. Cada aluno tem um quarto para si, com um banheiro no fim de cada corredor. Os monitores também são alunos, e muitas vezes são bem maneiros. Quartos das meninas do lado esquerdo do prédio, quartos dos meninos do lado direito. Duas salas de tv, um refeitório e uma sala de jogos. O prédio da escola exatamente na frente, do outro lado da rua. Isso tudo agregado a um ótimo ensino faziam desta escola uma das mais cobiçadas escolas particulares do estado. E uma das melhores de Manhattan.

O prédio estava vazio, a maior parte dos alunos havia saído para passar as festas de fim de ano e os que ainda se encontravam no dormitório, ou estavam dormindo ou estavam fora, pois não encontramos ninguém pelo caminho.

Ao chegarmos ao meu quarto, Annie foi logo tirando os sapatos e deitando em minha cama. Peguei uma garrafa debaixo da minha cama e me deitei ao lado de Katniss no chão. Então ela se levantou e começou a mexer na minha estante. Pouco tempo depois a voz de Jon Bon Jovi ecoou pelo meu quarto. Apenas fechei meus olhos e senti Katniss deitar-se novamente ao meu lado.

Sem perceber comecei a murmurar a letra da musica e quando me dei conta eu e Katniss cantávamos em alto e bom som o refrão :

– And I will love you, baby
Always
And I'll be there, forever and a day
Always.

Quando a musica acabou abri meus olhos e notei que Katniss também estava de olhos fechados, comecei a rir e ela também. Então ela abriu os olhos, nossos olhares se encontraram e voltamos a rir. Nossos risos juntos faziam uma canção louca e sem sentindo ecoar pelo quarto.

Travesseiros voaram.

–Seus malucos, calem a boca – murmurou Anne.

Katniss e eu nos entreolhamos e não conseguimos nos segurar, voltamos a rir loucamente recebendo xingamentos e protestos de Annie.

–Apenas volte a dormir bruxinha – Eu disse quando conseguimos nos acalmar.

– Certo...

– Peeta? – Me chamou Kat.

– Hum?

– Será que eu poderia dormir aqui? Bom, é que já esta para amanhecer e bom...

– Katniss, sem problemas. Mi casa es su casa – Ela riu e assentiu com a cabeça, e se encostou mais perto de mim.

– Essa é a parte que você me aconchega no seu peito.

–Érr. Tudo bem então.

Puxei-a mais para perto e comecei a brincar com seus cabelos.

– Sabe Katniss, gostei de te conhecer.

– Sabe Peeta, acho que somos uma boa dupla.

– É?

– Com certeza.

–Feliz Natal Kat.

– Feliz Natal Peeta.

O sono começou a me tomar, e não sei ao certo quando eu realmente dormir. Mas sei que naquele momento, não podia imaginar um Natal melhor que esse.

29 de Dezembro, as 13: 30.

Minha primeira impressão sobre Nova York? Cinza. A segunda? Fria. A terceira? Sem ondas.

Como eu, Finnick Odair vou viver sem ondas e sem a praia?

Minha tia Mags me esperava no saguão do aeroporto com um sorriso de orelha a orelha. Sorri também. Tá, a única coisa boa disso tudo, sem duvidas é minha tia Mags. Depois da morte de minha mãe, ela foi a única que me sobrou tirando ,é claro, o estupido do meu padrasto. Se sair da Califórnia significa me livra dele, sem duvidas sair da terra dourada não me pareceu tão difícil assim.

– Meu filho, que bom te ver. Não nos vemos desde, você sabe, do funeral de sua mãe.

– Seis meses atrás Mags.

– E como é que você está?

– Sobrevivendo. Você sabe, ele era insuportável, mas pelo menos eu tinha o mar...

– E agora se livrou dele, mas também perdeu o mar.

– Acho que fiz uma troca justa ao menos

– Não, não fez. Aquele canalha não vale a sensação de passar o dia no mar, você sabe disso.

– Como é que você sobrevive sem o mar?

– Anos de pratica na verdade, você sabe que me mudei pra cá quando casei e quando fiquei viúva já não tinha mais como abandonar a vida que tinha aqui. Nem o restaurante. Alias, nos estamos indo para lá. Você deve esta com fome, não está?

– Nós dois sabemos que sim.

Mags nos fez pegar um taxi. Dizendo que como sairá apressada de casa não teria tempo de arranjar uma vaga então ela optou por um taxi. O transito de Nova York como ela mesma disse era caótico. O restaurante era um dos melhores e mais conhecidos do Brooklyn. Seu apartamento ficava na mesma área, apesar de sua condição financeira lhe permitir um bom local no Upper West Side. Segundo Mags ela continuava ali devido à facilidade de chegar ao restaurante, mas eu imaginava que era porque as lembranças do velho Bruce ainda a mantinham naquele lugar.

O pouco que vi da cidade me deixou extasiado. Não me lembrava em nada a minha ensolarada Califórnia. Tudo era diferente. Estava tentando imaginar como eu sobreviveria a essa selva de pedra quando Mags me chamou:

– Querido, chegamos.

O local era incrível, tinha uma pequena fila de espera do lado de fora. Uma recepcionista sorriu para Mags e a mesma me apresentou.

– Clarisse, este gato aqui é o Finnick, meu sobrinho.

– Olá Finnick, você é mais bonito do que Mags nos tinha avisado – dei meu sorriso mais galanteador e perguntei:

– Ela falou de mim foi?

– Hunhum, deixou bem claro que você faz do tipo conquistador, e que não era para nos ficarmos cheias de esperança em ter encontrado o nosso príncipe encantado – respondeu Clarisse com um sorriso sapeca no rosto.

– Tia Mags! Assim você me mata de vergonha – eu disse com falsa raiva.

– Queridinho você sabe, eu só estava evitado que minhas funcionarias saíssem na tapa por você. Agora venha, estou morrendo de fome.

Aproximei-me de Clarisse, que era ate bem bonita com cabelos ruivos e tudo, e disse:

– Foi um prazer de conhecer Clary. Vamos sair qualquer dia desses.

– Vamos sim queridinho, eu, você e o meu namorado – disse ela dando uma piscada – aliás, nunca mais me chame de Clary, odeio esse apelido, mas nos podemos ser amigos.

– Seria uma honra gata – peguei sua mão e a beijei – com todo respeito é claro.

A garota corou na hora. Mags deu uma gargalhada e me puxou para dentro. Sentamos em uma mesa no segundo andar e então ela falou:

– Pensei que você iria vir para cá e abandonar sua antiga vida

– Minha querida tia, você sabe, eu vim para abandonar a parte ruim. Afinal velhos hábitos nunca mudam principalmente os bons hábitos – falei com um sorriso no rosto.

– Só não parta muitos corações, está bem?

– Sabes que eu nunca iludo ninguém. Só não acabo com suas esperanças.

– Meninas que se preparem – ela disse –Finnick Odair veio com tudo.