Insanity

Ataduras e Erotismo


Ataduras e Erotismo

Landom tinha uma Davidson, e eu só sabia disso porque Scott sempre dividia comigo que seu sonho era ter uma dessa. Eu não sabia como deveria estar o meu estado porque depois de Trey apagar completamente, eu ainda fiquei sentada no chão chorando bastante aos olhares de Landom que parecia ao ponto de me agarrar ou cessar as minhas lagrimas. Ele esteve ali todos os dez minutos, sentou-se a minha frente com os joelhos erguidos e com sua cabeça apoiada neles, seus olhos azulados me encaravam docemente, porém, eu não conseguia mirá-lo, a vergonha ainda me impedia de vê-lo ou até mesmo de me mover. Quando finalmente decidi que não ia chorar por aquilo que não aconteceu, que não ia chorar por ter pensado que Trey não podia ser esse tipo de cara, de forçar as coisas, decidi olhar para Landom. Ele ainda estava ali e ainda me encarava, não disfarçou isso nem sequer por um segundo. Ele estendeu a mão para mim e saímos daquele quarto horrível até o estacionamento.

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– Monte. – ele disse.

Ainda tremula, tentei pensar numa maneira de subir nessa moto. Landom olhou para mim e não pareceu perceber que eu o peguei admirando minhas pernas. Ele esticou sua mão para mim.

– Eu te ajudo.

Toquei sua mão e me ajustei dobrando as pernas de lado e me sentando na moto com um pouco de dificuldade. Landom segurou as minhas costas por segurança.

– Sente-se confortável?

– Aham.

– Ótimo. Onde fica mesmo o apartamento de sua amiga? – ele virou o corpo de lado, ele não podia me ver nitidamente, mas eu podia ver seu rosto perfeito.

– Ahm, rua Parnell. – agradeci-me por lembrar pelo menos disso.

Landom ligou a moto e a fez funcionar. No pavor, agarrei com força sua cintura sentindo que eu havia o pego de surpresa, mas essa coisa não tinha nenhum cinto de segurança que me fizesse ficar mais tranqüila, mesmo que me deixasse envergonhada pela idéia de estar agarrando o Landom, preferia acreditar que ele não percebeu e que isso era uma tática para me manter firme.

Passamos por várias ruas, umas desconhecidas, outras eu me lembrava por causa de alguma loja ou de alguma casa com uma pintura diferente. Depois de uns cinco minutos, eu já pude ver os primeiros andares do prédio onde ficava o apartamento de America. Minha pele estava fria principalmente porque este vestido não cobria nada, e além disso, eu ainda estava apavorada e surpresa como não batemos em nada, nem sequer um arranhão.

Prometi a mim mesma que nunca mais andaria nessa ou em qualquer moto.

– Entregue. – Landom falou pelo capacete, um segundo antes de tira-lo.

Eu ainda estava numa luta sem vitoria com o meu que se recusava a destravar.

– Deixe que eu te ajude. – ele disse, mas estava pressionando os lábios para não rir.

Landom tinha sim algumas semelhanças com Christian Bale, mas os olhos, tão azuis como águas do Caribe e os lábios, um pouco mais carnudos, o diferenciava com certeza, certamente o deixava ainda mais atraente.

– Ele tem mania de emperrar.

– Ah, achei que eu fosse tão inútil que não conseguia abri-lo.

Ele sorriu. Landom tem covinhas. Nas duas bochechas. Coloquei-me de pé e tentei alongar meu vestido o máximo que ele pudesse, até que pareceu desconfortável com os olhares intensos de Landom.

– Vocês se conheciam?

– Quem?

– Você e o Trey. – ele disse.

Se ele podia notar, eu estava corando.

– Não... bem... ele me ajudou com a coisa toda de encontrar os dormitórios quando entrei.

Landom não pareceu contente com a minha resposta.

– Trey é um idiota. – ele agarrou seu capacete. – Se você quiser aceitar um conselho, fique longe dele.

– Ele só estava bêbado.

Landom deu de ombros.

– Essa é a sua teoria. – por alguns segundos ele não me olhou.

– Santo Deus, você está sangrando. – falei, talvez até alto de mais.

Landom me olhou meio surpreso e depois para sua mão.

– Ah, isso... isso bem, não é nada. – ele esticou o dedo e reparou os nós.

– Não aí, - me aproximei. – aqui. – toquei na sua sobrancelha, ele rapidamente tremeu com o toque.

– Ai!

– Eu avisei... Quero lavar isso, venha.

Seus olhos azuis me encararam com inocência.

– Bella... – disse meu nome. – É só sangue.

– Deixe-me redimir com esse sangue pelo menos.

Eu o encarei e ele me mirou, ainda pensativo. Demorou um segundo para ele tirar a chave da moto e seguir atrás de mim com o capacete até a entrada do prédio. Por sorte, America tinha avisado que eu, Candice e Sierra iríamos dormir em sua casa, então o porteiro autorizou minha entrada mesmo encarando o Landom de forma até mal educada. Nós seguimos para o elevador, neste segundo, vi meu reflexo nos espelhos.

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– Caramba. – grunhi.

Minha maquiagem tinha saído no olho esquerdo e feito uma mancha preta horrível como se eu tivesse olheiras, sem contar, que meu rosto estava todo marcado pelo capacete.

– Não surte. – Landom falou atrás de mim.

– Você podia ter me avisado que eu estava assim.

Ele sorriu.

– Você está linda.

Engoli em seco. Eu vi seu reflexo atrás de mim, me encarando com seus olhos azuis bem rasos. Era bem diferente as coisas com Landom, meu corpo parecia sempre reagir de modo positivo enquanto com o Trey parecia que eu tinha que esforçar para me sentir atraída. Isso me deixou tanto confusa quanto nervosa. Eu estava indo para o apartamento vazio de America com um cara que eu achava interessante, não interessante, mas completamente sexy.

– Aqui. – apontei para a próxima porta e abri com as chaves do porteiro.

Liguei as luzes pelo corredor, rapidamente os cômodos sala e cozinha foram iluminados.

– É bem invejável. – Landom disse encontrando a vista da cidade.

Olhando de costas e meio avulso a pensamentos intensos, Landom parecia mais novo do que aparentava, além disso, mais angelical, como se um fosse um garoto. Rapidamente, ele virou para trás e me pegou encarando-o, tentando disfarçar minha cara vermelha, comecei a pensar onde America guarda sua maleta de primeiros socorros. Eu vou até a cozinha e começo abrir os armários, mas só vejo pacotes de batatas, farinha, café e outras guloseimas.

Desvio da cozinha e dou de cara com Landom, nossos corpos se chocam antes de encontrar seu olhos azuis e sua respiração falha bem perto de mim, sinto seu peito subir e descer de encontro ao meu. Não sei como ele pode fazer isso comigo, me deixar sem chão, como se eu não pudesse me controlar. Olho para cima e ele está tão perto que eu não conseguiria me colocar de pé se o balcão não tivesse atrás de mim, apoiando minhas costas. Olhos azuis, profundos e minha pele esquentava a cada respirada.

– Bella... – sussurrou meu nome.

Meu coração entrou em descompasso e na frustração, desviei dele e fui direto ao quarto de America, no banheiro. Depois de alguns armários abertos, pensamentos avulsos no jeito como ele disse meu nome, finalmente encontro.

Eu o encontrei perto dos balcões da cozinha e apesar da sua pele acima da sua sobrancelha estar sangrando, ele era extremamente sexy.

– Sente-se. – puxei uma cadeira perto da pia da cozinha e esperei por Landom.

Ele estava tranqüilo quando sentou, mas quando abri a maleta com seringas, agulhas, ataduras e diversas pomadas, ele me franziu a testa.

– Só um band-eid para mim está ótimo.

Eu tive que ri.

– Só vou lavar. – disse cautelosa. – Erga suas mãos.

Ele me obedeceu. Elas eram firmes e grandes, como mãos de homem. Se ele não percebeu, tremi só com a idéia de ter suas mãos passeando pelas minhas costas ao invés do que foi com Trey.

– No que está pensando?

Eu olhei para baixo, para seus olhos. Tão azuis com a iluminação da cozinha.

– No... no seu curativo. – menti.

– Parecia distante. – ele me desafiou, claro que estava, estava pensando em você me agarrando com essas mãos.

Eu tinha que mentir, porem sendo mais convincente nisso.

– Estava pensando no Trey. Em como ele estaria.

– Espero que sangrando mais do que eu.

– Landom... – eu o repreendi.

– Não consigo fingir amizade. – deu de ombros. – Odeio o Trey e o odeio ainda mais depois de hoje.

Senti minha pele esquentar.

– Você está bem? – ele deve ter percebido.

– Eu só... – engoli secamente. – foi horrível. Estou com tanta vergonha de tudo, de pensar nisso.

Molhei o pano novamente e limpei uma segunda vez os nós do seus dedos.

– Não sinta vergonha, sentir vergonha agora é o trabalho dele. Trey foi um imbecil esta noite, aquilo pode ter sido um pesadelo, mas acabou. Eu acabei.

Não encarei seus olhos.

– Se ele voltar a te incomodar, tenho mais dedos para cortar dando um soco naquela fuça dele.

Arregalei os olhos na sua direção.

– Landom, não! Não tem com o que se preocupar, eu posso me cuidar agora. – disse-lhe, meio envergonhada.

– Mas ainda sim, vou ficar de olho.

Meu coração se apertou um pouco. Bem, isso era burrice, sentir alguma coisa por um desconhecido, talvez isso seja principio de atração, é normal, e com o tempo, isso vai sumindo. Landom é bonito e charmoso, isso conta bastante, agora não pense coisas Bella.

– Está doendo? – perguntei para dissipar o silencio.

– Na verdade... não.

Eu olhei dele para sua mão.

– Está feio? – ele me encarou.

– Hmm, você vai sobreviver.

Landom sorriu. Procurei molhar o pano novamente para limpar o sangue seco de sua pele perto da sobrancelha.

– Já pensou em fazer medicina ao invés de jornalismo? – ele me perguntou de surpresa.

– Medicina? – enruguei a testa. – Não. Odeio biologia.

Ele sorriu.

– E você, o que faz?

– Estou me formando em engenharia, últimas semanas. – senti sua conformidade.

Ele é um formando... Então aquela casa era sua?

– Você era um dos donos da festa? – perguntei com curiosidade.

Sequei o pano e o trouxe primeiramente para limpar o sangue seco nas sobrancelhas.

– Era. Aquilo só foi mais um idéia dos meus companheiros para beijar algumas garotas.

Fiquei vermelha de novo. Será que essa idéia também era sua? Será que quando ele entrou naquele quarto estava apenas procurando um lugar legal para combinar com alguma garota?

– O que foi? Você parou.

Olhei para baixo e vi o tom azulado de seus olhos deixando-o mais inocente.

– Você estava no quarto porque, ahm, estava, - senti minha pele esquentar. – estava com...

– Alguém? – ele me completou.

Eu fiz que sim com a cabeça.

– A resposta é não, estava apenas de passagem, eu durmo em uma daquelas camas. – ele me respondeu.

Segurei o pano novamente, grata por ter feito-o baixar a cabeça e não me ver mais tranqüila por ele não ter levado nenhuma garota.

– Espere... – eu disse de repente. – Como sabia sobre meu curso?

Landom me encarou timidamente.

– Todo mundo comenta, você sabe, essas coisas, quero dizer... – ele se deteve.

– Você não me respondeu.

– Você também não.

– E você perguntou?

Landom sorri com satisfação.

– Por que me observava?

– O quê? – repeti, confusa.

– Você me observava nas salas, quando eu estava sozinho. Por quê?

Engasguei. Não era essa pergunta que eu esperava, e sem saber o que falar, não disse nada, deixei que ficasse em silencio.

– É justo. – ele diz. – Meu silencio, seu silencio.

Volto a manusear o pano para sua testa, um pouco acima da sobrancelha. Sua pele estremece um pouco.

– Te machuquei?

Landom corou de repente.

– Não, não... não foi isso... não foi nada.

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Eu não o compreendi, mas estava ocupada demais com os pensamentos. Então ele sabia que eu o observava, isso era além de constrangedor muito humilhante, eu achava que estava sendo bem secreta, admira-lo a distancia. E segundo, como ele sabia meu nome e meu curso? Será que ele chegou a perguntar a alguém sobre mim?

– Ai, Bella!

Eu desperto.

– Minha nossa, desculpa, desculpa. – eu me abaixo um pouco, meio desconcertante. – Eu estava pensando, estava longe daqui e não percebi, me desculpe, desculpe.

– Está bem, está bem.

– Caramba Landom, desculpa mesmo, eu não queria... doeu muito?

Seu rosto estava no meu nível e seus olhos me encaravam intensamente. Primeiramente, ele não disse nada, apenas me encarava como se esperasse por algo ou estivesse ali só para admirar, depois disso, seus olhos desceram para a minha boca, como um convite.

– Você não me machucou Bella.

Respirei com dificuldade, estávamos perto demais.

– Ainda bem. Eu estava surtando, você simplesmente estremeceu com o meu toque então achei que...

– Eu gosto do seu toque Bella.

– Hm, o que disse?

Seus olhos me encararam com ainda mais intensidade.

– Bella... – ele me chamou. – Seria errado se eu te beijasse agora depois de te salvar de um bêbado tarado?

Engasguei na primeira respiração.

– O quê?

– Talvez um dia você me responda a pergunta que eu te fiz antes, mas até lá, quero que pense na minha resposta. – ele sussurrou.

Landom não parecia embriagado, então exclui a idéia dele não estar com plena consciência em me dizer essas coisas.

– Eu sabia sobre seu curso porque eu te vi no refeitório no primeiro dia e pedi que meus amigos descobrissem. Achei que poderia ter a chance de estudarmos juntos. Posso não estar muito sóbrio agora, mas quando te procurei, eu estava muito acordado.

Ele encostou sua testa na minha e beijou meus lábios de surpresa, puxando levemente a parte de baixo com o seu, fazendo meu corpo tremer. Nossos olhos se encontraram.

– Isso foi bom. – sussurrou.

Ele segurou meus ombros e me beijou novamente, sua língua acariciou meus lábios e suas mãos minhas costas. Meu corpo entrou em êxtase e pela primeira vez, eu estava desejando que ele chegasse mais perto, que ele pudesse me tocar ainda mais, que nossos beijos se tornassem mais selvagens, pela primeira vez, esqueci o que era estar com o Scott, ou até mesmo com o Trey, porque com o Landom a coisa toda era bem diferente. Ele me fez querê-lo antes mesmo do seu beijo. Eu estava em êxtase, abri lentamente os lábios para ele, deixando sua lingua saborear os contornos da minha boca. Ele o fez. Landon segurou firme minhas costas e me aproximou do seu corpo rigido que esquentava a cada segundo. Minhas mãos formingavam entre as minhas pernas apoiadas no chão, ergui o braço e alcancei o pescoço dele sem demora, querendo sentir a maciez do seu cabelo. Como eu pensara, tão bom quanto o toque era o cheiro. Ergui com as investidas de Landom e me coloquei de joelhos, tocando de leve a sua testa, inalando seu perfume. Seus lábios percorreram as curvas do meu pescoço, inalando meu próprio perfume enquanto sua mão passeava pela minha clavícula. Soltei um suspiro de prazer na sua boca. Senti o desejo até o mais profundo do meu corpo. Eu o queria tanto. Segurei firme seus ombros e ele se voltou para meus lábios, tocou-me de leve se apoderando do meu cabelo. Eu queria ir mais longe, mas no mesmo segundo, Kayle, Sierra e America adentraram na sala com as vozes misturadas.

Empurrei Landom tão rápido quanto ele a si mesmo.

– Bella onde voc... Landom? – America perguntou com as mãos na cintura. – O que é que você está fazendo aqui... E essa maleta de primeiros socorros?

Essa seria uma longa noite.

Depois de me despedir de Landom como se nada tivesse acontecido, passei meu começo de madrugada contando meu desastre total com o Trey.

– Porra, aquele Mané fez isso? – Kayle se exaltou. – Não acredito que eu ainda o achava bonitinho.

– Tanto faz Kayle. – Sierra revirou os olhos. – Mas por que você não veio até a gente, Bells?

– É verdade Bella, eu estava surtando com a idéia de você ter sumido. – America se aconchegou ao meu lado na enorme cama de casal do quarto de hospedes.

– Me desculpem... desculpem, eu estava, caramba, eu estava com tanta vergonha.

– Não foi sua culpa Lady Bella, você sabe disso. – Kayle afagou meu cabelo.

– Eu sei, eu sei... – murmurei com as mãos escondendo o rosto. – Mas vocês sabem, ahm, nenhum cara havia me tocado... antes.

America e Kayle me olharam em desconfiança.

– Isso quer dizer que você...

– É Kayle, essa palavrinha mesmo. – Sierra respondeu por mim. – Odeio aquele lourinho idiota por ter te trazido essa lembrança horrível, Bella.

– Caramba Bells, eu... – America me abraçou. – Trey é um idiota.

– Ele nunca mais colocará as mãos em você, prometo. – Kayle também me abraçou.

Depois disso, pude finalmente tentar esquecer esse dia dando adeus e indo dormir. Só não podia tirar o Landom da cabeça, mesmo até depois de fechar os olhos e sonhar com suas mãos pelo meu corpo. Estávamos sozinho no apartamento de America e havia um pano estirado no chão da sala, nossos corpos se misturavam sensualmente, o brilho de sua pele nua na minha me deixava excitada, seus beijos me tomavam o ar e eu podia sentir o prazer de senti-lo dentro de mim. Esse tinha sido meu primeiro sonho com Landom. E meu primeiro sonho erótico.