Insane Prince

Nada é tão facil. -Parte 1/?


Clary

Entrei praticamente em desespero quando ouvi os relatos no rádio sobre o acidente com a família Lightwood. Ninguém sabe o estado da família, só sabem que estão internados no hospital local. Todos no Instituto estavam apavorados e preocupados. Querendo ou não, muitos aqui gostavam de Jace.

Eu queria saber como eles estavam. Como Jace estava. Depois que ele havia me contado sobre seu trauma, tenho absoluta certeza que estava chocada por causa do acidente. E de alguma forma eu queria socorrê-lo.

Sendo uma família nacionalmente conhecida, o acidente era a única coisa que passava nos noticiais. Todos estavam querendo uma resposta, então aumentei o volume da TV, já que por causa de Lily, a recepcionista, faltou tive que assumir seu lugar.

– ... Pelas informações que acabamos de receber, estão todos inconscientes, porém os casos não são graves e nem poderão vir a agravar. Os policiais estão a fazer a perícia no carro, pois acreditam que deve ter sido sabotado...- E as notícias corriam, mas a que eu queria.

– Será que estão realmente bem? – perguntou Laís.

–Eu não sei, mas espero que sim. Quer dizer... O Jace é um babaca, mas... Eu realmente estou preocupada. – respondi tristemente. Fiquei mal com isso. De tudo o que eu falei para ele. As ofensas desnecessárias, sem nem ao menos conhecê-lo. Laís riu baixinho.

–Ele é difícil, sim. Mas é um bom garoto, apenas não teve grande sorte na vida.

– É. – então algo não passou despercebido por mim. – Sabe o que ele passou? – perguntei curiosa.

–Sim, eu sei. Fui à primeira psicóloga dele. Demorei alguns meses para tirar toda sua mágoa, mas, felizmente, eu o fiz.

– É, mas ainda tem muita mágoa nele. – murmurei.

–Ele te contou?! – perguntou incrédula. Ela me olhava inquisitivamente esperando a resposta e isso me fez enrubescer.

–S-sim. Quer dizer, por alto.

– Como? Ele não conta isso a ninguém. Só parte dos Lightwoods sabem a verdade. – Eu fiquei calada. Se contasse como eu consegui isso – a base de grosseria – seria demitida por justa causa.

–Como, Clarissa?! – exigiu ela, em todo seu direito.

– E-eu fu-ui meio grossa com ele e no meio da discussão ele acabou soltando. – Engoli em seco. Meu Deus, eu estou ferrada. – Mas foi só por que eu o tirei do sério.

– Vocês discutiram?! Não pode tratar mal nossos internos, senhorita Fray. – indignou-se Laís.

–Desculpa, Laís! Quando discuti com ele, eu não fazia idéia que ele era um interno. Ele parecia tão normal. – acrescentei em minha mentir.

Quer dizer, quando nos estranhamos pela primeira vez, quando cheguei,eu realmente não sabia que ele era um interno, mas as outras brigas... Eu sabia realmente onde estava me metendo.

– Você tem sorte de estar todos enlouquecidos com esta notícia, caso contrário, nós demitiríamos você agora mesmo, entendeu mocinha? – rosnou a enfermeira-chefe.

–Sim, senhora. – respondi cabisbaixa. Ela apenas se virou e saiu pisando duro.

Maia que, no meio desse tumulto, foi convocada a trabalhar fora de seu turno, vinha calmamente caminhando com uma bandeja de chá e café para distribuir para as visitas noturnas dos pacientes. Deixou a bandeja em cima do balcão e, por incrível que pareça – pelo fato que ela está trabalhando – dirigiu a palavra a mim.

–Por que Laís estava tão brava quando saiu daqui?

–Você a viu? – perguntei nervosa.

–Sim. Ela passou lá na cozinha para pegar um calmante, eu acho. Vamos, me diga. Estou curiosa. – falou com os olhos brilhando. Se fosse o pescoço dela na corda, ela não estaria tão feliz.

Acidentalmente, eu contei sobre minhas desavenças com Jace Herondale, e eu acho que ela não gostou nem um pouco. – a expressão antes debochada, agora se mantinha preocupada.

–Então, você foi demitida! Por favor, me diga que é mentira! – exasperou-se Maia.

–Eu não sei, ta! Ela só deu a entender que pensaria no meu caso, mas dizer, ela não disse nada. – sua expressão relaxou um pouco.

– Então... continue trabalhando. – falou animada.

–Como você pode estar feliz com isso? – fiquei indignada com sua atitude. Afinal, éramos amigas, não é?

– Não estou feliz! – respondeu rindo. Lancei um olhar furioso que a fez calar instantaneamente. – Só quis dizer que... Continue trabalhando. Mostre a ela que você merece o trabalho como qualquer uma de nós aqui.

–Acho que está certa. – respondi pensativa. Se eu me esforçasse, não teria problemas.

–Você é demais, Roberts. – falei soprando um beijinho para ela.

–Bem, eu vou indo distribuir isso aqui. E Clary? – Chamou-me virando o rosto para me olhar. – Tente não matar nenhum interno aqui dentro ok?

–Vai tomar no c-...

–Shiiu! Seja civilizada, pequena. – respondeu rindo e saindo da sala. Ganhamos várias atenções dos visitantes que nos encaravam de maneira estranha, como se fossemos bichos selvagens.

–Como se você fosse alta... – resmunguei arrumando as pastas em ordem alfabética. A porta foi aberta e me preparei mentalmente para atender a pessoa.

– Minha pequena, como estão às coisas? – disse ele, brincalhão.

–Léo! O que faz aqui? – perguntei surpresa. Ele apenas se inclinou e me deu um beijo nos lábios, ele não pode fazer isso! Eu o empurrei e disse:

– Por favor, não! Eu posso ser demitida! – falei exaltada.

–Não posso demonstrar afeto? – perguntou, fazendo bico.

–Claro, que pode. Em qualquer lugar, menos aqui. É meu local de trabalho.

–Por que seria tão ruim? – perguntou acariciando minha cintura.

–Por favor... – mal terminei, quando vi Laís cruzando o corredor a minha frente. Me afastei tão rápida de Léo, que me olhou feio.

–Vá! Minha supervisora está ali. Serei demitida! – sibilei baixo.

–Ótimo! – rosnou ele. –Fique aí, sua fresquinha idiota.

Eu poderia gritar com ele, pois era esse meu desejo. Como ele diz isso? Minha vontade era de pegar o grampeador e acertá-lo até deixá-lo inconsciente. Ele, ELE, mais do que ninguém sabe as necessidades que eu passo.

–Vá embora daqui, Leonard. – ele se virou, grilado, e saiu batendo os pés, parecendo uma criancinha birrenta. Não demorou para que Laís viesse falar comigo.

–Quem era aquele? – a julgar pelo seu tom de voz, ainda estava muito zangada comigo. Eu não sabia o que dizer, então simplesmente disse a verdade:

–Um ex- namorado idiota. – uma verdade distorcida. – Não vai se repetir.

–Bem... Tudo certo, então. – ela fez uma cara séria, que provavelmente indica que eu estou mais encrencada que o normal. – Tem algumas pessoas querendo falar com você.

–Comigo?! Quem são? – perguntei curiosa. Além do mais, eu não tinha muitas amizades, só as necessárias.

–São detetives, Clarissa. Vieram te buscar. – imediatamente, a primeira coisa que se passou na minha cabeça foi:Sebastian. Provavelmente, ele fez alguma merda. A preocupação nublou minha mente. Será que estava bem? Machucado? Internado?

–Onde estão? – perguntei em desespero.

–Nos fundos. – disse simplesmente. Eu não agradeci, pedi licença, nem nada, apenas... Corri. Corri como se o mundo atrás de mim estivesse acabando, como se não houvesse mais nada. Sebby não poderia se meter em confusão, agora não. Como eu o sustentaria, se perdesse esse emprego?!

Fiquei tão aturdida com a notícia, que não consegui achar a saída. Não sabia onde estava minha cabeça.Quando a encontrei, suspirei em alívio. Sai pela porta e fui acolhida pela brisa fria e suave da noite. As estrelas estavam sumidas ou escondidas atrás de sombrias nuvens cinza.

Olhei ao redor do local e os vi. Estavam dois policias, ou detetives, ao redor de um lustroso Mustang Shelby GT500 preto e fosco.

–Senhorita Fray? – perguntou um deles, o mais alto. Ele tinha expressões que me lembravam filmes investigativos que assisto. O bonzinho e o malzinho.

–Sim. Algum problema? Sério, quer dizer. Não é meu irmão é? – falei embaralhando as palavras. O “bonzinho” sorriu calmament.

–Não. Não conhecemos seu irmão. Na verdade, viemos buscá-la para irmos ao hospital local.

–Por que? Não tenho nenhum paren- Eles me cortaram rapidamente.

–Não se trata disso. É sobre os Lightwoods. Acreditamos que o acidente foi premeditado. E Jonathan Herondale foi seqüestrado, que cremos ser uma dívida de seus pais. E você pode ajudar-nos.

– Por que eu? – perguntei.

–Pois o início de tudo isso veio do pai adotivo de Jonathan. Valentim Morgenstern. E sabemos você é filha dele.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.