Inevitável
She makes me sweat
O jantar foi incrível, e a música que estava tocando no lugar me lembrou da primeira vez que eu vi a Alex. Me veio à cabeça que "November Rain" sempre havia sido uma de novas músicas preferidas e ela sempre caia tão bem aos nosso ouvidos quantos estávamos juntas.
— Gostou do vinho? — Alex perguntou, levando a taça à boca de maneira suave e lenta. Achei aquilo totalmente sexy.
Sorri com os cantos dos lábios e confirmei com um aceno de cabeça.
— Eu sabia que você iria gostar — Ela juntou nossas mãos e olhou para mim com um olhar manso, embora cheio de desejo. O típico olhar feroz-manso da Alex.
O garçom surgiu do nada, quebrando o momento íntimo entre nós. O rapaz prontamente perguntou se queríamos comer mais algo.
— O que eu quero comer não tem aqui no cardápio — Alex brincou, me olhando de forma maliciosa.
Chutei o pé esquerdo dela por de baixo da mesa, ela riu baixinho. Sem entender a piada, o garçom apenas se retirou e foi atender outra mesa.
— Ué, não gosta mais do meu senso de humor predador? — Alex perguntou com um tom sarcástico.
— Não quando estamos dentro de um dos restaurantes mais chiques de Nova York — Respondi, tentando parecer séria.
Ela apenas colocou as mãos sobre as minhas de novo e as acariciou de leve.
— Eu adoro o olhar nos seus olhos, sabia? Esse azul celestial parece que vai me consumir toda vez que olho para eles — Alex disse, olhando fixamente para mim.
Não demoramos muito para pedir a conta e o mesmo garçom, o "intrometido", nos deu boa noite e abriu a porta do restaurante para sairmos. O clima ainda estava frio e a Alex prontamente me ofereceu o casaco dela até entrarmos no carro.
— Para onde vamos agora? — Perguntei ao fechar a porta do carro.
— Para onde você quiser ir — Ela respondeu ao ligar o aquecedor.
Me aproximei do ouvido dela e sussurrei "Me leve para onde você quiser". E então ela começou a dirigir e o caminho parecia logo demais.
— Parece que nunca vamos chegar — Falei, um pouco impaciente.
Alex parecia totalmente focada na estrada, esperei por alguns segundos e ela não respondeu. Ao perceber que ela estava distraída, levantei a barra do vestido para ver se ela me notava.
— Droga, Piper. Assim vou acabar batendo o carro — Ela se virou para mim, fixando os olhos nas minhas pernas.
— Eu preciso de você agora — Falei, levando ainda mais a barra do vestido para provocá-la.
Ela mordeu os lábios e voltou a dirigir, e depois de passados alguns metros, finalmente encontramos um estacionamento (vazio, ainda bem). Alex estacionou rapidamente e se virou para mim.
— Esse lugar tá vazio pra caralho — Ela comentou, dando uma breve olhada pela janela do carro.
— Quem se importa? Eu só preciso de você aqui — Respondi, ligando o rádio do carro.
Ela sorriu gentilmente e me olhou.
— Nossa, essas estações de rádio ficam cada dias piores. Acho que deixei meu pen drive aqui no carro, vou colocar algo melhor para a gente ouvir — Falou, abrindo o porta-luvas e vasculhando rapidamente.
Em alguns minutos estávamos ouvindo "Kill for love", a Alex era apaixonada por synth pop e eu também, sempre tivemos o gosto musical em comum e eu amava isso.
— Você acha que o som tá muito alto? — Ela perguntou enquanto suas mãos percorriam os botões do meu sutiã.
— Alto o suficiente pra ninguém ouvir meus gemidos? Não — Brinquei, dando uma leve mordida no lábio inferior dela.
— Quer dizer que eu te faço gemer alto? Bom saber disso... muito bom mesmo — Alex passou as mãos pela minha cintura devagar e comecei a sentir todo o meu corpo entrando em sintonia com o dela.
O clima estava agradável entre nós, o som do rádio como plano de fundo e as árvores se mexendo bruscamente por causa do vento me deu uma leveza que eu só sentia com a presença da Alex. Todo o frio que fazia lá fora não nos contagiava nem um pouco, nós estávamos envolvidas pelo calor de nossos corpos.
— Eu nunca achei que um dia a gente iria acabar fazendo amor em um estacionamento vazio no meio de uma estrada deserta — Alex comentou, seus lábios sugando o lóbulo da minha orelha de forma suave.
— Eu adoro quando você fala isso — Olhei para ela.
— Isso o que? — Ela me olhou um pouco confusa, suas mãos estavam fixas na minha cintura.
— Adoro quando você fala que vai fazer amor comigo, boba — Dei um leve sorriso e coloquei minhas mãos sobre as dela.
Alex me encarou por alguns segundos, me perdi naquele olhar verde por alguns instantes e, logo em seguida, ela selou nossos lábios.
— Sua barriga tá quentinha — Ela falou, entrelaçando nossos dedos.
Quando mal percebi, nós duas já estávamos completamente sem roupa. Sentei no colo dela e ri ao perceber que, sem querer, acionei a buzina. Ela tirou a mexa de cabelo loiro que estava cobrindo meus olhos e me beijou intensamente.
— Você tá confortável nessa posição? — Alex perguntou, beijando meus seios e dando leve mordidas na ponta.
— Tô, o volante não tá me machucando — Respondi enquanto chupava e brincava com a língua por todo o pescoço dela.
Passamos praticamente a madrugada inteira dentro daquele carro, só nós duas e uma playlist impecável de músicas selecionadas pela Alex. Adormecemos juntas e quando o sol nasceu, os feixes de luz nos fizeram acordar e pegar todo o caminho de volta para casa.
Fale com o autor