Império

"Corre enquanto você pode!"


Nico poderia estar paranoico, mas ele tinha a impressão que todos olhavam para ele e o julgavam, sabendo do que havia feito naquela sala, tanto sozinho, quanto acompanhado.

Assim que adentrou na sala principal, vendo que todos estavam rindo e se divertindo, ele não pode pensar em outra coisa a não ser sua paranoia, que aumentou ao ver a Grace estar no meio das pessoas, gargalhando.

— Qual a graça? — o di Angelo questionou quase ríspido, se jogando em sua cadeira e esperando uma resposta.

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— Credo, garoto, de onde você veio para estar com esse mau-humor todo? — Silena resmungou, negando em reprovação.

— É, di Angelo, que mau-humor todo é esse? — Thalia questionou, dando um sorriso de canto quando seus olhos se encontraram.

— Eu quase apaguei uma foto da sessão que o Percy fez sem querer, o que me deixou irritado, algum problema com isso? — Nico retrucou, arqueando a sobrancelha e precisando desviar o olhar da Grace, pois se lembrava de seu corpo trajando apenas uma lingerie.

— Bom, a graça é essa aqui — Percy virou o celular para o moreno, que começou a rir ao ver a foto de sua irmã toda suja de comida e com uma cara de perdida, negando em reprovação.

— Eu tinha certeza que você era vingativa, mas não nesse ponto! — Leo chamou a atenção da chefe, que sorriu e deu de ombros.

— Eu não sou vingativa!

— Não, não! Imagina, que isso! — Reyna a olhou com ironia, a fazendo rir de volta.

— Eu já te falei que não tenho culpa do que aconteceu entre nós — a Grace retrucou, lançando uma piscadela a ela.

Rachel abriu a porta, tendo um café que era para Nico em uma das mãos, e na outra uma folha que também era para o garoto. Porém, assim que o viu, não conseguiu se controlar e sentiu suas bochechas queimarem em vergonha, segurando a risada no fundo de sua garganta.

— Seu café — ela colocou na frente dele, ao lado da folha, dando dois tapinhas amistosos em seu ombro.

— Rachel, o que foi? — Thalia questionou, vendo a garota estar da cor de seu cabelo.

— Nada não! — ela respondeu, dando uma risada e não se aguentando, saindo da sala antes que explodisse em risada na frente dele.

— Cara, algum dia eu vou roubar ela de você — Connor observou a secretária sumir de vista, suspirando alto.

— Você sonha bem alto, não? — Nico retrucou, rolando os olhos e pegando seu café, molhando os lábios.

— Já aconteceu alguma coisa entre você e ela? — Travis questionou, arqueando a sobrancelha, fazendo o di Angelo se engasgar com o café e quase cuspi-lo em cima da mesa. — Por que eu acho que isso é um sim?

— Não! — Nico respondeu exasperado — claro que não!

— Seu semblante é culpado, di Angelo — Piper analisou, semicerrando os olhos com um sorriso malicioso.

— Eu esqueci de te dar esse pa... — Rachel começou, adentrando a sala novamente, porém parou de falar ao notar todos se virarem para ela com um sorriso malicioso — pel...por que tá todo mundo olhando para mim assim?

— Rachel, corre enquanto você pode! — Nico pediu, vendo-a tombar a cabeça para o lado em dúvida, porém, antes que fizesse qualquer movimento a mais, Percy enlaçou seus ombros com um sorriso.

— Vamos conversar, Rachelzinha.

— Então, Rachel...eu estava perguntando para o Nico se vocês já tiveram alguma coisa — Travis deu um sorriso, vendo a ruiva arregalar os olhos e entregar os dois ao mirar Nico, que levou a mão até a testa e escorregou ela por ali, até pressionar sua têmpora, sabendo que ela deveria ter fugido.

Hummm, então quer dizer que já? — Annabeth sorriu, notando que ela era uma péssima mentirosa.

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— Não! — Rachel respondeu, se desvencilhando dos braços de Percy e caminhando até Nico, deixando a folha ao lado de seu café e torcendo para que ninguém a interrompesse até chegar a porta novamente.

— Rachel! — Percy chamou novamente — então quer dizer que você não teve nada com ninguém nesse escritório?

A ruiva se virou e analisou o moreno de olhos verde-mar, não acreditando no que ele estava falando.

— Sim, nunca! — ela respondeu firme, dando de ombros.

— Nunca mesmo? — ele voltou a pressionar, vendo-a arquear a sobrancelha e respirar fundo.

— Nunca, Percy, nunca — a Dare suspirou, rolando os olhos verdes.

— Quer começar? O Connor está interessado — Percy apontou para o Stoll, que arregalou os olhos e se forçou a não olhar para a ruiva, mesmo sentindo seu olhar queimar em sua pele.

— Eu não quero dar um fora lindo nele, mas tenho que dizer que estou namorando — Rachel sorriu tímida, deixando a sala principal antes que acontecesse mais alguma coisa que a constrangesse.

Um coro de “oooo” foi ouvido, para logo em seguida risadas serem arrancadas de todos presentes.

— Depois dessa eu só quero voltar ao meu trabalho, para acabar logo e eu ir para casa chorar no banho! — Connor levou a mão ao peito teatralmente.

— Como foi que vocês ficaram? — Silena questionou quando as risadas foram cessando aos poucos.

— Você não ouviu ela dizer que não rolou nada? — Nico retrucou, se acomodando mais a cadeira que parecia cada vez menos confortável.

— di Angelo, nos poupe, a cara que ela fez entregou tudo — Thalia se pronunciou no assunto, o que fez com que ele a encarasse, voltando todos os xingamentos que foram referidos a ela a alguns minutos atrás.

Ele suspirou derrotado.

— Nós tivemos um encontro, mas não rolou clima e foi só isso, agora podem mudar de assunto?

Hum, interessante — a Grace colocou os cotovelos na mesa, se inclinando levemente — e como foi esse encontro?

— Para que quer saber disso? – o di Angelo retrucou, segurando um “filha da puta” em sua garganta.

— Curiosidade — ela deu de ombros lentamente, voltando a se recostar na cadeira.

— Ah, sei lá, faz muito tempo! — Nico respondeu, rolando os olhos — acho que foi em um parque.

— Que clichê! — Silena quase gritou.

— Eu tinha dezoito anos, você queria o que? — o moreno retrucou — dá para mudar de assunto? Daqui a pouco essas duas irmãs vão estar tramando planos para assassinar o coitado do Matthew, só para juntar eu e a Rachel!

— Você lê mentes? — Piper questionou, arqueando a sobrancelha.

— Vocês podem parar com isso! É feio matar os amiguinhos! — Nico apontou para as duas — ele é muito gente boa e a Rachel é quase como uma irmã para mim, então seria estranho.

— Quase como uma irmã? — a chefe voltou a se pronunciar, arqueando a sobrancelha perfeitamente delineada e encarando-o.

— Sim, quase, ela só não é irmã porque não temos o mesmo sangue — o diretor de redação deu de ombros, olhando para a porta, procurando mirar qualquer coisa, menos a garota que estava na outra extremidade da mesa.

Ele desceu os olhos para o papel a sua frente, arregalando os olhos de leve e se levantando.

— Preciso resolver isso aqui, até depois gente! — disse rápido, saindo da sala sem dar mais explicações, passando na mesa de sua secretária e se inclinando para falar baixinho, garantindo que apenas ela iria ouvir: — eu não contei o que algum dia tivemos, só disse que fomos para um encontro que não rolou clima e foi em um parque, ok? Então se perguntarem, já sabe o que dizer.

Rachel assentiu, voltando a olhar para seu computador e digitar um e-mail de resposta.

Um tempo depois, a ruiva notou a ausência do sol em seu rosto, erguendo o olhar e dando de cara com Percy, que a observava intensamente.

— Ah...oi? — ela questionou meio perdida.

— Que feio, mentindo na cara dura! — Percy negou em reprovação, se inclinando mais ainda.

— Preferia o que? Que eu contasse e estragasse seu relacionamento com a Annabeth? — ela retrucou, rolando os olhos e apoiando os cotovelos na mesa, parando para prestar atenção total nele.

— Você ficou com o Nico, não ficou?

Rachel comprimiu os lábios, se entregando novamente.

— E foi ao mesmo tempo que ficou comigo, não foi? — ele voltou a indagar.

Ela apenas abaixou o olhar e suspirou, assentindo de leve.

— Poderia me dizer qual durou mais? — o moreno perguntou, e ela subiu os olhos e olhou na direção que Nico havia ido — Hum.

— Só não conta, por favor, não quero que mais pessoas saibam disso.

— Pode deixar gatinha, você sabe que eu não faria isso — ele respondeu, com um sorriso — até porque, se eu fizesse, nós três dançaríamos! — deu dois tapinhas no balcão e se retirou, deixando-a só.

Enquanto isso, Thalia estava em seu escritório tranquila, até que pegou seu celular e viu a mensagem que seu pai tinha deixado a três minutos:

Estou chegando aí, quero você na porta – Zeus.

A Grace arregalou os olhos e ignorou estar usando saltos, saindo correndo porta a fora e passando pelo corredor mais rápido que o próprio Flash, parando a frente do elevador e apertando o botão loucamente, vendo que ele não estava vindo logo, começou a descer as escadas, esperando o momento que iria levar um tombo e descer rolando tudo, poderia ser mais doloroso, porém talvez chegasse mais rápido no fim.

Assim que chegou no primeiro andar, ela colocou as mãos nos joelhos e respirou fundo, sabendo que havia perdido um dos pulmões em um dos andares, porém voltou a correr, e só parou quando estava encostada na porta e viu Zeus sair de seu carro, arrumando seu terno.

— Pai! — ela sorriu, ofegante.

— Thalia! — ele respondeu, dando um beijo na testa da garota e sorrindo. — Como você está, filha?

— Sinceramente? Cansada! E você?

— Estou bem.

— O que veio fazer aqui? Assim? Do nada?

— Vim falar com você sobre aquele novo projeto, obtivemos um avanço e vim falar pessoalmente sobre isso.

— Então vamos para o meu escritório, só que pelo elevador, claro, quem seria burro de subir tantos degraus assim, né?

Zeus assentiu meio sem entender, porém, caminhou atrás dela até o elevador.

— Acha meu pulmão na escada, eu vou precisar dele — a chefe murmurou para Rachel, que segurou a risada e cumprimentou Zeus com um aceno, sussurrando um “pode deixar” para a Grace, que assentiu sentida.

Assim que eles saíram do elevador, Thalia deu de cara com Leo.

— Thalia por que você estava corren...senhor Olympus! — o latino arregalou os olhos levemente, passando a mão no cabelo como um reflexo.

— Correndo? — Zeus arqueou a sobrancelha, olhando para a filha.

— Quem? Onde? Tem que avisar que não pode correr no escritório, é perigoso! — Thalia alertou, olhando em volta, como se procurasse alguém correndo.

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— Se achar quem foi, lembre-se de repreender, agora vamos para seu escritório! — Zeus esperou a garota ir a frente, seguindo-a até seu escritório, porém parou ao ver Zoe, descendo o olhar por ela duas vezes, não reconhecendo. — Quem é aquela ali?

— Zoe, a chefe da produção de trailers, pa... — Thalia começou, porém foi cortada:

— Senhor Olympus para você!

A chefe franziu o cenho, mas apenas ignorou, entrando na sua sala e esperando seu pai passar à frente para fechar a porta.

Longos minutos se passaram durante a conversa dos dois, tanto que só foi interrompida pelo di Angelo, que abriu a porta se esquecendo de bater.

— Thalia....senhor Olympus! — o garoto arregalou os olhos ao vê-lo ali.

— Thalia? Que desrespeito é esse? E entrar sem bater? O que o senhor fez com essa mão hoje para que não bater? — Zeus arqueou a sobrancelha, repreendendo o menino.

Thalia aproveitou que seu pai estava virado para o moreno, levando a mão até a boca para conter a risada que estava querendo sair de todo jeito, suspirando baixinho para se recuperar.

— Pai...calma! — ela pediu, vendo-o se virar indignado.

— Calma? Você é superior a ele aqui, e eu quero o devido respeito com você!

— Pai!

— Thalia Olympus Grace! — Zeus esbravejou, fazendo-a o encarar, logo voltando seus olhos para Nico, que estava desconfortável.

— Desculpa senhor Olympus! Senhorita Grace, por favor me procure no meu escritório assim que possível, me desculpem novamente! — ele pediu, fazendo Thalia arquear as duas sobrancelhas em surpresa, não acreditando que ele tinha conseguido falar a palavra “desculpa”, ainda mais duas vezes em uma frase só.

— Bem melhor, agora nos dê licença! — Zeus pediu, vendo a porta ser fechada e finalmente ficar sozinho com sua filha, de novo – isso foi uma tremenda falta de respeito.

— Pai, ele só me chamou pelo meu nome, eu não vejo problema nisso.

— Filha, eu não quero saber o que você considera, eu só quero que todos tenham o devido respeito por você. Eu sinceramente espero ter escolhido a pessoa certa para passar a revista.

— O que está insinuando? — a garota levantou a sobrancelha, sentindo sua barriga revirar de raiva.

— Nada — o Olympus levantou as mãos em sinal de rendição.

O resto da conversa se passou voando, até que Thalia fora dispensada da reunião com seu pai e foi atrás do di Angelo, não sabendo ao certo se queria encara-lo ou não em uma sala sozinha.

Assim que bateu na porta e ouviu a permissão para entrar, ela atravessou o arco e se xingou mentalmente ao sentir as bochechas queimarem em vergonha, ficando parada de frente para a porta por alguns segundos, como se fosse difícil encontrar a madeira com o batente.

— Então... — Nico chamou a atenção dela, que suspirou e se virou corada, vendo o sorriso zombeteiro tomar os lábios do menino.

— Não fala nada, só o que me interessa! — ela alertou, sabendo que ele iria zoar ela por isso.

— Teve uma nova notícia, mas a revista já está cheia, então eu preciso tomar uma decisão: ou eu excluo uma matéria, ou aumento o número de páginas, o que pode custar bastante — Nico foi direto ao ponto, deixando para zoar depois.

— Qual matéria? — ela questionou, se aproximando e se sentando.

O di Angelo entregou o papel para a chefe, que leu com cuidado e avaliou o que deveria ser feito.

— Aumente o número de páginas — a Grace disse, já se levantando e rumando até a porta.

— Está com pressa, Grace? — Nico questionou, arqueando a sobrancelha, vendo-a parar antes de abrir a porta e se virar para ele.

— Estou curiosa com uma coisa, Nico... — ela começou, tendo um semblante inocente, até que fora rompido por seus lábios se abrirem em um sorriso malicioso. — Você terminou o serviço sozinho?

Thalia começou a rir enquanto via ele rolar os olhos e manter-se lendo algo no computador, ignorando completamente a garota.

— Aí desculpa eu não me segurei! — murmurou, secando lágrimas inexistentes embaixo de seus olhos. — Eu teria terminado, mas você quer coisas que não pode ter.

— Pare de me lembrar disso, por favor? — ele questionou frustrado.

— É só uma dica, não seja apressado da próxima vez — Thalia piscou para ele, saindo do escritório e o deixando para trás.

Ótimo, vai ter uma próxima vez! O di Angelo pensou consigo mesmo, rolando os olhos e tentando focar no que fazia, não no que fez.