Império
Beijo na testa
— Segura a escada para eu não cair, ok? – Nico questionou, não confiando muito nela, mas Thalia apenas assentiu e segurou esperando ele subir.
Era sábado, logo depois do almoço o di Angelo tinha combinado com ela para que ambos fossem arrumar tudo para o chá de Annabeth, então no momento ele se encontrava tirando as medidas necessárias.
O calor estava insuportável, mas eles não poderiam ligar o ventilador graças ao que faziam e nem o ar condicionado, já que tudo estava entulhado na varanda a deixando aberta, portanto Nico havia optado em ficar sem camisa e manter sua calça jeans negra e seus tênis, enquanto Thalia usava um short de moletom negro e uma regata branca.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!De vez em quando a garota não conseguia segurar a curiosidade e ficava o observando, já que o corpo de Nico merecia uma bela de uma atenção, e ele sem camisa não ajudava muito.
Até que o telefone tocou e ela lançou o “foda-se” para a ordem de Nico de segurar a escada para que ele não caísse, saindo dali normalmente e indo até o celular, atendendo e vendo o moreno a xingar e tentar não respirar e nem fazer movimentos bruscos para que nada escorregasse ou saísse do lugar.
— E aí, maninha, o que você está fazendo?
— Eu? Estou ocupada no momento, Jay, e você? – Thalia respondeu, arregalando os olhos ao notar que a escada estava deslizando no chão.
— Eu ia te chamar para vir aqui, mas já que...- Jason se interrompeu ao ouvir um estrondo alto do outro lado da linha e ouvir sua irmã gritar em uma voz aguda algo parecido com “Nico” ou “Tico”. – Espera, Nico? Ele tá aí?
— Não é o que você tá pensando! Calma, Jason, já falo com você! – Thalia desligou a ligação, indo até o garoto que gemeu baixo encolhido no chão – ah, você tá vivo! Desliguei o telefone à toa!
— Cala a boca...- Nico retrucou entredentes, rolando para o lado e respirando fundo, sentindo uma dor nada boa em seus joelhos e braços – quase que eu vou parar no térreo de uma forma prática! Nem adianta negar, vi a preocupação nos seus olhos e ouvi na sua voz.
— É claro! Se você morresse eu meio que ia ser a culpada, né? Porque larguei a escada!
— Exatamente, você largou a porra da escada que eu falei para não largar!
Thalia rolou os olhos e esticou a mão, tentando o puxar para cima, jogando o corpo para trás, fazendo seu pé escorregar inúmeras vezes, chutando Nico em todas elas, que nem ao menos se mexia com os esforços; até que ela escorregou demais e foi com tudo de bunda no chão, levando suas pernas para o alto, que caíram sobre o abdômen dele, e o braço do di Angelo caiu pesado sobre sua barriga em um tapa acidental.
— Você matou nosso filho! – ela resmungou, dando risada se juntando a ele que ria também, ao mesmo tempo que a porta fora aberta de surpresa por Luke, que franziu o cenho ao escutar o que ela disse e vê-los enrolados no chão rindo.
— Eu...perdi alguma coisa? – o loiro arqueou a sobrancelha e arregalou os olhos levemente.
— Só o meu tombo lindo...e o trágico dele – Thalia soltou a mão do garoto, respirando fundo e tirando as pernas de cima dele, rolando no chão até estar livre do perigo e se levantando.
— Veja pelo lado bom, eu caí de cima de uma escada e estou ileso! Talvez tenha dois roxos no meu joelho e alguns ossos expostos, mas tá tudo bem! – Nico deu de ombros, se levantando também, só que meio desajeitado.
— Você caiu de uma escada? – Luke arregalou os olhos mais ainda, fechando a porta atrás de si – afinal, o que vocês estavam fazendo?
— Arrumando as coisas para o chá de bebê da Annabeth! – a garota respondeu, se espreguiçando.
— Então vocês fizeram as pazes? – o Castellan questionou com um meio sorriso, vendo os dois se entreolharem e darem de ombros.
— Mais ou menos – Nico respondeu.
— Defina mais ou menos – o loiro tombou a cabeça o lado.
— Ah, normal, funcionário, chefe...só não somos um casal! – o di Angelo respondeu, fazendo um joinha e voltando a atenção para a escada que estava no chão – o que eu vou fazer com você?
— Aproveita que o Luke tá aqui agora e arrasta ele para ajudar! Aposto que ele vai adorar ficar embaixo da escada segurando ela para você! – Thalia disse inocentemente – enquanto eu faço alguma coisa refrescante para tomarmos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!A Grace foi para a cozinha, preparando uma limonada para todos enquanto escutava a conversa render cada vez mais entre os dois garotos, que começaram a descontrair juntos enquanto Nico tirava as medidas certas das paredes, até que a garota voltou para a sala e encostou no balcão, observando-os enquanto tomava a limonada, esperando eles terminarem para dar a deles.
Em um movimento rápido, Luke subiu a mão e passou no abdômen de Nico, que arregalou os olhos e levou um susto com isso, fazendo a Olympus começar a rir e quase engasgar com sua limonada.
— Que isso? Estou sendo abusado aqui! – o di Angelo negou em reprovação, lançando um olhar acusador para o loiro, que deu de ombros.
— A intenção era ir um pouco mais para baixo, mas você se mexeu na hora então...
— Luke! – Thalia repreendeu, mesmo que estivesse se divertindo muito com o que ele fazia.
O Castellan deu de ombros novamente e sorriu travesso, esperando para que Nico voltasse a tirar as medidas para dar um tapa em sua bunda, o fazendo chocar a mão contra a testa e suspirar.
— Eu mereço!
— Você merece muito mais que isso, meu querido! – Luke lançou uma piscadela para ele, que deu risada, acompanhando Thalia.
— Meninos, não querem parar? Fiz limonada e vai esquentar – a Grace apontou para a jarra ao seu lado no balcão, e assistiu Nico descer lentamente e Luke apenas soltar a escada quando ele estivesse em segurança no chão – aliás, Luke, por que você está aqui?
— Estou atrapalhando algo que deveria acontecer? – ele rebateu, fazendo a garota levantar as mãos em sinal de rendição.
— Claro que não, é que você costumar avisar que está vindo aqui!
— Eu estava aqui perto e resolvi entrar, não estava fazendo nada, sabe como é, né?
— Você nunca faz nada – Thalia negou em reprovação - Você não quer me contar por que o Nico tá aqui?
— Talvez...- o loiro respondeu sincero, fazendo Nico assentir e pegar o copo e a jarra, indo para outro cômodo longe dos dois para que pudessem conversar a sós.
— Agora, desembucha!
— Hermes descobriu – soltou de uma vez, fazendo-a arregalar os olhos.
— E aí? O que houve? Como? Onde? Quando?
— Ele me perguntou quando eu iria assumir o que rolava entre eu e você, porque sim, ele achava que a gente se pegava! Aí ele ficou por um tempo batendo na mesma tecla até que eu meio que explodi e gritei um “sou gay” na cara dele...bem, ele ficou estático sem saber o que fazer e eu sai! – Luke contou, lembrando-se da cara que seu pai havia feito para ele.
— Eu acho que ele ficou estático porque é meio pesado soltar isso do nada, mas tenho certeza que vai estar tudo bem quando você voltar para casa, ok? – ela o puxou para um abraço.
— Eu espero que esteja, viu? – resmungou, se aninhando nos peitos da amiga, que deu risada.
— Daffy também gosta de ficar aí, eu não entendo o que meus peitos têm demais nisso!
— Eles são grandes – Luke levou sua mão até ali, apertando-os – e o Daffy deve achar quentinho!
— Ah..., ta?!
— Nico, pode vir para cá, já disse o que eu precisava! – o Castellan chamou o garoto, se desvencilhando da amiga e parando de apertar seus seios, porque seria um tanto estranho o menino presenciar isso.
— Por que você está com essa cara estranha, Thalia? – o moreno questionou.
— Nada não! – a Grace tentou ocultar que falavam de seus peitos, mas Luke resolveu ser sincero:
— É que eu falei que os peitos dela são grandes, não são, Nico?
Nico se segurou o máximo possível para não olhar para os seios da garota, que chocou a mão contra a testa ao sentir suas bochechas queimarem. E pensar que já tinha tirado a roupa na frente dos dois juntos!
— Eu acho que não devo falar sobre isso...- ele murmurou meio constrangido, o que fez um sorriso de canto surgir nos lábios do Castellan.
— Boa saída! – Thalia murmurou baixinho.
— Você deve estar se perguntando por que estamos falando dos seios dela, né? Então, eles são confortáveis, você sabe bem disso, né, Nico? Você já apertou muito, colocou na boca...- o loiro foi cortado por um tapa forte que recebeu no braço, soltando um gemido baixo – aí, Thalia!
— Luke! – ela negou em reprovação, corando violentamente e se virando de frente para o balcão, respirando fundo para ver se amenizava a vergonha que estava sentindo no momento.
— O que? Você tem sorte que eu não falei da sua bunda! – ele observou ela levar as mãos para a bunda – sério, se eu fosse hétero eu adoraria meter com você de quatro, né, Nico?
O moreno cobriu o rosto e negou em reprovação, chegando à conclusão que Luke queria empurrar os dois um para o outro, se xingando por ser tão pálido, já que deveria estar parecendo um pimentão no momento.
— Luke! – Thalia bateu novamente no garoto – eu vou tomar banho! – ela saiu em direção ao banheiro o mais rápido possível.
— Ah, pensei que ia me convidar para ir junto ou o...- o loiro começou, mas antes que conseguisse terminar a frase, foi cortado por um grito:
— LUKE!
— Ok, parei! – ele levantou as mãos em sinal de rendição, parando com as brincadeirinhas vulgo indiretas/diretas que mandava para Nico, já que sabia que eles haviam feito tudo isso e muito mais – mas então, Nico, você é cem por cento hétero mesmo?
— Sou! Sou sim! – o di Angelo se apressou em responder, indo para a cozinha e abrindo a torneira, jogando água no seu rosto para diminuir a vermelhidão pelo constrangimento que havia passado ali.
— Como sabe? Já beijou outro homem?
— Ah..., já?!
— Já?! – Luke quase gritou, arregalando os olhos – como assim?
— Festa da Diamonds, gente bêbada, amigo meu...é isso aí, chegue nas suas conclusões!
— Ele é gay? Ele é gato? Gostoso? Quem é? Desculpa, eu to precisando de um boy!
— Sim, sim, sim...não vou te dizer, mesmo caso que você, não assumido!
— Poxa, magoou!
Depois que Thalia voltou do banho, eles decidiram voltar a decorar, dessa vez sem piadinhas, mesmo com Luke insistindo para que o moreno contasse quem era o boy, as horas passaram voando e o loiro decidiu que estava na hora de encarar o pai de novo, dizendo que ligaria para Thalia para dar as notícias quando chegasse.
O caminho até a mansão do Castellan foi silencioso e apreensivo, já que ele não teve a coragem de ligar o rádio e quase sempre se pegava prendendo a respiração, até que estacionou o carro na garagem e saiu, respirando fundo e entrando na casa, vendo Hermes sentado no sofá com uma pose relaxada demais.
— Pai? – chamou, vendo o homem se virar inexpressivo e sorrir ao ver que era ele.
— Senta aqui, filho – pediu, batendo no lugar ao seu lado, o que fez o loiro caminhar até ali hesitante e se sentar – a quanto tempo você sabe? Que você percebeu que não sentia atração por mulheres?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Lembra quando Zeus pegou eu e Thalia no quarto? Fazendo coisas improprias? Pois bem, eu já tinha conhecimento desde aquela época disso, tanto que eu não toquei nela naquele dia e ela não tocou em mim!
— E por que nunca me contou?
— É meio estranho, o baque quando você descobre isso é bem maior consigo próprio porque você não consegue assumir para si próprio isso, porque sente que é uma vergonha, sabe? Mas com o tempo eu percebi que não deveria temer o que eu sentia, então esperei mais um pouco até eu te dizer.
— Thalia sabia?
— Sim, assim como um amigo dela. Foi ela que me ajudou a perceber isso.
— Você namora?
— Não! – Luke se permitiu rir – mas de vez em quando estou saindo com alguém.
— Fico feliz que tenha contado para mim, ok? – Hermes sorriu e abraçou o filho com um sorriso – e se você quiser contar para mais alguém, saiba que eu vou apoiar você e estarei do seu lado!
— Obrigado, pai! – ele sorriu e foi solto, subindo para seu quarto e pegando o celular, discando o número de Thalia – menina você não sabe!
— O que? O que houve? – Thalia questionou sonolenta, já que estava deitada no sofá enquanto Nico terminava de montar a mesa do chá de bebê.
— Ele disse que me apoia no que eu quiser fazer, quase que eu chorei litros ali com ele, foi tão fofo!
— Eu fico feliz, eu disse que Hermes iria entender – a Grace sorriu, mirando o nada enquanto ele explicava como tinha sido de uma forma resumida, até que ele encerrou a ligação e a garota se arrumou no sofá, se encolhendo mais e caindo no sono.
Nico terminou de montar a mesa e notou que ela dormia profundamente, ligando o ar condicionado para dar um ar refrescante na casa e vestindo a camisa pronto para ir embora, chegando perto dela e se agachando a sua frente.
Pegou uma mecha de cabelo que estava em seu rosto e colocou para trás da orelha, se aproximando para deixar um beijo em sua testa, porém, assim que chegou perto o suficiente, Thalia abriu os olhos e chegou para trás assustada, fazendo-o pular e levar as mãos para o peito, sentindo suas bochechas queimarem de imediato.
— Mas o que diabos...?
— Beijo na testa...sabe? Gentil, fofo, sem segundas intenções...- Nico respirou fundo, tentando acalmar seu interior.
— Você me assustou! – ela retrucou, suspirando alto e voltando a uma pose confortável.
— Eu estou indo embora, ok? Amanhã venho cedo para te ajudar a arrumar a decoração...- ele apontou para a porta atrás de si, fazendo-a assentir.
— Ah..., Nico? – chamou antes dele sair, chamando sua atenção – pode...sabe, pode beijar minha testa, eu deixo!
O di Angelo bagunçou os cabelos meio constrangido, mas riu e voltou até o sofá, se abaixando na frente dela e sorrindo minimamente, deixando um beijo em sua testa demorado e se afastando de leve, mantendo seus rostos próximos, sentindo o hálito dela bater contra sua boca entreaberta. Porém assim que ele iria chegar um pouco mais para frente, ela chegou para trás e sussurrou um “tchau, Nico”, fazendo-o se levantar corado e rumar a porta, se despedindo dela e saindo do prédio inebriado.
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