Improváveis

Capítulo VI - Parte I


Dizer que Naruto dormiu seria o mesmo que contar uma piada sem graça.

O loiro rolou bastante na cama e deu alguns cochilos, nas raras vezes em que foi vencido pelo cansaço do dia. Mesmo sabendo que precisava estar o mais descansado possível, nem isso adiantou para lhe fazer dormir. O olhar triste e magoado de Konohamaru o atormentava, por mais certeza que tivesse em seu interior, que tudo daria certo no dia seguinte.

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“Hoje” A voz de sua consciência o lembrou, mas não bastasse, ele olhou no relógio de cabeceira para confirmar.

04h45min mostravam os números verdes do visor digital.

Sabendo que logo precisaria levantar, o loiro resolveu adiantar-se, afinal, não adiantava nada ficar na cama se culpando.

Nesse momento, ele lamentava não ter nenhuma boa referência literária para comparar a sua situação, e o mais próximo disso que rondava sua mente não era muito animador... Pois vamos combinar, pais e filhos deve ter sido uma canção escrita com o único fim de fazer as pessoas chorarem. Depois de uma discussão com o filho e as vésperas de adentrar um bairro perigoso numa missão policial, onde tinham pessoas que você havia jurado ajudar, ficar com a mente tilintando:

“É preciso amar as pessoas

Como se não houvesse amanhã

Porque se você parar pra pensar

Na verdade não há”

...Definitivamente não era animador.

Prendendo suspiros, o loiro entrou na cozinha de seu apartamento, perguntando o que seus pais fariam em seu lugar. Ah, como ele gostaria de pelo menos conseguir imaginar uma resposta... Contudo, suas próprias questões familiares eram mais complexas que um simples imaginar então obrigou-se a utilizar o tempo que tinha antes de sair, de forma produtiva.

Abrindo algumas portas e juntando alguns ingredientes e utensílios da forma mais silenciosa possível, o Uzumaki acabou por preparar um bolo de laranja (conhecimento culinário recentemente adquirido). O bolo era bem simples e além do benefício de poder ser feito todo a mão, Konohamaru tinha adorado o sabor.

Antes que Naruto percebesse, já estava na hora de tirar o bolo do forno e tomar banho para sair. O banho que ele tomou foi bem rápido, mas só teve tempo de passar o café antes de passar no quarto de Konohamaru, para vê-lo, antes de sair.

O loiro entrou no quarto do adolescente silenciosamente e a cena que viu fez seu coração se apertar mais um pouquinho. Konohamaru permanecia quase na mesma posição que Naruto deixara depois de lhe desejar boa noite.

O moreno estava apenas um pouco mais inclinado – provavelmente pelo cansaço- e suas mãos estavam postas, uma sobre a outra, ainda que um pouco tortinhas devido a posição desconfortável que o garoto se encontrava. Quando era mais novo, o garoto havia dormido com as mãos daquela mesma forma por muitas noites. Isso havia acontecido em duas ocasiões, quando seu avô havia morrido e assim que foi adotado, pois o tio que tinha e que sempre foi distante da família não se sentia capaz de cuidar do menino, abrindo mão da responsabilidade de sua guarda facilmente.

Naruto quis ajeita-lo na cama, para que dormisse melhor, mas o mesmo tempo temeu acordá-lo. Angustiado, o loiro optou por não fazer nada que pudesse perturbar o sono do garoto, no entanto, antes de sair do quarto parou na escrivaninha de estudos do moreno, escrevendo um bilhete para ele e saindo em seguida, tão silenciosamente quanto entrou.

(...)

Um homem alto e forte olhava pela janela, entretanto nada via a sua frente.

Apenas a névoa da madruga, ofuscando uns poucos feixes amarelados de luz, era visível. A suas costas um verdadeiro arsenal de armas de fogo carregadas descansava, contrastando com tinido retilíneo que ele produzia a cada movimento que fazia ao polir sua espada.

Não fosse o cenário assustador o bastante por si só, a espada que recebia o polimento aparentava possuir o mesmo tamanho do homem. Para completar o cenário sinistro, alguns metros de distância do homem o corpo de um velho, aparentando ter entre os cinquenta e sessenta anos, jazia inconsciente e fedendo a álcool e a própria urina.

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O medo muitas vezes era capaz de produzir tal sintoma e odor fétido.

O espadachim deixou escapar um olhar de escárnio para o corpo do velho, perguntando-se quando alguém viria limpar sua sala. Havia sido trago até ele, desconfianças que o velho em questão poderia estar lhe traindo, contudo, o espadachim duvidava que o velho fosse mesmo capaz de lhe representar esta ou qualquer ameaça.

Não poderia, não sendo covarde como demonstrou e como sua figura inconsciente e malcheirosa evidenciava. Soltando um último olhar enojado para o velho, o homem voltou a olhar pela janela.

Sempre detestou covardes.

Não seria um favor, se resolvesse limpar o mundo daquele que emporcalhava sua sala? ”

(...)

Mal havia fechado a porta atrás de si, Naruto deu de cara com Ebisu.

— Obrigada por vim tão cedo. – O loiro agradeceu, encostando-se no batente da porta – Konohamaru está um pouco... chateado... Talvez ele não esteja tão fácil hoje, mas cuide dele, sim? – Pediu.

— Claro, senhor. – O homem esguio respondeu – Não se preocupe.

—Ah, antes que eu esqueça... – Desencostou-se da porta – Ele continua de castigo, mesmas regras.

— Certo.

— Bem, tenho que ir... – Disse sentindo o celular vibrar em seu bolso, alguém o ligava – Qualquer coisa eu te ligo.

— Certo. – Ebisu repetiu outra vez, antes que o loiro lhe desse as costas e fosse em direção aos elevadores.

Dentro do apartamento, Konohamaru tinha acabado de ler o bilhete que Naruto lhe deixara. O moreno o segurava com força e cuidado para não amassar quando ouviu o bater da porta do apartamento sendo fechada.

“Minha ‘babá” deve ter chego...”— O garoto pensou com ironia, mas internamente agradecia, pois, quem sabe Ebisu pudesse lhe ajudar a distrair um pouco a mente?

(...)

— Novidades? – O loiro questionou, enquanto o elevador descia tranquilamente.

— Eu que pergunto... – Sasuke respondeu, do outro lado da linha – Tazuna deu alguma notícia? – Quis saber.

Naruto suspirou.

Tazuna, um brilhante arquiteto em decadência e também um de seus informantes.

Muitas reviravoltas levaram o homem outrora influente e com posses ao Bairro da Névoa. Naruto, certa vez, perguntou-se se era possível alguém decair mais, contudo a resposta a essa questão não lhe agradou.

As reviravoltas familiares que sucederam a vida do homem, no entanto, pareciam ter causado o mesmo efeito catalizador que jogar álcool sobre o fogo. Mas esta era uma metáfora infeliz, pois a cada queda que a vida lhe proporcionava, ele afundava-se um pouco mais no alcoolismo.

— Não desde segunda... – Naruto respondeu, torcendo para que o homem não tivesse tido outra recaída, ou pior, pois por mais dura que a vida estivesse sendo, ele ainda tinha um neto para cuidar.

— Hun...- Um silêncio sucedeu-se na linha, Sasuke parecia ponderar algo – Um momento Naruto... – Falou finalmente e o loiro pode ouvir o Uchiha emitindo comandos abafados ao fundo. – Temo não ter boas notícias. – Sasuke falou com sua voz mais profissional, a essa altura, Naruto já estava no estacionamento.

— Seja mais especifico. – O loiro pediu, no mesmo tom, abrindo a porta de seu carro.

— Nessa madrugada recebemos a informação que a segurança dele pode ter sido comprometida.

Kuso!— Naruto fechou os punhos contra o volante do carro, que ainda encontrava-se imóvel - E Inari, alguma notícia do garoto? – Naruto quis saber sobre o neto de Tazuna.

— Nada ainda, mas já designei uma equipe para procurar por eles durante a operação. – Sasuke disse. – Eles vão ser encontrados. – Garantiu – Só venha para o endereço que te passei ontem, a equipe policial que acompanhará você e os membros da Fundação já foi designada.

— Certo. – O loiro respondeu, mas não conseguiu transmitir a segurança que queria. O amigo o conhecia bem.

— Faremos o melhor, Naruto.

— Obrigada. – Foi o que Naruto respondeu e desligou.

Ele tinha plena convicção que todos os envolvidos nesta operação fariam o melhor. Mas, o loiro sabia também que isso não garantia a salvação de todos, principalmente daquelas pessoas que nem ao menos eram vistas pela sociedade normalmente.

(...)

Hinata acordara cedo naquele sábado.

Seu corpo muito acostumado a não ter horários definidos não reclamou, pode-se dizer até que agradeceu quando ela pulou da cama e abriu a janela. Um agradável vento gelado balançou as cortinas e circulou pelo ambiente.

A manhã certamente seria fria, ela pode deduzir, mas isso não seria problema para ela. A casa da família estava localizada no melhor bairro da cidade em vários termos. Localização, segurança, lazer e também era a parte da cidade mais arborizada e com o clima mais estável ao longo do ano.

Respirando fundo o ar gelado, a morena resolveu que voltaria a fazer ioga, logo depois fizesse sua higiene matinal, afinal o dia seria longo e agitado, nada melhor que relaxar e preparar um pouco seu corpo para as emoções do dia.

Estava muito animada para passar um tempo inteiramente dedicado a sua família.

(...)

— Muitas vidas estão em nossas mãos. – Sasuke falava, a voz firme e séria. – Como sabemos, ocorreram alguns confrontos isolados em alguns pontos da Névoa... – Apontou alguns pontos em um mapa. Neste momento, Naruto adentrava a sala silenciosamente, pois a reunião já havia começado. – A equipe B vai se dividir por esses pontos. Monitorar, reportar e conter. – O Uchiha instruiu. A sala que normalmente poderia ser qualificada como grande, havia ficado pequena com facilidade ante ao grande volume de pessoas nela. Pelo que observa, Naruto pode perceber que toda a equipe envolvida na operação estava lá dentro, “ou quase toda...”— Esses conflitos indicam também um confronto eminente...

— Que pode ou não acontecer hoje... – Um agente de cabelos castanhos claro observou. Ele fazia parte da equipe B.

“Onde estão a Sakura e o Kakashi? ” Naruto se perguntava, olhando discretamente ao redor, mas sem vê-los.

— Exato. – O moreno concordou. Em resposta, alguns murmúrios baixos foram ouvidos – Silêncio! – Sasuke Advertiu, sem demora – Selecionei os profissionais mais competentes e habilidosos, não? – Inqueriu com severidade. Era sabido que o moreno não era a pessoa mais paciente na sala, contudo nesta missão ele tinha tanto a perder quanto a maioria dos presentes – Se um confronto acontecer, estaremos preparados. Não precisamos contar com a “sorte” – O moreno disse a palavra com certo desgosto, não acreditava nela. As pessoas faziam seu próprio destino. – Alguém tem alguma pergunta?

— Não. – Os policiais responderam em coro.

— Ótimo! – O Uchiha acenou positivamente – Com exceção as pequenas modificações indicadas no início dessa reunião, todos os planos e posições ficam mantidos. Nosso foco continua a captura do chefe do crime organizado, o Demônio do Gás Oculto... e seus comparsas – Sasuke ponderou, vez que o homem em questão era tão confiável quanto confiava em alguém para cumplice – Mas não se esqueçam, temos o dever de proteger os moradores do bairro, manter os informantes a salvo e tão importante quanto prender o chefe do crime organizado, localizar as crianças utilizadas que ele utilizava para manter a atividade criminosa funcionando. Entendido?

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Novamente, as vozes em coro responderam, desta vez, afirmativamente.

— Liberados então, podem tomar posição. – Encerrou a reunião.

Aos poucos, todos foram saindo, até que só restou Naruto na sala.

— A sua equipe já está com a escolta, pronta para sair. – Sasuke respondeu à pergunta implícita do loiro, caminhando até a porta. Naruto queria ter se sentido mais aliviado com a resposta, mas sentiu que algo não explicado ficou pairando no ar. – Karin! – Sasuke chamou, parado a porta – Poucos segundos depois uma ruiva adentrou o cômodo - Ela vai te acompanhar até eles, nós nos falamos no final da operação...

— Certo... – Naruto respondeu, sem ter muita certeza realmente, pois seus nervos já começavam a se agitar em antecipação – Nos vemos logo! – O loiro disse, vendo o amigo andar, todo sério, porta afora.

— E Naruto? – Sasuke chamou, fazendo uma pausa - Não saia daquela van, entendeu? – Advertiu uma última vez - Fique vivo!

Naruto sorriu, cruzando um dos braços atrás da cabeça.

— Você também, Uchiha...

(...)

Salvar vidas não era algo tão simples. Exigia dedicação eterna e atenção plena ao atuar, Hiashi sabia bem disso. Mas nem amar pelo que fazia lhe livrava do cansaço.

Ele sentia-se tão cansado quando saiu da última cirurgia. O procedimento havia durado um pouco mais de dez horas e ele já tão tinha o mesmo vigor de quando tinha uns 20 anos a menos. Já estava sonolento, quando começou a atualizar do mundo fora do hospital.

Do interior do táxi em que se encontrava, pois não tinha condições de dirigir tamanha quantidade de sono que o invadia, o corpo do patriarca Hyuuga entrou imediatamente em alerta, contrariando todo o cansaço acumulado.

Definitivamente, ele não estava preparado para o conteúdo das mensagens que recebeu de ambas as filhas. Por um momento, ele sentiu-se culpado por passar tanto tempo cuidando de desconhecidos e quando suas meninas precisavam dele, ele acabava por saber apenas horas depois. Será que um dia, em sua ausência, algo poderia afete-las irremediavelmente sem que nada ele pudesse fazer para ajuda-las?

Aquele pensamento o fez se arrepiar, mas também trouxe-lhe a imagem de Hinata a mente. Em seu silêncio e ausência, havia sido muito duro com a filha mais velha. Que suporte Hanabi teria se ela não estivesse lá?

Pedindo para o motorista seguir com mais rapidez, ele havia relido algumas vezes as mensagens das garotas. Ao passo que se aproximava de sua residência, ele também se acalmava. Não sabia como Hinata havia conseguido o contato pessoal do proeminente filho dos Nara, mas não hesitou em chamar o número indicado.

Poucos segundo após ligar, ele já estava sendo atendido. Hiashi ficou surpreso em ser atendido logo na primeira tentativa, em um sábado de manhã. Olhando em seu pulso, o moreno verificou a hora, mal havia dado seis horas da manhã.

— Bom dia... Desculpe incomoda-lo tão cedo... – Hiashi começou – Sou Hyuuga Hiashi, minha filha me passou seu contato.

Do outro lado da linha Shikamaru bocejou. “Eu não estava dormindo mesmo...” O Nara pensou com certo gosto e com certo desgosto, mas respondeu educadamente seu novo cliente.

(...)

— Sem problemas... – Shikamaru respondeu, querendo estar dormindo e tentando se lembrar o porquê de ter escolhido uma profissão que implicava tantas responsabilidades - Ela me mandou uma mensagem avisando que o senhor poderia entrar em contato.

Enquanto iniciava uma conversa com Hiashi, Shikamaru afastou os caros lençóis de seda de seu corpo, saindo da cama. Com sua ausência, uma mão feminina cobriu o travesseiro que ele devia estar ocupando.

— Sua fachada de preguiçoso foi apenas para me iludir, não foi? – A loira perguntou sonolenta, aconchegando-se no travesseiro dele.

Shikamaru olhou-a e vendo o lençol deslizar, revelando o corpo nu e convidativo da loira, ele sorriu. O moreno desejou poder voltar para cama, pouco importando-se se ficasse sem dormir novamente. Ela era o melhor motivo para lhe tirar o sono.

— Sim... Já estou a par da situação – O moreno respondeu, procurando por sua cueca. Lembrava-se o quanto foi constrangedor a última vez esteve com Temari e um dos irmãos dela apareceu, encontrando-os em situação semelhante – Temos alguns protocolos a seguir... – Continuou a falar, instruindo o senhor Hyuuga.

Contudo, seria preciso mais que Hyuuga Hiashi para mantê-lo longe daquela cama... Esforçando-se para manter seu foco múltiplo ativo, o moreno ligou a TV do quarto, tendo o cuidado de mantê-la no mudo. Não queria acordar a loira, pois sua namorada brava era algo com o qual ele não sabia lidar.

“Namorada” A palavra ressoou pelo Nara “Eu posso chama-la assim, não posso? ”

Mas esses pensamentos não ganharam espaço na mente do moreno. Obrigando-se a manter o foco devido, ele manobrou seus pensamentos para se concentrar apenas na ligação e na TV.

Logo os noticiários explodiriam, tentando fazer a cobertura da mesma notícia. O quanto seus planos seriam eficazes para manter longe da mídia o envolvimento direto de Naruto nessa operação policial, até que esta chegasse ao fim, pelo menos?

(...)

— Ino? – Foi a primeira coisa que Naruto disse, depois de abrir a porta da Van, voltando o olhar muito rapidamente para a ruiva inabalável ao seu lado.

— Calma ai priminho... – Karin respondeu, rebatendo o olhar acusador do loiro – Não sei nada sobre isso... – Respondeu referindo-se a equipe da Fundação e deu de ombros – Depois você pergunta para o chefe... – Completou, referindo-se ao Uchiha – Mas agora, trate de seguir o procedimento, não estou aqui para ser sua babá... – Disse dando uns dois toques nas costas de Naruto, para que ele entrasse logo na van.

— Sempre tão encantadora... – Naruto ironizou a prima, rolando os olhos, mas entrando no veículo.

Desde que descobriram o parentesco, eles haviam adquirido o hábito de se provocar... Independentemente da situação na qual estavam inseridos.

Segurando a porta da van, ela fez uma careta pra ele.

— A loira vai ficar com você, tem o motorista e mais uma policial lá na frente – Indicou apontando para cabine do motorista, as cotas do loiro – Eu vou fazer companhia para vocês também – Sorriu apenas para provocar o primo – O último membro da sua equipe, vai estar na outra Van, com outra equipe policial.

— O último membro... – Naruto quis saber, apenas para confirmar suas suspeitas. A um banco de distância do loiro, Ino encontrava-se sentada, calada e muito compenetrada, evitando encara-lo.

— O Hatake. – Karin esclareceu, contudo, sua resposta não satisfez o loiro.

“Por que a Sakura não está aqui? ” Ele se perguntava, lembrando-se que a rosada não havia mencionado nada sobre desistir de participar da operação, muito pelo contrário, ela estava empolgadíssima.

“Tem dedo do Sasuke nisso! ” Naruto concluiu, por fim.

Ele gostaria de ter perguntado a Ino o que estava acontecendo, o silêncio da loira super-falante evidenciava que ela sabia algo. Mas ele não teve a oportunidade de comunicar-se com ela. Parecendo adivinhar suas intensões, Karin num piscar de olhos estava sentada entre ele e Ino, impedindo qualquer comunicação direta.

— As barbies não precisam ficar com essa cara. – A ruiva se pronunciou, cruzando os braços – A van é blindada.

Recebendo o olhar carrancudo deles em resposta ante ao apelido, a ruiva não se abalou. Era de conhecimento geral que a equipe policial não aprovava a participação deles naquela operação policial, mas ainda assim, foram obrigados a engoli-los.

“Excelentes profissionais tendo que fazer o trabalho de babá...Será ao menos que eles se dão conta da dimensão do evento em que estão se metendo? ” Ela pensava inconformada, mas seguia em silêncio.

“Ah, Uchiha! Essa vai para sua conta! ” Karin prometeu em pensamentos quando a Van começou a se mover.

(...)

— Hinata? – Hiashi perguntou surpreso, ao ver a filha mais velha próxima a piscina.

Do ângulo que Hinata estava em sua posição de ioga, Utthita Trikonasana, ela pode ver apenas parte do corpo do pai.

— Bom dia pai! – Ele respondeu, tentando manter a postura e a respiração equilibrada enquanto ele se aproximava – Não sabia que tinha chegado.

— Acabei de chegar. – Ele respondeu, observando-a – Não sabia que praticava ioga.

— É recente... – Ela disse saindo daquela postura, para a postura do guerreiro II, assim ficava mais fácil de encará-lo – Nossa, o senhor parece cansado! – Ela completou ao conseguir ver o rosto do pai, ele tinha olheiras indisfarçáveis.

— Um pouco... – Ele riu, em meio ao cansaço. Havia se esquecido como era bom essa espontaneidade vinda de Hinata, mesmo quando o alvo era ele. – Ouça, minha filha, preciso conversar com você, mas não quero atrapalhar sua prática...

— Pai, eu...

— Pode terminar Hinata! – Tratou de tranquiliza-la – Eu li suas mensagens e já entrei em contato com o Nara, isso também é algo sobre o qual eu quero falar, mas pode terminar aqui... Eu vou estar no escritório! – Concluiu, beijando a testa da filha mais velha.

Surpreendida pelo carinho, Hinata permaneceu imóvel em sua posição, mal se dando conta de ver o momento em que o pai voltou para dentro da residência. E mesmo quando a morena conseguiu recuperar-se da surpresa, pensamentos sobre o quanto seu pai havia mudado dominaram-na até o fim da prática, quando ela correu para o escritório do pai.

Não é que Hiashi não fosse carinhoso. Do modo dele, Hinata sabia que ele era. Mas ele nunca foi dado a demonstrações físicas de afeto, isso ela sabia bem. A morena poderia contar nos dedos as ocasiões em que ele havia lhe abraçado ou beijado por iniciativa própria.

Hinata deu três toques na porta do escritório antes de ouvir a permissão para entrar. Aquele era um dos poucos cômodos da casa que ela não havia visitado ainda, desde que chegara. Talvez isso fosse um reflexo de seus tempos de criança, onde aquele era o cômodo mais impenetrável da casa.

— Sente-se, por favor. – Ele pediu calmamente. Hinata sentou-se um pouco temerosa à frente de Hiashi, que tinha os cotovelos encostados na mesa. Ele sorriu – Não precisa fazer essa cara, você não é mais uma criança levada...

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Hinata ruborizou com o comentário. Inéditas foram as vezes que não entrou naquela sala só para levar uma bronca. Quando criança e acompanhada de Neji então... Nessas vezes ela tinha certeza que ele sairia imune, ela por outro lado nunca escapava.

— O que o senhor queria falar?

— Bem... – Ele ponderou, cruzando as mãos embaixo do queixo, apoiando-o – Eu queria lhe agradecer por ter cuidado de sua irmã tão prontamente e também, lhe pedir desculpas.

Hinata encarou o pai com os olhos arregalados, sem saber qual parte da frase dele a espantara mais. Em seguida, com um brilho mais cismado no olhar o observou com mais cuidado, semicerrando um pouco os olhos, como se assim fosse vê-lo melhor.

O moreno riu.

— Tudo bem, tudo bem... – Ele gargalhou ante a expressão da menina. Merecia aquele olhar desconfiado. – Você me pegou, sou eu Hizashi! – Ele brincou, mas Hinata arregalou os olhos novamente, parecendo acreditar em suas palavras.

Hiashi balançou a cabeça negativamente para si mesmo, descruzando as mãos. “Que reputação eu construí para até minha filha ficar em dúvida se sou eu ou meu irmão, ao me ver sorrir?” Ele perguntou-se recriminando-se. Talvez as desculpas que pretendia pedir devessem se estender por vários anos atrás.

— Ficou mesmo em dúvida? – Ele perguntou.

— Desculpe... – Hinata pediu, abaixando um pouco a cabeça, confirmando as dúvidas dele.

Enquanto a morena imagina o qual seria a reação da irmã, quando ela contasse esse episódio, o pai dela suspirou e voltou ao seu habitual tom sério.

— Creio que eu deva ter a culpa por isso... – Ele ponderou – Mas falei sério minha filha.

— Não precisa me agradecer pelo que fiz pela Hana. – Hinata respondeu, recuperando sua aura adulta – Mas não entendo pelo que está se desculpando. – Foi a vez do patriarca abaixar um pouco os olhos, por um momento. Respirando fundo, ele respondeu.

— Desculpe pelo meu comportamento depois que você saiu na quinta-feira. – Ele disse, olhando-a – Você já uma mulher adulta, eu sei... Embora mesmo os anos fora não tenha mudado meu modo de vê-la como minha menininha, você cresceu...

Os olhos de Hinata ficaram cristalinos com as palavras. Nem em mil anos esperava ouvir aquilo do pai, Hiashi sempre fora muito orgulhoso.

— Obrigada! – Ela respondeu, alcançando as mãos dele.

Ela desejava saber o que motivou a mudança do pai, mas neste momento, pouco importava o motivo.

— Mas não precisa ficar assim... – Ele pediu, tentando reverter o clima – E não espalhe, ainda tenho uma reputação a zelar... – Ele brincou, arrancando um sorriso dela – E temos outros assuntos a tratar... – Ele disse, dando batidinhas leves sobre as mãos dela. Ainda que tivesse começado a se esforçar mais, ainda não sabia muito bem como reagir carinhosamente com gestos físicos.

— Tudo bem... – Hinata falou, limpando um dos olhos com o canto dos dedos – Pode continuar, por favor.

— Como tinha comentado, já estou tratando com o senhor Shikamaru sobre como devemos lidar com a escola de Hanabi e a situação... – Suspirou, mais cansado que nunca. Em seus pensamentos, imaginou que provavelmente foi melhor que Hinata tivesse ido até a escola, tinha certeza que não trataria o diretor com a mesma civilidade – Mais tarde vou sair com sua irmã, para tratar de algumas coisas referentes a isso, mas voltamos a tempo para o almoço. – Ele disse, mas a curiosidade que brilhou nos olhos claros não o deixou concluir ali - Aliás... fiquei sabendo que você vai cozinhar...

— Vou sim! – Hinata respondeu feliz – Foi uma ideia que surgiu ontem, no jantar com o Neji.

— Hinata... – Hiashi disse, muito sério – Você sabe o motivo desse almoço, não sabe? - Hinata apenas balançou a cabeça afirmativamente – E você vai me contar, não vai? – Ele tentou.

Deixando um riso escapar, Hinata levantou-se da cadeira antes que essa nova versão do pai que estava começando a conhecer lhe arrancasse a verdade.

— Não, não vou não! – A morena negou, já de costas para o pai, dando passos rápidos em direção a porta – Me mantenha informada sobre Hanabi! – Disse ao abrir a porta, saindo rapidamente por ela.

Hiashi deixou suas costas se apoiarem confortavelmente contra a cadeira presidencial do escritório. Seu irmão estava super-animado quando contou do almoço e tinha muitas expectativas que finalmente Neji fosse comunicar que bebês estavam a caminho, mas não tinha certeza da notícia. Hanabi estava dormindo quando chegou e não pode sonda-la, de Neji não arrancou nada... Não queria dar o braço a torce e perguntar para Tenten, sua última esperança de descobrir a resposta era Hinata.

O patriarca suspirou, fechando os olhos. Sua última esperança havia sido frustrada! Hinata sabia, mas negava-se a contar... Ele bocejou, o cansaço dominando todo o corpo e mente. Se não estivesse com tanto sono, até tentaria mais, mas por enquanto, iria dormir até dar a hora de sair com a filha mais nova.

(...)

Naruto olhou para o relógio em seu pulso pela quarta vez.

Ino continuava calada. Karin continuava entre eles, também calada.

Haviam chegado ao local que seria a base da Fundação fazia mais de meia hora. Ele mexeu os dedos das mãos, dando toquinhos alternados sobre o braço cruzado, intentando que o tempo passasse mais rápido e falhando miseravelmente.

Começou a mexer o pé, batendo-o contra o chão do veículo e as mulheres que estavam ao seu lado, o olharam, uma mais irritada que a outra.

— Sua inquietação não vai fazer o tempo passar mais rápido... – Karin observou.

— Ela tem razão. – Ino completou, mas para esta, Naruto dirigiu um olhar acusador. – Você não vai me olhar assim, quando souber porque estou aqui... – Ela disparou, praticamente cantarolando as palavras.

Karin também olhou para a loira curiosa, mas disfarçou logo em seguida. Contudo, a ruiva não foi rápida o suficiente e Naruto acabou percebendo que ela não estava entendendo o assunto.

— Bem, não podemos falar sobre nada, enquanto aguardamos? – O loiro perguntou – Eles já devem ter entrado na Névoa...

— Temos que ficar alertas Uzumaki. – Karin cortou – Mas sim, pelo horário já entraram.

— Você conhece todo o plano de ação, não conhece? – Ino perguntou para a ruiva.

— Sim. – Ela confirmou, fazendo um aceno positivo com a cabeça – Sasuke está liderando a equipe principal, e devem estar próximos ao local indicado pelo informante desaparecido como o covil do Demônio do Gás Oculto... – Ela olhou em seu próprio relógio, para confirmar – Em uns cinco ou sete minutos... Depende de quão a nossa frente ele conseguiu ir sem chamar a atenção.

— O Demônio do Gás Oculto? – Ino perguntou, enquanto na mente de Naruto as palavras “informante desaparecido” tilintavam sem parar. – Então você quer dizer...

Karin estava falando de Tazuna.

— Sim. – Karin confirmou – Zabuza Momochi, o Demônio do Gás Oculto!

— Não acredito! – Ino falou surpresa, a identidade do atual chefe do crime organizado no local era apenas um palpite, ainda que o nome de Zabuza Momochi, O Demônio do Gás Oculto, aparece entre eles, era o menos provável – Zabuza Momochi! O Demônio do Gás Oculto!! – Repetiu, a surpresa ainda estampando os belos olhos azuis.

— Ele mesmo...

— Zabuza Momochi – Naruto cortou a falada da prima, impaciente – O Demônio do Gás Oculto! – Falou rodando os olhos e descruzando os braços. – Dizem que não podemos conversar e ficam ai se repetindo como papagaios velhos! Eu devia ter trago um livro... – Se lamentou.

Karin suspirou, se controlando.

— Assim, até parece que subestima a periculosidade dele...

— Eu tive conhecimento de quão perigoso ele é, Karin. – Naruto afirmou – Porquê acha que estou tão preocupado, apesar de todos os planos?

— A lista dele é mesmo longa... – Foi Ino quem comentou, a loira lembrava-se que um de seus colegas psicólogos haviam citado Zabuza em uma especialização feita em criminologia – Assassino, mercenário, potencial terrorista, muitos traços de psicopatia e pelo visto...

Também um traficante em potencial, a loira diria se não tivesse sido interrompida pelo som de tiros ao longe.

— Começou... – Karin disse, pegando seu comunicador, solicitando informações.

(...)

Da posição em que estava com seus homens Sasuke não pode ouvir os tiros, estava muito próximo do provável esconderijo do Demônio do Gás Oculto, mas foi informado pelo comunicador.

— Ao que tudo indica, senhor – Uma voz masculina informava – São os homens do Gato, tentando retomar o controle.

— Merda! – O moreno sibilou, apertando mais a arma em sua mão. Com a cabeça, indicou para seus homens que continuassem o caminho por entre as vielas estreitas do bairro. – A equipe A foi comprometida? – Quis saber, a equipe A era a que ele liderava no momento.

— Ao que tudo indica, ainda não. Eles não tem como saber sua localização, senhor... – O homem lhe falou, mas a voz tremeu.

— Mas os membros da equipe B estão no meio do confronto entre os homens do Gato e do Zabuza... – Sasuke concluiu.

— Isso mesmo, senhor. – O homem afirmou.

“Merda!” O Uchiha pensou. Ainda que este confronto estivesse previsto, tinha começado antes do que previa qualquer estimativa.

— Senhor?

Seguindo pelas ruelas estreitas, Sasuke pensou em suas alternativas. Não demoraria para um dos lados criminosos descobrissem sobre ele e sua equipe. Os poucos minutos que haviam ganhado ao entrarem no bairro primeiro e disfarçados, se esvaiam.

Sabia o que seu subalterno estava querendo saber. Deveria mandar os reforços logo?

— Ainda é cedo. – Sasuke respondeu à pergunta implícita – Por pior que pareça o cenário, devemos aproveitar nossa vantagem.

— Certo, senhor.

— Mas se o confronto se intensificar muito rápido, pode liberar um pouco antes do previsto o esquadrão C para dar cobertura a equipe B. – Sasuke instruiu – Em vinte minutos, me contate novamente, caso eu não o faça.

— Entendido, senhor. – A comunicação se encerrou.

— Quanto a nós... – Sasuke falou a equipe que o acompanhava – Mantemos nosso plano. Ryu, Jugo e Suigetsu, os três, comigo... – Sasuke apontou para um moreno, um ruivo muito alto e um cara mais baixo, de cabelos muito platinados – Os outros já sabem quem procurar...

(...)

— O que esse jornal tem de tão interessante? – Uma voz feminina perguntou no ouvido de Shikamaru, abraçando-o pelas costas, enquanto mãos macias percorriam seu o peitoral definido.

O Nara estava esperando que a qualquer momento o jornal iniciasse uma cobertura da retomada do Bairro da Névoa pela polícia. Mas incrivelmente, nada havia sido noticiado ainda e ele permanecia ansiando por notícias. Logo ele teria que passar em sua própria casa, antes de se encontrar com os Hyuugas.

— Até agora nada... – O moreno respondeu, segurando as mãos que percorriam seu corpo, beijando uma delas – Achei que fosse dormir até mais tarde hoje. – Ele completou, desligando a TV e levantando-se, ficando de frente para a loira.

Temari vestia apenas sua camisa branca.

— Não tem graça dormir sozinha... – Ela disse aproximando-se dele como uma gata.

Shikamaru semicerrou os olhos diante da visão sexy. Aquela mulher só podia estar querendo arrancar seu juízo!

— Temari... – O nome escapou pelos lábios dele e ela sorriu, enlaçando-o pelo pescoço. – Estou vendo que terei que ir sem a minha camisa... – Ele ponderou ao mesmo tempo que suas mãos invadiam a vestimenta que ela usava meio aberta.

A pele de Temari era quente e macia em suas mãos.

— Desde que não saia só de cueca... – A loira observou – Vou adorar ficar com está aqui... – Disse soltando-se dele, depois de roubar-lhe um beijo rápido – Não acha que fica bem em mim? – Provocou, indo em direção a cozinha, um cheiro muito característico vinha daquele cômodo, invadindo suas narinas.

— Fez café? – Ela perguntou enquanto passava pela porta.

— Foi a única coisa que encontrei na sua cozinha... – Ele respondeu, seguindo-a.

(...)

— Desde quando você gostar de assistir jornal? – Ebisu perguntou a Konohamaru, que estava sentado ao seu lado, comendo outro pedaço de um bolo de laranja.

O moreno deu de ombros.

— Não gosto. – Falou antes de começar a mastigar seu bolo, mantendo toda a atenção na tela da TV.

Há apenas alguns minutos, um dos telejornais locais havia dado a notícia da operação policial no bairro da névoa. Segundo a jornalista, a operação tinha por objetivo a tomada de controle do Bairro pela polícia local e ocorria em colaboração e sob o comando a policia Federal.

Contudo, a jornalista disse com muita ênfase: “ A quadrilha que anteriormente liderava o crime organizado no local, liderada por Gato escolheu o mesmo dia para retomar o poder! Um confronto inesperado, caros telespectadores, isso pode complicar a situação da polícia! ”

Em seguida, como para confirmar a notícia, a câmera de um helicóptero fez um close em duas vans próximas a entrada do Bairro, apenas três viaturas próximas a elas, não muito distante, alguns policiais trocavam tiros com bandidos.

Aquele zoom da câmera quase fez Konohamaru se engasgar. Ele sabia, pelo que escutou da reunião de Naruto, que ele estava em uma daquelas vans.

A jornalista, por outro lado, não se abalava ao passar a notícia expressando o máximo de indignação, revolta e instigando certo medo no público com muita eficácia.

“Mas se a situação parece ruim deste ângulo, temos a notícia que no interior do bairro os confrontos estão mais intensos. O máximo que podemos fazer, é torcer para que não seja mais uma ação frustrada e que os moradores não paguem o preço...”

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— Não deveria escutar essa mulher... – Ebisu aconselhou – Se Naruto prometeu ficar bem, ele vai ficar, independente de quanto os jornalistas tentem despertar o medo de quem está assistindo.

— Eu sei. – Konohamaru mentiu.

O moreno já estava completamente assustado.

(...)

As ruas estreitas e vielinhas pelas quais Sasuke passava com sua equipe estavam completamente vazias. As casas tinham suas portas fechadas, apesar do dia já ter amanhecido. Tudo estava muito quieto. Muito silencioso.

— Isso aqui está quieto demais... – Ryu deu voz ao pensamento de todos – Nossa localização, acham que...

— Provavelmente. – Suigetsu quem respondeu, antes que a pergunta pudesse ser concluída – Os jornalistas já devem estar fazendo seu trabalho... – Concluiu com perceptível ironia.

Os cabelos muito platinados de Syigetsu brilhavam com o sol matinal aumentando o contraste entre ele e Ryu, que tinha possuía os cabelos castanhos. Ele e Ryu agora andavam à frente, Sasuke e Jugo estavam poucos passos atrás deles, mas muito atentos.

O Uchiha permanecia calado, nunca foi adepto de bate-papos desnecessários durante suas missões. Contudo, ele também já sentia a ansiedade pré-confronto que fazia seus companheiros expressarem em palavras os pensamentos de todos. Quando a dupla a sua frente parou, o moreno teve o pressentimento que entrariam em confronto antes mesmo de encontrarem seu alvo. Mas era apenas uma garota andando.

— Pensei que o confronto fosse na entrada do bairro! – A garota disse com os olhos castanhos arregalados, alguns fios de seus cabelos muito preto e lisos caiam na lateral de seu rosto – Não esperava encontrar policiais aqui...

De sua posição Sasuke permaneceu alerta e encarou a moça. Ela parecia assustada ao encontra-los, mas ao mesmo tempo, ela os olhava com cuidado e não parecia sentir medo. Bastou um olhar para Jugo, para que este entendesse seu pensamento.

— É melhor que permaneça em casa, moça. – Ryu disse para a morena.

Passando os olhos rapidamente pelo rosto de cada um e por suas armas em punho, prontas para serem usadas, ela apenas acenou afirmativamente com a cabeça.

— Eu re-retornarei... – Ela gaguejou, fazendo menção de seguir em frente, contudo, os quatro homens ocupavam a rua estreita, sendo impossível para ela passar – Preciso passar... – Com um movimento de cabeça ela indicou o caminho a sua frente, mais alguns fios negros caíram sobre seu rosto pálido.

Os homens se olharam, esperando por um comando do líder. Com um movimento de mãos, Sasuke indicou que liberassem a passagem da moça, mas para isso, ele e Jugo tiveram que entrar no início de uma vielinha, enquanto Ryu e Seigetsu se dividiram na estreita passagem.

— Sabe... – Sasuke falou com a arma engatilhada, depois que ela passou por eles, permanecendo na escuridão da viela - Nunca dissemos que somos policiais. – Ele disse em voz alta e Jugo respirou fundo.

Ainda que o grupo de homens fosse um grupo distinto, eles estavam vestindo roupas normais. Em suas combinações de jeans, camisetas e casacos. Seus distintivos estavam escondidos, eles estvam disfarçados...

— Como você s... – Ryu não pode terminar de falar, um tiro certeiro em sua testa o calou para sempre.

“Merda!”— O moreno reclamou em pensamentos, ouvindo mais disparos.

— Desgraçada! – Seigetsu rosnou alto enquanto atirava, procurando um canto para se proteger. A poucos metros de si o corpo de seu colega jazia caído e sangrando, sem vida.

“Droga!” Sasuke amaldiçoou em pensamentos a danosa sequência de eventos.

Agora tinham uma baixa. Sua posição foi revelada pelos tiros e sua equipe estava separada.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.