Imperfeitos

Somente ela


Chegaram no apartamento de Hermione poucos minutos depois.

—Sinta-se em casa, já volto—Falou Hermione.

Rony sentou-se no sofá e um Memphis AC60 lhe chamou atenção. Lembrou-se que Hermione já havia falado que tocava, ainda assim não deixou de admirar-se.

—Era da minha mãe—falou ela seguindo o olhar de Rony. Ela tinha trocado a blusa por uma camiseta regata branca.

—Sabe do que isso me lembrou?

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—O quê?

—Que você me deve uma música—sorriu—Lembra?

—Lembro! Mas isso vai ficar pra depois, porque agora vamos começar a nossa sessão de recém-amigos.

—E por onde a gente começa?

—Filmes—falou ela como se explicasse a uma criança porque o céu é azul.

—Tudo menos comédia romântica.

Ela fez careta.

—Tudo bem! Você escolhe o filme, enquanto eu vou caçar um lanche na cozinha.

A maioria dos filmes que Hermione tinha era de romance, por esse motivo ficou um pouco complicado de Rony escolher. No fim acabou escolhendo Avatar.

—Pronto?—perguntou Hermione equilibrando-se com pacotes de doces e salgadinhos.

—Sim. Meu Deus, uma nutricionista comendo porcarias, agora posso dizer que já vi de tudo na vida.

—Uma vez não mata ninguém.

Rony sorriu.

Colocaram o filme no aparelho de DVD e sentaram-se.

—Não é por menos que esse filme ganhou três Oscars—murmurou Rony enquanto mirava os créditos do filme passar pela TV.

—Eu ainda preferia P.S Eu Te Amo.

Ele suspirou.

—Mulheres e essa mania de querer assistir filmes triste, na verdade....—Pegou um cebolitos e comeu—Assistir é apelido, vocês choram metade do filme.

Hermione o olhou com os olhos semicerrados.

—O que vamos fazer agora?—a pergunta veio dele.

—Eu não sei... o que você quer fazer?

—Quero ouvir você cantar.

—Rony...

—Por favor Mione—ele chegou mais perto dela—Você prometeu.

Ela suspirou pesadamente.

—Ok!

Hermione foi até a estante e pegou o Memphis AC60 e sentou-se ao lado de Rony.

—Que música quer que eu cante?

—De alguma coisa que você goste!

—Eu gosto de pudim.

Rony gargalhou.

—Duvido que tenha uma música de pudim.

—Tem sim.

—Não tem.

—É mesmo? Então escuta...

Ela deixou o violão no sofá e soltou a capela:

Era uma vez um pudim apaixonado

Estava andando nas ruas quando foi atropelado

Pudim amassadoooo

Pudim amassadoooo

Pudim amassaaaadoooo

Pudim amassado morreu.

—Meu Deus.

Rony gargalhou tanto que sua face ficou tão vermelha quanto seus cabelos.

—Hermione...Você não existe.

—Não ria Ron...o pudinzinho morreu.

—Ok, ok! Agora falando sério...cante o que você quiser.

Ela assentiu. Pegou o violão e começou.

Ainda nem se quer te tenho

E já tenho medo de te perder, amor

Que rápido se me tem cravado

Que dentro todo esteja dor

Rony a olhava tocando e cantando e poderia jurar que não tinha nada mais encantador naquele lugar, somente ela...aquela mulher que o deixava feito um adolescente de quinze anos, somente ela...

É pouco o que sei de você

E já ponho todo o jogo a seu favor

Não tenho medo de te apostar

Te perder sim, me dá pavor

Hermione olhou para Rony e o que viu em seus olhos à assustou, contudo não conseguia decifrar. Admiração? Carinho? Desejo? Proteção? . Apenas não se permitia desviar o olhar.

Não me resta mais refúgio que a fantasia

Não me resta mais o que fazer

Que te fazer uma poesia

Rony não estava entendo o que o seu coração falava, a dúvida o tomou, o trauma voltou, mas o coração apenas falava: Somente ela... Somente ela...

Por que te vi voltar e não duvidei

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Te vi chegar e te abracei

E botei toda minha paixão para que ficasse

E logo te beijei e me arrisquei com a verdade

Te acariciei e ao fim, abri meu coração para que tu passasses

Meu amor te dei sem condição para que ficasses

Somente ela... Somente ela...

Agora esperarei em alguns dias para ver se o que te dei foi suficiente

Não sabes que terror se sente

Esperar a cada madrugada

Se tu já não quisesses voltar

Se perderia o sentido do amor para sempre

Não entenderia já esse mundo

Me afastaria das pessoas

Paixão? Apenas amizade? O que tinha escondido nos olhos dele?

Não me resta mais refúgio que a fantasia

Não me resta mais o que fazer

Que te fazer uma poesia

Somente ela...

Por que te vi voltar e não duvidei

Te vi chegar e te abracei

E botei toda minha paixão para que ficasse

E logo te beijei e me arrisquei com a verdade

Te acariciei e ao fim, abri meu coração para que tu passasses

Meu amor te dei sem condição para que ficasses

Hermione parou de cantar, contudo seus olhos não se desviavam.

Ela queria a resposta para o seu olhar.

Ele queria a resposta do seu próprio coração, que continuava a repetir:

Somente ela...

***

—Ron?—Hermione o chamou.

—Oi—ele saiu do transe.

—Tá bom pra você? Quer que eu cante outra?

—Queria passar o dia inteiro te ouvindo, mas por hora tá perfeito. Você lucraria com isso hein.

Ela sorriu sem jeito.

—A música não é uma coisa que eu queira profissionalmente. Ela me acalma, me traz paz, recordações...

Rony sabia que assim como ele, Hermione não tinha um passado que poderia chamar de maravilhoso. Resolveu não perguntar por enquanto. Saberia esperar seu tempo.

—Você canta sempre?—perguntou ele.

—Em quase todos os momentos, sejam elas triste ou não. Eu achei na música algo para me expressar.

—Isso é bom.

—Isso é?

—Sim! A maioria das mulheres tem uma forma....digamos...terrorista, para se expressar.

—Como o quê?

—Eu tinha uma namorada que se expressava quebrando meu apartamento inteiro.

—Jesus! —ela gargalhou—Está na hora de escolher melhor seus relacionamentos.

—Vou seguir seu conselho. Quem sabe eu não dê sorte—ele à encarou.

Eles se olharam por uns minutos, até que o barulho do celular de Rony, fizeram os dois dá um pulo.

"Harry"

Ele desligou.

—Não vai atender? Deve ser importante.

—É só um amigo—murmurou recolocando o celular no bolso—O Harry, você o conheceu no bar.

—Ah, sim!

—Tenho que ir Hermione—disse desgostoso.

—Mas já?...quer dizer...ainda é cedo.

—São seis da noite—falou divertido

—O quê?—admirou-se, verificando às horas no relógio de parede—Caramba, desculpe, nem vi o tempo passar.

—Sem problemas—ele calçou os sapatos—Foi a melhor manhã/tarde que já tive em anos.

Ela sorriu.

—Eu também—o abraçou—Agora vai lá, antes que seu amigo tenha uma crise, vai que o jeito de se expressar dele é igual a da sua ex, se eu fosse você não me arriscaria em ter meu apartamento feito uma zona de guerra.

Rony sorriu.

—Tem razão. Até mais Mione, e obrigado.

—Não precisa agradecer. Quer que eu te leve até lá embaixo?

—Não precisa! Mas obrigado de novo.

Deram mais um abraço e Rony se foi, com um sorriso bobo nos lábios e o coração ainda falando:

Somente ela...