Ignorance

Defesa (?) Contra as Artes das Trevas


Pansy Parkson, uma das garotas Sonserinas do mesmo ano de Alexia, gritava com uma aluna do segundo ano por ter ocupado seu lugar na mesa ao lado de sua colega Emilia Bulstrode. Grabble e Goyle estavam sentados ao lado de um Draco extremamente agitado, que distribuía horários para alunos ainda mais agitados, de cima da mesa. Do outro lado do salão, nas mesas da Grifinória e Lufa-Lufa, a gritaria conseguia ser ainda maior. Até mesmo os Corvinos estavam inquietos e tentavam organizar seus alunos em uma única fila. Definitivamente, o primeiro dia de aulas em qualquer lugar do mundo sempre era tomado de ansiedade. E quando se tratava de uma escola de magia em forma de um castelo gigantesco, o primeiro dia de aula tinha uma –grande- dose de caos e confusão. O salão principal estava lotado, senão explodindo, de alunos logo cedo da manhã, monitores entregando horários, alunos veteranos tentando explicar para os primeiranistas como chegar nas estufas, pessoas se cumprimentando, fantasmas colocando o assunto em dia com os alunos. O barulho era tanto, que era impossível escutar as risadas simpáticas e tão altas do fantasma da Lufa-lufa, Frei Gorducho que conversava animadamente com o diretor Dumbledore logo na frente do salão.

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— Sr. Malfoy, o senhor pode fazer o favor de descer da mesa? Tenha certeza que consegue enxergar muito bem do chão. – Minerva McGonagall ralhou com Draco, quando passou pela mesa da Sonserina na direção da mesa dos professores.

Draco bufou irritado, segurando um pequeno bolo de papel com horários na mão e saltou da mesa, encarando sua melhor amiga que explicava para um garoto de 13 anos como as idas à Hogsmeade funcionavam.

— Não consigo achar ninguém nessa confusão. Toma, entrega isso. – ele disse empurrando os papeis na direção de Alexia.

— Haha, Draco. Você é mesmo imprestável. – ele riu divertida, puxando os papéis da mão de Malfoy e andando pela fila de Sonserinos que tomavam o café da manhã. – Você me deve uma.

— Não te devo nada, você é tão monitora quanto eu. – ele rebateu, sentando-se em um espaço vazio no meio da mesa entre Blaise Zabini e Crabbe.

— Acordou com o pé esquerdo, Malfoy? – Lexi provocou, passando perto do menino e batendo com os horários no ombro dele.

— Aaaarg, deixa o Draco em paz, Alexia. – dessa vez foi Pansy Parkinson que começou a falar. A garota, agora –finalmente- sentada de frente para Draco, abriu um sorriso para o loiro. – Posso entregar os horários para você, se quiser.

— Agora ela faz tudo que ele manda, também? – Alexia riu baixo, comentando com Blaise e recebendo, de resposta, uma gargalhada alta do garoto moreno.

Pansy era uma menina irritante. A garota Sonserina que, infelizmente, era do mesmo ano que eles, adorava se fazer de superior, xingar outras pessoas, fazer pegadinhas com primeiranistas e achar que todos deveriam obedecê-la. E para completar, ela era completamente apaixonada por Draco desde o primeiro ano. Cartas de amor? Check. Presentinhos? Check. Tentar chamar a atenção dele? Check. Um amor, completamente não correspondido, já que todo mundo tentava avisar Draco que, ou se fingia de bobo e dizia que era tudo mentira, ou era realmente bobo.

— Não, Pansy. A Lexi já está com eles. – Malfoy respondeu, pegando uma maça em uma das enormes vasilhas do café da manhã.

— Ouch. – Zabini provocou, rindo alto novamente. – Draco 1, Pansy 0.

— Vocês são todos um bando de crianças idiotas. – Parkinson falou alto e se levantou da mesa bufando, batendo o pé com raiva pelo salão principal e sendo rapidamente seguida por sua amiga -gêmea siamesa-, Emilia.

— Um dia ela vai te matar quando você estiver dormindo. E eu vou estar dormindo também, assim não vou conseguir te salvar. –Dafne Greengrass, melhor amiga de Alexia passou pela mesa rindo da situação, ocupando o lugar que a irritada sonserina tinha deixado.

Alexia saiu de perto dos amigos rindo baixo, enquanto lia o seu próprio horário com atenção: História da Magia, Poções, Defesa Contra as Artes das Trevas e Aritmancia. Nada mal para uma segunda-feira, tirando, claro, história. A aula do Professor Binns conseguia ser a mais entediante que Alexia já conhecera. Não importava se o assunto fosse gigantes, guerras, fundação de Hogwarts... Nada. Nada fazia a aula ser mais interessante. Era difícil prestar atenção em algo, quando o professor fazia questão de falar absurdamente devagar. Era quase como se as explicações derretessem no ar e nunca fizessem sentido na sua cabeça. Era muito mais fácil ler tudo em um livro depois, do que prestar alguma atenção na aula do professor fantasma.

A aula seguinte, poções, também não tinha sido nada de mais. Alexia amava poções, mas, muitas das aulas pareciam as mesmas: o professor Snape mandava alguma poção para ser feita na sala, xingava Grifinórios, elogiava Sonserinos, xingava o Potter e o Logbotton e xingava mais alguns Grifinórios e terminava a aula passando um milhão de deveres para casa e claro, tirando alguns pontos da Grifinória. Pelo menos Alexia tinha certeza que, bastava uma aula de Poções, para a Sonserina ficar na frente do placar da taça das casas.

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A aula seguinte, porém, tinha um fator de curiosidade. Em cada ano que Lexi esteve em Hogwarts, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas era diferente. Desde Comensal da Morte infiltrado à lobisomem, de celebridade à um estranho homem de turbante, a aula de DCAT, como gostavam de chamar, sempre foi a sensação do ano e sempre teve características muito diferentes em todos os anos. Dessa vez, quando entrou na sala, a estranha professora que trajava um casaquinho bem peludo e cor-de-rosa, já estava sentada na mesa e tinha no rosto um sorriso. Alexia sentiu um pequeno incomodo no peito, como se algo lhe dissesse que a professora Dolores Umbridge não seria tão simpática quanto o seu sorriso, que agora, já lhe parecia falso.

— Bom, bom dia! – ela disse quando a turma toda já estava em seus lugares.

Não muitas pessoas a responderam de volta.

— Assim, não vai dar, concordam? – Umbridge continuou, fazendo um pequena careta como se estivesse triste. – Eu gostaria que os senhores, por favor, respondessem “Boa tarde, Profª Umbridge”. Mais uma vez, por favor. Boa tarde, classe.

— Boa tarde, Profª Umbridge. – a turma entoou em um som arrastado. Alexia não respondeu. Ela apenas revirou os olhos e, sentada ao lado de Draco, começou a retirar seus pertences da mochila.

— Não foi muito difícil, foi? – ela disse juntando as mãos na frente do peito. – Guardem as varinhas e apanhem as penas.

Alexia teve vontade de protestar. Dando uma rápida olhada para os colegas de casa, ela também percebeu que muitos deles estavam confusos com o pedido da nova professora. Sem querer testar a paciência de Umbridge logo no primeiro dia, e tendo a pequena impressão que ela não é do tipo que tolera brincadeiras, Lexi optou por guardar sua varinha rapidamente.

A mulherzinha de rosa, então, começou a falar sobre seu método de ensino, aprovado pelo Ministério da Magia, e sobre o fragmentado estudo que tiveram na matéria, devido a constate mudança de professores. Desviando um pouco seus pensamentos, Alexia pousou o olhar sob o livro que estava em sua carteira “Teoria de Magia Defensiva: Um Retorno aos princípios básicos.“, adornado como um livro infantil e tão grande quanto qualquer outro livro da sessão reservada. Não demorou muito para que a professora os mandasse ler o primeiro capítulo sobre Elementos Básicos para Principiantes. Não era muito difícil fica entediado. As primeiras páginas elaboram exaustivamente sobre os cuidados em saber a teoria antes mesmo de realizar qualquer feitiço e de apenas utiliza-los em casos de extrema urgência, coisa que já havia aprendido durante uma única aula no primeiro ano em Hogwarts. Rapidamente, sentiu um cutucão na costela e encarou Draco curiosa.

— A Granger, olha só. – Draco disse baixo, rindo.

Alexia voltou sua atenção para a menina da Grifinória.

— Tenho uma pergunta sobre os objetivos do curso. – a grifina falou educadamente, recebendo um olhar inquisidor da professora.

— Muito bem, Srta. Granger, acho que os objetivos do curso são perfeitamente claros se lidos com atenção. – Umbridge disse, batendo com a varinha no canto do quadro negro. Nesse momento, Alexia reparou que no quadro estava cheio com os seguintes dizeres: “1- Compreender os princípios que fundamentam a magia defensiva. 2- Aprender a reconhecer situações em que a magia defensiva pode legalmente ser usada. 3- Inserir o uso da magia defensiva em contexto de uso.”.

— Bem, eu não acho que estejam – Hermione continuou, atraindo mais e mais atenção de todos da sala. - Não há nada escrito sobre o uso de feitiços defensivos.

Alexia, assim como muitos alunos voltou a encarar o quadro e concordou mentalmente com a menina.

— O uso de feitiços defensivos? – repetiu Umbridge, agora dando uma risadinha, novamente falsa. – Ora, não consigo imaginar nenhuma situação nessa aula que exija o uso de um feitiço defensivo, Srta Granger. Com certeza, não está esperando ser atacada durante a aula, está?

— Não vamos usar magia? – agora foi Rony Weasley que falou subitamente, arrancando um suspiro alto da professora.

— Os alunos levantam a mão quando querem falar na minha aula, Sr. Wesley. Sim, Srta Granger, quer me perguntar mais alguma coisa?

— Quero. – ela disse confiante. – Certamente a questão central dessa aula é a pratica de feitiços defensivos.

— A senhorita é uma especialista educacional do Ministério da Magia, Srta Granger? Então receio que não seja qualificada para decidir qual é a “questão central” em nenhuma disciplina. – Umbridge continuou, provocando algumas risadinhas de Draco. – Bruxos mais velhos e mais inteligentes que a senhorita preparam o nosso novo programa de estudo e aprenderá sobre um modo seguro e livre de riscos...

— Pra que servirá isso? – Harry Potter começou a falar. – Se formos atacados não será...

— Mão, Sr. Potter. – ela disse em um gritinho desafinado que fez Alexia franzir o testa.

Muitos alunos se entreolharam. No ano passado, Harry Potter afirmava ter visto Aquele que não devem ser nomeado renascer e matar Cedrico e ele acreditava fielmente que teria que se proteger de alguma forma. Por mais que não tivesse uma opinião formada sobre a volta ou não de Voldemort, Alexia não podia deixar de concordar com os demais alunos sobre a importância de se praticar e aprender os feitiços na aula. Ela levantou o braço para falar, assim como muitos outros alunos já discutiam com a professora.

— O que vocês tá fazendo? – Draco disse, se virando para a amiga e puxando o braço dela para baixo.

— Eu não concordo com o ensino dela, Draco. Você não concorda, não é? – perguntou como se fosse óbvio que a professora Umbridge estivesse errada.

— Se eu concordo ou não, não ligo. A aula é dela, e ela claramente já odeia os grifinorios, com razão. – Draco continuou, esticando a cabeça na direção de Dino Thomas e Padma Parvati que agora discutiam com a professora. – Podemos conseguir benefícios se não a desafiarmos. – concluiu.

Alexia bufou baixo. Ela não podia negar que seria bom ter outra professora do lado deles, assim como Snape.

— Ok, mas eu não vou aguentar por muito tempo se a aula dela for assim todo dia. Você quer mesmo ficar lendo capítulo sobre... – Alexia puxou o livro e o abriu em uma página qualquer. – “AAP – Afastar, analisar e pedir ajuda: como agir em situações de perigo”.

Antes mesmo que Draco pudesse responder, a discussão na sala tomou uma proporção maior e a voz de Harry Potter eccou na sala, atraindo a atenção de todos.

— Ele não está morto – protestou Harry furioso – ele retornou!

— Sr. Potter, o senhor já fez sua casa perder dez pontos, não piore a sua situação. Como eu ia dizendo, os senhores foram informados de que um certo bruxo das trevas está novamente solto. Isso. É. Uma. Mentira.

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— NÃO É UMA MENTIRA. – Harry gritou. – Eu o vi, eu lutei com ele.

— Detenção, Sr. Potter! Amanhã a tarde, cinco horas. Repito: isso é mentira. O Ministério da Magia garante que não estamos ameaçados por nenhum bruxo das trevas.

Ao invés de se voltar a sentar, ele continuou em pé, encarando a professora.

— Isso está ficando ótimo! – Draco sussurou, fazendo com que Alexia respondesse com um demorado “Shhh”.

— Então, segundo a senhora, Cedrico Diggory caiu morto porque quis, foi? – O menino que sobreviveu continou.

— A morte de Cedrico Diggory foi um trágico acidente.

— Foi assassinato. Voldemort o matou, e a senhora sabe disso.

— Venha cá, Sr. Potter, querido. ― Harry andou até a mesa da professora Umbridge, chutando sua cadeira para passar. Talvez chutasse qualquer coisa que entrasse em seu caminho, tamanho era sua fúria. ― Leve isto à Profª McGonnagall, querido. ― ela estendeu um bilhete a ele, que saiu da sala logo em seguida.

A aula continuou chata como seu começo. Apenas leitura. Quando o sinal finalmente marcou o fim do horário, a sala explodiu em coversas, muito provavelmente reprimidas durante toda a aula e prontas para comentar sobre a briga entre Umbridge e Potter. Algo dentro de Alexia sentiu uma certa simpatia por Potter. Ele parecia muito nervoso e lutava por sua opinião. Quase que ali mesmo, Lexi não conseguia achar que a volta de Aquele que Não Deve Ser Nomeado fosse mentira, tamanho convicção que Harry dizia.

— Eu achei a professora muito sensata. – Pansy começou a falar, correndo para alcançar Draco, Crabbe, Goyle e Alexia. – Não acharam?

— Sim. Ela estava certa. Enquanto ninguém der uma lição no Potter, ele vai continuar falando essas mentiras para aparecer. – Draco concordou animado para voltar para uma próxima aula.

— Eu tenho Aritmancia. – Alexia falou pensativa, parando no meio do caminho e olhando para o grupo de colegas. – Encontro vocês depois?

— Peraí, Lexi, peraí. – Draco disse dando as costas para os amigos e andando na direção da amiga. – Tudo bem? Achei você meio estranha na aula.

— Você sabe que não gosto de aulas assim, teóricas, entediantes, professores chatos. – suspirou, olhando para Malfoy. - Você acha que Potter está errado? Eu digo... você mesmo disse que seu pai vem tendo reuniões secretas. Eu não estou insinuando nada sobre...

— Lexi. – Draco colocou a mão na boca da amiga, a reprimindo de falar. – Não se preocupe com nada, ok? – ele disse abrindo um sorriso para ela.

Aquele pequeno segundo fez Alexia sorrir. Ela sabia que Draco não distribuía aquele sorriso sempre e que ele, de certa forma, era só seu.

— Ok. Nos vemos mais tarde.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.