If It Was Diferent... 2 Fase

O roubo à Tarcaína e a invasão ao castelo


Abri os olhos e me deparei com um deserto. Uh, ótimo. Segundo Aslam, o Tisroc está com uma parte dos escravos narnianos trabalhando para si... e o Tisroc mora em seu palácio na capital da Calormânia, Tashbaan. Mas para onde deve ficar Tashbaan? Olhei em volta, a mão sob os olhos para protegê-los da luz forte. Olhei para o lado, e percebia que as meninas já se levantavam também.

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Respirei fundo e pus minha mão livre no meu colar da ordem do Conselho de Casco Fendido. Alisei-o, pedindo o auxílio de Aslam. Não conseguiríamos sair dali sem ter uma noção da direção em que seguir. Quer dizer, em toda a distância que nossa vista alcançava havia somente terra. Nem mesmo com o melhor senso de direção poderíamos saber para que caminho seguir.

-Como vamos chegar até Tashbaan? - perguntou Susana, espanando a areia do vestido. - Quero dizer, só tem terra por aqui!

-Era exatamente isso que eu estava me perguntando... - murmurei, ainda apertando meu colar. Vamos, Aslam... por favor, um único sinal!

-Ahn... - Melanie começou a dizer, e se levantou. - Aslam mandou que eu entregasse algumas coisas a vocês. Esse arco é da True, segundo ele, mas como Caspian levou o arco de Susana em sua viagem, ele me disse para entregá-lo a ela - ela explicou, entregando meu arco para Susana.

-Obrigada - Sup murmurou, tanto para Melly quanto para mim.

-E ele me disse para entregar essa espada para você, True - ela me entregou minha espada, que na verdade fora uma das muitas que pertenceram a Edmundo.

-Obrigada, Melly. Mas e você, como vai lutar?

-Ele me deu isso... - ela disse, erguendo uma besta. Caso você não saiba, uma besta é um daqueles arco-e-flechas "automáticos", com gatilho e tudo.

-Sabe atirar?

-Está brincando? - ela riu. - Eu fazia algumas aulas sobre atividades bélicas com meu primo! Ele me ensinou toda a teoria, e praticamos esgrima e tiro ao alvo. Desculpem-me por nunca ter contado, mas é que não achei que fosse algo relevante.

-Não se preocupe com isso - disse Sup sorrindo. - Agora só precisamos mesmo é de uma pista para onde seguir e... esperem um instante, o que é aquilo?!

Olhamos na direção em que Susana apontava, e demos de cara com uma daquelas... como posso dizer? Uma daquelas tendas sob camelos. Só que essa era segurada por dois camelos. Era grande, e em volta dela havia uma porção de homens morenos e fortes; todos montados em cavalos puro-sangues. Escravos calormanos. Na tenda, havia uma mulher morena com longos cachos, escuros assim como seus olhos.

-Talvez ela saiba para onde devemos seguir - murmurou Mel.

-Obrigada, Aslam - murmurei com um sorriso nos lábios.

Nós três corremos até a tenda. Os escravos se puseram em posição de ataque, segurando suas cimitarras - aquelas espadas curvadas - e apontando-as para nós.

-Abaixem essas armas inúteis - falei com ar de tédio. - Sou a Rainha Trudy, A Leal, Imperatriz do Espelho d'Água e dama da Ordem do Conselho de Casco Fendido. E esta é a Rainha Susana, A Gentil. Aquela é Melanie Pemberley, nossa...

-Dama de companhia - disse Melanie, com uma rápida mesura.

Houve um minuto de silêncio. Os escravos se entreolharam, como se perguntassem uns aos outros quem deveria falar primeiro.

-Se são as rainhas - murmurou um dos escravos. - provem.

-Ora, seu insolente, cale a boca e não dê uma palavra se eu não lhe mandar! - gritou a moça que estava na tenda sob os camelos. Ela colocou a cabeça para fora e nos encarou. Eu a reconheci, de um dos bailes que meu tio Miraz deu para os membros do conselho e seus familiares. - Eu reconheceria a voz da Rainha Trudy em qualquer lugar.

-Ora, se não é Taminah Tarcaína! - exclamei rindo. - Fazem três anos que não a vejo!

-Sim, é realmente muito tempo... - Taminah, a tarcaína dentro da tenda, concordou. Ela olhou atentamente para Sup e Melly e perguntou: - Então, qual das duas é a Rainha Susana?

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-Sou eu, senhorita - Sup deu um passo à frente.

Taminah crispou o lábio e admitiu, uma pontada de raiva em sua voz:

-Você é realmente tão bonita quanto falam... - e aí, ela examinou Melanie atentamente. Olhou desde os loiros cabelos curtos, até a boca pequena e os radiantes olhos azuis. - Sua escrava também não tem uma aparência das piores. Para lhe ser bem sincera, Majestades, ela é muito bonita. E não tem nem mesmo uma chicotada...!

-Isso é porque ela não é nossa escrava - me apressei a dizer.

-Ela é... minha prima! - Susana explicou. - Nasceu em Terebíthia, e é pouco conhecida. Está nos fazendo companhia, como uma dama de honra.

-Sou Melanie Pemberley, senhorita - Mel disse, fazendo uma mesura diante de Taminah, a pele pálida corada.

A tarcaína nos olhava com um olhar frio, que ficava um tanto perdido em toda a sua aparência que dava uma sensação de calor, como a de todos os calormanos. Um olhar de inveja.

-E para onde é que estão indo, Taminah? - perguntei.

-Estou sendo transportada para o palácio do Tisroc (que ele viva para sempre!), à mando do meu pai - ela se exibiu orgulhosa. - E, como bem sabe, ele me proíbe de dizer qualquer outra palavra que possa guiar outras damas a conseguirem os meus objetivos.

Rolei os olhos e bufei.

-Não, obrigada. Não queremos nada com o seu tão estimado Tisroc.

-Que ele viva para sempre!

-Tanto faz! Agora diga, Taminah querida...

-Não, Majestade, eu não vou dizer. Não pense que poderá roubar minhas oportunidades. Que torre e apodreça no deserto enquanto eu tenho uma vida próspera nos mais ricos palácios de Tashbaan!

Com mil diabos, que garota mimada e chata! Eu sei que devia ter me segurado, mas todos sabem que paciência não é uma das minhas qualidades. Me estressei o suficiente com aquela garota fútil à ponto de desembainhar minha espada. Apontei a mesma para o pescoço de Taminah. Os escravos fizeram mensão de pegarem suas armas, mas eu os repreendi:

-Ã-ahn! Não ousem tocar em suas estúpidas cimitarras, ou eu corto a garganta de sua patroa fútil.

Eles recuaram no mesmo momento. Olhei fundo nos olhos escuros de Taminah e pronunciei as palavras de forma lenta e ameaçadora:

-Para que direção estão seguindo?

Ela engoliu em seco, encarando minha espada, e gritou:

-Algum de vocês, escravos estúpidos, podem dizer à Rainha para que direção fica Tashbaan?

-Siga ao sul por no máximo três horas a partir desse ponto e provavelmente já terá alcançado Tashbaan! - explicou um escravo inexperiente, que estava aflito.

Dei um sorriso torto e voltei a embainhar minha espada.

-Isso significa que estamos no Grande Deserto, certo? - perguntei, lembrando-me vagamente dos mapas da Calormânia que já havia visto.

-Sim, Majestade - o mesmo escravo afirmou.

-Nós realmente poderíamos ir a pé por três horas - fingi pensar. - Mas seus cavalos parecem infinitamente mais confortáveis aos meus olhos. Tenho certeza de que não terão problema em ceder três de seu cavalos para três damas da realeza narniana, não é?

Eles engoliram em seco e encararam Taminah. Para a nossa sorte, Taminah não era o tipo de jovem que pensa... ela é o tipo de jovem que só liga para as coisas materiais e para sua própria vida e segurança. Ela me encarou, e eu simplesmente levei minha mão ao cabo da espada, ao que ela ordenou:

-Liberem agora mesmo três cavalos para as Rainhas e sua acompanhante!

Três dos escravos imediatamente saltaram de seus cavalos e os entregaram a nós. Subi no meu - que com certeza não era tão bom quanto Liam, Destiny ou Future - e Melly e Su fizeram o mesmo. Acenei para Taminah e seus escravos e estalei as rédeas do meu cavalo. Ele se ergueu nas patas traseiras e galopou à toda a velocidade, na frente de Susana e Melanie. Tive tempo de gritar debochadamente para a jovem tarcaína:

-Boa sorte em sua audiência com o Tisroc!

-Que ele viva para sempre! - ela retrucou aborrecida.

Guiei as garotas por algumas horas, até que finalmente avistamos as muralhas de Tashbaan. Aumentamos nossa velocidade para lá, esperando acabarmos logo com isso. Adentramos a cidade, e pedimos que um servo nos anunciasse. Ele o fez sem demora, e todos abriram caminho para que passássemos.

Pois em Tashbaan só existe uma lei de trânsito: quem é menos importante tem de abrir caminho para quem é mais importante. A punição para o infrator é uma chicotada ou uma cacetada de cabo de lança.

No meio do nosso caminho, porém, se meteu um jovem garotinho. Ele estava juntando pedrinhas. Imediatamente o oficial do exército o agarrou pelo pulso e puxou seus cabelos negros, perguntando:

-Não sabe qual a punição para se meter na frente de alguém importante, plebeu?

O garotinho começou a chorar. Pude perceber que os olhos de Sup e Melly estavam se enchendo de lágrimas. Fui tomada pela raiva e saltei do meu cavalo. Pus a mão sob o punho da minha espada e gritei para o oficial:

-Solte-o agora!

O homem, que já segurava a lança em uma das mãos, ergueu uma sobrancelha.

-Ele deve ser punido, Majestade. São as nossas leis.

-Escute bem aqui - eu disse, cuspindo as palavras com raiva enquanto apontava meu dedo contra seu rosto. -, ele se meteu na nossa frente. E nós não queremos prestar queixa. Então ou o senhor o solta, ou eu o degolo.

O homem não pareceu acreditar em mim, então saquei minha espada e fiz um corte estratégico em seu ombro. Ele imediatamente urrou de dor e soltou a criança, que correu para os braços da mãe chorosa. Todos os civis me encaravam admirados.

-E da próxima vez que eu o vir tentando algo contra uma criança - murmurei entre dentes. -, sua punição será mais severa.

Susana ainda apontava seu arco para o homem. Ela o abaixou ao ver que tudo já estava bem. Voltei para a cela do meu cavalo. Continuamos nos dirigindo para o palácio do Tisroc. Certo, ele era o "rei da Calormânia", que tinha parte dos escravos. E a outra parte estava com um tarcaã. Restava saber qual deles...

Olhei para as garotas e percebi que Susana estava visivelmente desconfortável.

-O que houve? - perguntei a ela.

-É só que eles me lembram Rabadash, aquele maldito príncipe calormano que queria casar-se comigo e sequestrar-me de Nárnia. Isso me dá arrepios...

Demos uma risada. Por impulso, toquei meu colar. E aí, ouvi a voz de Aslam alta e clara:

-Este palácio é o que devem invadir.

Olhei para o lado e dei de cara com um portão. Obviamente não era o palácio do Tisroc, mas ele não era o único com escravos narnianos... olhei atentamente para o palácio e senti meu colar pulsar. Então ali era aonde morava um dos idiotas, ahn?

-Garotas - chamei as duas. -, já sei nossa primeira parada.

Elas se entreolharam e depois fixaram os olhos azuis em mim.

-Aslam me disse que era aqui - eu expliquei. - E, como já é noite, acho que devemos invadir de uma vez. Todos os tarcaãs se oferecem para abrigar reis e rainhas de Nárnia sempre que este vêm aqui, então podemos forçar a hospitalidade de um deles logo que acabarmos nosso ataque. Depois, nos infiltramos no palácio do Tisroc e resgatamos os restantes.

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-É um plano brilhante...- concordou Susana. - exceto pelo fato de que somos três contra um provável exército lá dentro. Isso é loucura, Trudy!

-Então seja louca uma vez na vida - eu retruquei, com um sorriso torto.

-Acho que não temos o que temer, Su - Mel a tranquilizou. - Aslam nos mandou aqui, e ele deu um sinal à True, o que só pode significar que agora é a hora. E, se ele disse que é aqui, não acho que ele vá nos deixar sozinhas... você acha?

Envergonhada, Susana assentiu. Olhei para os altos e protegidos portões daquele castelo.

-Eles não vão simplesmente nos deixar entrar - murmurei. - precisamos de um plano. - Observei a estrutura do castelo. - Temos que entrar por cima, mas como?

-Suponho que não tenham grifos por aqui - Sup supôs.

Neguei com a cabeça. Olhei em volta, como se procurasse por uma solução. Não haviam grifos ou asas mágicas ou pó de prilimpimpim por ali. Continuei procurando em volta. Eu sei que teria uma solução por ali, mesmo que ela parecesse impossível, improvável ou idiota. Susana estava mexendo cum uma das flechas de sua aljava. Olhei para o lado e percebi ali uma corrente de aço.

-Já sei! - exclamei. - Mel, as flechas da sua besta são de metal, não são?

-São sim, por quê?

-Vamos usar uma delas. O plano é o seguinte: nós colocamos aquelas correntes - apontei as correntes que estavam sendo usadas por um bando de plebeus. - na flecha, atiramos no topo do muro e aí eu escalo. Quando chegar lá em cima, eu mato os guardas que estiverem por ali e jogo a corrente para vocês depois de prendê-la em algo sólido. Vocês escalam enquanto eu ajudo içando vocês. Depois nós descemos pela corrente, matamos os guardas que nos interromperem e pegamos os escravos.

-Como saímos? - Melanie perguntou.

-Podemos usar a corrente de novo - Sup deu de ombros.

Todas concordamos com o plano. Trocamos o cavalo de Melanie pelas correntes. Prendi-as na flecha e Susana mirou no topo do muro, acertando num ponto perfeito. Chequei se a corrente estava firme e comecei a escalar. Firmando minhas pernas e braços na corrente, içando meu corpo para o alto...

Ai, meus músculos estão doendo. Quer dizer, eu aposto que você nunca viu um muro em Tashbaan. Eles são enormes! Finalmente cheguei ao topo. Havia um guarda próximo. Pulei sobre a ponte - sabem aqueles muros em que dá pra você caminhas, porque na verdade eles tem meio que um corredor em cima deles? Esse é um deles - e desembainhei minha espada.

O homem ouviu o barulho metálico da minha arma e pegou sua cimitarra, pronto para atacar. Rolei os olhos e corri até ele. Nossas espadas se tocaram, causando um baque metálico. Eu passei a me defender de todos os seu golpes. Ele aplicou um que iria acertar minha cabeça, mas eu me abaixei bem na hora. Lhe dei um golpe nas pernas, que cortou fundo em sua coxa. Ele caiu e eu decidi lhe dar uma morte rápida, cravando minha espada em seu peito.

Ele caiu no chão, morto, sangue nas vestes. Respirei fundo e arranquei um pedaço de sua blusa, limpando a lâmina da minha espada rapidamente e colocando-a na bainha. Agarrei a cimitarra e usei-a para prender as correntes na rocha do muro. Puxei para garantir que estava firme, e cravei a espada curva ainda mais fundo no muro. Assim está melhor.

Joguei as correntes para Sup e Melly. Elas começaram a escalar, enquanto eu ajudava, içando-as aos poucos. Logo estávamos todas ali em cima. Peguei a armadura do guarda morto e a entreguei a Melly, a com menos experiência batalhas. Ela vestiu.

Olhei em volta.

-Tem uma escada em cada torre do muro - sussurrei. - Elas podem nos levar até lá embaixo. Preparem os arcos, teremos alguns guardas no caminho. Vamos tentar manter sigilo e não deixar que nos vejam... mas, se nos verem, eles terão de ser mortos. Todas entenderam?

As duas assentiram. Eu tomei a dianteira, a espada erguida diante de mim. Andei lentamente, até chegar na primeira torre do muro. Havia um guarda ali, mas ele morreu com uma flecha de Susana no peito. Novamente, tirei sua armadura e a entreguei a Sup, enquanto pegava a cimitarra dele para mim. Descemos as escadas rápida e silenciosamente.

Logo chegamos ao andar de baixo. Na porta do castelo, haviam dois guardas.

-Mate um e imobilize o outro - sussurrei.

Melly deu dois tiros em um dos homens, um no tendão de Aquiles e o outro na barriga. O homem caiu no chão, fazendo com que a flecha em sua barriga entrasse um pouco mais. Ele gritou, e Susana matou o outro. Corremos até lá.

Levantei o homem ferido e perguntei:

-Aonde ficam seus escravos?

-Pode me matar, mas eu não irei revelar!

-Mas nós vamos te matar - falei. - Sabemos que pegaram narnianos que eram vendidos em Durne e os tornaram escravos. Mas, se não nos revelar, você vai ser torturado até a morte. Acho que isso é pior, não?

Ele engoliu em seco. Com a cimitarra que eu havia pego do guarda da torre, fiz um corte fundo em seu ombro.

-Está bem!!! Eles ficam na masmorra, nos fundos do castelo.

-Você conhece o caminho? - Susana perguntou.

-Sim.

-Ótimo, porque você vai nos levar até lá.

Sup o ergueu com as mãos, com a ajuda de Melanie. O cara foi nos guiando, perdendo cada vez mais sangue. Estávamos quase lá. Isso estava muito fácil... quer dizer, ninguém rouba escravos narnianos e fica assim, sem se preocupar. Eles sabem que nós temos Aslam, eles viram do que ele é capaz quando nós tivemos as batalhas do Beruna, que foram causadas para libertar Nárnia de tiranos opressores.

E é por isso que, na cela dos nossos escravos, haviam 10 guardas. Soltamos o homem no chão e eu o matei de uma vez. Agarrei a armadura dele e a coloquei apressadamente. Sup e Melanie estavam atirando, enquanto eu lutava contra dois guardas. Em uma mão, a cimitarra; em outra, a minha espada.

Me defendi dos golpes e investi algumas vezes. Com minha espada, girei a cimitarra do guarda da minha direita e joguei-a para longe. Chutei seu peito com força, e ele caiu longe. O guarda número dois tentou golpear minhas pernas, mas eu saltei. Ele tentou golpear minha cabeça, mas eu me abaixei. Ele tentou bater em mim com seu escudo, mas eu agarrei o mesmo e girei-o até suas costas, torcendo seu braço.

O guarda número dois urrou de dor, e eu também o chutei para longe, mas nas costas. Girei minha espada e a cimitarra nas mãos e corri até os dois, que estavam lado a lado. Saltei e cravei as duas espadas no peito dos soldados. Restava um único soldado, e Melanie atirou em seu peito. Respirei fundo e fui até um deles, que estava com as chaves.

Abri a cela dos narnianos. Havia um corte imenso no meu braço, mas ele não doía muito, só ardia. Respirei fundo e falei:

-Viemos salvar vocês. Sou a Rainha Trudy, A Leal, Imperatriz do Espelho d'Água e dama da Ordem do Conselho de Casco Fendido. E esta é a Rainha Susana, A Gentil. Aquela é Melanie Pemberley, nossa dama de companhia e prima da Rainha Susana, vinda de Terebíthia.

-Viemos salvar vocês em nome de Aslam - Mel disse.

-Aqui temos dois centauros, dois humanos e um elfo - Sup disse.

-Tudo bem... - falei. Rasguei a blusa de um dos guardas mortos e estanquei o sangue da ferida no meu braço, usando o tecido também como atadura. - Centauros, eu sei que não é agradável ter alguém no seu lombo, mas será necessário. Um de vocês segure um humano, e o outro segure um humano e o elfo. Aslam mandará transporte para levá-los de volta à pátria, não se preocupem.

-Falaremos com alguns civis - Susana começou. - para abrigarem vocês por algum tempo. Temos dinheiro para pagar sua estada e seus alimentos.

Nos arrumamos rapidamente, e eu embainhei minha espada. Joguei a cimitarra para longe. Abrimos os portões por dentro e fomos embora, procurando algum civil que pudesse nos ajudar.