ICEgirl

||EPISÓDIO 3 「Princesa das neves」


Fechei meu armário sutilmente. Olhei para Castiel fechando o seu com força não muito longe dali, e me perguntei se deveria ter feito o mesmo. Bem, como diz minha mãe, quem não arrisca não petisca.

Abri meu armário novamente e o fechei com força dessa vez, fazendo Castiel pular; Quase imperceptível. Abri um sorriso. Sim, acho que estava certo!

- Ei, se quer ajuda pra quebrar, me chame – Ele disse se aproximando de mim.

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- Não! Eu não quero quebrar nada! – Disse desesperadamente.

- Ei, calma, só estava brincando – Fiquei aliviada quase que de imediato, em seguida sorri. – Você é meio esquisita, sabia?

- Por quê?

- Nada não – Ele sorriu de leve, talvez fosse algum tipo de piada, mas provavelmente ele não me explicaria e eu não ia entender mesmo que o fizesse. – Aguentou bem com essas roupas, Ailyn? – Perguntou dando ênfase ao nome.

Fiquei pensativa. Ele estava se referindo ao calor, ou ao mesmo que a garota loira havia dito? Eu não entendo porque todos se importam tanto com o que eu visto, afinal, a roupa dele e voltada para o clima do inverno, assim como a minha.

- Tem algo errado com ela? – Perguntei, sinceramente.

- Tirando o fato de estar uns 32 graus lá fora e você estar com roupas de inverno, até que não. – Disse ele, com um meio sorriso brincando nos lábios.

Então era isso afinal. Ele se importava se eu estava com calor ou não, ou ele apenas queria brincar comigo? Eu deveria devolver a brincadeira? Melhor não, não sei me expressar bem e alguém poderia acabar ofendido.

- Entendo... É que eu me mudei do Alasca, e esqueci-me de comprar roupas apropriadas.

- Legal... – Disse distraidamente – Vou indo, até mais.

Ele saiu mais rápido do que chegou, de forma que não pude me despedir. Catiel não era uma pessoa má afinal. Só era diferente. As pessoas eram diferentes afinal. Meu pai era uma pessoa bem mais extrovertida que minha mãe; Minha mãe era a “responsável”. Mesmo assim, os dois eram bons comigo da mesma forma. Talvez fosse assim com as pessoas que eu estou conhecendo agora.

Pensando bem, ele também era agradável aos olhos.

MAIS TARDE, EM ALGUM LUGAR... REALMENTE, EM ALGUM LUGAR.

Olhei para o desenho-mapa mais uma vez e cheguei à conclusão de duas coisas: Primeiro; Minha tia não desenhava muito bem. Segundo; Em consequência disso, estava perdida.

Estava começando a anoitecer, e mesmo que a cidade não fosse tão grande, eu não conseguia encontrar uma loja de roupas. Ainda estava com a mesma roupa de antes, um tanto cansada e com os cabelos presos em um coque. Começou há esfriar um pouco, e então vi utilidade pras roupas que eu tinha.

- Ei, você! – Virei-me rapidamente, e encontrei um garoto um pouco menor que eu, com óculos de grau elevado e cabelos um tanto mal cortados. – Somos da mesma escola, eu vi você mais cedo! Está perdida?

Porque ele falava tão alto e animadamente? Talvez fosse normal para ele, como individuo. Se bem que todos gritavam muito sempre na escola. Então eu deveria falar da mesma forma com ela, para que se sentisse melhor, quem sabe.

- Sim, estou! – Falei – Estou procurando uma loja com roupas, você sabe onde há uma?

- Sei sim – Disse ele, aparentemente meio constrangido. – Você se importa que eu vá junto para mostrar?

Porque eu me importaria que ele viesse comigo? Existe algo errado com ele ou comigo? De qualquer forma, eu não via nada de errado com ele.

- Não há problema algum. – Falei meio confusa.

Ele sorriu e começamos a andar por uma rua iluminada por postes de luz. Conversamos sobre o fato de eu ter me mudado, sobre o pai dele, sobre o fato de eu adorar meus cabelos diferentes. Chegamos a uma loja na roxeada, onde fomos atendidos por um homem chamado Leigh. Leigh era agradável aos olhos. Cabelos e olhos escuros, que chegavam até os ombros.

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-Bem-vindos à loja de roupas.

Ken, o garotinho, ficou para me ajudar com algumas roupas. Foi divertido, eu só precisava de algumas blusas e sapatos, porque as calças jeans eu já possuía. Ken, mesmo sendo um tanto animado, me lembrava um de meus lobos de estimação. Sempre pulando e querendo atenção. O que o tornava internamente agradável aos olhos, também.

Depois disso, nos despedimos do vendedor e saímos da loja. Aparentemente os pais de Ken eram ricos, então ele morava em uma região mais afortunada da cidade. Chegando à parte em que nos separávamos, nos despedimos amigavelmente, prometendo conversar mais na escola.

- Boa noite! – Disse ele, alegremente.

- Até amanhã!

Eu estava andando por uma rua escura, certa de que estava indo pelo caminho correto. A rua estava extremamente mal iluminada, de forma que calafrios estavam começando a percorrer minha espinha. Porque eu estava com um mau pressentimento? Geralmente meus lobos começavam a rosnar caso algo muito ruim estivesse pra acontecer, mas agora eu não os tinha por perto.

- Está sozinha, princesa?

Ouvi uma voz um tanto pouco convidativa vinda de trás de mim. Virei-me e havia dois homens altos e não agradáveis aos olhos. Eles riam de algo que eu aparentemente tinha perdido. Princesa? Mas eu não era nenhuma princesa! Longe disso, meus pais não eram ricos, muito menos meus tios. Também não tinha um “reino” no Alasca.

- Está cometendo um engano, eu não sou uma princesa, não – Disse educadamente. Talvez eu fosse parecida com alguma da região.

Eles ficaram confusos depois riram. Um deles pegou-me pelo pulso e me puxou para si. Eu não havia gostado daquilo. Porque eles estavam fazendo isso? Eu não era a tal princesa, e não queria ser tocada por nenhum deles. Tudo no meu corpo me mandava fugir, mas eles eram muito mais fortes que eu; Não conseguia me livrar dos braços deles.

- Soltem a encrenqueira, sim? – A voz era familiar, e quando me virei, percebi que era Castiel.

- E o que você vai fazer? – Disse um deles, meio assustado. Eles eram altos, mas não mais que Castiel. Além do mais, Castiel era forte como um caçador!

- Quer que eu mostre, ou vai largar?

Eles resmungaram alguma coisa e foram embora, deixando-me a sós com Castiel. Ele parecia preocupado, mas depois sua expressão mudou para a mesma de sempre. Ele estava pronto para ir embora quando eu o fiz parar, puxando-o pela manga da jaqueta. Eu não sei o que havia dado em mim, eu nunca havia feito isso!

- Me desculpe! – Disse arrependida – Eu não pretendia puxar você... Eu só... Obrigado por explicar a eles que eu não era a princesa.

Nem mesmo eu sabia como ele havia feito aquilo, mas aparentemente ele não entendeu. Explicou-me o que realmente havia acontecido, dizendo que aqueles garotos queriam fazer algo ruim, e que eu não deveria andar à essa hora sozinha.

- Dá próxima, talvez não tenha nenhum conhecido por perto pra te ajudar, então tome cuidado. – Falou com irritação – Só lhe ajudei porque ouvi e não queria me arrepender depois!

Ele disse pra eu ir pra casa sozinha, mas enquanto eu caminhava, podia sentir seus olhos cravados em mim, protegendo-me de longe como minha mãe fazia quando eu ia pescar sozinha.