No caminho até em casa, Asuka contou mais sobre Londres. Quando chegaram, a ruiva foi tomar banho enquanto Yuki saiu para buscar algo para comerem. Yuki voltou, pôs a mesa e esperou a amiga sair do banho.

- O que você trouxe? - ela chegou na cozinha secando os cabelos com a toalha.

- Adivinha... - disse Yuki, tirando os pacotes de dentro da sacola sobre a mesa.

- Ah! - Asuka observou os pacotes - Tako!

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- É. - Yuki sorriu.

- Yuki! - abraçou a amiga - O que seria da minha vida sem você?

- Senta aí, sua fresca. - Yuki riu. - E me conta tudo.

- Não. Primeiro você me conta. - disse Asuka sentando, logo enfiando um pedaço na boca.

- Tá. - Yuki sentou de frente para a amiga, suspirando - Notícia boa ou ruim primeiro?

- Que notícia ruim? Aconteceu alguma coisa com você? Você sofreu algum acidente? Tá doente?

- Não, baka. Mas de qualquer forma, primeiro a notícia boa, pra não tirar seu apetite.

- Desembucha.

- Eu assinei um contrato.

- Ah! Yuki! - Asuka levantou de um pulo e foi apertar a amiga. - Eu sabia! Essa minha Yuki vai longe!

- Obrigada. - disse Yuki, rindo.

- Me conta mais! Que gravadora? - perguntou Asuka, voltando a sentar e comer.

- A PSC.

- Quê?! A mesma PSC do Miyavi e do Gazette?!

- Aham. - a morena concordou com a cabeça.

- Mas isso é ótimo! Por que você não me contou antes?

- Queria contar pessoalmente.

- Tô tão feliz por você. E você já foi conhecer seus colegas de gravadora?

- Interesseira. - a mais nova riu - Já fui sim.

- E aí? - perguntou a ruiva, ansiosa por uma resposta.

- São uns amores.

- E o eleito?

- Que eleito?

- Yuki, não se faz. Eu sei que você elegeu um. O mais bonito. - disse Asuka, incisiva.

- Tá, vai... O Uruha, do Gazette.

- É um gato mesmo. - Asuka concordou.

- Aquele Reita é um grosso.

- É nada. É só charme dele. - Asuka riu. - Vai ter que me levar lá.

- Eu levo. - Yuki sorriu, concordando.

- Agora, a notícia ruim. - disse Asuka, comendo o último pedaço de takoyaki.

- Adivinha quem voltou dos Estados Unidos?

- Não! - disse a mais velha, de boca cheia ainda - Tá brincando, né?

- Não, tô falando sério. Eu o encontrei hoje, antes de te buscar no aeroporto.

- Você o encontrou?!

- Sim.

- Eu vou te bater.

- Achei que você o odiasse e não eu.

- Dependendo do que você disse pra ele eu vou passar a te odiar também.

- Eu não disse nada. Não sabia como agir. Fiquei dividida entre a vontade de dar um tapa nele por falar comigo como se nada tivesse acontecido, e a vontade de me jogar nos braços dele de novo.

- Mas você não se jogou né?

- Claro que não.

- E nem vai, né?

- Não sei. - Yuki passou as mãos pelos cabelos, suspirando.

- Hatsuyuki! Se você fizer isso, eu te esgano! Parece que não lembra do que ele fez, do jeito que ele foi embora, das coisas que ele disse...

- Eu lembro, Asuka! - Yuki a interrompeu nervosa - Claro que lembro. - abaixou o tom da voz - Mas talvez eu queira esquecer.

- Yuki, esse cara só te fez mal.

- Isso não é verdade. Apesar de tudo, eu fui feliz com ele.

- Mas Yuki, ele te abandonou, completamente, te deixou pra trás, não deu notícias por dois anos.

- Eu gostava dele, Asuka. - Yuki começava a lacrimejar. - Gosto, não sei.

- Tá vendo só, Yuki? - Asuka se levantou e foi se ajoelhar diante da amiga. - Justo agora, que você assinou o seu contrato, que a sua felicidade bateu na sua porta, você vai deixar esse cara estragar tudo?

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- Não. Não vou. - Yuki engoliu o choro.

- Não senti muita firmeza. Eu te conheço, Yuki.

- Eu prometo que vou tentar. Ele te mandou um abraço.

- Mas é muito cínico mesmo. - Asuka torceu o bico. Yuki riu um pouco da careta da amiga, fungando. - Isso, isso! Anima! Quero te ver sorrindo. Bola pra frente, Yuki.

- Tá. - Yuki concordou com a cabeça. - Agora... Vamos esquecer isso e me conta mais de Londres.

As duas passaram a noite toda conversando, não até muito tarde, afinal Asuka estava cansada da viagem e Yuki precisava acordar cedo para seu primeiro dia de gravação. Naquela mesma noite, Kai enfrentava seus problemas, sua tristeza, sentado dentro do carro, na frente de um prédio de apartamentos em Roppongi, tomando fôlego e coragem para subir. Subindo as escadas ele pensava nas coisas que teria que dizer, nas coisas que ouviria, nas possíveis lágrimas, nas desculpas esfarrapadas. Tocou a campainha. Uma moça abriu a porta, sorriu. Era uma mulher bonita, cabelos longos e brilhantes, olhos puxados, cílios longos, lábios carnudos, um sorriso bonito e um belo corpo.

- Amor! - ela pulou e abraçou-o pelo pescoço. - Que surpresa ótima, você vir me ver essa hora.

- Oi, Yuriko. - ele correspondeu o abraço, tristemente.

- Que foi, Kai? Tá tudo bem com você? - ela o olhou, estranhando a tristeza dele.

- Acho que sim. Não sei. - ele balançou a cabeça. - Nós precisamos conversar, Yuriko.

- Tá. Entra. - ela abriu passagem para ele.

Yuki acordou na manhã daquela segunda com um sol bisbilhoteiro, que se enfiara no meio do inverno, trazendo sua luz fraca para dentro do quarto da moça. Abriu os olhos devagar, espreguiçou-se, grande dia, acordara bem disposta, se vestiu, tomou um café, tentou avisar uma Asuka sonolenta e resmungona que estava saindo, e foi para a gravadora. Quando chegou, Izumi e Louic já a estavam esperando. O resto da banda chegou pouco depois. Passaram praticamente a manhã toda apresentando o set list do álbum ao produtor. Durante a tarde, acertaram os últimos detalhes necessários antes de começar a gravar. Naquele mesmo prédio, no fim da tarde, Ruki esperara todos os outros membros da banda irem embora para conversar com Kai, viu-o tenso o ensaio todo, falando pouco, rindo muito menos, ficou preocupado com o amigo. O baterista estava sentado na frente do computador, quando o vocalista chegou.

- Kai?

- Oi, Ruki. - o maior se virou para o outro que chegava.

- Tá ocupado?

- Não, não. Já terminei. - e fechou o notebook.

- Podemos conversar? - Ruki se sentou.

- Claro. - Kai forçou um sorriso. - Se é sobre aqueles arquivos de mixagem que foram perdidos, relaxa...

- Não. - Ruki o interrompeu. - Eu sei, vocês já recuperaram. Mas não é sobre isso.

- É sobre o que então? - Kai levantou, apalpando os bolsos, à procura de seu celular.

- É sobre você.

- Sobre mim? - o baterista o mirou, espantado, mas no fundo já sabia do que o outro iria falar.

- O que tá acontecendo com você, Kai? Desde que você começou a namorar a Yuriko...

- Ruki. - Kai não deixou que ele terminasse. - Não tá acontecendo nada.

- Mas, Kai...

- Eu sei que vocês não gostam dela, mas... - ele engoliu seco - ...o que importa é que eu gosto.

- Gosta mesmo? - perguntou Ruki, incisivo.

- Gosto. - ele respondeu, sem encarar o amigo.

- Então por que você não tá feliz? Por que não tá sorrindo? Por que não tá suspirando, como uma pessoa apaixonada devia fazer?

- Ruki, eu... Olha, eu agradeço a sua preocupação mas, da minha vida amorosa cuido eu.

- Prezo pela felicidade dos meus amigos, Kai. E você não tá feliz como tá fingindo ser. Mas... eu não vou me meter. Você sabe o que faz.

- Tá.

- Nós vamos comer uma pizza, você vem? - convidou o vocalista.

- Deixa pra próxima, eu tenho que encontrar a Yuriko.

- Ah, claro. Qualquer coisa me liga então. - disse Ruki, saindo - Até amanhã.

- Até. - e o baterista ficou, sozinho, pensando nas coisas que o amigo dissera, até se dar conta de que estava quase atrasado para buscar a namorada em sua casa.

Ele chamou o elevador e esperou. A porta se abriu, Yuki estava sozinha no elevador, procurando algo na bolsa. Ela olhou para ele quando a porta abriu, sorriu.

- Kai-san.

- Sem san, por favor. - ele disse, entrando.

- Claro. E aí? Tudo bem?

- É, tô bem. E você?

- Tô legal. - ela balançou a cabeça.

- Encontro com o produtor hoje à tarde?

- É.

- Deu tudo certo?

- Sim, tudo.

- Que bom. - ele olhava o relógio, ansioso.

- Atrasado?

- É. - ele concordou, com um meio sorriso.

- Então corre. - ela disse, quando o elevador parou e abriu.

- Melhor correr mesmo. A gente se vê... - e saiu apressado.

Yuki saiu do elevador para o saguão da gravadora. Uruha, Aoi, Reita e Ruki estavam ali, reunidos, conversando.

- Yuki! - Uruha a chamou ao vê-la saindo do elevador. Ela andou até o grupo.

- Oi.

- E aí? Como foi a tarde? - perguntou Aoi.

- Tudo certo. A gente já tinha a lista de músicas mais ou menos acertada então foi tranqüilo.

- Que bom.

- Yuki! Tô atrasada, né? Desculpa.. Eu só vi a sua mensagem há meia hora atrás, eu ainda tava dormindo sabe esse fuso doido e... - a ruiva chegou, descida de um táxi, despejando palavras. Os garotos a olhavam, se perguntando de onde ela tinha saído.

- Gente, essa é a Asuka, minha melhor amiga, mora comigo. Asuka, esses são Aoi, Ruki, Reita e Uruha. E não, Asuka, você não tá atrasada. - Yuki riu um pouco.

- Ah, ainda bem! - Asuka suspirou, com a mão no peito - Oi, meninos. - sorriu, sem graça, meio deslumbrada.

- Oi, Asuka. - disse Uruha, sorridente - Hajimemashite.

- O-oi. - ela gaguejou um pouco, diante da beleza estonteante do loiro.

- Oi, eu sou o Aoi. - o moreno fez uma leve reverência. - Prazer.

- Reita. - o baixista sorriu de canto, acenando.

- Ah, Kami! Ele sabe ser simpático! - Yuki debochou.

- Engraçadinha. - ele retrucou, sarcástico.

- E você deve ser o Ruki, acertei? - disse Asuka, se virando para o vocalista.

- Acertou. - ele sorriu e corou um pouco. Os dois se encararam por alguns instantes.

- É... - Asuka desviou o olhar do ruivo, sem graça - Tá faltando um, né?

- É. - Yuki respondeu - O Kai, encontrei ele no elevador, saiu correndo, tava atrasado.

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- Ele vive em outro mundo, num vai perder nada se não conhecer ele. - disse Reita.

- Doce de pessoa você. - comentou Yuki.

- Mas... Hum então.. - disse Uruha, interrompendo a birra dos dois - O que vocês vão fazer agora, meninas?

- A gente só vai sair pra comer algo, sei lá. - disse Yuki.

- Ótimo, então venham com a gente. - convidou o loiro - Nós vamos comer uma pizza aqui perto, se vocês quiserem, estão convidadas.

- Por que não? - Yuki sorriu - A não ser que o Reita tenha alguma objeção.

- Não. Não tenho. - o baixista respondeu, contrariado, olhando de canto para a ruiva.

- Tudo bem pra você, Asuka? - a morena cutucou a amiga.

- Por mim... - a ruiva sorriu, concordando.

- Então vamos. - o guitarrista mais novo sorriu, indo em direção à porta, sendo seguido pelos outros.

- Uru, e o Miyavi? - perguntou Aoi.

- Ele não vai poder. Tem uma entrevista, sei lá. - o loiro deu de ombros. O grupo seguiu andando até uma pizzaria a dois quarteirões dali.

Os seis passaram a noite entre pizzas, drinques, risadas e conversas. Saíram da pizzaria quase perto da hora de fechar o lugar, foram os últimos a sair. As meninas foram de táxi para casa, Yuki chegou a cochilar um pouco no caminho mas acordou ao chegar em casa e ainda teve pique para conversar com a amiga antes de dormir.

- Asuka, eu tô doida, ou você não tirou os olhos do Ruki a noite toda? - Yuki provocou.

- Tá doida.

- Ah, claro. Era o Reita. Que cabeça a minha. - Yuki ria.

- Pentelha! - Asuka atirou uma almofada na menor.

- Você não perde tempo. - a morena dava ainda mais risada.

- Engraçadinha.

- Eu sei. - Yuki se sentou na sala.

- Adivinha quantas mensagens tinham na secretária eletrônica?

- Sei lá. - Yuki deu de ombros.

- Trinta e duas.

- E...?

- Do Hizumi.

- Todas? - Yuki arregalou os olhos.

- Todinhas.

- Você ouviu alguma?

- Não.

- Apagou?

- Não. Vontade não me faltou, mas não apaguei afinal as mensagens são suas e eu não tenho o direito de me meter.

- Ouço ou não? - perguntou a mais nova, encarando o telefone.

- Quer que seja sensata ou passional?

- Os dois.

- Não e não.

- Tem razão. Melhor não ouvir. - Yuki apertou o botão e deletou todas as mensagens.

- Isso aí... Tá na hora de dar uma reciclada, Yuki. Olha, tem o Aoi, ele...

- Asuka, não.

- E o Uruha? Ele é lindo. Vocês se dão muito bem.

- Não. Eu não tomei a minha decisão ainda. Eu vou ouvir o que o Hizumi tem pra me dizer, quem sabe ele tenha mudado e...

- Você que sabe. Mas se ele te machucar de novo eu vou voar naquele panaca. - disse Asuka, levantando, indo pro quarto.

- Obrigada por se preocupar comigo. - Yuki sorriu, seguindo a amiga.

- Fofura, não precisa agradecer. - Asuka bagunçou os cabelos da mais nova. - Agora trata de dormir e descansar. Você trabalhou demais hoje.

- Tá. - Yuki concordou, indo para seu quarto - Oyasumi.

- Oyasumi.