Me joguei na cama e logo Morfeu me envolveu com seus braços.

***

Tenho vergonha, tenho cicatrizes que eu nunca mostrarei

Sou uma sobrevivente de mais formas do que você sabe

Porque toda a dor e verdade

Pulei da cama acordando....Malditos pesadelos. Apesar de ser uma simples filha de dois semideuses os sonhos ainda me acompanhavam. Sabia que entre meus irmãos e todos os outros Heróis era a única que tinha isso. Só não sabia o motivo, talvez fosse à convivência com deuses, ou porque simplesmente Apolo gostava de me zoar mesmo sem me ver a dezesseis anos- ele fez meu parto-.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Olhei o relógio do criado e vi que ainda eram sete e meia, não havia dormido quase nada. Malditos borrões idiotas!!!

Fui tomar um banho e depois de duas horas – gostava de água, Poseidon ainda era meu avô – sai do meu quarto.

Desci as escadas e fui até a cozinha, só meu pai estava ali, parecia com pressa.

Não disse nada só abri a geladeira e pequei um pedaço de pizza congelado e comecei a comer – não é tão nojento como parece-.

–Bom dia para você também. – Papai disse meio cínico.

Aquilo não combinava com ele, mas sabia que aquela tentativa de soar o pai cínico era porque ele estava nervoso, provavelmente problemas no Acampamento.

Percy continuou me olhando esperando minha reação, mas me limitei a dar um sorrisinho irônico e sair da cozinha dando mais uma mordida no pedaço de pizza.

***

– Helena abra a porta! – Minha mãe berrou do outro lado.

Coloquei meu livro na cama e berrei de volta:

– Estou ocupada.

–Helena! – Advertiu como se eu tivesse medo dela. Se ela me conhecesse saberia que tenho medo de coisas bem piores do que uma loira com pavor de aranha.

Fiquei calada e logo ouviu um grunhido de trás da porta.

–Jason vai vir nós visitar. E é bom você descer. – Ela rugiu.

Sorri. Sabia que minha mãe estava furiosa comigo por não ter ido na feira da minha irmã.

–Tudo bem. – Menti. Lógico que não ria descer para ver o babaca do Jason Grace.

Jason era o tipo do cara que fingia não ser perfeito, mas fazia questão de ser. Ele amava fazer um c* doce. E isso me enjoava. Mas não era só isso Jason vivia me olhando e me julgando, mas disfarçava com um sorriso.

Eu sabia que ele me achava esquisita e não gostava de mim, era como todos, preferia a minha irmã.

Mas o que realmente me fazia ter raiva dele era o filho dele Edward Grace que era dois anos mais velho do que eu , aos onze eu tive uma queda por ele, eu simplesmente amava o garoto. Seus olhos nem verde nem azul me fascinavam. Depois de um tempo acabamos virando amigos – bem era o que eu achava, meu primeiro e verdadeiro amigo-. Mas era o tipo de amizade onde ele só falava comigo quando estávamos sozinhos.

Enfim eu gostava dele e ele por pena ficava comigo . Sim pena! Uma vez eu estava sozinha perto do punho de Zeus e ouvi ele falando com um amigo do Acampamento.

–Ed é verdade que você conversa com a tal de Helena?

– Ahh ela é legalzinha, tenho pena dela. Ela conversa com pouca gente e está sempre afastada. – Disse indiferente

–Acho que você está é afim da irmã dela.

–Larga de ser idiota cara a menina só tem dez anos.

–Mas é bonita.

–Isso ela é. – Respondeu rindo.

Eu lembro que sai de lá sem fazer barulho e fui para o chalé de Poseidon, lembro que eu estava com tanta raiva, que acabei me cortando. Até hoje quando olho para a batata da minha perna esquerda vejo a longa linha branca.

Eu só me cortei três vezes até hoje é uma delas foi por causa do neto de Zeus, Edward Grace.

Nunca mais falei com ele depois daquele dia, e também nunca mais senti nada além de nojo dele. Não me amar é uma coisa, agora me fazer de idiota é outra completamente diferente.

Depois de uns quatro anos ouvi meu irmão zoando Silena, e descobri que os dois haviam ficado. Não senti NADA por ele, mas fiquei com raiva da minha irmã, mais uma vez ela estava ali, para ter algo que eu nunca poderia ter.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

***

O arco-íris surgiu na minha frente e depois de jogar o dracma disse:

– Ares, deus da guerra.

Logo a imagem do deus surgiu. Ele me olhou de cima a baixo e perguntou:

– O que quer?

Revirei os olhos.

–Ainda com raiva querido? Não fique, você sabe que eu te amo. – Zombei e recebi o dedo do meio e um belo palavrão em troca. – Pode me fazer uma mega favor bonitão???

–O que? – Ele disse olhando uns papeis que estava na sua mesa. Ares estava em seu santuário no Olimpo. E sim ele sabia ler.

–Me leva para passear...Pode ser qualquer lugar. – Eu disse e sabia que Ares havia entendido que eu queria fugir.

–Desculpa docinho, mas tenho uma reunião com a bastarda da minha irmã. – Ele respondeu e depois de fazer uma careta me despedi.

“Eh pelo jeito vou ter que pular a janela –de novo- e dar um passeio de a pé. Bosta!!!”

***

–Vai querer calda? – O garoto perguntou, neguei.

Uma fato sobre mim EU AMO CHOCOLATE. Principalmente em sorvete.

Sai da sorveteria e caminhei e me pus a caminhar, eu amava festas e lutas, mas também curtia um passeio mais calmo.

Estava virando uma esquina quando bati com tudo em algo duro, logo eu estava no chão com meu sorvete manchando minha blusa.

“Eu só posso ter sido ca*****!!! Mas que po***!!!....” Comecei a xingar encarando minha blusa.

Antes que pudesse olhar para cima e mandar o idiota para o PQP sua voz rouca chegou aos meus ouvidos.

–Devia olhar por onde anda.

Me levantei furiosa, e vi o idiota sexy e muito, muito bonito que havia esbarrado em mim. Apesar da beleza não me deixei levar e com meu melhor sorriso cínico disse:

– Eu??? Nossa que estranho eu posso jurar que foi você que me jogou no chão, mas tudo bem sei que os energúmenos tem dificuldade em assimilar certas coisas.

O homem me olhou de cima a baixo, vi seus olhos azuis tempestuosos brilharem.

–Devia aprender a ser mais educada garota. – Disse dando uma passo para frente, me fazendo sentir seu cheiro de...chuva? Sim, chuva e terra molhada.

Se fosse qualquer outra mulher teria recuado, até porque o homem era enorme e a rua estava vazia, mas não era qualquer uma era eu. E eu não sou lá muito normal.

–Deveria, mas não sou. – Respondi dando um passo para frete.

Vi o homem sorrir e olhar meus seus meus seios, perto da onde a casquinha – que agora está no chão- estava. Seu olhar subiu e desceu no meu corpo e rosto.

Ainda sorrindo disse:

–Tanta beleza e tanto sarcasmo em uma mulher só? Inacreditável.

–Primeiro me trata igual a uma cadela, agora me canta? – Disse cínica. – Inacreditável.

Ele sorriu ainda mais.

–Que tal resolvermos nossas pequenas diferenças tomando um sorvete? Até porque parece que eu estou lhe devendo um.

–Desculpe bonitão, mas é melhor eu ir, até porque preciso trocar de blusa.

–Se quiser ajuda. - Disse com um sorriso malicioso, não me abalei. Se ele quisesse fazer alguma coisa contra minha vontade já teria feito.

–Bem se você tentar me ajudar eu arranco seus olhos e suas mãos fora, não queremos isso não é? – Minha voz mais fria e sombria agora.

–Não, não queremos. Mas posso saber seu nome? – Perguntou.

Desviei dele e dei uns dois passo antes de responder:

–Helena!

Quando a sua sombra cruza a minha

É o que basta para que eu ganhe vida

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.