I Need You

Rotina


Desde que Gina voltou para casa, os dias passavam como num flash. Logo, o vento frio do Outono se intensificou com a chegada de Dezembro, que trazia também o Inverno e o Natal. No dia seguinte a sua chegada, Gina foi à casa de Fred dar um abraço em Angelina e conhecer a pequena caçula Roxanne Weasley que era a primeira neta da Sra. Weasley e primeira integrante da nova geração. Fred e Angelina moravam em um pequeno, porém agradável, chalé em Godric’s Hollow de dois andares. No andar inferior, havia uma sala bem decorada por Angelina, uma pequena cozinha que tinha o respeito e admiração da Sra. Weasley, um banheiro e uma sala de jantar com uma mesa de madeira bem polida como a da Toca. No andar Superior, ficava o quarto do casal, o quarto de hóspedes e agora o quarto da pequena Roxanne decorado de Rosa com diversos detalhes pintados nas paredes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Não entendo o porquê de toda menina ter que gostar de rosa – murmurou Fred para Gina quando abriu a porta do quarto no tour que fazia pela casa com ela.

— Nem todas, vai por mim, odeio rosa – ela murmurou de volta.

A pequena Roxanne era uma graça. No momento em que Gina á viu, se encantou com o quão graciosa era a pequena garotinha. A grande juba ruiva dos Weasley’s caía sobre seu rosto a todo momento e assim que a Gina a pegou no colo, ela se remexeu dentro dos agasalhos, abriu os olhos para olhar a tia e soltou uma espécie de barulho pela boca muito agradável.

— Ela gostou de você – comentou Angelina olhando-as.

Dois dias depois de seu retorno e no dia seguinte a visita à casa de Fred, Gina foi conhecer a casa onde Percy morava com sua esposa, Audrey. Assim como o marido, Audrey trabalha no Ministério no Departamento de Cooperação Internacional de Magia, e infelizmente por conta dos jogos, Gina não pôde comparecer ao casamento deles, realizado a três anos atrás. Localizada em Little Hangleton, a casa do irmão mais velho de Gina era moderna e bem bonita. Pintada de pêssego, tinha três andares, sendo o primeiro a sala, cozinha, banheiro, sala de jantar, escritório e sala das bebidas, o segundo os quartos com um banheiro em cada um, e o terceiro o sótão, uma biblioteca e uma sala vaga onde eles guardavam objetos que ocupavam muito espaço. A esposa de Percy era adorável. Gina teve que ficar horas e horas sentada, contando suas aventuras como jogadora de Quadribol e suas experiências em outros países, e ela obviamente adorou contar tudo. Definitivamente ela estava feliz em estar de volta.

Toda essa alegria de sua chegada espantou momentaneamente a nuvem negra que pairava sobre sua cabeça, mas não a eliminou. Depois que as épocas festivas passassem, ela teria que arranjar um emprego definitivo. Afinal, odiaria ficar igual Rony, trabalhando na Gemialidades Weasley prestes a completar 30 anos e ainda morar com a mãe.

Depois de um dia agradável na casa de Percy, Gina e a Sra. Weasley voltaram para a casa. Estava escurecendo e a neve já caia, cobrindo todo o verde da paisagem de branco, o que era uma vantagem para todos que moravam na Toca, já que os anões não saíam de seus buracos no frio e as galinhas não precisavam ser soltas todos os dias para ciscarem por aí. Assim que as duas entraram na pequena cozinha da Toca, a Sra. Weasley apontou a varinha para a lareira que se acendeu com uma pequena chama bruxuleante que logo se tornou um fogo agradável, aquecendo a cozinha.

— O que quer para o jantar? – perguntou a Sra. Weasley tirando seu grosso casaco de lã e pendurando ao lado da porta.

— Eu não estou com muita fome, Audrey cozinha muito bem – respondeu Gina, tirando o gorro de sua cabeça e liberando a sua juba ruiva.

— Bem, algumas receitas eu tive o prazer de ensinar...

Gina se virou e encarou a mãe com surpresa.

— Você, Molly Weasley, revelando seus segredos na cozinha? Uau, isso sim é magia.

A Sra. Weasley riu.

— Muito engraçadinha você. Percy contou a ela que eu sou uma excelente cozinheira e ela pediu algumas dicas, só isso.

— Se ela fosse sua filha ganharia um “vai arrumar um emprego” como resposta – respondeu Gina se virando e indo para a sala.

— Quando foi mesmo que você se tornou tão irônica? – ela ouviu a Sra. Weasley perguntar. – Então não vai querer nada especial hoje?

— Mãe pare de me mimar tanto ou vou acabar como o Rony – gritou ela de volta.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Gina não podia ver, mas tinha certeza de que a Sra. Weasley soltou uma expressão de horror.

— Bem, não precisamos disso não é mesmo? Tudo bem então, o jantar sai em uma hora.

Gina subiu para seu quarto e lá se livrou das pesadas roupas que a protegeram do frio, tomou um banho quente e ficou remexendo nas coisas em seu quarto, reencontrando coisas e desenterrando memórias. Achou uma foto do último ano com suas amigas, Lisa e Rachel e se perguntou onde estariam as duas e o que elas estavam fazendo?

Se elas se reencontrassem hoje, Gina até poderia imaginar como seria esse encontro. Rachel falaria de como sua vida estava maravilhosa e como era bem-sucedida e bem casada, Lisa provavelmente estaria grávida, contudo também teria um bom trabalho ou um bom marido. Já Gina, bem ela não tinha mais trabalho e muito menos um marido. Nem namorado tinha. Isso a deprimiu.

Com 25 anos, toda a garota tinha ou um bom trabalho, um namorado ou em alguns casos, uma família. Ela não tinha nada disso. Apostava sua melhor vassoura em como todas aquelas garotas esnobes e metidas que zoavam com sua cara hoje estavam bem de vida. Não que Gina não tivesse dinheiro, com o Quadribol ela tinha o bastante para se sustentar e sustentar sua mãe e seu irmão pelos próximos vinte anos, mas como diziam “galeões não compram a felicidade”. Agora ela se perguntava se um dia iria encontrar um namorado. Alguém especial com quem constituiria família, alguém que ela amasse e que amasse ela também.

Ótimo Gina, já estava deprimida por causa do trabalho e agora vai ficar mais ainda com essa neura de namorado” pensou ela “Eu não preciso disso. Não preciso de um namorado ou marido. Minha mãe não teve nenhum dos dois e conseguiu criar quatro filhos. Além do mais, foi-se o tempo em que as mulheres dependiam dos homens para tudo. Mas será que isso é felicidade?”

— Gina, o Jantar está pronto. – gritou a Sra. Weasley lá de baixo, tirando-a de seus devaneios.

Ela guardou suas coisas e desceu para jantar. Não, ela não se preocuparia com isso. Tinha que se preocupar apenas com uma coisa: Arranjar um emprego.

Assim que adentrou a aquecida cozinha, a porta se abriu e de lá entrou um Rony Weasley coberto de neve dos pés á cabeça.

— Rony – bradou a Sra. Weasley – Tire essa neve das roupas antes de entrar, a não ser que queira varrer tudo depois.

— Está começando um temporal lá fora – disse Rony tirando o casaco e o sacudindo, ganhando um olhar feio da Sra. Weasley. Ele bufou – Eu limpo depois.

— É dezembro, época de natal, e o que seria o natal sem uma nevasca? – disse Gina, se sentando à mesa.

— Com certeza. Aliás, já tenho o presente ideal para você, Gina. – respondeu Rony, sentando-se na mesa de frente para ela.

— E o que seria?

— Não posso contar, estragaria a surpresa. – respondeu ele, pegando uma travessa de frango.

— Ronald você não tem educação? Use garfo e Faca – reclamou a Sra. Weasley – Talvez eu deva te dar isso de presente de natal.

Gina riu enquanto Rony dava mais uma mordida em sua coxa de frango e a Sra. Weasley revirava os olhos.

— Gina, poderia me acompanhar amanhã até o Beco Diagonal? Tenho que comprar algumas coisas e aproveito para comprar os presentes de natal também.

— Claro, provavelmente a nevasca irá piorar com o passar dos dias então é melhor irmos mais cedo mesmo.

A Sra. Weasley assentiu e colocou uma tigela cheia de cozido de carneiro na mesa, o qual Rony já estava se servindo com uma colher.

— Ah Ronald, Por Merlin. – gritou a Sra. Weasley.

Enquanto isso em Godric’s Hollow, Harry Potter aparatava atrás da velha igreja do vilarejo. Como o local não era inteiramente bruxo, com muitos trouxas morando na vizinhança, o Ministério definiu que aquele seria o local oficial onde todos deveriam aparatar. Ele atravessou o pequeno cemitério, com seu pé afundando na neve a cada passo e saiu para a rua cheia de chalés de todos os tamanhos e cores, descendo a rua em direção ao chalé onde ele morava com seus pais. Se seu plano desse certo, dentro de poucos meses Harry conseguiria comprar um chalé para ele e para James por ali também.

O chalé onde ele morava com seus pais não era grande coisa. Dois andares, contendo uma sala, uma cozinha, uma sala de estar, quatro quartos, um sótão e um porão, porém foi naquele chalé em que Harry cresceu e tinha boas memórias do local. O jardim de sua mãe estava coberto pela neve, com alguns pequenos montinhos por aqui e ali onde, se Harry cavasse acharia os anões de jardim de plástico que decoravam o local. Tinha uma pequena varanda que era ligada ao quarto de seus pais e a frente da casa antigamente era da cor pêssego, porém com o passar dos anos a cor foi se desgastando e seus pais a pintaram de verde.

Harry abriu a porta e a sensação aquecedora e familiar lhe envolveu, dando boas-vindas. Ele tirou o casaco coberto de neve, pendurou no porta-casacos ao lado da porta e limpou os pés no tapete. A sala estava vazia. Dois sofás e duas poltronas estavam dispostos ao redor do cômodo e no centro um tapete de veludo onde havia agora alguns livros e brinquedos. As paredes brancas estavam repletas de fotografias, de Harry, de seus pais, dos avôs de Harry, de James. Harry caminhou pelo corredor em direção à cozinha, de onde vinham vozes.

— ... e então assim, o Papai Noel vai vir de noite e lhe trará muitos presentes – disse uma voz bondosa.

— Sério? – perguntou uma voz infantil cheia de admiração.

— Sério querido, mas só se você tiver sido um bom menino esse ano. Você foi um bom menino?

— Com certeza. Fiz tudo o que a senhora pediu e ajudei meu avô na decoração da casa.

— Então na noite da véspera de natal pode esperar muitos presentes.

Harry entrou na cozinha. As duas paredes opostas a entrada estavam cobertas por armários enquanto as outras duas continham uma prateleira e a outra um enorme quadro onde Harry, seu pai, sua mãe e James brincavam. No centro da cozinha, James estava sentado no balcão enquanto sua vó preparava o que parecia um bolo. Era incrível como o pequeno Potter era parecido e ao mesmo tempo diferente de seu pai. Herdará o jeito maroto e a habilidade de se meter em encrenca que antes de Harry, era de seu pai, Tiago, mas as vezes também era um pouco arrogante, ainda mais quando se tratava de seus brinquedos e ficava de castigo frequentemente.

Assim que Harry adentrou a cozinha, sua mãe, Lilian, tirou os olhos de James e olhou para ele. O neto seguiu seu exemplo e gritou um animado “PAPAI” antes de pular do balcão e se jogar nos braços de Harry.

— Como você está grande, andou crescendo enquanto eu estive fora? – perguntou Harry com uma voz de pirata enquanto colocava James nos ombros.

— Você só esteve fora por um dia pai – respondeu James rindo.

— Sério? Pareceu uma eternidade. E então, como foi seu dia?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Foi incrível, eu consegui ler minha primeira palavra – contou James, orgulhoso.

— Sério? – perguntou Harry olhando para sua mãe.

— Sim, e adivinha qual foi – contou ela, quebrando dois ovos e colocando-os em uma tigela.

— Quadribol – gritou James com entusiasmo. Harry riu.

— Uau, isso é um grande avanço. Parabéns Filho, estou orgulhoso de você. Agora, por que não vai para a sala recolher aqueles livros e brinquedos enquanto eu converso com a vovó? Depois assistiremos alguns vídeos de partidas de Quadribol no velho videocassete do seu avô.

— Tudo bem – Harry o colocou no chão e ele correu direto para a sala.

— Tudo bem com a senhora? – perguntou Harry depositando um beijo na bochecha da mãe.

— Eu estou ótima, filho, e você, como foi seu dia? Conta tudo sobre o novo emprego.

— Bem, adivinha quem está sendo cotado para ir atrás dos Mais Procurados? – perguntou Harry se sentando num banquinho junto ao balcão.

Lilian parou de mexer na massa e olhou estupefata para o filho.

— Você? – ela perguntou com animação.

— Bem... Não – respondeu e Lilian fez um bico e voltou a mexer em sua massa – Mas essa é a minha meta.

— Onde você está então?

— Estou patrulhando o Beco Diagonal. Não é uma coisa perigosa, tudo o que eu tenho que fazer é ficar sentado no posto de observação e apartar alguma briga de bruxos ou evitar que haja furtos.

— Não sei não hein, ultimamente anda saindo no Profeta Diário que o Beco Diagonal está sofrendo uma série de furtos. Ninguém consegue pegar ou identificar quem é que está fazendo isso.

— Sim, mas hoje foi um dia tranquilo. E se esse ladrão aparecer pode deixar que ele vai fazer uma visita só de ida para a Azkaban.

— Hoje foi seu primeiro dia como Auror, mas já está falando igualzinho ao Alastor Moody. – Harry riu – E se for mais de um ladrão?

— Então eu peço reforços ou os enfrento sozinhos, que tal?

— Harry não faça esse tipo de piadinha – esbravejou a ruiva Potter - Sabe que acho esse seu trabalho difícil e extremamente perigoso. Não me deixe mais preocupada.

— Tudo bem, me desculpe. Que horas sai o jantar?

Lilian ergueu a cabeça e franziu a testa para o filho.

— Agora está explicado quem James puxou no quesito ser comilão.

— Ei, eu estive caçando bandidos o dia todo, estou faminto. – respondeu Harry, se defendendo.

— Você mesmo disse que foi um dia tranquilo – Harry abriu e fechou a boca. Essa era uma das características mais encantadoras em Lilian. Não importa qual Potter, de qual geração fosse, ela sempre os deixava sem palavras – Vai sair logo, agora por que você não vai tomar um banho ou ver se o James não está planejando demolir a sala.

— Tudo bem – Harry se levantou, porém, antes de sair meteu o dedo na massa que sua mãe mexia e experimentou um pouquinho.

— Harry Potter – ela brandiu, mas o filho já estava no corredor.

Harry passou pela sala e viu James concentrado no livro “A história do Quadribol” e achou graça, depois subiu as escadas e foi tomar um banho. Vestiu roupas secas e quentes e quando estava saindo de seu quarto, um grito agudo cortou o ar

— VOVÔ – gritou James

Harry desceu as escadas a tempo de ver o filho pulando nos braços de seu avô, Tiago, exatamente como fazia com Harry, recebendo um abraço apertado dele.

— E aí garotão, como é que você está? – disse Tiago – Eu tenho uma surpresa para você.

A porta da sala ainda estava aberta, a paisagem do lado de fora completamente branca por conta da neve, quando uma figura encapuzada adentrou a sala. Harry apalpou os bolsos a procura da varinha e se lembrou de á ter deixado em seu quarto. Aquilo era um dementador.

Ele mais que depressa pegou um dos livros de James, o mais pesado, e o arremessou no monstro, que ergueu a varinha e o desviou, jogando-o na parede com um estrondo. Tiago e James deram um pulo para trás e caíram no sofá.

“Espera... Dementadores não usam varinhas” pensou Harry.

A figura tirou o capuz revelando uma cascata de cabelos negros na altura do ombro e feições tranquilas apesar de quase ter sido acertado por um pesado livro.

— Harry – disse seu padrinho, Sirius Black – Mal acabou de se tornar um auror e já está agindo igual ao Alastor Moody.

— Foi o que eu disse – falou Lilian, entrando na sala limpando as mãos no avental – Que barulhão foi esse?

— Papai está enlouquecendo – respondeu James.

— Não estou não, eu achei que fosse um Dementador – respondeu Harry em sua defesa.

— Dementador? Francamente Harry, por que um dementador viria em nossa casa? – esbravejou Tiago se levantando do sofá e ajeitando as vestes no corpo.

— Você disse que tinha uma surpresa para James...

— A surpresa era o Sirius e não um Dementador... Que tipo de avô você acha que eu sou que traz uma criatura monstruosa de presente para o neto?

— Ora vamos lá – falou Sirius – Vamos deixa-lo em paz, certamente tudo isso é estresse por conta do novo trabalho. Anda Harry, venha cá e me dê um abraço.

Harry cruzou a sala e deu um apertado abraço em seu padrinho.

— Não o culpo por tentar me acertar com um livro, por falar nisso foi até divertido. Mas da próxima, tente algo mais pesado, um livro não irá fazer estrago algum em um Dementador. – Sirius se soltou de Harry e olhou para James – E você, o que está esperando para me dar um abraço também?

Novamente James fez o que mais gostava de fazer: correr e se jogar nos braços das pessoas. Depois de todos se cumprimentarem, Lilian pediu para Tiago e Sirius deixarem os casacos cheios de neve pendurados no porta-casaco e irem se aprontar para o jantar. Assim que eles se viraram para irem em direção da cozinha, a campainha soou.

— Lilian segure o Harry, ele pode achar que o carteiro trouxa é um dragão – brincou Tiago enquanto ia atender a porta. Ele abriu a porta e parada na soleira, coberta de neve dos pés à cabeça, Hermione Granger encarou a todos.

— Hermione querida, que surpresa – falou feliz Lilian.

— Entre, entre – falou Tiago, dando passagem para que ela entrasse.

— Oi – respondeu ela – Desculpem vir sem avisar, é que eu não tinha nada para comer em casa e sou boa apenas com poções e não com receitas por isso pensei se poderia vir jantar aqui.

— Ah que isso, é um prazer recebe-la – respondeu Lilian.

— E então Mione, curtindo o novo apartamento? – perguntou Harry, dando um abraço na amiga.

— Morar sozinha é bom e ao mesmo tempo ruim. – respondeu ela, retribuindo o abraço - Ruim porque eu percebi que a comida não se faz sozinha e nem minhas roupas sujas aparecem limpas e dobradas na minha gaveta...

— Se quiser eu te ensino um feitiço que pode fazer isso – interrompeu Lilian. Hermione riu.

— É muita gentileza, Sra. Potter, obrigada. Mas o que eu estou dizendo é que sinto saudade de morar com meus pais.

— Seus pais devem ter sido incríveis, quando eu saí de casa não senti nada mais que alívio – falou Sirius.

— Eles são mesmo. O lado bom é que aquela é a minha casa, eu posso estabelecer minhas regras e fazer o que eu quiser.

— Titia Hermione, eu posso ir visita-la? – perguntou James.

— Claro que sim – falou Hermione bagunçando os cabelos do pequeno – Quando quiser basta apenas avisar que eu venho lhe buscar.

— Bem, o jantar está servido – anunciou Lilian.

Todos se dirigiram animados e famintos até a sala de jantar onde uma farta mesa com comida os aguardava. Eles comeram, riram, se divertiram, escutaram as novidades e as notícias de todos e depois da sobremesa, todos voltaram para a sala enquanto Harry colocava James para dormir.

— Já escovou os dentes? – perguntou Harry.

— Sim, Papai.

— Já colocou o pijama?

— Sim, Papai.

— Já deu boa noite á todo mundo?

— Sim, Papai.

— Já...

— Pai – interrompeu James – Eu já fiz tudo. O senhor parece a vovó.

Harry sorriu para o filho.

— Tudo bem, então venha aqui – Harry pegou o filho e o segurou pela barriga, correndo com ele pelo quarto como se ele fosse um avião. James riu, aquela risada gostosa e inocente de uma criança que enchia o peito de Harry de uma sensação reconfortante.

Depois, Harry o atirou em sua cama e começou a fazer cócegas no filho que se contorcia e tentava escapar.

— Não desmoronem a casa – gritou Lilian lá de baixo.

Harry riu enquanto cobria o filho com a coberta.

— Boa noite, filho – Ele deu um beijo na testa do filho e se dirigiu à porta, quando o James o chamou.

— Papai...

— Sim? – Harry se virou para encarar o filho.

— Quando é que a mamãe volta?

O coração de Harry despencou. James perguntava de sua mãe repetidas e repetidas vezes, não só para seu pai, mas para todos da casa e a reação era a mesma: ninguém sabia o que dizer. Harry gostaria de dizer que ela já estava voltando, que estava vindo para casa agora mesmo, mas não era verdade e não era justo mentir para James. Por isso, sempre dava a mesma resposta.

— Eu não sei, filho.

— Mas ela volta, não é?

— Eu espero que sim.

— Por que ela foi embora?

— Sua mãe era jovem, James. Ficou com medo quando engravidou e foi embora assim que você nasceu.

— Queria que ela estivesse aqui. – disse ele, tristonho.

Aquela cena partia o coração de Harry. Ele também queria que Cho estivesse ali. Não para ficar com ele, mas para ficar com James. O garoto sentia falta da mãe.

— Um dia a encontraremos filho. Até lá, porque não tenta descansar? – Harry caminhou até o armário de brinquedos do garoto e tirou de lá uma vassoura de pelúcia – Não conte para sua vó que eu estou lhe dando isso ok?

James se alegrou um pouco e pegou a vassoura das mãos do pai, abraçando-a. Harry deu outro beijo de boa noite na testa do filho e saiu do quarto, fechando a porta ao passar. Ficou conversando por mais um tempo com todos na sala, quando Sirius e Hermione anunciaram que tinham que ir embora. Eles se despediram, agradeceram a Lilian pela deliciosa comida e foram para a igreja para aparatarem, enquanto os Potter desligavam as luzes e iam diretamente para a cama.