I Need You

A Descoberta


Três semanas haviam se passado desde a segunda feira em que Harry e Gina dormiram juntos pela primeira vez. Agora, Harry estava no pé de uma montanha, cercado pela floresta silenciosa enquanto tomava um gole do café ralo e sem gosto que conseguiu preparar com os suprimentos que tinha. Durante essas semanas, passou altos e baixos, lembrou-se amargurado.

Primeiramente, acabou indo para o vilarejo de Nettlebed, onde segundo testemunhas, Cho Chang foi vista naquela mesma semana. Durante dois dias de busca, tudo o que Harry conseguiu encontrar foram diversas fotografias dele, de James e do resto de sua família, coladas com alfinetes na parede de uma estalagem vagabunda. Uma em particular, chamou sua atenção. Era Gina. Segundo a legenda que Cho colocou no verso da fotografia, a foto foi tirada no dia anterior ao que Harry chegou no vilarejo, um dia depois de sua caçada começar. Na foto, Gina vestia pesadas roupas quentes, com um gorro e luvas de dragão enquanto andava com sua mãe no Beco Diagonal em direção à loja de seu irmão, Gemialidades Weasley, carregando uma caixa com o desenho de um grande W. Preocupado, Harry escreveu uma carta para Gina, pedindo-a para que aumentasse a vigilância.

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Depois disso, acabou rumando para outro vilarejo que ficava próximo ao de Nettlebed, onde quase prendeu Lucio Malfoy. Harry havia chegado ao vilarejo, com frio e coberto de neve, e resolveu entrar em um pequeno bar que cheirava a repolho para se aquecer. O estabelecimento era pequeno e pouco habitado, com apenas algumas velhas senhoras tomando xerez e botando a conversa em dia, e alguns homens lendo o jornal. Depois de um ou dois copos de cerveja amanteigada, Harry ouviu a porta se abrir e se deparou com o homem.

Lucio Malfoy encarou Harry Potter, deu meia volta e saiu correndo. Harry saiu ao seu encalço pelo vilarejo, perseguindo-o enquanto Malfoy atirava feitiços e mais feitiços, que ricocheteavam no feitiço de proteção que Harry lançou em si. Por fim, encurralou-o em beco, apenas para o desgraçado aparatar, escapando.

Na segunda semana, conseguiu outra pista: Um homem idoso disse que viu Arthur e Cho em outro vilarejo ali próximo. Harry rumou rapidamente para lá, seguindo o rastro dos dois, apenas para acabar em outro quarto em uma estalagem vagabunda, com mais fotos recentes tiradas por Cho. Em uma foto, Gina e James voavam em uma vassoura em um campo, e, Harry se preocupou ao notar, Gina estava com uma expressão de quem passava mal.

Agora, na terceira semana, Harry ouviu relatos de que Lucio e Arthur haviam tido uma discussão em um bar em outro vilarejo e acabaram se separando. Harry recebeu esse fato quando já era muito tarde, e decidiu armar acampamento em uma montanha ali perto.

Agora, tomando outro gole de seu café, tudo que conseguia pensar era no dia em que saiu para a busca, o dia seguinte após dormir com Gina pela primeira vez. Fechou os olhos e deixou sua mente o teletransportar para lá.

A terça feira havia amanhecido monótona e cinzenta. Os cidadãos trouxas de Godric’s Hollow se levantaram e começavam a se arrumar para seu trabalhos, dando nós em gravatas de cetim e beijos em suas esposas e filhos. No chalé dos Potter, não era diferente. Lilian já estava de pé, preparando o café da manhã quando Tiago entrou abruptamente na cozinha, de péssimo humor, a mão sobre a testa.

— Bom dia – cantarolou Lilian enquanto coava o café.

— Ashmedss – resmungou Tiago de volta, sentando-se na mesa.

— Qual o problema, querido? – perguntou ela, inocentemente enquanto colocava o bule de café na frente dele – Lembrou-se que não é mais tão jovem assim para beber tanto Whisky de Fogo como bebeu na noite passada?

— Está certa... – ele respondeu, esfregando suas têmporas – Está certíssima. Eu realmente exagerei... Não fiz nenhuma coisa estúpida, fiz?

— Apenas o normal – respondeu Lilian, sentando-se e se servindo de uma xícara de café.

— Ótimo – respondeu Tiago, também se servindo de uma xícara.

No andar de cima, lentamente, Gina Weasley acordava. Espreguiçou-se e abriu os olhos lentamente, apenas para encontrar outro par deles, verdes, encarando-a enquanto sorria.

— Bom dia – sussurrou ela para Harry, dando-lhe um beijo.

— Bom dia. Você fica linda dormindo.

— Com certeza devo ser melhor do que quando acordo – respondeu ela passando a mão em sua cascata de cabelos cor de fogo, mais bagunçados que o quarto de James – Você não devia estar se trocando para a busca?

— Ah, a busca... – o sorriso de Harry desapareceu lentamente – Eu já devia ter saído. Obrigado por me lembrar.

E levantou-se de um pulo na cama indo em direção ao banheiro. O resto da manhã foi normal, com todos tomando seus cafés e depois Tiago saindo para o trabalho. Porém, dessa vez, ele não teria a companhia de Harry.

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— Por quanto tempo ficará fora? – perguntou Tiago á Harry enquanto vestia um casaco na soleira da porta.

— O Ministério recomendou de quatro a cinco semanas – respondeu Harry – Mas seguindo as pistas que Cho deixou escapar, provavelmente em três semanas eu já terei á pegado e os demais.

— Espero que sim – resmungou Tiago – Será estranho não tê-lo em casa. Tem tudo o que precisa, certo? Qualquer coisa, sabe o feitiço que deve soltar para eu aparatar diretamente onde você está, certo?

— Sim, pai.

— Está bem – Tiago deu um beijo na testa de Harry – Tenha uma boa caçada a sua ex esposa.

E dizendo isso, saiu caminhando pela neve em direção à igreja na qual aparataria. Logo depois, foi a vez dele. Após milhões de recomendações de Lilian, um forte abraço em James e um beijo em Gina, Harry partiu.

O vento frio bateu em sua cabana, trazendo-o de volta para a realidade. Enquanto terminava sua xícara de café, Harry sentia saudades de Gina. Um vazio em seu peito, que ameaçava crescer e engolir seu coração. Como será que ela estava? Será que teve problemas com James? Harry escreveu diversas cartas para ela, mas até hoje nunca recebeu nenhuma resposta. O fato de não saber como ela estava, matava-o por dentro. Lembrou-se da manhã em que partiu, quando acordou e ficou vendo-a dormir. O rosto dela, tão angelical, tão belo. Seus cabelos cor de fogo espalhados e bagunçados, mas mesmo assim ela estava linda. Seu peito subindo e descendo lentamente enquanto ela respirava. Todos esses pequenos detalhes permaneciam na cabeça de Harry a todo tempo, atormentando-o. Tudo que ele queria era estar perto de Gina, debaixo de um cobertor quente enquanto os dois riam. Tudo que ele tinha, porém, era uma xícara vazia e um saco de dormir ralo e fedido.

Resmungando, Harry desfez o feitiço Lumus de sua varinha e se deitou para dormir, desejando por tudo no mundo que isso acabasse.

Bem longe dali, n’Toca, Gina desejava o mesmo. Enquanto estava deitada em sua cama observando o teto sentia uma imensa falta de Harry, e isso chegava a doer. Desde que ele partiu, ela foi todos os dias para sua casa, pegar James para praticar Quadribol ou fazer companhia a Lilian. Havia tantas novidades que Gina queria contar a ele. Escreveu diversas cartas, mas nunca recebeu nenhuma dele.

Queria contar como sentia sua falta, como James já estava craque no Quadribol, como Tiago recebeu um aumento do Ministério, como Hermione conseguiu aperfeiçoar o feitiço indetectável de extensão. Mas havia outra novidade, que Gina ansiava para contar. Lembrou-se de como tudo começou.

Gina lembra-se de acordar cedo a pedido da Sra. Weasley para juntas, levarem algumas das caixas do quarto de Fred para a loja, a pedido do próprio, um dia depois de Harry ter viajado. Estava um dia frio, mais frio que o normal, por isso ela vestiu pesadas roupas e também um gorro e luvas de pele de dragão. Juntas, ela e a Sra. Weasley saíram caminhando com dificuldade por conta da neve em direção à estradinha, para aparatarem lá direto no Caldeirão Furado.

Assim que adentravam o bar, uma risada de hiena cortou o ar, assustando Gina. Ela olhou para o balcão e teve uma grande surpresa. Sua amiga, Liza, estava sentada de pernas cruzadas em um daqueles bancos altos de madeira, tomando um copo de Whisky de Fogo enquanto ria com o Andrew.

— Gina, Sra. Weasley – exclamou ele, assim que as avistou – Entrem, entrem.

— Bom dia Andrew – cumprimentou a Sra. Weasley – E você mocinha, me desculpe, mas esqueci seu nome. Sabe como é, estou ficando idosa e tudo começa a se embaralhar.

— Não diga uma coisa dessas, Sra. Weasley – pediu Andrew, dando a volta no balcão e segurando a mão de Molly – A senhora sempre continuará com esse ar jovem ao seu redor – e depositou um beijo nas mãos dela, que ficou tão escarlate quanto seus cabelos.

— Ele tem razão – concordou Liza, rindo – De qualquer forma, meu nome é Liza, senhora.

— O que está fazendo aqui, Liza? – perguntou Gina, perplexa.

— Bom dia para você também – resmungou Liza tomando mais um gole de Whisky – Meu marido foi trabalhar e minha mãe levou as crianças para uma viagem. Estava sozinha e então eu lembrei do Andrew e vim fazer companhia para ele.

— Sim, a Liza é demais. Nunca ri tanto em minha vida – respondeu ele.

— Fico feliz por isso – respondeu Gina, sincera.

— De verdade, quer dizer – continuou Andrew, que, Gina reparou, estava cambaleante e de voz arrastada, assim como Liza. Ambos estavam bêbados e não era nem onze horas da manhã – Desde que meu pai morreu e eu tive que ficar com o bar, minha vida deu uma enorme cambalhota...

— Como um Leprechaun? – perguntou Liza, rindo.

— Isso, como um Leprechaun – concordou Andrew também rindo – Aliás, eu nunca sei a diferença entre eles, anões e elfos.

— Bem, você pode se livrar dos elfos dando uma meia para eles – falou Liza, caindo na gargalhada e sendo seguida por Andrew, enquanto Gina e a Sra. Weasley trocavam um olhar confuso.

— De qualquer forma, a Liza aqui – e colocou um braço ao redor dos ombros dela – Me ajudou muito. Por isso, obrigado Liza.

— Não tem quê. Espero que isso signifique que agora posso comer aqui de graça.

E assim, os dois começavam a rir novamente. Por fim, Gina e a Sra. Weasley se despediram dos dois que não conseguiam parar de rir, e se dirigiram aos fundos do bar.

— Esses dois... – resmungou a Sra. Weasley – Aposto que ainda vão namorar. Onde já se viu.

— O que tem de mais? – perguntou Gina – Andrew é solteiro e Liza está quase pedindo divórcio. E os dois formam um belo casal.

— Tanto faz – falou a Sra. Weasley sacando a varinha e batendo na parede de tijolos. Enquanto a passagem para o Beco Diagonal se abria, Gina deu uma boa olhada em sua mãe.

— Você está com ciúmes?

A Sra. Weasley bufou três vezes seguidas antes de responder, não tão convincente assim:

— Não. Eu só... acho isso uma falta de respeito... Ficarem bêbados a essa hora da manhã em um local público. Uma palhaçada.

Gina desatou a rir. E riu muito, até ficar vermelha. Por fim, elas chegaram à loja de Fred, que por ainda ser manhã, estava com apenas um cliente. Por mais que Gina sempre fosse a loja do irmão, sempre se surpreendia com tudo que havia por lá. Sua cabeça dava voltas e mais voltas enquanto tentava olhar as prateleiras e os objetos voadores que rodavam pela loja, pulando, gritando e apitando. Um homem alto, de ar importante, que dava uma olhada na coleção de explosivos lançou um olhar para elas.

— Mãe, Gina, que bom que chegaram – exclamou Fred saindo de trás do balcão.

— Aqui estão suas tralhas – falou a Sra. Weasley empurrando a caixa para Fred de forma rude, ainda nervosa pela cena de poucos minutos atrás – Da próxima vez que precisar de um burro de carga, peça ao Rony.

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— Por mais que eu concorde que Rony daria um ótimo burro, eu não posso – respondeu Fred – Ele não aparece para trabalhar a duas semanas.

— O que? – perguntou a Sra. Weasley.

A duas semanas atrás, Rony saiu da toca com uma bolsa nas costas. Ele deu a desculpa de que passaria uns dias na casa de um amigo de escola que precisava de ajuda com anões em seu jardim, e pela desculpa ser tão estúpida, Gina logo associou que ele estava indo para a casa de Hermione, e não se preocupou.

— Já tentou mandar uma carta para ele? – perguntou Gina.

— É tudo o que eu faço nesses dias... Bem, isso e tentar acalmar a Roxane. Bebês são mesmo tão escandalosos?

— Claro que sim – retrucou a Sra. Weasley revirando os olhos – Mas é bom que você tenha tantos problemas com ela quanto eu tive com você. Aqui se faz, aqui se paga.

— Bem, de qualquer maneira Gina, eu queria que você conhecesse uma pessoa – ele apontou para o homem que observava tudo, distante – Sr. Malcom, essa é a minha irmã, Gina que eu lhe contei.

O homem caminhou até eles e apertou a mão de Gina, com um sorriso no rosto.

— É um enorme prazer conhecê-la, Milady. Meu nome é Malcom e eu sou Arquiteto Bruxo.

— Prazer, eu sou Gina e sou ex jogadora de Quadribol, mas agora não tenho certeza do que fazer.

O homem riu.

— Muito engraçada. Seu irmão me contou tudo. Disse-me que está planejando abrir uma escola de Quadribol, é verdade?

Gina lançou um olhar a Fred, que deu de ombros.

— Sim, é verdade. Não é nada concreto ainda, mas...

— Perfeito – exclamou o homem – Esse projeto será incrível, Milady. Adoraria trabalhar nele, de bom grado.

— Trabalhar nele? O que está querendo dizer? – perguntou Gina, confusa.

— Ora Milady, irá precisar de um Arquiteto para construir a escola. E está falando com a pessoa certa. Eu projetei vários lugares mágicos famosos. Será um prazer trabalhar com a senhora.

Gina assentiu ainda confusa.

— Olha, no momento, não tenho nenhum plano em mente, mas... Deixe seu cartão, que assim que tudo não estiver bagunçado eu mando uma coruja para o senhor.

— Excelente, excelente – falou ele, dando um cartão para Gina.

— O que um Arquiteto está fazendo numa loja de Logros e Brincadeiras? – perguntou a Sra. Weasley, curiosa.

O Homem suspirou.

— Meu filho. Adora essas coisas que explodem e fazem barulho. Seu aniversário está chegando e eu pensei em dar alguma dessas coisas para ele. De qualquer forma, já fiz a encomenda com o Fred, por isso vou indo. Não se esqueça de me mandar uma coruja.

E o homem feliz saiu pela porta.

— Que ideia foi essa, Fred? – perguntou ela, exasperada.

— O que? Não é isso que você queria?

— Era apenas uma ideia, não uma certeza total. Agora você praticamente obrigou a ser uma coisa certa porque eu já tenho até um arquiteto.

— Gina, querida – falou a Sra. Weasley – Se isso não era uma ideia concreta, então porque você continua dando aulas ao James?

Gina não soube o que responder. Ao invés disso, ela sentiu alguma coisa remexendo em seu estômago, e logo depois uma vontade súbita de vomitar. Não conseguiu correr para o banheiro e vomitou na coisa mais próxima que conseguiu encontrar: Fred.

— Tudo bem, sei que não gostou da ideia – falou ele, olhando para o vômito em sua camiseta – Mas precisava disso?

Nas duas semanas que se seguiram, não foi diferente. Gina precisou cancelar diversas aulas com James por conta de enjoos repentinos e dores em sua barriga. Nas que ela não cancelava, após alguns minutos voando com James, ela já estava de volta ao solo, apoiada em uma árvore enquanto vomitava. Estava começando a se assustar com isso. Lilian deu a ela alguns chás para a barriga, além de algumas poções para enjoo que aprendeu a fazer com Snape, porém nenhuma delas fez efeito nenhum.

Foi quando, depois de Gina vomitar na lareira, a Sra. Weasley chamou-a na cozinha.

Ela entrou, cambaleante, e encontrou sua mãe, Angelina, Audrey e Luna, todas olhando para ela, com um misto de preocupação e ansiedade.

— O que foi? – ela perguntou, enquanto limpava a boca.

— Gina... – começou Angelina, olhando nervosa para ela – Achamos que você está grávida.

Foi como se alguém tivesse a acertado com um soco.

— O que? – ela perguntou, quase gritando.

— Querida – chamou a Sra. Weasley, tentando acalmá-la – Dias depois de você dormir na casa de Harry você começa a ter esses enjoos. Isso é estranho.

Gina refletiu. Tudo começou a fazer sentido e ela começou a se desesperar.

— Mas eu não posso estar grávida... Quer dizer, não posso... Harry, ele... Ele nem está aqui – começou ela, dando voltas e mais voltas ao redor da mesa – Ele está numa caçada contra a ex esposa... eu, eu não posso... tenho tantas coisas para realizar antes de ter um filho...

— Pense pelo lado positivo, pelo menos seu filho terá dois amigos – falou Luna, acariciando sua barriga, que já estava enorme.

— Mas, mas...

— Gina, antes que você se desespere mais – falou Audrey – Faça um teste.

— Um teste? Como assim um teste?

— Bem, quando eu engravidei da Roxanne – começou Angelina – Eu precisei fazer um teste para ter certeza.

— E que teste é esse?

— Bem, os trouxas tem uma espécie de teste de gravidez – contou Audrey – Elas fazem xixi em um pauzinho e isso vai determinar se a pessoa está grávida ou não.

— O que? – perguntou Gina, enojada – Vocês querem que eu mije em um pauzinho?

— Claro que não, bobinha – respondeu Luna, caminhando até ela e segurando seus ombros – Nós bruxos somos melhores que os trouxas. Existe uma poção que é capaz de revelar se você está grávida ou não. Eu posso prepará-la, mas irá demorar em torno de um dia.

— Está bem, está bem – assentiu Gina, enquanto roía nervosamente suas unhas – Traga-a amanhã e veremos se eu realmente estou grávida.

Luna, Angelina e Audrey foram embora, deixando uma Gina apavorada e uma Sra. Weasley que tentava consolá-la. Isso não poderia estar acontecendo com Gina, não mesmo. A alguns dias atrás, ela queria um filho. De fato, sentia um enorme sentimento materno sempre que estava com James. Mas agora isso mudou. Agora, Cho estava por aí, capaz de atacá-la a qualquer momento. E tinha também seu pai, que Gina não sabia de que lado estava. Ter um filho no meio dessa situação era impossível.

Naquele dia, Gina dormiu sem jantar, e acordou ansiosa no dia seguinte. Permaneceu ansiosa o dia inteiro, mandando uma carta para James cancelando outra aula. Ela imagina como o garoto devia estar se sentindo sozinho. Primeiro seu pai estava fora, em uma caçada. Agora Gina se afastando cada vez mais dele. Sentiu um aperto no coração.

Finalmente, a noite veio, e com ela, Angelina, Audrey e Luna vieram novamente. Elas adentraram a cozinha e Luna trazia nas mãos um frasco contendo um líquido verde, que ela entregou para Gina.

— Muito bem, agora beba. Isso fará você ter vontade de fazer xixi. Depois de fazer xixi, veja que cor ele ficou. Se estiver com a cor normal do xixi, que é amarelo, significa que você não está grávida. Agora, se ficar verde, significa que você está. Boa sorte.

Gina suspirou, cansada. Era agora ou nunca. Abriu com as mãos trêmulas o frasco e tomou a poção em um só gole. Instantaneamente uma vontade de ir ao banheiro se apoderou dela. Ela correu escada acima, ansiosa. Enquanto ouvia o barulho de sua urina batendo no batente do vaso, pensou em Harry. Se ela realmente estivesse grávida, o que seria dos dois, com Cho ainda por aí? Ele não estava nem mesmo recebendo suas cartas, assim como ela não recebia nenhuma dele. Suspeitava que alguém interceptava suas corujas, mas não tinha como combater isso.

Por fim, Gina se limpou e hesitantemente, olhou para dentro da privada.

— E então, querida? – perguntou a Sra. Weasley á ela, quando ela desceu as escadas novamente.

— Verde – ela respondeu, não mais alto que um sussurro, os olhos arregalados de medo – Eu vou ter um filho.