I Miss The Misery
2º Temporada- "All For Love" Part 2
"Gostava de te puder ver sem ter que fechar os meus olhos"
—LadylakeStorm (All For Love)
O despertador toca bem perto de mim. Acordo meio á toa e dou por mim no meio da cama com a roupa de ontem vestida. As folhas do bloco de notas caiem sobre a minha barriga e a caneta de gel de tinta preta encontra-se no chão. Espreito as horas e descubro que são 07:06, tenho que me despachar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Levanto-me cheia de preguiça e vou tomar um duche rápido. Quando termino, coloco a roupa que irei vestir hoje em cima da cama e começo-me a secar. 20 minutos depois, estava pronta.
Saio do meu quarto e vou até á cozinha, onde Max toma o pequeno-almoço na ilha de 5 metros de comprimento.
—Bom dia –digo, ainda meia ensonada. Vou ao frigorifico e pego leite.
—Bom dia –ele retribui_ és servida?
—Claro –pego uma fatia de bolo_ A Sarah? Ainda não acordou? Depois que ela não diga que a culpa foi minha.
Max acaba de engolir e prepara-se para me dizer algo.
—Ela hoje não vai puder ir –ele começa e eu oiço muito atentamente_ pelos vistos, os pais dela ontem á noite decidiram vir visita-la e como podes imaginar, eles não podem ficar aqui sozinhos.
—Conheces os pais dela? -pergunto pegando na fatia de bolo e comendo aos pedaços. Já estavam com saudades desta minha mania não era?
—Sim, digamos que são um casal bem... particular- responde coçando a nuca.
—Como assim? -volto a perguntar. Não tenho culpa que ele não saiba ir direto ao assunto.
—São um pouco...como é que vocês dizem...? Ah "Old School" - devolve.
—São antigos, já entendi –rio.
—Isso mesmo –rebate_ Sarah irá busca-los á hora do almoço.
Sorrio ao imaginar a confusão que vai ser. Confesso achar piada. Max e eu acabamos de comer e seguimos para a agência. O nosso dia vai começar!
(…)
Espero impacientemente por Max que nunca mais se despacha. O combinado era chegarmos ao aeroporto ás 14:00. Pego no meu celular e aproveito a demora do príncipe Caspian para tirar uma foto para o Instagram com a legenda "boring... a dama nunca mais se despacha".
—Desculpa o atraso, uma garota apareceu no meu camarin. Por momentos pensei que me fosse estrupar –diz o moreno, limpando o suor da testa e olhando para todos os lados.
—Estás bem Max? Estás-te a sentir bem? -pergunto com cara de parva, contendo-me para não me rir.
—E-Estou estou. Vá, vamos embora antes que ela ainda apareça aí de novo.
Levanto-me da poltrona vermelha e sigo Max em direção ao carro, rindo o caminho todo.
(…)
—Okay, vamos estipular umas regras! Primeiro: nada de asneiras! Se alguém se magoar que meta uma mordaça na boca; Segundo: nada de arrotar, bocejar, saltar em cima de camas; rebolar no chão ou colocar os pés em cima das mesas...
—Lake estás tramada –brinca Max. Sim! Eu tenho o habito de colocar os pés em cima das coisas! Estou em casa, ninguém me vê.
14:03 marca a tela do Alfa Romeo. Já era suposto estarmos no aeroporto para pegar os pais de Sarah, mas ali o Caspian atrasou-se com a princesa da Disney.
—Onde os teus pais vão dormir? -pergunto me voltando para trás, dirigindo-me a Sarah.
—Vão dormir num dos quartos que restam. O que não falta no apartamento são quartos lindos a ganhar pó -responde_ Max liga o rádio! -pede e ele assim faz.
—Oh meu deus! Adoro esta música! -digo.
No rádio tocava B.O.B ft Hayley Williams- "Airplanes". Max fazia o rap enquanto eu e Sarah cantávamos o refrão enquanto dançávamos dentro do carro. Um Flashback de Castiel me invade.
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—Não sei como nos podemos divertir aqui –digo, fazendo cara feia.
—Sabes tocar? -pergunta Castiel sacando da sua guitarra.
—Não -cruzo os braços.
—Então eu ensino-te –ele sorri e eu sentei-me ao seu lado, mas confesso que não dava jeito nenhum_ se te colocares no meu colo funciona.
—Entãoesquece! -reclamo.
—Ninguém está a ver! Vem logo e deixa de ser chata!
Acabei por ceder e sentei no seu colo. Ele fazia os acordes de Love me likeyou do. Instantes depois, acabamos de cantar, assim, em completa sintonia sem ensaio nem nada. Nossas vozes se juntavam e parecia tudo tão bonito...tão mágico.
Seus lábios se aproximaram dos meus e foi assim que o erro se deu...
—Castiel... para, isto é um erro –digo ofegante entre o beijo.
—Então deixa-me errar mais uma vez...
Flashback Off
Suspiro pesado olhando para a janela com um peso no peito. Foco-mo de novo na música e canto junto com Sarah e Max. Pouco tempo depois, estávamos na entrada do aeroporto. Max estaciona e saímos do carro em direção á multidão dentro do edifício.
—Onde estão os teus pais? -pergunta Max rodando a chaves do Alfa Romeo.
—Olha eles ali! - Sarah sai disparada e corre em direção a um casal de idade um pouco mais avançada. Têm ar de serem engraçados.
Cruzo os braços e encolho-me um pouco, lembrando-me dos meus pais. Há mais de um 1 ano que não os vejo. Tenho tantas saudades...
—Hey... -Max me dá um encontrão_ tudo bem?
—Só me lembrei dos meus pais, e de á quanto tempo não os vejo –respondo um pouco baixo.
—Vais ver toda a gente num instante, e depois vais ver que ainda vai ser melhor –devolve e eu sorrio fraco.
Sarah aproxima-se e nós com lágrimas no rosto, certamente de alegria por ver os pais.
—Momy, esta é a Ladylake. A nova garota que entrou para o estágio este ano, eu já te falei dela –anuncia Sarah.
—Bem vinda senhora -digo.
—Ah nada disso! Podes-me tratar por Diana, e este é o meu marido Charles –ela responde sorridente. Não tem nada a ver com a descrição que o Max me contou.
—Vamos indo momy? Vocês devem estar cansados e cheios de fome –preocupa-se a morena. Diana assenta.
O nome Diana fez-me lembrar a madrasta de Kentin. Estou a rezar para que a mão de Sarah não seja igual!
Dou costas para me vir embora, mas algo me chama a atenção. Um pontinho vermelho no meio da multidão faz-me perder o ar e o meu coração logo dispara. Dou sinal para que esperem e ando rápido em direção ao que eu penso ser a pessoa mais importante para mim.
Começo a correr, quando vejo o cabelo ruivo ir noutra direção. Quando o alcanço, coloco a minha mão no seu ombro e logo vejo o seu rosto.
—Do I Know you? (eu conheço-te?)
Uma sensação de desilusão e invade. Retiro a mão do ombro do rapaz de cabelo vermelho comprido e tento engolir o desgosto.
—I'm sorry, I thought you were someone else (Desculpa, pensei que fosses outra pessoa)
Dou de costas ao rapaz e sigo para junto de Max, Sarah e os seus pais, que me olham com um ponto gigante de interrogação na testa. Controlo as lágrimas e peço imediatamente para nos virmos embora...
(…)
14:56 marca a tela do meu celular. Rodo o garfo enquanto olho para o horizonte pensando no rapaz do aeroporto. Parecia tanto ele...
—Lake? -alguém estala os dedos retirando-me dos meus desvaneios. Foi Sarah.
—Desculpa estava a pensar noutra coisa –respondo sorrindo fraco.
—Quase que não tocas te na comida –aponta Sarah. Olho para o meu prato e reparo no salmão desfeito e frio.
—Peço desculpa... -pouso o garfo_ eu hoje não estou cá.
Reparo que Max está também um pouco disperso. Sorrio ao lembrar-me do episódio á hora de almoço.
—Então Max? A pensar na tua estrupadora? -brinco.
—Han? Não, achas –responde.
—Que estrupadora? -Sarah pergunta de celho levantado.
—Uma moça hoje na agência tentou raptar o nosso Max para ela. Parece que o nosso garanhão anda a fazer sucesso –rio.
—Hm...Interessante –fala Sarah entre dentes.
Percebo que houve uma pontinha de ciúme naquela resposta, e resolvo calar-me.
(…)
Suspiro pela milésima vez, olhando para o número de Machine Gun na tela do meu celular. Acabo por ganhar vergonha na cara e decido mandar uma sms para me encontrar com ele e pedir desculpa. Eu fui uma besta.
—Podemos nos encontrar hoje á noite? Quero te pedir desculpa –Ladylake
Pensei que não obtivesse resposta. Era o que eu merecia...mas minutos depois o meu celular vibra.
—Passa aqui no estúdio, vou ficar por aqui hoje. -MachineGun
Sorrio. Vou direta ao banheiro e tomo um duche bem rápido. Quando termino, visto um vestido vermelho fresco bem prático. Calco uns saltos altos e faço uma maquilhagem baseada em batom vermelho e delineador preto. Coloco uns brincos, passo perfume e fico pronta.
Olho para o pequeno caderno em cima da minha mesinha de cabeceira e não resisto em coloca-lo dentro da minha bolsa. Pode ser que o Machine me possa ajudar.
Saio do quarto e vou até á direção á sala.
—Vou sair, não sei a que horas volto –anuncio.
—Okay até logo, diverte-te
P.O.V. LadylakeOff
P.O.V. Sarah On
—Essa vossa amiga é assim meio... maluquinha não é? -pergunta a minha mãe.
—Mãe! Nada disso então, a moça só se vai divertir com o amigo dela –digo.
—Pff eu também disse aos meus pais que só me ia divertir com o teu pai e olha, cá estás tu –reclama.
P.O.V. Sarah Off
P.O.V. LadylakeOn
(…)
Pago ao taxista e sigo para o estúdio de Machine. Toco á campainha e logo a porta se abre, dando me entrada. Desço os degraus até ao piso debaixo e me deparo com Machine e outras pessoas que nunca tinha visto a ensaiarem com ele. Espero pacientemente que eles acabem e enquanto isso, verifico o me instagram.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Well guys, tomorrow we continue. Good bye (Bom rapazes, amanhã continuamos. Adeus)
Sorrio educadamente para os rapazes que passam por mim e suspiro nervosa ao olha para Machine. Não encontro as palavras certas...
—O que queres? -pergunta sem me encarar.
—Eu queria te pedir desculpa... por ontem. Eu tive um problema e descarreguei a minha raiva em ti -começo_ desculpa –dou de ombros.
Ele me olha, e em seguida volta a olhar para o computador á sua frente.
—Eu também estava stressado. Confesso que não estava com muita paciência -responde_ O que é isso nas tuas mãos?
Seguro o caderno com força e respiro fundo.
—Eu preciso da tua ajuda para uma coisa... -sento-me ao pé dele_ eu sei que deves estar com muito trabalho, mas não é para agora.
—O que é? -pergunta curioso.
Abro o caderno e dou-lhe a ler a letra já completa, vista e revista mais de cem vezes. Ele sorri fraco.
—Então? O que achas? -pergunto, receando o seu comentário.
—Eu só nestes segundos tive uma montanha de ideia, vem –ele me pega pela mão e me leva para a área de som, onde tudo acontece.
—Vou colocar umas batidas, tenta enquadrar para ver qual resulta melhor –ele sorri e eu acento. Estou pronta!
(...)
É quase de manhã. Nem dei pelo tempo passar. Termino de cantar e olho nele, que me encara de sorrisão batendo palmas. Parte da música já está feita e as ideias já estão todas no papel, na mesa de mistura e na cabeça. Mesmo que não dê em nada, foi tempo bem passado com ele e divertimo-nos bastante ao longo da noite.
São 4 da madrugada e o sono já se faz sentir. Não vou para casa agora, fico numa cama improvisada que Machine tem e cá me arranjo amanhã. Registando um último momento desta noite...
(...) You make me easier to sing yeah... (...)
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