Ficamos conversando até a hora que chegamos à sala de aula, que por incrível que pareça, era a mesma que a minha. Descobri que tínhamos várias coisas em comum. Como havia um lugar vago atrás de mim, pedi para que ele se sentasse lá. Tive mais dois períodos e chegou a hora da saída. Arrumei minhas coisas vagarosamente, esperando que as pessoas saíssem da sala e Nathan saiu junto comigo. Fomos conversando até o portão da escola e ele foi por um lado e eu pelo outro. Nos despedimos com um beijo na bochecha e saí andando. Foi Deus que colocou um menino meigo e fofo desse na minha vida, só pode, e eu estava realmente precisando muito de alguém como ele. Só não entendi o olhar matador de Lucas quando eu estava andando com Nathan... Garoto estranho. Chegando a casa, destranquei a porta, já a abrindo e olhei ao redor da sala.
– Mãe? Josh? - Perguntei e fiquei sem resposta.
Não contei para vocês, mas eu tenho um irmão... Lindo e maravilhoso que me dava total apoio, ele era alguém que eu podia sempre confiar, estava sempre me dando cobertura, etc. E os meus pais? Eram separados, pois é. Havia uns cinco anos que eles não estavam mais juntos, eles brigavam demais e, sinceramente, eu disse "graças a Deus" quando eles se separaram. Não por desejar o mal. Mas apenas por não aguentar mais ver eles brigando. Eu sempre me trancava no quarto, chorava até não poder mais, com os fones altíssimos no ouvido. Ainda bem que tudo isso passou e eu consegui superar. Entrei em casa, fui até o meu quarto, joguei minha bolsa na cama, tirei o tênis e liguei o computador. Em seguida, ouço meu celular tocar.
– Alô?
– Oi filha. Tudo bem?
– Oi mãe. To bem e você?
– Também. Você já está em casa?
– Sim, por quê?
– Vou passar aí para te buscar, vamos almoçar juntas hoje. E aliás, quero te apresentar para alguém.
– Tudo bem... - Fiquei meio desconfiada.
– Esteja pronta que em dez minutos eu estou aí, tudo bem? Tchau meu amor.
– Está bem. Beijo mãe. - Ela encerra a ligação.
Fiquei pensativa. Qual seria a bomba da vez? Vindo dela eu podia esperar muita coisa. Enfim. Tive que desligar o computador, me levantei, abri meu armário, peguei uma das minhas calças jeans meio largas, uma camiseta mais bonitinha e uma blusa de frio. Calcei meu tênis novamente e peguei meu celular, indo para a sala. Resolvi esperá-la lá embaixo. Peguei o elevador e desci. Me sentei na poltrona que havia na recepção e não deu dois minutos e meu celular começou a vibrar.
– Está pronta? Estou aqui na frente.
– Sim, já estou descendo. Beijo.
Não esperei uma resposta e desliguei, descendo as escadas do prédio. Entrei no carro e a cumprimentei com um beijo na bochecha.
– Quem você quer me apresentar? - A olhei com curiosidade.
– Surpresa, você vai descobrir quando chegarmos lá... E aposto que você vai adorar.
– Para mãe, você sabe que eu odeio ficar curiosa! - Fiz bico.
– Calma menina! Não vai demorar e logo você descobre - Ela riu.
– Ai, vou te contar viu - Neguei com a cabeça.
– Relaxa. Aposto que você vai gostar. - Piscou com um olho, ainda sem tirar a atenção das ruas.
Logo chegamos a um restaurante. Vamos combinar que esse lugar era extremamente chique, não para o meu bico, mas tudo bem. Eu apenas seguia os passos da minha mãe, até que ela parou em frente a uma mesa, que havia um rapaz sentado e uma garota. Ambos possuíam a aparência de serem simpáticos.
– Oi, Richard. Samantha. Esta é minha filha, Luiza - Eu sorri envergonhada, ajeitando o óculos e eles apenas retribuíram.
– Sentem-se - Ele pediu. Apenas segui seu "comando".
Eles conversavam animadamente, enquanto eu apenas estava quieta no meu canto, ouvindo o que eles falavam. Até que eu realmente comecei a prestar atenção no que eles diziam...
– Espero que elas se deem bem como irmãs - Minha mãe riu. Hã? Que? Irmãs? Oi? Estou ouvindo certo?
– Quem mãe? - Perguntei desentendida.
– Você não a contou? - O tal de Richard a questionou.
– Nós estamos juntos, filha.
– E? - Eu perguntei, demorando um pouco para raciocinar.
– Você e a Sam serão irmãs. Postiças, mas irmãs. E eu espero que vocês se deem bem - Minha mãe riu.
– Ah sim... - Murmurei e olhei baixo.
Então, eles continuaram conversando. E eu ali, distraída, achando que estava prestando atenção, quando eu realmente não estava ouvindo sequer uma palavra do que eles estavam falando. Comemos e depois minha mãe teve que voltar ao trabalho, então me levou para casa. E no carro...
– E aí, o que achou deles? - Perguntou animada.
– Sei lá - Suspirei. - Não estava prestando muita atenção.
– Pelo que conheço da Sam, ela é uma boa menina, acho que vocês vão se dar super bem.
– Hum. - Murmurei. E nada mais foi pronunciado durante o caminho até em casa.
Quando finalmente chegamos, me despedi dela, subi até o "meu" apartamento e Josh já havia chegado.
– Maninho! - Corri para lhe dar um abraço.
– Mana! - Exclamou na mesma animação. - A onde você estava? - Perguntou curioso.
– Fui almoçar com a mãe... E ela me apresentou o namorado. Você já o conhece?
– Já sim.
– Há quanto tempo? - O olhei desconfiada e arqueei a sobrancelha.
– Desculpa, ela pediu para que eu não te contasse ainda - Fez careta.
– Hum. E você, gostou da Samantha? Ela parece ser gente boa...
– E é - Me interrompeu e exclamou animado.
– Sério? Hum... Assim eu fico com ciúme, viu?
– Ciúme? Hã? Do que? - Se fez de desentendido.
– Eu só perguntei se você havia gostado dela e você ficou todo animadinho... Senti uma coisa aí, em.
– Fecha essa boca, Luiza. Nem conheço a menina direito - Revirou os olhos.
– Então por que se animou quando eu falei dela?
– Não me animei, apenas respondi normalmente... Ah, vai te cata! - Deu as costas e foi para a cozinha.
– Oh, menino. Eu nem fiz nada! Por que o estresse? Não gostou que eu falei dela?
– Não! Eu... Está bem, eu admito. Já me encontrei com ela várias vezes, ela me trata super bem e eu gostei dela como pessoa, só isso! Mas... Sei lá, não daríamos certo. Eu tenho 20 anos e ela tem 17, seria, no mínimo... Estranho. Ela é muito...
– Para! Chega! O que você está me dizendo? Que idade agora interfere num romance? Alô, Josh! Isso não interfere. Quando tem sentimento, idade são apenas números. Além do mais, nem é tanta diferença assim, não exagera.
– Quem disse que ela sente algo por mim? - Me olhou debochado.
– Quem disse que ela não pode sentir algo por você? De repente, ela pensa do mesmo jeito, só que vendo você como mais velho.
– Ah, sei lá... - Passou a mão pelo cabelo.
– Tenta se aproximar bem dela. De verdade. Quem sabe não rola alguma coisa? - Pisquei para ele, saindo da cozinha.
– Mas e se ela não...
– Se não acontecer, é porque não era para ser - O interrompi. - Vou tirar meu cochilo da tarde, beijo me liga. - Falei entrando em meu quarto.
Tirei meu tênis dos pés e deitei na cama. Fiquei pensativa em três assuntos: Josh s2 Samantha, Lucas que invadiu meus pensamentos, só para variar e Nathan... Por fim, acabei dormindo.

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