Ela pega os livros dela e ruma pra sala de aula. Eu consegui. Não acredito que havia conseguido de verdade. Eu falei com Katniss Everdeen. Como ela sabia meu nome? Será que ela lembra de mim? Fazia três anos. Se ela sabia meu nome é porque ela tinha prestado uma atenção, nem que fosse mínima, em mim. E isso me fazia sorrir.

Eu fui pra aula. Tinha a mesma idade que Katniss, por tanto estudávamos na mesma classe. A aula foi de história da Panem. Mas sinceramente? Meus pensamentos estavam longe daí. Só conseguia pensar nela. Não mudou muita coisa, mas eu sabia que havia mudado pra sempre. Eu tinha o sentimento que a relação entre mim e ela só ia aumentar daqui pra frente. Me fiz uma promessa de que eu não ia desistir de me aproximar dela nunca na minha vida. E assim, consigo voltar meus pensamentos na aula de história, que eu não tinha nem começado a copiar e a lousa estava enorme. Depois veio Artes, Filosofia e Cálculos. Nenhuma delas eu estava completamente centrado. Bateu o sino indicando que nos poderíamos sair e eu me direcionei para Kaniss enquanto ela estava rumando pra casa.

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– Olá – Digo com um sorriso. Olá, Peeta? Sério mesmo? O Máximo que você consegue fazer?

– Oi - Ela diz levantando a cabeça e me olhando meio surpresa.

– Gostou da aula? – Falei com o intuito de puxar papo.

– Sim, acho que sim. E você?

– Também – Eu estava caminhando com ela pra casa dela. A minha era bem perto então não tinha problema.

– Você está indo pra casa?

– Sim. Eu acho que moramos no mesmo quarteirão.

– Entendi.

Ficamos em silencio, quando ela sem querer tropeça em uma pedra e eu a seguro para ela não cair. Ficamos um momento se olhando, eu ainda a segurando. Eu a vejo corar e depois levantar de meus braços. Ela estava realmente bem perto de mim. Não sei como eu não corei também.

– Você está bem? – Pergunto preocupado.

– Sim, sim... – Ela fala muito baixinho, quase sussurrando.

– Ok.

Caminhamos o resto do percurso sem falar mais nenhuma palavra. Chegamos na casa dela.

– Tchau Katniss. Até amanhã – Falo e ela sorri.

– Tchau Peeta – Ela fecha a porta.

Vou o resto do caminho até minha casa com um sorriso enorme estampado no rosto. Eu acho que aquele sorriso era impossível de ser apagado. Eu simplesmente cheguei em casa sorrindo. Meus irmãos estranharam.

– Filho tem comida na mesa.

– Ok mãe – Vou até a mesa e vejo meus irmãos me encarando.

– O Que foi? – Pergunto irritado mas sem tirar o sorriso do rosto.

– Qual é a razão de tamanha felicidade, Peeta? – Pergunta meu irmão “mais novo” que era só alguns meses mais novo que eu.

– Essa felicidade se chama Katniss Everdeen.

– Não! Você falou com ela? – Pergunta meu irmão mais velho.

– Sim – Digo orgulhoso – Falei

– O perdedor tomou coragem – Zoou meu outro irmão mais velho.

Eu sei que eu deveria ficar bravo, mas longe disso, não consigo tirar o sorriso do rosto. Como o almoço com meus irmãos e vou para o meu quarto pintar e fazer lição de casa. Acabo a lição e começo a esboçar em uma folha de papel o rosto de Katniss, fortaleço as linhas, pinto e finalizo. Depois faço um desenho de seus diferentes tipos de trança, de seus lindos cabelos castanhos. De seus olhos acinzentados que te dominavam. Acabo vendo que já eram cinco horas. Pendurei todos os desenhos na parede juntos com os outros que havia feito dela, da paisagem, de sua irmã, Prim, de flores, de arvores e de um tipo meio sombrio de arvore de contos que meu pai contava quando eu era pequeno, a arvore-forca. O desenho é como uma arvore sem folhas, com uma corta de enforcamento a cercando. Por incrível que pareça era divertido desenhar aquelas arvores. Acalmava. Os meus irmão é claro, me zoavam por causa dos desenhos, “desenhar é coisa de viado” ou “sempre soube que você seria a mulher da família” O bom é que eu quase nunca ligava e quando ligava, era só desenhar para acalmar. Acabo perdendo a noção do tempo e não tenho vontade de jantar. Somente deito na cama e penso em Katniss. Observo os desenhos na parede e aquilo me relaxava... logo cai no sono profundo.