I Can't Love You

Capítulo 78 — Castle, nós não vamos casar.


— Sua filha acabou de sair para o encontro dela. – digo quando entro no quarto e me deito na cama.

— De onde ela tirou isso? – ele me pergunta parado na porta do closet.

— Não sei. – eu rio. – mas eu aposto que você está com a testa enrugada. – brinco, cansada demais para me mover.

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Castle estava fazendo algo dentro do closet que eu não sabia o que era, mas aposto que envolvia uma bela bagunça. Quando Hanna e David vieram buscar Alexis, eu mandei a menina subir e se despedir do pai antes de ir embora. E então a minha pequena ruivinha partiu para seu encontro. Fiquei mais de cinco minutos encarando o carro desaparecer na estrada enquanto o sol se escondia e a noite começava a cair.

Alexis estava mesmo crescendo...

— Eu acho que vocês duas vão me deixar de cabelos brancos, isso sim. – ele resmunga e logo eu escuto algo cair no chão e quebrar dentro do closet. – não foi nada. – ele grita lá de dentro.

Respiro fundo e me levanto. Alexis estava crescendo, mas a criança que vive dentro de Castle ainda continua viva. Me aproximo da porta do closet, mas me arrependo em seguida. O que era aquilo tudo? As roupas estavam jogadas pelo chão, numa típica bagunça de Castle. Nem Alexis seria capaz de fazer uma bagunça desse tamanho.

— Kate você viu minha gravata? – ele grita como se eu ainda estivesse longe.

— Castle não precisa gritar. – cruzo os braços e me encosto no batente da porta. – o que é isso tudo, posso saber?

— Eu não acho minha gravata. – ele fala mais baixo e me encara. – você viu?

Castle nem espera eu responder e já derruba mais roupas no chão.

— Você sabe que vai arrumar tudo isso, não é? – ergo minhas sobrancelhas e ele me encara.

— Amor, se eu encontrar essa gravata eu arrumo tudo isso duas vezes. É italiana, super cara. – ele volta a atenção para sua busca. – mais cara que suas lingeries super sexys. – ele brinca malicioso e eu me contenho para não rir.

— Sua gravata super cara italiana está junto com o seu terno.

Castle para a busca e me encara.

— Não está. – ele diz firme e eu balanço a cabeça.

— Vai conferir. – aponto o dedo para trás e ele levanta, indo até onde seu terno estava pendurado.

— Como eu não vi antes? – ele fecha o zíper do protetor e se vira para mim. – foi você quem colocou aqui?

Reviro os olhos e me aproximo.

— Está aí desde que chegamos do shopping e você deixou tudo separado.

— Eu não lembrava. – ele abre o sorriso.

— Não sorria, meu bem. Agora você vai arrumar todo o closet, porque eu detesto bagunça.

— Tá, eu vou. Mas antes olha essa roupa. – ele abre o protetor novamente e mostra o seu terno. – você acha que está boa? Não diz nada como: eu sou um viúvo?. Eu não quero parecer um velho de oitenta anos.

— Engraçado... quando a gente se conheceu você parecia um velho de oitenta anos. – zombo e ele estreita os olhos para mim. Eu rio e me aproximo, abraçando-o pelo pescoço. – amor a roupa está ótima, e eu sei disso porque fui eu que escolhi. E você é tão lindo que nem de longe parece um velho... e mais, o título de viúvo não combina com você.

— É, mas mesmo não combinando eu sou um viúvo. – resmunga.

— Sim. Mas um viúvo que tem uma namorada gata que vai usar um vestido maravilhoso na festa.

— Ah, eu não tenho dúvidas. – ele sorrir e beija o canto da minha boca. – tenho uma surpresa para você. – ele se afasta e entra no closet.

— Se a surpresa for você arrumar tudo isso aí, eu já esperava. – brinco enquanto volto para a cama. Ultimamente eu tenho me sentido muito cansada, então qualquer lugar era um bom lugar para me sentar.

— Eu já disse que vou arrumar o closet, você precisa relaxar amor... – ele volta para o quarto com uma caixa nas mãos.

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— O que é isso?

— Para você. – ele coloca a caixa na minha frente e eu sorrio antes de abrir. Assim que o faço, vejo um lindo vestido vermelho.

— Rick... – perco a fala.

— Bom, já que você escolheu minha roupa eu achei que poderia escolher a sua. Você experimentou esse vestido e ficou tão bonito... não sei porque não ficou com ele. – não falo nada, apenas encaro meu vestido. Era lindo e vermelho. Tomara que caia e ficava na altura dos joelhos. – espero que tenha gostado...

— Eu amei, amor. – me apresso e o beijo. – eu realmente amei. – murmuro em seus lábios.

— Quero que você os use amanhã. Você será de longe a mais linda da festa, e eu me sentiria honrado se você entrasse comigo amanhã...

— Amor...

— Eu sei, eu sei... você não quer se expor, e já fez muito tirando as fotos comigo hoje, mas você não precisa me responder agora. Amanhã você me diz, ok?

— Ok. – sorrio e sem me mover muito, afasto a caixa para o lado e me aproximo de Castle, sentando em seu colo. – agora eu posso agradecer o meu presente?

Antes que ele consiga falar algo, eu o beijo. O beijo começa lento, mas se aprofunda. Castle segura firme minha cintura e sinto seus dedos cravarem e minha pele por cima do tecido da minha blusa. Eu estava com saudade de ser beijada assim. Nos últimos dias Castle têm se mantido distante. Eu sei que ele não se precipitar porque ainda estou no início da gestação, mas eu sinto a falta dele. Dos seus toques, dos beijos, dos nossos corpos juntos.

Desço minhas mãos por seus braços e subo novamente por seus cabelos. Eles já estavam começando a ficar grande de novo. Eu amo quando o cabelo dele está grande. Seguro seu rosto firme e aprofundo mais o beijo, mas ele nos interrompe me dando vários selinhos antes de acabar o beijo.

— Eu acho melhor eu ir arrumar o closet antes que fique tarde. – ele me deita na cama e me beija. – depois eu vou preparar o nosso jantar, ok?

— Eu estou com desejo... – murmuro quando ele levanta.

— Desejo? Não está cedo para isso?

— Não. – eu me sento e puxo o cós de sua calça, o trazendo para perto. – eu estou desejando você... vai negar?

— Bom, dizem que não se pode negar desejo de grávida... mas nesse caso, se eu negar o pontinho vai nascer parecido comigo?

— Você é péssimo, Rick. – eu rio alto e me deito na cama. – mas isso vai ter troco.

Castle se deixa ao meu lado e me encara.

— Eu também estou com saudade. Mas a gente precisa esperar um pouco mais...

— Você está distante a dias... Nós brigamos e não tivemos nem o velho e bom sexo de reconciliação. E nós somos bons nisso. Aliás, essa criança foi concebida em um! Não acha que devemos isso um ao outro?

Castle solta uma gargalhada gostosa que me faz rir também. Ele esconde o rosto em meu pescoço e beija minha pele. Eu o abraço e suspiro. O amor que eu sinto por ele é tão grande, que eu seria capaz de tudo por ele. Eu sinto que não consigo mais viver sem ele. Sempre que eu penso no futuro ele está presente. Não existe um sonho ou um pensamento que ele não esteja ao meu lado, me apoiando, me amando, me encorajando.

— Eu prometo que nós vamos ter o nosso bom e velho sexo de reconciliação, ok? – ele murmura perto do meu ouvido e beija meu pescoço mais uma vez antes de me olhar. – eu vou te recompensar.

— E eu vou cobrar. – finjo estar chateado e ele rir, me beijando.

— Eu te amo. – ele beija meus lábios e desce até minha barriga. – e eu te amo também. – deposita mais um beijo.

Fecho os olhos e suspiro. O que mais eu poderia querer? Eu tenho um homem maravilhoso comigo, que me deu uma filha linda e inteligente, e realizou o meu maior sonho que é ter uma família. Ainda por cima ele é lindo, carinhoso e vai ser um excelente pai.

Eu definitivamente só tenho a agradecer.

— Eu gosto quando você fala com ele... ou ela. – murmuro e Castle olha para cima, me encarando.

— Eu estava pensando... – ele se deita de lado para ficar de frente para mim e pouca sua mão na minha barriga. – será que se eu começar a ler para ele, ele vai entender? Eu podia ler um dos meus livros... eu sei que não é para criança, mas pode despertar o desejo dele ser escritor no futuro, o que acha?

— É sério? – eu rio.

— Ah, seria bom... Alexis quer ser veterinária e modelo, não tem chances de ela virar escritora. Mas o pontinho... – ele acaricia minha barriga. – eu acho que posso ter esperanças, não?

— Ok, você pode até ler, mas você não vai dizer o que seu filho vai ser quando crescer. Vai deixar ele descobrir sozinho e vai apoiar, estamos entendidos?

— Sim, senhora. – ele presta continência e eu reviro os olhos. – mas você fala como se não fosse estar aqui para puxar a minha orelha.

— Ah, com certeza eu vou estar aqui. Não sou louca de deixar meus filhos em sua mão. – brinco e nós rimos.

Castle apoio o braço no colchão e apoia a cabeça. Nós ficamos nos encarando por longos minutos. Não era preciso muito para que nós nos comunicássemos, e na verdade eu amava quando a gente ficava assim, em silencio, apenas nos olhando. Seus olhos naquele tom azul que eu tanto amo e seus dedos fazendo desenhos incompreensíveis na minha barriga.

— Você tem planos para nós? – murmuro quebrando o silencio.

— Como assim? Para essa noite?

— Para o futuro.

— Bom, eu tenho. Quer começar por qual?

— Casamento. – sou direta. Desde que ele falou sobre isso eu não consigo parar de pensar.

Castle sorrir.

— Bom, eu quero que a gente se casa antes do bebê nascer. Pode ser depois também, mas de preferência antes. Logo. Acho que coisa de um mês nós organizamos tudo, não acha?

— Calma. – eu rio nervosa e sento na cama. – você não acha que está exagerando um pouco?

— Em que? – ele senta me encarando. – acha um mês pouco? A gente pode esperar mais, mas não acho que você queira entrar na igreja com um barrigão, apesar de achar que você vai ficar linda.

— Eu não estou falando disso. Bom, estou, mas não só o prazo, mas o plano todo. Casar? Nós não conversamos sobre isso, Castle! E você disse isso na entrevista e não é como se tivéssemos concordado em alguma coisa.

— Então você não quer casar comigo? É isso?

— Bom, para começar você nem me pediu.

— Eu achei que estava claro. Eu pedi para você morar comigo, Kate. É quase um pedido de casamento.

— Quase, não um pedido. – rebato. Fecho os olhos e respiro fundo, estava começando a me alterar, e não queria brigar agora.

— Você que um pedido, é isso? Tudo bem. – ele levanta e começa a se ajoelhar.

— Castle, não... – impeço que ele complete o movimento.

— O quê? Você não quer o pedido... não quer casar? – fico em silencio sem saber o que falar. – Kate você está gravida. Você já está morando comigo mesmo antes de eu te pedir... casar é o certo a se fazer, não acha?

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— O certo? – ele balança a cabeça. – Então você quer casar porque é o certo a se fazer?

— Sim... não... – ele diz na dúvida.

— Castle, nós não vamos casar. – digo firme e me levanto.

— Porque não? Eu te amo, você me ama, nós temos uma filha e vamos ter outro... casar é o certo.

— Casar é o próximo passo, não algo que nós temos que fazer porque eu estou grávida e isso é o certo a se fazer! – rebato. – eu não vou me casar porque é a coisa certa a se fazer. Sim, eu quero me casar, mas não assim.

Ele me encara alguns segundos e respira fundo.

— Ok, eu não usei as palavras corretas. Mas eu te amo, e eu quero dar esse passo com você.

— Eu não acho que você pensa como eu. – falo séria. – vamos deixar esse assunto para depois, ok? Eu não quero brigar, principalmente se for sobre casamento.

— Kate... – ele se aproxima e me segura pelos ombros. – eu quero isso. – ele fala pausadamente olhando fixamente em meus olhos. – não tem nada que eu queira mais do que você.

— E você já em tem... só vamos deixar esse assunto para depois, ok?

— Tudo bem, Kate. – ele suspira e se afasta. Antes de entrar no closet ele se vira. – mas saiba que eu quis isso desde que nós começamos a nos envolver. Eu sempre fiz planos para nós. Isso não é mais um capricho, eu te amo e quero você para sempre. Casados ou não, eu quero você sempre comigo. Então sim, é o certo a se fazer. Mas eu não falo mais em casamento, quando você estive pronta, quando você parar de se esconder no seu medo, você me fala ok? Aí a gente pode conversar,

— Eu não tenho medo de casar com você, Rick. – digo, mas a única coisa que escuto é a porta do closet bater forte.

Merda!

♦♦♦

— Oi, querida. Onde está Richard? – Martha se aproxima de mim na cozinha.

— Estava arrumando o closet que ele virou de cabeça para baixo. – digo e a ruiva rir.

— Ele sempre foi bagunceiro, desde criança. Mas eu nunca consegui fazê-lo arrumar nada. Você realmente colocou ele na linha. – ela brinca e eu rio. – porque você está fazendo o jantar.

— Bom, estou tentando. – brinco olhando para o meu molho que não estava com uma cara boa. – Castle e eu tivemos um pequeno desentendimento e eu esperava que esse jantar fizesse ele me desculpar, mas pelo visto ele vai me dispensar. – faço um careta quando provo o molho.

— Eu acho melhor eu dar um jeito nisso. – ela toma a frente do fogão. – eu não sou muito boa na cozinha, mas molhos é comigo mesma. E você pode levar os créditos, eu não ligo. – ela pisca e eu tiro o avental.

— Obrigada, Martha.

— Então... porque vocês brigaram? – ela começa e eu puxo um dos bancos altos do balcão me sentar próximo a ela e conto de forma resumida o que tinha acontecido. – quer um conselho?

— Claro.

— Você precisa aprender a se arriscar mais. Se jogar de cabeça nas coisas. Na fase que vocês estão casamento é só um detalhe, então eu acho que o Richard está certo quando diz que você está com medo.

— Medo de quê? De casar com ele? Martha, eu o amo.

— Mas você tem medo de se arriscar. – ela se vira para mim. – eu também fiquei surpresa quando ele falou em casamento na entrevista, mas eu não esperava outra coisa. Vocês se amam. Mas você está com medo, assim como estava com medo de se expor na mídia. Eu sei que você não gosta, mas uma hora ou outra isso vai acontecer, então porque não agora?

— Martha... – começo a falar, mas me calo escutando os passos de Castle descendo a escada.

— Cozinhando, mãe? – ele diz entrando na cozinha.

— Estou ajudando a Katherine. Ela está gravida e não merece ficar num fogão quente, mas foi ela quem fez tudo, estou apenas mexendo o molho. – ela pisca para mim e eu sorrio.

Castle vai até a geladeira e pega um copo de água e se aproxima, beijando os cabelos da mãe e depois fazendo o mesmo comigo. Estranho o comportamento dele, já que eu pensei que ele estaria chateado.

— Espero que esteja com fome, porque fiz muito macarrão e muito molho.

— Estou morrendo. – ele brinca e abre um meio sorriso.

— Richard, abra um vinho e nos sirva. Bom, para Kate uma taça de suco de uva, mas é quase a mesma coisa. – a ruiva pisca e eu rio. Castle abre o vinho e se serve, e tudo o que eu penso é em beija-lo e provar o gosto do vinho em sua boca.

♦♦♦

Estávamos sentados na mesa depois da refeição. Martha contava mais uma de suas histórias sobre os seus tempos de teatro, mas diferente das outras, essa era impropria para menores, o que nos rendeu boas risadas. Ela e Castle quase tinham secado uma garrafa de vinho, e eu já estava na minha terceira taça de suco de uva. Até que não era tão ruim.

A campainha toca e Castle se dispõe a atender enquanto eu e Martha recolhemos os pratos. Estava pronta para escutar Alexis gritar por mim e contar como tinha sido seu encontro, mas ao contrário disso, ouço as vozes de duas mulheres e uma era bastante conhecida minha. E eu não gostava nenhum pouco dela.

— Pensei que só chegavam amanhã. – ouço Castle falar e vejo as duas mulheres entrarem na sala.

— Eu tenho negócios para resolver ainda hoje, e a Paula quis vir junto. – Serena explica.

— Boa noite. – digo ao entrar na sala e o olhar das duas mulheres caem sobre mim.

Era visível que nenhuma das duas gostavam de mim.

— Vocês se lembram da Kate, certo? – sinto sua mão na base da minha coluna e sorrio para as mulheres.

— Claro que sim, como vai Kate? – Serena me cumprimenta sínica e eu forço um sorriso.

— Muito bem, obrigada.

Desde que tivemos uma conversa sobre suas intenções com Castle, nós não nos víamos. Mas Castle sempre tinha reuniões com ela por conta de sua festa, o que me fazia morrer de ciúmes. Paula não gostava de mim pelo simples fato de eu estar com Castle. Nós nunca nos falamos direito, e eu nunca fiz questão de ser sua amiga.

— Então, Rick, nós viemos aqui apenas avisar de algumas mudas. – a morena fala já sentando no sofá. – amanhã você tem que chegar dez minutos depois da hora marcada, já vão ter alguns fãs e certamente alguns convidados. Você entra junto com a Serena e...

— Desculpe... – eu interrompo Paula. – porque o Rick vai entrar com a Serena?

— Eu pensei que eu fosse entrar com a minha filha.

— Mudamos de planos. Serena é a dona da livraria, então vai entrar com você.

— Não. – a interrompo de novo. – o Rick vai entrar comigo, Alexis e a Martha. Nós somos a família dele. Serena vai apenas aparecer nas fotos, como foi combinado antes. – decreto.

Paula rir e me encara.

— Desculpa, mas quem é você mesmo? Ah, esqueci. Você é apenas a namorada do meu cliente, não tem direto a palpite nenhum. – ele rir e olha para Castle. – então, voltando... você e Serena vão...

— Paula... – dessa vez Castle a interrompe. – eu não vou entrar com outra mulher que não seja a Kate. Ela não é apenas a minha namorada. É minha companheira, a mulher que eu escolhi para passar o resto dos meus dias e, principalmente, a razão para eu ter voltado a escrever e estar de volta a essa turnê. Então, por favor, não fale com ela com esse tom de quem a despreza, porque se não fosse por ela, nós nem estaríamos tendo essa conversa.

— Mas, Rick...

— Paula, isso não está em discussão. Foi só para isso que você veio?

— Sim. – ela diz séria e se levanta pegando sua bolsa. – não se atrase amanhã.

Serena a acompanha e as duas saem. Castle suspira pesado e se encosta no sofá. Me viro e o olho. Ele estava chateado.

— É por isso que eu quero tanto assumir que estamos juntos. As pessoas pensam que isso é brincadeira, que eu estou me divertindo com você. – ele me olha.

— Tudo bem. – murmuro. – eu disse que vou entrar com você, e eu vou.

— Você estava falando sério? – ele abre um meio sorriso charmoso que faz meu coração saltar. Balanço a cabeça e ele me puxa para perto. – você é a melhor, sabia?

Castle me beija amorosamente e eu sinto o tão esperado gosto do vinho, mas mais que isso, eu sinto o quão aquela minha decisão de acompanha-lo lhe deixou feliz. E é isso que eu mais quero, que ele seja feliz comigo.

Talvez Martha tenha razão. Talvez eu deva me arriscar mais.

— Eu estava ansiosa para hora que você me beijasse... – murmuro em seus lábios e ele me olha sorrindo. – o vinho... eu sinto falta. – eu rio e ele me beija.

— E porque você não me beijou antes?

— Pensei que você estivesse chateado...

— Eu não estou. E mesmo se estivesse, você pode me beijar sempre que quiser. – ele pisca e eu me deito no sofá, encostando a cabeça em seu peito.

— Eu gostei de ouvir o que você disse para elas...

— Não gosto do jeito que a Paula fala com você, como se você não fosse importante. – ele acaricia meus cabelos. – você é meu mundo, Kate. Você sempre virá em primeiro lugar.

Apoio o meu queixo em seu peito e o olho sorrindo.

— Eu te amo.

— Eu também. – sinto seus lábios tocarem minha testa num longo beijo.

Ficamos em silencio alguns minutos até Martha passar por nós avisando que já iria subir. Já passava das nove horas da noite e Alexis não tinha chegado ainda. Castle resmunga algo sobre ela está demorando demais, mas eu ignoro. Esse tempinho só nós dois era bom demais para eu reclamar de alguma coisa.

— Amor...

— Hum...

— Eu quero falar sobre o que discutimos mais cedo... sobre o casamento.

— Não quero falar disso, Kate. – ele fala sério.

— Ok, mas nós estamos aqui fingindo que está tudo bem quando você está chateado. – me sento no sofá e o encaro.

— Eu não estou chateado e não quero discutir com você, ok? Vamos falar de outra coisa?

— Não.

— Kate. – ele me repreende. – vamos falar sobre isso depois, ok? Não agora. Vou colocar mais vinho, você quer mais suco? – nego com a cabeça e ele vai até a cozinha.

A campainha toca e eu me levanto para abrir, certamente dessa vez era Alexis. Abro aporta e vejo uma ruiva sorridente ao lado de David e Hanna.

— Oi, meu amor. – me abaixo beijando suas bochechas. – então, como foi o cinema.

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— Maravilhoso. Nós vimos um filme de comédia e comemos hambúrgueres, aquele grandão que eu amo. – ela diz empolgada e eu rio olhando para Hanna.

— Então resumindo, você só deu prejuízo para a Hanna.

— Alexis é um amor de menina, não dá trabalho nenhum. Foi um prazer te levar, Alexis...

— Eu sou uma boa menina, mamãe. – a ruiva diz e eu rio.

— Boa noite. – Castle se aproxima e para ao meu lado. – Oi, David. Parabéns.

— Boa noite, Senhor Castle. – os dois se cumprimentam com um soquinho e eu me admiro. Onde está o Castle ciumento que eu conheço.

— Alexis está entregue, agora nós já vamos.

— Antes que eu esqueça, vocês vão amanhã para a festa, certo? – Castle lembra.

— Claro, não perderíamos por nada. O Marco vai também, ele está ansioso para conhecer vocês. – Hanna diz gentil. – David, já se despediu da Alexis?

O loiro abraça Alexis apertado e beija seu rosto antes que Castle possa reclamar.

— Só porque é seu aniversário eu não vou brigar. – Castle diz e eu reviro os olhos.

Nos despedimos e logo entramos com uma Alexis saltitante contando como tinha sido o filme e que queria voltar para assistir de novo, mas com a gente dessa vez. Enquanto a menina falava sem parar, Castle brincava com Cosmo, que estava mais agitado que nunca. Nós conversamos alguns instantes na sala e depois subimos. Demorou para tentar convencer Alexis a não molhar o cabelo na hora do banho, mas ela argumentou que eu podia secar com o meu secador, como eu tinha feito da última vez, então eu cedi. Castle riu e me desejou boa sorte, se despedindo da filha e lhe desejando boa noite.

— Nós passamos a noite de mãos dadas. – ela diz enquanto eu termino de pentear seu cabelo antes de seca-lo. Sorrio da forma doce que ela fala.

— Você gostou? – ela balança a cabeça.

— Nós fomos brincar no parque do shopping e tiramos fotos naquelas maquinas, quer ver?

— Claro que sim.

Alexis se levanta rápido e vai até sua bolsa, pegando uma pequena montagem de três fotos divertidas dela e o David. A primeira ele rindo, a segunda eles fazendo careta e a terceira ele beijando o seu rosto. Não tenho dúvidas que Castle piraria se visse essas fotos.

— Eu vou colocar ela no meu espelho.

— Pelo visto vocês se divertiram muito.

— Sim. Foi legal. No meu aniversário no próximo ano a gente pode ir para o shopping e ver filmes e depois brincar no parque?

— Claro, meu amor. Quando estiver perto nós combinamos, ok? – ela balança a cabeça e sorrir. – pronta para secar o cabelo?

— Sim. – vamos até o banheiro e antes que eu comece a seca seu cabelo ela me olha. – mãe, será que o pontinho é uma menina?

— Não sei... ainda é muito cedo para saber. Você quer uma irmã?

— É. – ela dá os ombros e vira de frente para o espelho, me olhando pelo reflexo. – seria mais legal uma menina para a gente brincar.

Sorrio. Era lógico que ela iria querer uma irmã.

— Mas ser for um menino, a gente pode brincar também.

Alexis sorrir concordando e eu ligo o secador. Ela não está se saindo nenhum pouco ciumenta, ao contrário do que eu pensei. Talvez por ter ficado sozinha até agora, ela esteja empolgada com um irmão. Agora mais que nunca eu daria o meu melhor nessa gravidez. Serei a mulher mais feliz do mundo quando eu ver os dois brincando e correndo pelo rancho.

CASTLE.

Sinto quando Kate deixa na cama. Eu estava virado de costa para ela, e logo seu braço agarra minha cintura e ela cola nossos corpos, beijando meu ombro nu. Sorrio e continuo fingindo que estava dormindo. Depois que me despedi de Alexis eu vim par o quarto tomar um banho, deitei na cama mexendo no celular e acabei dormindo, não percebi quando Kate chegou, apenas quando ela se deitou ao meu lado.

— Eu te amo... – ela murmura enquanto passa o nariz na minha pele, me fazendo arrepiar.

— Alexis dormiu? – pergunto e ela solta um grito.

— Castle! Pensei que estivesse dormindo. – eu rio e me viro para ela. – Alexis estava morta, caiu no sono assim que se deitou...

— Eu acabei pegando no sono, acordei com você deitando na cama...

— Desculpa, eu não queria te acordar. – ela murmura acariciando meu braço e eu a puxo para perto. Conseguia sentir sua respiração bater contra minha pele. Era bom.

Ficamos em silencio por alguns segundos, apenas nos olhando em meio a pouca luz do quarto. Estávamos ficando bons em conversar apenas com o olhar.

— Você quer conversar agora? – ela quebra o silencio.

— Não. – balanço a cabeça.

— Mas...

— Kate, eu quero me casar com você. – eu a interrompo. - E eu quero isso porque eu acho certo e também porque eu te amo. Nunca duvide disso, porque eu te amo loucamente. Mas você não está pronta e eu não vou mais tocar no assunto. Quando você se sentir bem e estiver cem por cento pronta, é só falar e nós nos casamos.

Kate suspira e fecha os olhos.

— Tudo bem. – ela aproxima nossos rostos roça seu nariz no meu. – eu também te amo, e nunca duvide disso.

— Nunca. – sorrio e a beijo.

Kate se vira e eu a puxo para perto, colando meu peito em suas costas.

Esse era o melhor jeito de dormir.