I Can't Love You

Capítulo 61 - Nós precisamos de você


#ANTERIORMENTE

Dirigi o mais rápido possível até o rancho. Tudo parecia normal, mas por algum motivo eu estava angustiada. Estaciono o carro próximo à entrada. A porta estava aberta e eu não faço cerimonias para entrar. Tudo parecia tranquilo até eu escutar a voz de Martha, não conseguia entender o que ela dizia, mas ela parecia preocupada também.

— Martha? – a chamo e no mesmo segundo ela sai do escritório.

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— Kate, graças a Deus você está aqui. – ela segurava o celular nas mãos.

— O que aconteceu, Martha? – pergunto com medo do que ela vá dizer. Sinto meu coração acelerar.

— Alexis não está nada bem.

#AGORA

KATE.

— Como assim a Alexis não está bem, Martha? O que aconteceu? – pergunto rápido sem dar chances para ela responder.

Senti meu coração parar por longos segundo quando ela me disse que Alexis não estava bem. Uma mistura de medo e desespero se instalou em meu corpo. Martha me encarava com os olhos assustados. Começo a subir as escadas e Martha me acompanha.

— Ela acordou com febre hoje, mas melhorou depois que eu dei um remédio. Eu achei normal, não quis alarmar, afinal crianças adoecem. Richard adoecia da noite para o dia também... – ela começa, falando tão rápido quando eu.

— A febre voltou? – paro e me viro para ela antes de seguir para o corredor do quarto da menina.

— Sim. Quando Richard saiu ela estava dormindo, eu vim olha algumas vezes, mas ela estava bem. Ela não comeu nada o dia inteiro, então eu trouxe um sanduiche que a Jenny fez, mas ela estava ardendo em febre e eu me desesperei.

— Você deu o remédio novamente? – ela assente.

— Estou tentando falar com o Richard, mas caí direto na caixa postal. – ela diz olhando apreensiva o celular em suas mãos. – eu não ouvi o celular tocar quando ele ligou e...

— Martha, calma. – seguro suas mãos frias. – ele me ligou e me pediu para vir, ele estava indo a um jantar de negócios... – seu olhar fica menos preocupado.

— Eu vou continuar tentando...

— Porque nós não vamos ver a Alexis? Depois a gente liga para ele, com calma.

Martha concorda e nós caminhamos até o quarto de Alexis. Eu precisava me acalmar. Por mais preocupada que eu esteja, Martha ainda parecia assustada e eu precisava agir com a cabeça e não apenas com o coração.

Entro no de Alexis e vejo Cosmo deitado no pé da cama. Ele levanta a cabeça e me encara. Me aproximo da cama e ele late. Faço carinho nele e digo que está tudo bem. Cosmo tinha se apegado a menina, e no seu instinto protetor ele não queria que ninguém se aproximasse.

Depois de acalmar o animal, dei a volta na cama e me aproximei da menina. Alexis estava totalmente enrolada e encolhida. Apesar das cobertas grossas, ela ainda aparentava estar com frio. Tiro os cabelos ruivos do seu rosto e toco sua pele. Ela ainda estava queimando de febre. Olho para Martha, que ainda me encarava apreensiva.

— Pelo tempo que eu dei o remédio, já deveria ter baixado a febre. – ela se aproxima.

Olho Alexis novamente. Ela parecia dormir tranquilamente. Sua respiração lenta e tranquila, como se ela estivesse bem.

— Alexis? – eu a chamo mas ela não responde. – ei, minha linda... é a Kate. – eu chamo mais uma vez enquanto acaricio seus cabelos.

Ela abre os olhos com dificuldade, eu quase não podia ver seu olhos azuis.

— Kate... – ela choraminga lutando para deixar seus olhos abertos.

— Você está sentindo alguma coisa? – ela balança a cabeça.

— Só frio. Muito frio. – ela puxa ainda mais as cobertas. Pego o termômetro e coloco embaixo do seu braço. Quando finalmente retiro, ele indica 39 graus de febre e aquele desespero de antes volta.

— Martha, você conseguiu falar com o Rick? – pergunto já segurando Alexis em meus braços.

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— Não. – ela se aproxima. – o que você vai fazer?

— Nós vamos leva-la para o hospital. Agora. – eu a encaro e ela concorda na mesma hora.

Seguro Alexis em meus braços e Martha arruma o cobertor para a menina não sentir frio. Olho para a ruiva em meus braços e ela está me encarando, seus olhos quase fechados, mas ainda assim ela se esforça para mantê-los abertos. Eu a abraço forte. Meu peito dói de tão apertado que meu coração está. Nunca pensei que sentiria isso na vida, mas eu queria poder trocar de lugar com ela.

Desço as escadas com a menina nos braços enquanto ouço Martha deixar mais um recado na caixa postal de Castle. Assim que chegamos no carro ela entra no banco de trás e eu coloco Alexis deitada com a cabeça em seu colo. Dou a volta e entro no carro. Ao mesmo tempo que tentava acalmar a neta, ela continuava tentando falar com o filho. Castle já estava me deixando preocupada também. Porque ele não atende? Ele sabia que eu ligaria!

Dirijo o mais rápido que posso, mas com cuidado para não causar nenhum acidente. Alexis estava deitada no banco de trás do carro sem nenhuma proteção. No meio do caminho eu resolvo ligar para Demming, ele é pediatra e com certeza nos atenderia. Assim que ele me atende eu explico toda a situação e ele me diz que está no hospital e que estaria esperando Alexis na emergência quando chegássemos.

Quando eu paro o carro na entrada da emergência do hospital, Demming se adianta e já abre a porta do carro, pegando a menina e deitando-a na maca. Dois enfermeiros lhe auxiliavam enquanto ele fazia o primeiro atendimento ali.

— O que aconteceu? – ele me olha rapidamente quando me aproximo.

— Ela acordou com febre. Martha deu um remédio e a febre cedeu, mas depois voltou e não baixou mais.

— Ok. – ele coloca o estetoscópio de volta no bolso do jaleco. – eu vou examina-la agora, e venho dar notícias assim que possível.

— Demming... – eu o chamo quando ele começa a empurrar a maca. Ele para e orienta os enfermeiros a seguir com a menina.

— Kate ela vai ficar bem. – ele segura minha mão e olha para Martha. – fiquem calmas. Vocês podem ficar na sala de espera, assim que tiver notícias eu procuro vocês.

Eu concordo e ele me dá um leve sorriso. Demming se afasta e sinto meu coração se apertar ainda mais. Eu não posso passar por isso sozinha, Castle deveria estar aqui. Ouço meu celular tocar dentro do carro e me apresso para pega-lo. O número é desconhecido, mas ainda assim eu atendo.

Kate?— era Castle. Fecho os olhos agradecendo mentalmente por isso.

— Castle onde você está?

— Estou no restaurante, no jantar... por que? – ele muda o tom de voz. – você foi até o rancho?

— Sim... – respiro fundo e olho para Martha, que prestava atenção na conversa. – nós estamos no hospital. Você precisa vir para cá.

♦♦♦

Fazia pouco mais de vinte minutos que nós estávamos sentadas nessa sala de espera, mas parecia uma eternidade. Martha parecia mais calma, mas estava presa em seus pensamentos. Eu não conseguia mais ficar sentada, começo a andar de um lado para o outro tentando me acalmar, mas não adianta muito. Não tínhamos notícias da Alexis e Castle não chegava nunca.

— Richard! – Martha fala alto e se levanta. Olho para trás e o vejo caminhar a passos largos em nossa direção. Só em vê-lo eu começo a ficar mais calma.

— Oi, mãe. – ele abraça Martha e me olha. – onde ela está?

— Está sendo examinada... – eu me aproximo dele. – o Demming está com ela.

— Ela está bem? – seus olhos estavam um pouco marejados, e eu não aguentaria vê-lo chorar. Fico em silencio sem saber o que responder.

— O médico disse que vinha nos dar notícias logo. – Martha diz.

— Certo... – ele balança a cabeça e me puxa para perto dele. – calma, ok?

Eu sorrio e Castle me abraça apertado. Senti vontade de chorar, mas não o fiz.

— Mãe... – ele estende um braço e puxo Martha para seu lado também. – você está bem?

— Sim... eu só fiquei preocupada, e você não atendia o telefone.

— Fiquei sem bateria. – ele explica e me olha. Castle ainda tinha o braço em volta de minha cintura. – você também está bem?

— Estou. Eu também fiquei preocupada com você... e a Alexis estava com muita febre. Espero que você não tenha ficado chateado porque eu a trouxe para o hospital.

— Claro que não, eu já tinha pensado em trazê-la para uma consulta caso ela piorasse... mas ninguém veio dar notícias ainda?

— Não...

— Olha lá o médico. – Martha aponta e eu vejo Demming se aproximar.

A cada passo dele meu coração bate mais devagar. Uma mistura de medo e nervosismo. E se ela não estiver bem?

— Mais calma? – ele me pergunta com um sorriso torno no rosto quando está em nossa gente.

— Não. – ele rir e cumprimenta Castle.

— Alexis está bem agora... nós entramos com medicação e a febre está cedendo. – solto o ar que eu não sabia que estava preso até agora. – passei alguns exames de sangue e estão levando ela para o quarto agora. Eu quero que ela fique aqui por enquanto.

— Mas o que ela tem? – Castle pergunta preocupado.

— Uma virose bastante agressiva. A garganta também está bastante inflamada... ela não reclamou de dor?

— Não. – Martha se adianta. – só disse que não conseguia comer...

— Certo. Mas agora ela está medicada e vai ficar boa. – ele abre mais o sorriso. – podem tirar essa expressão preocupada do rosto. – ele brinca.

— Obrigada, Demming. – sorrio. – podemos vê-la agora?

— Bom, ela ainda está sendo encaminhada para o quarto, mas assim que ela estiver lá eu venho chamar você. Enquanto isso... você já fez a ficha dela, Castle?

— Não, mas estou indo agora mesmo.

— Ótimo. Eu te acompanho.

Castle me dá um beijo rápido e sai pelo corredor com Demming. Eu continuo olhando até ele parar no balcão da recepção e começar a preencher a ficha da menina. Fico parada perdida pensando na agonia dessa última hora e mais uma vez me pego pensando nesse maternal que desenvolvi pela Alexis. Nunca pensei que ficaria tão mal vendo Alexis doente. Cada dia que passa eu tenho ainda mais certeza do meu sentimento por ela. As lagrimas começam a cair em meu rosto e eu deixo. Fecho os olhos e agradeço a Deus por ter cuidado da minha menina.

Martha se aproxima e me guia até as cadeiras. Não falo nada, apenas vou. Ela me pega café para nós duas e senta ao meu lado. Agradeço e sorrio.

— Então... – ela começa. – sem querer ser indiscreta, mas... – ela para e eu a encaro.

— Pode falar Martha.

— Você e Richard... voltaram? – sorrio.

— Nós ainda precisamos conversar. – me limito a dizer.

— Querida, o que mais vocês precisam conversar? Vocês se amam. Está na cara de vocês.

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Sorrio e encaro Castle concentrado com os papeis. Talvez nós não precisássemos mais de nada, apenas ficarmos juntos.

CASTLE.

Quando volto para sala de espera eu vejo Kate sentada de olhos fechados com a cabeça jogada para trás, encostada na parede. Me permiti admira-la por alguns segundos. Mesmo cansada ela ainda era a mulher mais linda do mundo. Minha mãe levanta da cadeira ao seu lado e diz que vai pegar um café, mesmo estando com um copo de café nas mãos. Não discuto. Me sento no seu lugar e Kate vira o rosto, abrindo os olhos o suficiente para me encarar.

— Já fez a ficha? – eu assinto e ela sorrir.

— Demming deu notícias?

— Ainda não. – ela suspira. Me endireito na cadeira, ficando de frente para ela, e toco seu rosto.

— Está cansada não é?

— Não. – ela sorrir fraco. – só estou preocupada. – ela fecha os olhos novamente e vira seu rosto, voltando para a mesma posição de antes.

— Vem cá. – passa o braço por cima do seu ombro e a puxo para perto. – ela está bem, Kate.

— Eu sei. É só que... – ela para um segundo. Sua voz estava mais chorosa. – eu nunca pensei que a veria daquele jeito... ela estava tão fraca... e eu não podia fazer nada.

— Você fez. – eu a interrompo e puxo seu rosto para cima, fazendo-a me encarar. – você a trouxe para cá. Você fez tudo o que poderia fazer e agora ela está bem... não tem razão para chorar. – seco uma lagrima solitária que escorria no canto de seu olho.

Kate balança a cabeça e eu a puxo para um abraço apertado.

— Tenho uma coisa para te mostrar. – sussurro em seu ouvido e ela se afasta, quebrando o abraço. Retiro o envelope do bolso do meu casaco e entrego para ela. Kate me olha sem entender. – abra.

Mesmo receosa ela abre o envelope e retira os papeis que estavam ali dentro. Kate lê atentamente cada uma das linhas e eu vejo a expressão em seu rosto mudar. Ela me olha surpresa e um sorriso começa a surgir.

— Rick, isso é...

— Um exame de DNA. – completo. – Alexis é mesmo minha filha, como eu sempre soube. – não consigo evitar o sorriso em meus lábios. – não que eu precisasse de um exame, eu já tinha essa certeza desde que a vi pela primeira vez, mas para conseguir a guarda legal dela eu precisava provar, então o Mark pediu um exame de DNA.

Kate olha novamente para o papel, como se não acreditasse.

— Então você tem a guarda legal da Alexis?

— Ainda não, mas estou perto disso. A Meredith precisa estar presente no dia, mas acho que isso não vai ser problema já que ela não quer nenhuma responsabilidade para si. – pego o envelope das mãos dela e retiro o resto do conteúdo. – ela agora se chama Alexis Castle, oficialmente.

Mostro os documentos da menina. Apesar de toda essa situação eu não poderia estar mais feliz. Alexis agora carrega meu nome e tem um pai em seus documentos, e não apenas um “pai desconhecido”.

— Quando você fez isso? – ela me olha ainda mais surpresa.

— Quando eu estava em Nova Iorque. – falo de uma vez. Kate fica séria e me encara.

— Quando você esteve em Nova Iorque? – ela repete e franze o cenho. Seja lá o que ela pense, eu estava pronto para contar a verdade. Que eu estive já, que eu vi o beijo.

Castle. – Demming chama e nós dois viramos para ele. Ele já estava acompanhado da minha mãe, que tinha um sorriso no rosto. – Alexis já está no quarto, vocês podem ir vê-la.

— Claro. – eu me levanto rápido, mas Kate permanece sentada. – Você não vem?

— Castle... – Demming chama novamente, eu o olho. – só parentes podem entrar essa hora. Eu sinto muito, mas a Kate vai ter que esperar o horário de visita.

— O quê? Não. – minha voz sai mais alta que o normal. Kate levanta e toca meu ombro.

— Rick... – eu me viro. – entra com a sua mãe, eu fico aqui esperando notícias.

— Mas se ela estiver acordada vai querer te ver também... – me viro para Demming novamente. – não pode abrir uma exceção? Eu sou o pai dela e permito que ela entre...

— Infelizmente não. Amanhã você pode falar com o diretor e ele autoriza isso, mas hoje não posso autorizar.

— Rick, está tudo bem. – me viro para ela e vejo seus olhos marejados novamente. Isso parte meu coração. – diz a ela que eu estou aqui fora e estou mandando um beijo enorme para ela, ok?

Kate tinha um sorriso no rosto, mas eu posso ver em seus olhos a tristeza por não poder ver a menina.

— Eu vou dar um jeito nisso amanhã... eu prometo.

— Tudo bem. – ela murmura e eu a beijo antes de seguir até o quarto.

♦♦♦

Assim que abro a porta do quarto eu vejo Alexis deitada. Respiro fundo antes de entrar de vez. Não pude deixar de me sentir culpado por ela estar aqui. Eu deveria estar com ela, e não trabalhando. Me aproximo da cama e ela parece estar dormindo. Em seu braço esquerdo tinha um acesso venoso para medicação e soro. Se eu não gosto de agulhas, imagina uma criança. Toco seu rosto e a sinto um pouco quente.

— Ela ainda está quente... – olho para Demming, que ainda estava nos acompanhando.

— É normal, a febre está baixando aos poucos.

Volto minha atenção para Alexis e tiro uma mecha de cabelo de seu rosto.

— Kate? – ela chama mexendo os olhos, mas não abre.

— Não meu amor, é o papai... – sorrio acariciando seu rosto. – a vovó está aqui também, a Kate está ali fora, te mandando um beijo enorme.

— Como você está se sentindo, Alexis? – minha mãe se aproxima, mas Alexis não responde.

— Ela está sonolenta por causa da medicação... – Demming explica.

— Ela vai dormir à noite toda?

— Sim. Se vocês quiserem ir para casa, eu prometo que venho olhar ela sempre...

— Não, eu vou ficar. – o interrompo. Não sairia daqui por nada.

— Eu quero a minha mãe... – Alexis choraminga e eu sei que ela não está falando da Meredith. Sinto meu coração se apertar ainda mais por não poder fazer nada.

Eu encaro minha mãe e depois Demming. Ele respira fundo e balança a cabeça.

— Eu sabia que isso ia acontecer, ela chamou pela Kate durante todo o exame.

— Então você vai deixar?

— Eu vou listar a Kate como acompanhante, então só duas pessoas podem passar a noite.

— Eu vou chamar a Kate. – minha mãe se oferece.

— Eu te acompanho Martha. – antes de sair Demming se vira. – resolva tudo amanhã pela manhã para não me meter em problemas, depois você pode trazer quantas pessoas você quiser. – sorrio agradecido e os dois saem do quarto.

Beijo a mão de Alexis e sussurro que sua mãe já está vindo.

KATE.

Quase não acreditei quando Demming me disse que eu podia entrar no quarto também. Eu sei que ele está quebrando uma regra do hospital, mas eu não me importava, eu só queria ver a minha ruivinha. Martha me mostrou o caminho do quarto, respirei fundo antes de bater na porta e abrir. Castle conversava alguma coisa baixinho com Alexis. Era uma cena tão linda que eu não queria atrapalhar.

— Oi... – falo baixinho quando ele me olha. Castle sorrir e me chama para perto.

— Alexis olha quem chegou... – Martha avisa se aproximando da cama junto comigo.

A menina vira o rosto em minha direção. Seus olhos preguiçosamente abertos, como antes. Sorriso e me aproximo ainda mais.

— Mamãe... – ela murmura baixinho, quase chorando.

Eu escutei direito? Ela me chamou de mãe? Ela está falando comigo ou quer a Meredith?

São várias perguntas, mas eu não me prendo a nenhuma delas. No fundo eu sei que ela estava falando comigo e que deixou seus desejos escaparem. E eu também não posso negar que ouvi-la me chamar de mãe mexeu comigo.

— Oi minha linda... – toco seu rosto com uma mão e seguro sua mão com a outra. – como você está?

— Com sono... – ela boceja e eu rio. Olho para Castle do outro lado da cama, ele tinha um sorriso bobo no rosto.

— Então dorme, meu anjo... eu vou estar aqui quando você acordar. – digo começando a fazer cafuné nela.

— Deita aqui comigo?

— Deito. – ela dá um leve sorriso e eu me ajeito na cama com ela. Alexis se aconchega nos meus braços. – ela ainda está quente. – falo olhando para Castle.

— O remédio ainda está fazendo efeito... – ele explica e eu volto a atenção para a menina. Alexis abre os olhos e sorrir.

— O papai pode deitar aqui também? – Olho para Castle.

— Melhor não, Alexis. Vai ficar apertado para você. – ele fala suavemente. Eu não canso de ver e admirar esse lado paizão e cuidadoso que Castle tem.

— Dá sim. – a menina insiste.

— A gente dá um jeito de caber. – digo e Castle me olha. Me afasto para a ponta da cama e puxo Alexis para perto, deixo espaço suficiente para ele. Castle se deixa de lado e abraça a filha, com cuidado para não machucar o braço com acesso venoso. Alexis fecha os olhos e sorrir.

Castle e eu nos olhamos, ele sorrir e eu me dou conta de que nunca estive tão bem assim antes. Estou espremida numa cama de hospital com as duas pessoas mais importantes da minha vida, mas eu não poderia me sentir melhor. Estou com o homem que eu amo e cuidado de uma criança que eu amo como se fosse minha, e o melhor, ela me ama como se eu fosse sua mãe biológica. Como não poderia estar bem?

Castle fecha os olhos e toca minha mão por cima de Alexis, sorrio. Eu queria beija-lo e abraça-lo até cansar. Nunca amei tanto um homem quanto eu o amo, ficarmos longe um do outro é cada vez mais absurdo. Uma mão toca meu ombro e eu viro meu rosto.

— Vocês fazem uma família linda. – sorrio para Martha.

— E sabe quem é a responsável por isso? – Martha balança a cabeça e eu olho para Alexis adormecida entre seu pai e eu. – sua neta. Eu acho que sem ela nós provavelmente não estaríamos assim nesse momento.

Martha sorrir e concorda com a cabeça. Ficamos naquela posição, em silencio, até Alexis adormecer completamente. Castle foi o primeiro a levantar, com cuidado para não acordar a menina. Fiquei mais alguns minutos ali, não queria me distancia dela nem um centímetro. De olhos fechados, eu revivia ela me chamando de mãe quando eu cheguei.

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Ela me queria ali, e me queria bem mais como a namorada do pai, me queria como mãe. Eu já sinto que Alexis é minha filha, mas ouvi-la me chamando assim faz com que esse sentimento todo seja ainda mais real. Castle me ajudou a sair da cama e eu senti um vazio quando me afastei da menina, mas ao mesmo tempo me senti bem quando Castle me abraçou. Sem dúvida nenhuma eles dois são a minha família.

Castle pediu para Martha ficar com Alexis enquanto nós dois íamos tomar um café. Mesmo não querendo sair do quarto, não questionei, eu sabia que ele queria continuar nossa conversa de mais cedo e, para ser sincera, eu também queria.

— O dia se arrastou hoje. – ele resmunga depois que pegamos nosso café na lanchonete do hospital. Já passava das dez da noite, o lugar estava praticamente vazio, apenas com alguns funcionários.

— Como você está? – procuro sua mão sobre a mesa e acaricio com meu polegar. – a reunião foi boa?

— Chata, como sempre. – ele me encara e sorrir. – mas eu estou feliz que você esteja comigo agora. – segura firme minha mão. – agora e sempre. – ele murmura e eu sorrio. – e você, não está cansada? Se você quiser eu posso te levar para casa...

— Não. – falo rápido. – Castle eu não quero incomodar, mas... – hesito antes de continuar. – eu gostaria de passar a noite aqui. Eu não conseguiria dormir preocupada com a Alexis, e eu não queria ficar longe dela agora.

— Claro que você não vai incomodar, Kate. Tudo o que eu quero é você aqui do meu lado, e a Alexis vai adorar ter você aqui quando acordar. – sorrio aliviada. Eu não sairia do hospital essa noite, passaria a noite na sala de espera se fosse preciso, mas eu não iria para casa. – Kate eu sei que eu disse que precisava de um tempo, que nós precisávamos, mas eu não preciso mais. Nunca precisei na verdade... – ele começa e eu não acredito que ele quer ter essa conversa aqui, agora. – eu te amo e confio em você mais do que tudo...

— Castle, você não acha que... – ele me interrompe.

— Eu estava lá. – olho confusa para ele. Onde ele estava?— eu estava lá quando aquele cara te beijou. Eu estava em Nova Iorque.

— Você estava em Nova Iorque? Naquele dia? – ele assente e eu me sinto ainda mais perdida. Ele estava lá, e viu tudo. Porque não falou nada?— o que você foi fazer lá?

— Fui te ver. – ele para e eu espero que ele continue. – Alexis estava mal, sentindo sua falta e eu sabia que a culpa era minha. Se eu não fosse tão burro ao ponto de te deixar viajar sem me explicar, ela não ficaria tão assustada a ponto de pensar que você também abandonaria ela.

— Eu nunca faria isso. – passo a mão nos meus cabelos. Eu não sei porque ele estava me contando tudo isso agora, e isso só me confunde mais. – Castle, se você estava lá porque não me procurou, porque não falou comigo...

— Eu procurei. Eu fui até o hotel da conferencia naquela noite, me informaram que tinha um coquetel de encerramento e eu fui te procurar... e quando eu te achei... – ele para de falar e eu vejo a dor em seus olhos. Sinto meu coração se apertar em meu peito.

— O que você viu exatamente? – fecho meus olhos momentaneamente. Eu não queria relembrar e tenho certeza que ele também não, mas eu precisava saber.

— Eu vi você no bar conversando com ele... quando eu me aproximei eu o vi levantar e te beijar. – seu maxilar fica rígido. Aperto sua mão e ele me encara. – eu nunca pensei que fosse ver outro cara te beijando... e nem que isso fosse me causar tanta dor.

— Eu o afastei, Rick.

— Eu sei. – ele acaricia minha mão. – eu sei disso, mas na hora eu não pensei... você estava chateada comigo, estava magoada... eu não sabia onde aquilo ia parar e não queria brigar, então eu fui embora.

— Você foi embora? – ele concorda e eu fecho os olhos, lembrando daquela noite novamente. – eu vi você. – o encaro. – eu pensei que era coisa da minha cabeça, mas era você. Eu te chamei, mas você entrou no taxi.

— Naquele momento eu precisava de espaço. Queria esquecer tudo, acreditar que tudo era um terrível pesadelo, e eu realmente acreditei... até você voltar e me contar o que aconteceu, e tudo se tornou realidade.

— Porque você está me contando tudo isso agora?

— Porque eu não quero mais nada entre nós. – ele arrasta a cadeira para perto de mim e segura meu rosto entre as mãos. – eu quero passar por cima disso tudo ao seu lado. Eu sei que você ainda tem desconfianças sobre o que eu sinto por você, mas eu te amo. Amo muito. O que você viu naquele dia foi... um momento de fraqueza. Eu estou escrevendo um capitulo novo na minha vida, e eu quero você nele. Eu preciso de você nele, e a Alexis também precisa. Por favor não nos deixe.

Sorrio e fecho meus olhos. Eu estou sonhando ou isso está mesmo acontecendo? Seguro o rosto dele entre minhas mãos também e abro meus olhos devagar. Castle tinha um brilho em seus olhos, mas também tinha medo. Talvez seja medo da minha resposta, mas eu não poderia responder outra coisa a não ser um sim. Passo meu olhar por seu rosto, amando cada traço ali. Eu não queria esquecer esse momento nunca.

— Eu nunca vou deixar vocês. Nunca. – ele abre um sorriso. – eu amo vocês, Rick.

Ele me puxa para um abraço e esconde seu rosto em meu pescoço. Sorrio. Seus braços me rodeiam com força e eu retribuo. Seus ombros largos caem como se estivesse tirando um peso das costas. Castle começa a fazer uma trilha de beijo pelo meu maxilar até minha boca e me dá um beijo longo e lento. Sinto o gosto salgado de suas lágrimas, e enxugo seu rosto quando o beijo termina.

— Eu só preciso fazer mais uma coisa, e quero que voce esteja comigo. – ele me encara.

— O quê? – murmuro secando seu rosto. Eu adoro ver o quanto ele pode ser sensível.

— Agora não... quando a Alexis tiver em casa e estiver tudo bem, a gente conversa sobre isso.

— Tudo bem. – sorrio e ele me beija novamente, antes de começar a falar como foi sua reunião.