I Can't Love You

Capítulo 106 — Voltando ao trabalho.


CASTLE.

Alguns meses depois...

— Alexis, você pode me ajudar aqui? – chamo a ruiva distraída com o celular.

— Eca... o Jack fez cocô. – ela tapa o nariz e eu sorrio.

— Sim, fez. E ele não para quieto, então conversa com ele para eu poder trocar essa fralda?

— Mas está fedendo...

— Vai ser rapidinho se você fizer seu trabalho de ajudante direito. – pisco para ela. – e depois vai ter sorvete com muita calda de chocolate.

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A menina sorrir e fica ao lado do irmão.

— Eu amo vocês Jack, mas esse cheiro é realmente ruim. – ela fala com a voz engraçada por cauda do nariz tampado. Jack solta uma risadinha gostosa e fica com os olhos vidrados na irmã.

Faço meu trabalho e rapidinho ele já está limpo novamente.

— Pronto, agora você já pode ir brincar com seu irmão lá na sala. – pego Jack em meus braços e Alexis me acompanha.

Reece estava na sala com Laura, deitado no tapete dele apoiado em uma almofada enquanto ela fazia graça e ele ria, sem largar seu brinquedinho favorito. Um chocalho que fazia um barulho irritante as vezes, mas que ele amava.

Coloquei Jack ao lado do irmão e me sentei no sofá com Alexis.

— Que tal aquele sorvete que você me prometeu, paizinho? E depois a gente pode jogar vídeo game, que tal? – Alexis me olha com seus olhos pidões.

— Tudo bem, mas precisamos deixar essa coisa mais animada...

— Como assim? – ela me olha sem entender e eu sorrio já pensando na minha proposta.

— Se eu ganhar você vai passar um dia inteiro fazendo o que eu quiser. E se você ganhar, nós podemos ir a parque...

Ela estreita os olhos em minha direção, como se estivesse pensando na proposta. Já não acho estranho ela está tão parecida com a Kate nessas horas. As vezes Alexis parece mais a Kate do que a própria Kate.

— Tudo bem. Mas se eu ganhar você também vai fazer tudo o que eu quiser por um dia inteirinho.

— Fechado.

Nós apertamos as mãos e seguimos para a cozinha para preparar nosso sorvete. Era domingo e nós tínhamos acabado de almoçar, mas merecíamos uma sobremesa. Kate não estava por perto, do contrário, nós não estaríamos aprontando assim. Ela certamente diria que não era hora e que Alexis não precisava de tanto doce. Mas.. que criança não precisa de doce? Até os adultos precisam de doces!

Voltamos para nosso lugar no sofá e ligamos os aparelhos. Alexis escolheu um game de corrida e se preparou. Laura colocou os meninos de frente para enorme TV da sala e logo eles se prenderam pela música do jogo.

Será que eles já começaram a se viciar nesse jogo? O melhor de todos!

Quando o jogo começou Alexis se animou e começou falar que iria ganhar, me provocando. Entrei na brincadeira e comecei a provocar também. Os meninos pareciam gostar de nos ver, já que as risadas deles eram bem audíveis apesar do barulho do jogo. Eu desvio minha atenção por um segundo do jogo para checar os meninos e então Alexis salta gritando que tinha vencido o jogo. Olho para tela e vejo que bati e capotei meu carro, acabando com o jogo.

— Eu ganhei pai, agora você vai ter que fazer o que eu quiser por um dia.

— Não valeu!

— Não importa, nós apostamos e eu ganhei. – ela começa a dançar na sala fazendo os meninos rirem.

— Mais uma lição para vocês, nunca joguem com a irmã de vocês porque ela rouba no jogo.

Alexis me olha indignada, mas rir. Vejo Kate descendo a escada e peço para ela resolver a situação.

— Amor, vem aqui e diz para sua filha que ela não ganhou o jogo ainda! Ela tem que me dá outra chance, eu estava olhando nossos filhos... – faço uma carinha pidona para que ela saiba que eu realmente preciso dela.

Kate revira os olhos.

— Eu tenho mesmo quatro crianças em casa, não é? – ela se inclina por trás de mim e beija meu pescoço, deixando uma mordida no meu ombro. – não vou me meter na brincadeira de vocês.

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— Isso não é brincadeira. – Alexis e eu falamos ao mesmo tempo. – é uma competição séria, onde o vencedor vai fazer tudo o que o outro quiser por um dia. – completo, fazendo um pequeno mistério na voz.

— Tanto faz. – ela revira os olhos e mexe em algo na bolsa. Só então percebo que ela está arrumada demais para ficar em casa.

— Onde você vai?

— Vou dá um pulinho na clínica. Tem um problema lá e como não temos um chefe assumindo tudo ainda eu vou ter que ir. – ela solta um sorriso simples e volta a mexer na bolsa.

— E vai deixar eles sozinhos? – aponto para os meninos e ela me encara.

— Primeira que eles não estão sozinhos, estão com o pai. Segundo, a Laura está aqui e vai te ajudar, se algo urgente acontecer é só me ligar. Certo Laura? – ela olha para a morena e ela concorda.

— Sim, senhora.

— E terceiro, meu amor, vai ser só por uma hora, duas no máximo.

— E se eles sentirem fome?

— Eles comeram a pouco tempo, eles não vão sentir fome, mas se isso acontecer eu tirei leite e deixei na geladeira. Laura pode cuidar disso enquanto eu chego.

— Jack detesta tomar leita naquela coisa... – Kate rir, provavelmente da minha cara zangada.

— “Aquela coisa” se chama mamadeira, e você sabe. Mas como eu disse, eles não vão sentir fome. Voltarei antes que eles sintam minha falta.

Ela se inclina mais uma vez e me beija, dessa vez no rosto. Kate dá a volta e para na frente dos meninos, dando beijos estalados no rosto de cada um, depois ela se aproxima e segura meu rosto, me beijando.

— Volto logo, ok? – ela pisca e dá outro selinho rápido.

Kate se despede de Alexis e rir quando a ruiva diz que ganhou de mim. Vejo ela sair e volto minha atenção para a ruiva.

— Que tal a gente se reabastecer de sorvete?

— A mamãe vai brigar.

— Ela acabou de sair e não precisar saber disso. – a ruiva abre um sorriso. – quem chegar por último escolhe o próximo jogo...

Levanto primeiro e corro para a cozinha. Alexis reclama mas vem atrás de mim sem perder tempo.

***

Já era fim da tarde. Mais de duas horas havia se passado e Kate ainda não tinha voltado. Eu sabia que não tinha razões para me preocupar já que ela me mandou uma mensagem rápida escrita: “Vai demorar um pouco mais, amor. Desculpa. Te amo ♥”.

Aquele coração no final da frase poderia amolecer meu coração, mas eu realmente estava chateado. As crianças tinham apenas quatro meses e dependiam muito dela já que eles ainda mamavam exclusivamente.

Quando começamos a dar o leite na mamadeira era apenas para prepara-los para se fosse preciso usar, mas isso acontecia apenas poucas vezes na semana, duas ou três. Jack não gostou da mamadeira do flash que eu comprei para os dois, mas as vezes ele ainda tomava o leite ali. Reece não sentiu tanta a diferença, mas também não gostava muito.

Quando eles começaram a reclamar de fome essa tarde, Laura deu as mamadeiras coloridas e eles beberam sem reclamar. Agradeci por isso. Talvez fosse as distrações do momento, pois eles tomam tudo sem rejeitar nada.

Já era noite quando Kate entrou na sala com um semblante cansado, mas com um sorriso no rosto.

— Mãe! – Alexis pulou do sofá largando o celular e correndo até Kate. – você é a melhor mãe do mundo.

Ela deu um beijo rápido e pegou a caixa de pizza que Kate tinha nas mãos. Minha esposa riu e veio em minha direção.

— Desculpa, eu sei que eu disse que seria rápido, mas aquilo lá tá uma confusão desde que Lanie se afastou. – ela suspira e senta ao meu lado. – trouxe a sua favorita.

O sorriso em seu rosto faz meu coração amolecer por alguns instantes.

— Você ficou fora por cinco horas...

— Eu sei, desculpa... eu realmente não pretendia, mas...

— Se os meninos sentissem fome novamente? Você não deixou leite suficiente... e se eles quisessem a mãe? – eu realmente estava chateado. Primeiro porque combinamos que ela não voltaria para o trabalho tão cedo assim, e segundo porque ela deixar tanto tempo nossos filhos totalmente dependentes dela era uma irresponsabilidade.

— Ok, você está chateado e querendo brigar, mas isso não vai acontecer. – ela levanta. – vai querer pizza?

— Estou sem fome. – levanto também e vou direto para meu escritório.

KATE.

Castle estava agindo como um bebezão. Eu saio por algumas horas e ele simplesmente fica com raiva disso. Não é como se eu estivesse me divertindo, eu estava trabalhando. A clínica estava uma loucura e faltava apenas uma semana para a inauguração. Decisões burocráticas para tomar e ninguém estava no comando ali. Eu já fiquei longe demais, agora eu precisava tomar uma atitude.

Reviro os olhos quando a porta do escritório bate. Pego a babá eletrônica e me certifico que os meninos estão dormindo tranquilos no berço pelo monitor. Vou para a cozinha e sento junto da ruiva que já devorava seu primeiro pedaço de pizza.

— Meu pai está com raiva?

— Sim. – suspiro e pego meu pedaço.

— Porque?

— Porque ele é um bebê num corpo de adulto. – pisco e a ruiva rir. – então, como foi a tarde cheia de besteiras?

— Nós não comemos besteiras!

— Mesmo? – estreito os olhos e a ruiva assente. – Então aquelas embalagens em cima da pia são de outro dia?

Alexis arregala os olhos e joga os ombros.

— Não foi ideia minha, meu pai disse que estava liberado. – sua cara culpada e ao mesmo tempo divertida me faz rir. Desço do meu banco e abraço a menina por trás, enchendo seu pescoço de beijos.

— Eu já disse o quanto eu te amo hoje? – ela nega. – então eu te amo, ruivinha. Te amo do tamanho do mundo. – aperto-a forte até ela reclamar.

— Eu também te amo muito, muito, muito.

Alexis começa a me contar como foi divertido vencer seu pai duas vezes e que ele teria que fazer suas vontades por uma semana. E essa era justamente sua última semana de férias, ou seja, Castle sofreria nas mãos da filha.

Depois do jantar Alexis voltou para seu jogo no celular e eu subi para ver meus meninos. Eu realmente senti falta deles. Durante toda a reunião eu fiquei pensando se eles estavam bem, o que estavam fazendo, se deram trabalho para comer. Eu tinha vontade de ligar, mas do mesmo jeito que eles precisam de acostumar com minha ausência durante algumas horas do dia, eu também teria.

Assim que cheguei no quarto parcialmente escuro eu vi os olhos brilhantes de Jack aberto. Ele estava entretido com um brinquedinho, mas ainda assim notou minha presença. Me aproximei e olhei para Reece, ele ainda dormia, então resolvi não mexer nele. Jack mexia os braços e pernas freneticamente para que eu o pegasse, e assim eu fiz antes que ele acordasse o irmão.

Verifiquei mais uma vez Reece antes de descer e me juntar a Alexis na sala.

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— A gente pode ver um filme, que tal? – sugeri fazendo a menina largar o celular.

— Posso escolher? – concordei e ela foi correndo ligar a tv.

Coloquei Jack entre minhas pernas, ele ainda estava com o seu brinquedo de dormir na mão esquerda, e na outra, segurava meu dedo o mais forte que podia. Talvez fosse medo de que eu passasse tanto tempo longe de novo. Suspirei e beijei seus cabelos.

— Meu pai não vem?

— Talvez se você for chama-lo... – dei a ideia e a ruiva concordou. Eu sei o quanto ela detesta saber que estamos brigados. Bom, tecnicamente não estávamos, mas ela sentiu a diferença de humor do pai já que desde que cheguei ele não ficou com a gente um segundo.

Minutos depois Alexis volta para a sala arrastando o pai e dizendo o quanto estava com saudade das noites em família. A ruiva deitou do meu lado no sofá e Castle do outro lado. Jack sorriu quando viu o pai fazendo graça para ele, e como se soubesse que estava perdendo a noite em família, Reece começou a chorar chamando nossa atenção.

Castle se ofereceu para busca-lo, agradeci e o vi subir as escadas o mais rápido que podia. Quando retornou com meu outro bebê, pude ver os olhos cheios de lágrimas. Estendi meus braços e me ajeitei para pode segura-lo nos braços também. Reece deitou a cabeça em meu peito e agarrou minha blusa forte. Castle pegou Jack no colo e ficou do meu lado, já que nenhum dos dois queriam sair de perto da mãe.

Alexis ligou um filme infantil engraçado que logo chamou atenção dos irmãos. Aos poucos ajeite Reece no meu colo, colando suas costas em minha barriga para poder assistir e logo um gritinho animado veio quando Cosmo se juntou a nós e lambeu seu pezinho descalço.

— Eles sentiram sua falta. – Castle fala baixinho perto de mim. Viro meu rosto para olha-lo, ele ainda estava sério mas parecia menos emburrado que antes.

— Também senti falta deles. De todos vocês. Mas...

— Shiiii... – Alexis reclama e eu paro.

— No quarto a gente conversa. – me inclino em sua direção e roubo um beijo. Antes que eu possa me afastar, ele segura minha nuca e me puxa para mais perto, selando nossos lábios mais uma vez.

Me aconcheguei em seus braços para terminar de assistir o filme junto a ele. Odeio discutir com Castle por qualquer coisa. Prefiro muito mais ficar agarradinha a ele aproveitando nossa família.

Não demorou para os meninos se agitarem em nossos braços, então tivemos que ir para o pequeno espaço no canto da sala que era exclusivamente deles, com tapete especial macios e coloridos para que eles aproveitassem bastante. Sentamos e brincamos até a hora deles dormirem, e por incrível que pareça, não demorou muito.

Depois de colocar os gêmeos de volta no berço e verificar Alexis, fui para o quarto. Estava terrivelmente cansada, e não queria mais nada além de deitar na minha confortável cama com meu belíssimo marido.

— Então...você não falou sobre a reunião...

Olhei de canto e sorri. Depois daquele drama todo ele quer saber sobre meu dia? Castle fingia desinteresse enquanto foleava uma revista, mas sei que estava curioso para saber como tinha sido.

— Foi cansativo. Muita coisa burocrática para fazer...

— Atendeu algum paciente?

— Não, mas queria. – fiz uma pequena careta. – foi só reunião e papeis em minha frente hoje.

— Achei que tinha contratado aquele cara para cuidar dessa parte... – ele não fala o nome, mas sei que está se referindo ao Will. Eu rio.

— “Aquele cara” cuida de toda a parte burocrática financeira. – me senta na cama ao seu lado. – de qualquer maneira sempre tem algo para Lanie ou eu resolvermos. E como ela teve bebê a pouco tempo eu pensei que...

— Não... – ele me corta.

— Rick...

— Kate, você pode passar isso para alguém. Nossos filhos precisam de você! – novamente ele estava sério demais, e eu odeio quando ele fica assim.

— E eles não irão me perder.

— Eles precisam da mãe em casa. Você sempre zelou por isso, porque mudar agora?

— Porque aquilo lá também faz parte do meu sonho, e eu conquistei. Preciso cuidar também.

— Se você quer minha opinião, a resposta é não.

— Eu não estou pedindo...

— Então não tem porque discutir! – ele larga a revista e desliga o abajur ao seu lado.

— Amor você está sendo infantil.

— Não quero discutir, Kate. Amanhã acordo cedo.

Ele virou de lado e me ignorou o resto da noite. Sim, ele não dormiu e nem eu. Tive certeza no exato momento que a babá eletrônica deu sinal de vida com o choro dos meninos e ele levantou antes mesmo que eu pudesse fazer qualquer movimento.

***

Acordei com um pequeno peso sobre minha barriga. Tentei me mover, mas também não consegui. Abri os olhos e só consegui sorrir. Puxei o corpo magro de Alexis mais para perto e abracei forte, ela resmungou mas logo voltou a dormir. Ela tinha essa mania de acordar cedo e vir para nossa cama.

Olhei pelo quarto a procura de Castle, mas tudo estava vazio e quieto demais. Olhei os meninos dormindo pela câmera da babá eletrônica, ele também não estava lá. Ainda era cedo, onde poderia ter ido?

Levantei com cuidado para não acordar Alexis. Fui ao banheiro, tomei banho e fiz minha higiene matinal. Dei mais uma conferida na ruiva antes de sair e então percebi um papel na mesinha ao lado da cama.

Kate, tive que sair cedo para resolver algumas coisas da Editora. Mark está na cidade. Não me espere para almoçar.

Rick

Guardei o papel na gaveta e saí do quarto, já digitando uma mensagem.

K: acordei agora. Vi deu bilhete. Está tudo bem?

Bloqueei o celular e desci as escadas. Ele nunca mais tinha tido reuniões da Editora, e muito menos Mark vinha sem ser algo urgente.

— Bom dia.

— Bom dia, Kate. Acordou cedo. – Jenny sorrir simpática e já me serve uma xícara de café.

— Não mais que Castle. – resmungo mais para mim do que para ela.

— Ele saiu muito cedo, não era nem sete horas. Disse que demoraria, mas não deu mais detalhes.

— Uma reunião de trabalho. – explico.

— Dona Martha está chegando aí... disse que tinha uma surpresa para os meninos. – o sorriso divertido no rosto de Jenny me faz rir. Todos nós conhecíamos muito bem Martha, e quando ela avisa que tem uma surpresa, pode esperar algo bem grande.

— Só espero que não seja uma loucura daquelas. – seguro o riso e me sirvo com algo mais que apenas café.

— Lembra da última vez que ela disse que tinha uma surpresa?

— Claro! – arregalo os olhos só de lembrar. – ela trouxe aquele pula pula enorme que está no quintal para as crianças. Alexis nem usa mais aquilo...

Jenny concorda rindo.

— Bom, já as minhas só fazem o dever se eu disse que depois elas podem ir pular.

— Daqui a pouco Martha vai fazer do jardim um verdadeiro parque de diversões. – nós rimos e meu celular apita.

R: Desculpe sair sem avisar e passar tanto tempo fora. Está tudo bem, mas precisamos conversar quando chegar em casa.

K: Vai demorar?

R: Volto para almoçar.

Respiro fundo e volto a tomar meu café.

***

— Olá? – ouço a voz de Martha e em seguida a porta da frente abre. – vovó chegou.

Sorrio e largo meu celular virando a dando total atenção a ruiva que carregava uma sacola enorme.

— Bom dia, Martha. – ela me dá um abraço rápido.

— Bom dia, querida. Onde estão meus netos? Trouxe presentes!

— Seus netos estão todos dormindo, graças a Deus.

— Então vamos tratar de acordar todos eles. Alexis! – ela chama alto. – a vovó chegou e trouxe presentes!!

Contive meu riso. Martha colocou a sacola em qualquer lugar na sala e fui cumprimentar Jenny. Logo vejo sua versão mais nova descer as escada com cara de sono e cabelos bagunçados.

— Bom dia, meu amor. – beijei o topo de sua cabeça e ela me abraçou.

— Porque minha vó já chegou gritando? Eu não estava mais dormindo, mas se estivesse ficaria brava. – ela resmunga me fazendo rir.

— Trouxe presentes! – Martha se aproxima animada. – onde estão os meninos?

— Dormindo. E permanecerão assim, por favor Martha. – quase implorei e a ruiva deu de ombros.

— Posso esperar alguns minutos. Agora para minha neta amada. – ela fez sinal para Alexis esperar um segundo enquanto abri a sacola e procura algo. – Aqui.

Ela entrega uma caixa pequena para a ruiva que encara curiosa. No instante seguinte o embrulho já estava rasgado.

— Não acredito! – a ruiva abraça a caixa e pula de alegria. Ainda não tinha conseguido ver o que era, mas deveria ser algo muito bom. – muito obrigada, vovó.

Alexis pulou no pescoço da avó que a abraçou forte.

— Olha mãe. Eu queria tanto. – ela me mostra a caixa branca com o desenho de uma câmera na frente. – é uma polaroid. As fotos saem na hora! Obrigada de novo.

Ela abraçou a avó novamente e foi logo abrir a caixa.

— Martha você vai estragar meus filhos com tantos presentes. – brinco.

— Querida, você deveria saber que os avós sempre estragam os netos. Onde está o Richard?

— Saiu... teve que resolver algum problema da Editora, não sei bem... – nos sentamos na mesa do café e ela se serve.

— Está tudo bem?

— Sim. – forço um sorriso e um flash chama minha atenção. – filha...

Chamo a atenção de Alexis, mas ruiva abre um sorriso enorme e se aproxima puxando a foto de dentro da câmera.

— Mãe, olha que legal. Eu posso decorar meu quarto com elas, não é?

— Sim, meu amor. – pego a foto da sua mão. Apesar de não ser das melhores, a qualidade era muito boa e seria perfeito para Alexis brincar com as amigas que já não queriam mais tantas bonecas.

Tomamos o nosso café da manhã em meio a risadas. Martha sempre trazia alegria para nossa casa e eu amo isso. não demora muito para a babá eletrônica se fazer presente com o choro dos meninos. Peço licença e subo. Jack estava impaciente balançando as pernas e braços e seu choro rasgando na garganta.

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— O que foi, meu amor? Porque acordou tão abusadinho assim? – o pego no colo e vou tirando sua roupinha aos poucos enquanto conversamos. – a frauda tá suja não é? A mamãe já vai te limpar, filho. Não precisa chorar tanto assim.

Beijo seu rostinho e ele começa a se acalmar. Troco sua fralda rapidamente e sento na poltrona do quarto pronta para amamentar, mas Reece começa a dar sinal de vida, como se dissesse que agora era sua vez de trocar a fralda também. Martha entra no quarto no exato momento.

— Será que posso fazer um pouco meu papel de boa avó e cuidar desse menino lindo com os olhos mais lindo do mundo? – sua voz vai suavizando enquanto pega Reece do berço.

— Agradeceria bastante, Martha. – Jack suga meu peito mais forte, chamando minha atenção. Seus olhos azuis estavam em mim. – eu acho que você herdou o ciúme do seu pai sabia? – Brinco com sua mão.

— Não entendo como vocês não contrataram a babá para ajudar todos os dias.

— Geralmente Castle está aqui ajudando, e sendo sincera, ele é excelente com as crianças. – um sorriso bobo rasga meu rosto. – mas acho que vou ter que fazer isso. Castle querendo ou não.

— Porque? – Martha me encara brevemente enquanto trocava a fralda.

— Bom, Castle ainda não aceitou muito bem, mas eu vou ter que voltar a trabalhar pelo menos dois dias na semana.

— E essa carinha preocupada é porque você sabe que vai demorar para ele aceitar, não é?. – confirmo com a cabeça. – bom, se quer um conselho, faça o que você achar melhor. Os meninos são pequenos, mas tem todo o suporte que precisam.

— Espero que seu filho pense assim também.

Ficamos em silencio por alguns minutos. Martha tinha o mesmo poder de acalmar os meninos que Castle. Eles ficavam hipnotizados quando estavam nos braços deles. Sabe quando dizem que os bebês preferem as mães? Bom, no meu caso era diferente. Eles adoram estar comigo, mas também amam o pai. Os olhos sempre atentos a tudo que Castle fala, como se quisesse realmente entender. As brincadeiras, o carinho.

Depois de trocados e banhados, descemos para a sala. Alexis tirou fotos nossas com a câmera nova, chamando atenção dos irmãos para que eles olhassem para a câmera. Podia apostar que hoje à noite seu quarto estaria cheio daquelas fotos.

Quando os meninos voltaram a dormir, Martha me ajudou a coloca-los no berço novamente. Ela estava pensativa depois do que conversamos, mas antes de descer de volta para a sala, ela me puxou e me deu uma grande ideia.

CASTLE.

Levantei da mesa do restaurante e apertei a mão de Mark.

No meio da noite recebi uma mensagem dele dizendo que estaria cedo na cidade para resolver negócios. Kate ainda não sabia, mas eu estava planejando trazer a Editora para a cidade para estar mais presente no meu negócio e não apenas escrever. Não era novidade que o negócio não estava indo bem, então as coisas precisavam melhorar.

Deixei apenas um bilhete para Kate antes de sair de casa. Sei que ela não gostou nenhum pouco, mas ela estava dormindo tão bem que eu não quis acordar. Trocamos mensagens pela manhã, mas tudo estava tão corrido que não consegui dar muita atenção.

— Mark, nos vemos em uma semana?

— Sim. – ele sorriu e se retirou.

Demorei um pouco mais no lugar. Eu sou um dos sócios daqui e quis ver como tudo estava. Sempre gostei de cuidar dos meus negócios, que eram vários, mas desde que Gina adoeceu e depois de sua morte, deixei tudo de lado. Por isso alguns negócios não estão indo tão bem.

Ao contrário da Editora, o lugar estava indo muito bem. Sempre era elogiado, as reservas estavam lotadas até o fim do mês. O chef era um verdadeiro talento, e conduzia tudo na mais perfeita ordem.

Peguei meu celular dentro da minha pasta e comecei a discar o número de Kate, mas quando me aproximei do meu carro, a vi encostada nele me esperando. Pisquei algumas vezes para ver se ela era real. Kate estava linda em seus saltos finos, uma calça preta justa, camisa branca passada para dentro e um blazer preto. Ela sorriu e baixou um pouco a cabeça deixando o cabelo ondulado moldar seu lindo rosto.

Sorri.

Eu já deveria estar acostumado a me apaixonar por essa mulher mais de uma vez ao dia, mas eu realmente não estava preparado para isso. Me aproximei ainda com a boca aberta, sem saber o que dizer.