I Can Love You

Capítulo 5 - Lembranças


Victoria P.O.V.

Minha cabeça doía, era como se estivessem jogando tijolos em cima dela. E ouvir a faladeira de Krystal não estava ajudando muito. Estávamos na frente na sala de aula conversando e ao nosso redor estavam varias pessoas que por sinal eram faladeiras também. Todo aquele barulho penetrava em minha mente e corroía minha paciência, gostaria de gritar e calar a todos, mas de certa forma seria errado. Então não havia outra forma teria que aguentar por enquanto. Minha atenção voltou-se então para as meninas e pude perceber que Krystal comentava de como o frango que havíamos comido há pouco tempo estava gostoso, Amber e Luna, ambas tentavam contraria-la afirmando de que já haviam comido frangos melhores. Eu estava completamente perdida no assunto, mesmo querendo prestar atenção na conversa e até mesmo participar eu não conseguia, no momento eu só queria esvaziar minha insegura mente e viver em um pequeno mundo repleto de silencio, porém isso é algo quase impossível pra mim no momento.

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- Não é Vic? – perguntou Krystal.

Como eu já havia dito, eu estava completamente perdida naquele assunto insignificante então apenas concordei com a cabeça positivamente e voltei a olhar em volta.

Todas aquelas pessoas pareciam ter tanto para falar, tanto para discutir. Já eu apenas abominava cada palavra eu desejava com todas as forças que todas sumissem e o silencio reinasse. Meu olhar estava incontrolável fitava certas pessoas que eu nem ao menos conhecia. De tanto perder meu olhar por entre as pessoas ali acabei fitando algo que eu não queria. Lá estava Kyuhyun virando um corredor de cabeça baixa acompanhado por um de seus amigos, mas eu realmente estava mais preocupada em não deixa-lo me ver.

- Eu já volto. – falei sem nem ao menos olhar para as meninas cortando Krystal de seu assunto. Eu tinha que sair de lá.

Eu não disse para onde ia, nem o que ia fazer simplesmente sai sem dar explicação nenhuma e sem destino, só queria ficar longe de tudo, então qualquer lugar calmo seria um bom lugar. Caminhei rapidamente desviando certas pessoas ao virar certos corredores, algumas pessoas ate me cumprimentavam mais eu sei que era só por educação. Minha cara de dor e raiva assustava qualquer um. Andei mais rápido saindo finalmente do prédio, o vento forte que refrescava meu calor e bagunçava meus cabelos loiros era gostoso. Eu estava no campo de esporte, um lugar calmo onde o sol fazia questão de tocar a grama era a mais verde que eu já vi, e as arvores em certos locais tinham tamanhos adoráveis onde de baixo delas faziam uma gostosa sombra... Um bom lugar para um piquenique talvez. Sai caminhando e os jovens que estavam ali praticando algum esporte olhavam para mim, alguns ate assoviavam, mas eu não fazia questão de olhar. Andei ate o lugar mais isolado daquele campo de esportes e pude ver algo reconhecível. Uma arvore. Não era uma simples arvore, aquela arvore tinha historia e momentos da quais eu sempre me esforcei para esquecer, mas já não havia muitas opções de lugares calmos então caminhei ate ela e sentei-me, fitei minhas mãos pálidas e tremulas e deixei algumas lagrimas escorrerem, levei então minhas mãos que se encontravam geladas ate meu rosto molhado e o tapei, “morrendo” naquele leve e calmo silencio.

Eu sabia muito bem o motivo daquele meu estado, eu só não queria admitir. O vento tomava conta de tudo, levantava um pouco da minha saia e secava as lagrimas que se encontrava em minha face. O único som emitido era a da minha pesada respiração. Tirei as mãos do rosto e fitei aquela linda paisagem, sequei mais uma vez minhas lagrimas e deixei-me levar pelo bravo silencio, fechei meus olhos, apoiei minha cabeça no grosso troco de arvore e cochilei.

Meu corpo estava leve e eu me sentia relaxada aquela sensação era muito boa... Era simplesmente tudo o que eu queria naquele momento.

- Esse lugar é meu.

Uma voz despertou-me de toda aquela sensação que estava me fazendo extremamente bem, assustando-me de tal forma. Era uma voz reconhecível, grossa, suave, boa de se ouvir... Era ele... O dono das minhas lagrimas e de todo mal estar que eu sentia naquele momento, o cara que simplesmente não sai da minha cabeça.

Virei-me para ele que estava apoiado no canto direito da grande arvore e ostentava um sorria... E eu ainda conseguia me perder naquelas pequenas covinhas. Ele me fitava diferente, e o vento não me deixava olhar diretamente em seus olhos, pois sua franja ficava na frente e uma vez ou outra ele a colocava para trás. Ele estava com a mochila nas costas e com o uniforme que favorecia suas compridas pernas.

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Baixei minha cabeça voltando para minha antiga posição, mas quando me dei conta Kyuhyun já estava ao meu lado e obviamente notou que eu estava triste e um pouco depressiva. Deixei algumas mexas de meu cabelo tomar conta de meu rosto impedindo que Kyu me olhasse e sua proximidade de certa forma me incomodava. Ele me olhou novamente e sorriu fazendo-me sentir raiva de se mim mesma por não ter saído correndo quando tive a chance.

- Mais eu sinceramente gostava mais quando ele era nosso. – Murmurou ele.

Meus olhos se arregalaram ao ouvir tais palavras e automaticamente meus olhos voltaram-se para ele. Eu pessoalmente não queria chorar na frente dele então levei meu pulso ate meus olhos e tentei ao Máximo impedir que aquelas pequenas lagrimas jamais rolassem por meu rosto, um grande nó em minha garganta foi brotado e infelizmente eu demonstrava nervosismo ao espremer minhas mãos. Respirei fundo segurei as supostas lagrimas, levantei a cabeça e não disse absolutamente nada. Ele ainda me fitava de lado e o sorriso em seu rosto me incomodava parecia que tudo aquilo era uma grande brincadeira para ele.

- Você também não gostava? – Perguntou ele se aproximando de mim.

Subiu uma leve pressão na minha cabeça aumentando ainda mais minhas dores. Aquelas palavras me enojavam, pois sabia que tudo passava de um passatempo para Kyuhyun. Virei para ele fitando-o de forma diferente, uni minhas sobrancelhas mostrando raiva e desconforto, mordi meus lábios com raiva suspirei com força e disse:

- Por que está me fazendo essa pergunta?

- Bem... Eu gostaria de saber se você sente saudade de quando esse lugar era nosso. – Ele se deu os ombros e suspirou.

- Como você pode? Como pode simplesmente me trai parar de falar comigo e depois vim aqui com essa cara de sínico como se nada estivesse acontecido? – Minhas expressões continuava a mesma, sendo substituída por uma de tristeza quase insuportável, eu estava prestes a chorar.

- Eu não parei de falar com você, você parou de falar comigo.

- VOCÊ ME TRAIU! – Gritei.

Quando me dei conta eu estava chorando, chorando na frente dele encarando seus olhos. Sua expressão automaticamente mudou, ele me olhava com pena e aquilo me incomodava de certa forma. Apoiei meu rosto em minhas mãos e me derramei em lagrimas, eu chorava alto e colocava tudo para fora em forma de lagrimas. O clima em Seul estava normal nem tão quente e nem tão frio, porém eu sentia um frio inexplicável abraçando a mim mesma. Inclinei mais minha cabeça só que dessa vez eu chorava baixo e o frio fazia com que eu tivesse leves arrepios, meus lábios estavam trêmulos e o forte vento bagunçava meu cabelo brutamente.

Lentamente o frio foi sumindo, meu corpo estava morno e dormente. Abri meus olhos e lá estava Kyuhyun me abraçando sem pudor, sua cabeça estava apoiada pelas minhas costas curvadas e seus olhos se encontravam fechados. Eu não posso mentir era tão bom ser abraçada novamente, mais eu não queria me entregar para ele. Eu tinha que ser forte a todo custo. Senti a ponta de seu dedo alisava meu braço levantando ate meu ombro, de alguma forma eu me sentia segura e isso me fazia chorar mais.

- Victoria... Eu nunca lhe trai... – Sussurrou ele ainda de olhos fechados.

“Como assim? Nunca me traiu?” – pensei.

Suas palavras pareciam verdadeiras mais a provas eram outras. Eu não respondi nada apenas fiquei na mesma posição me perdendo nos momentos do passado deixando ainda algumas lagrimas caírem ao lembrar de certos momentos.

Flashback Victoria.

Era uma manha comum como todas as outras. Todos apeavam sobre qualquer, sorrisos permaneciam no rosto de todos e o amor parecia invadir a escola. Eu pessoalmente estava transbordando a felicidade e mostrava isso me arrumando perfeitamente para o dia. Eu namoro o menino mais popular da escola e inveja talvez seja o maior sentimento que todas as meninas sentem por mim, porém não me importo.

- Qual vai ser sua primeira aula? – perguntou Amber.

- Mandarim. – Murmurei.

- A minhas vai ser química – Reclamou Luna.

- A minha também. – Disse Amber abrindo um sorriso no rosto de Luna.

- E a sua Krystal? – Perguntei.

- Vai ser biologia. – Disse Krystal concentrada em seu celular.

Como eu havia dito todos pareciam muito feliz.

- Ei senhora Kyuhyun - Disse certa garota com uma voz de ironia.

- O que você quer? – Perguntou Amber indo para cima da pequena e delicada menina.

- Não é nada com você homenzinho. – A garota disse revirando os olhos e andando em minha direção.

Luna segurou o braço de Amber impedindo-a de fazer qualquer besteira.

- O que você quer? – Cruzei os braços e feitei a garota que por sinal era menor do que eu.

- Só queria lhe dar isso. – Ela me deu um envelope muito bem lacrado. – Acho que você deve saber o que seu namoradinho anda fazendo.

A menina novamente revirou os olhos e se retirou acompanhado de suas amigas. Eu não entendi nada, afinal por que ela me entregaria aquilo? O que tinha naquele envelope?

- Idiota eu odeio menina fresca. – Murmurou Amber arrumando seu uniforme que foi levemente amassado por Luna.

- Não vale a pena nem tocar nesse tipo de menina. – Comentou Krystal.

- Mais afinal o que é isso Victoria? – Perguntou Luna se aproximando de mim.

- Vou ver agora.

Devagarinho fui abrindo o envelope sem rasgado e dentro dele só se encontrava uma coisa... Uma foto. Peguei a foto e a fitei, nela havia um casal, um casal se beijando. Uma jovem magra dos cabelos curtos e pretos e o menino era alto, mais alto que a jovem, seus cabelos era castanhos claro e... E era familiar.

“Não...”

Depois de analisar a foto mais algumas vezes notei que o garoto alto de cabelos castanhos era... Era meu namorado, meu Kyuhyun.

Levei minha mão ate minha boca e a tampei deixando algumas lagrimas rolarem por meu rosto, meu coração doía era como se minhas costelas estivessem apertando meu pobre coração. Sentei no banco mais próximo e deixei a foto cair no chão. As meninas mostravam preocupação, e me fizeram a mesma pergunta varias vezes. Luna pegou a foto do chão e mudou sua feição.

Eu simplesmente não queria acreditar, como o meu Kyuhyun seria capaz de me trair? Era algo que não entrava na minha cabeça. Meu peito latejava e eu chorava alto chamando atenção de todos. Eu não conseguia ouvir nada... Parecia... A morte.

“A morte doí assim? Sempre me disseram que é a coisa mais tranquila do mundo... Que é rápido. Mais isso que eu sinto doí, doí muito...”

Fui levada as lagrimas para meu quarto, deitei em minha cama e não sai de lá por nada. Passei uma semana de cama, tive certa febre semanal, eu não conseguia comer, nem dormi eu só pensava em tudo e no que eu fiz para merecer tudo aquilo.

Dias se passaram e com ajuda das minhas amigas pude me recuperar mais rápido. Foi um momento difícil da minha vida, talvez parecesse boba falando assim, mais eu o amava imensamente e foi difícil “superar”. Eu mesma optei não falar com ele, não conseguiria conversar sobre tal assunto. Ele soube de tal decisão pela Amber que contou para ele com prazer e sinceramente o que mais me magoo foi o fato dele não ter me procurado uma sequer vez.


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