Anoitecia quando ela chegou.

Seul estava no seu esplendor noturno quando Eun Jo chegou a cidade. Ela olhou o local sem grande fascínio, mas sentia-se encantada, no fundo, por tudo aquilo. Afinal era a grande cidade da Coreia do Sul, a cidade que movimentava o comércio nacional, não tinha como não ficar impressionada com tudo aquilo.

Mas o local para onde estava indo não havia nada fascinante, era um distrito sem grande esplendor. Mas um lugar que já conhecia, já que tinha sido neste que ela, há um ano, tinha ficado.

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Deixando de lado o esplendor, Eun Jo embarcou em outro ônibus a caminho do seu destino.

Fazia um ano que não colocava o pé naquele lugar, mas este continuava exatamente como lembrava. Talvez não totalmente, mas ainda sim a maioria das coisas estava intactas, isso a deu certo conforto. Era bom estar de volta num lugar familiar.

Eun Jo ajeitou o capuz sobre a cabeça e arrastando sua mala de rodinha seguiu para a boate que atrapalhara. No painel ao lado da entrada um informativo a fez sorrir debochada. Ela tinha que concordar com Park, somente ela para aguentar um lugar daquele. Decidida ela tirou o papel e adentrou o local; este, diferente do lado de fora, estava com seu interior modificado. Estava mais amplo e com ar de sofisticado. Talvez porque as mesas exageradas de madeira não estivessem mais ali. Ou porque o balcão que cobria toda a parede aposta a entrada foi diminuído, o que fosse, o lugar passava uma agradável aparência.

Em passos firmes ela seguiu para o balcão, o lugar ainda estava vazio, o que era de esperar devido o horário, o local sempre ficava lotado depois das 10, e pelo que ela acabara de constar no relógio sobre o balcão, ainda era 7 horas.

Enquanto ela se aproximava o barman lhe lançou um olhar interrogativo, este ela não conhecia. Para facilitar a comunicação e não passar um ar de mais misteriosa ela retirou o capuz.

–Boa noite. – cumprimentou ao se aproximar.

–Boa. No que posso lhe ser útil?

–O dono daqui ainda é o Sr. Park?

–Sim...

–Poderia chamá-lo?

–Para que?

Eun Jo mostrou-lhe o papel.

–Quero meu cargo de volta.

O rapaz franziu o cenho e a mediu.

–Espere um segundo.

Foi bem mais de um segundo que Eun Jo deve que esperar, mas isso ela não se importava, afinal o que ela queria era que Park parecesse logo e lhe desse a porcaria daquele cargo e um lugar para ficar.

–Eu pensei que tinha, enfim, corrigido a sua vida. – a voz familiar lhe saudou minutos depois.

Eun Jo virou-se dando de cara com aquele, que em toda a sua vida, tornou-se a quarta pessoa que por algum momento confiou. Das outras três, duas já haviam lhe traído de alguma forma, e devido a isso que ela sempre se mantinha alerta com essa quarta. Park Tae Yong.

O homem não havia mudado em nada, nem mesmo no corte de cabelo. Este continuava curto e levemente repicado na parte de cima, dando a este um charme que todas as frequentadoras do local não deixavam passar despercebido; sem falar da beleza deste. Park, caso não tivesse aquele lugar, deveria ser um ator ou modelo, Eun Jo tinha a certeza que ele se sairia bem em ambas profissões .

–Preciso do emprego. – disse ela sem rodeio, como sempre o fez.

O homem olhou o papel que ela ergueu, vendo neste o anuncio de que procurava uma nova garçonete. Ele sorriu, o sorriso que sempre incomodava Eun Jo. O que a fez desviar o olhar.

–Então? – indagou ainda sem olhá-lo.

–É seu, como também o quarto no terceiro andar. Mas dessa vez tenho uma condição.

Eun Jo lhe olhou.

–Quero que volte a estudar.

Aquela mesma conversa havia acontecido há um ano e foi o desfecho dessa que a fez sair daquele lugar e ir embora, na certa Park a queria longe mais uma vez.

Aborrecida com isso ela amassou o papel e o jogou sobre o balcão e seguiu para a porta, Park rapidamente a segurou.

–Porque a teimosia?

–Sabe que não quero nada disso.

–Pensei que quisesse, afinal sempre a pegava estudando quando estava sem nada para fazer.

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Eun Jo ficou um tempo lhe olhando, aquele olhar bondoso e aquele sorriso que ele sempre lhe direcionava lhe tirava do sério. ‘Por isso que eu acredito nele?’

Novamente ela não conseguiu ficar olhando-o.

–Já disse que é impossível.- declarou ela.

–Nada é impossível. Confie em mim, eu ajudarei.

Ela tremeu ao ouvir aquelas palavras e voltou a olhá-lo, no lugar de Park ela enxergou outro moreno, mas com um sorriso parecido, com ideias iguais e palavras ainda mais perturbadoras, isso a fez sentir um nó na garganta.

–Então?

–Tudo bem.

–Ótimo, leve suas coisas para o quarto e depois volte, você começa hoje.

Eun Jo lhe lançou um olhar descontente, mas nada disse, apenas seguiu com o que ele havia lhe dito. No fim das contas era bom fazer algo do tipo...