"E, após contar, tive um só dia feliz"


– Ei – disse Godric – explique para a gente...

– Não. – respondi simplesmente e saí da sala.


Mais tarde, ouvi as batidas na porta.

– Entre. – eu disse, já adivinhando quem era.

Eu passara ali o dia todo. Sem comer, sem beber, sem me encontrar com ninguém. Não tinha disposição o bastante para aquilo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Godric entrou com a bandeja contendo meu jantar. Apenas mais fingimento bem disfarçado.

– Coma um pouco. – disse em tom sereno, mas percebi que era uma ordem. – Deve estar com fome.

Ele empurrou a bandeja em minha direção e eu obedeci, com o pensamento de que ele era o melhor amigo do mundo. Como podia ser tão ingênuo?

– Então, - começou. – O que... O que foi aquilo lá em cima?

Respirei fundo.

– Godric, você sabe, não era nenhum maldito preconceito! – exclamei. – Não tenho preconceito sobre sangue, nunca tive! Só... Tenho meus motivos!

– Ora, caro amigo. Mas o que foi então?

– Sinto, mas não posso falar...

– Salazar, – ele disse, segurando meu ombro. – sou seu amigo. Pode confiar em mim.

E foi então que, para mim, tudo acabou. Porque Godric parecia um bom homem. Porque Godric parecia um amigo. Cedi aos seus esforços e contei-lhe tudo sobre a maldita profecia de minha tia. E, após contar, tive um só dia feliz. Só um.