Hurricane
Capítulo 35
Hurricane II
Capítulo 12
Passos pesados iam se aproximando do acampamento improvisado deles. Passos pesados, respiração irregular e vozes grossas e irritantes. Mas não havia ninguém para se ver. E mesmo se houvesse, ninguém veria. Todos dormiam tranquilamente.
– Parece que trouxeram um porco. - disse um das pessoas, referindo-se a Eustáquio, que não parava de roncar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Essa aqui é fêmea. - disse uma voz próxima a Lúcia.
– Essa aqui também. - disse outra perto de Gael.
– Essa também. - disse uma próxima a Lena. - Mas seria difícil sem acordar esse macho. - continuou, referindo-se a Edmundo que estava ao lado dela.
– Essa aqui sabe ler. - disse a voz perto de Lúcia, mexendo em seu livro.
– Vamos levar ela. - disse uma voz.
Lúcia foi levantada no ar. Tinha a boca aberta, mas som algum saía dali. Parecia que alguém segurava sua boca, enquanto as pegadas a arrastavam para dentro da floresta. Ela se sentia sufocada, e não sentia os pés no chão. Tentou arrancar o que quer que fosse que tampava sua boca, mas tinha dificuldade por não saber o que era e por ser forte. Ela então chegou em um jardim e finalmente a soltaram. Se levantou rapidamente do chão, assustada com as risadas no ar, e tirou o punhal. Mas o que quer que fosse que a acompanhava, arrancou o punhal de sua mão e, quando ela fora atrás, empurraram-na para longe.
– Não tem saída. - disse uma voz.
– É. - concordou outra.
– Assustador.
– O que são vocês? - perguntou Lúcia.
– Somos feras horríveis, horripilantes. - disse uma das vozes.
– Se pudesse nos ver, ficaria mesmo apavorada. - comentou outra.
– É, se esqueceu de dizer que também somos muito grandes.
– E o que é que vocês querem? - Lúcia perguntou diretamente.
– Você vai fazer o que nós mandarmos.
– É, vai sim.
– Tá na cara.
– Disse muito bem.
Lúcia se levantou. - Se não?
– Senão... morre.
– Morre.
– Morre.
– Morre.
– Mas eu não serviria morta pra vocês, serviria?
– Eu não tinha pensado nisso.
– Bem pensado. Resolvido, nós vamos matar os seus amigos.
Lúcia permaneceu calada, tentando encontrar outra solução.
– O que vocês querem de mim? - ela perguntou por fim.
– Você vai entrar na casa - ela foi empurrada - do Opressor.
– Que casa?
– Essa aqui.
Uma porta foi aberta, no meio do jardim, no ar. E Lúcia ficou surpresa ao ver como o interior era extenso.
– Lá em cima - continuou a voz - vai achar uma livro de feitiços. Recite o feitiço que faz você ver o oculto.
Enquanto as vozes o elogiavam, Lúcia andou de um lado para o outro, procurando pelo resto da casa, mas só havia a continuação do jardim.
– Rápido que não temos o dia todo.
– Lembrem-se do que vai acontecer aos seus amigos.
As outras vozes confirmaram.
– Por quê não fazem vocês sozinhos? - Lúcia perguntou, desconfiada.
– Não sabemos ler.
– Para falar a verdade, nem escrever.
– Nem somar.
– Por quê não disseram logo? - Lúcia perguntou, quase irritada.
– Cuidado com o Opressor.
– Ele é muito opressivo.
– Que torna o oculto visível, não se esqueça.
Lúcia entrou por fim, e a porta se fechou.
~*~
Lena acordou de repente, sentindo alguma coisa em seus pés. Quando se levantou, porém, percebeu que era apenas a maré alta batendo em seus tornozelos. Mas então ela olhou em volta, sentindo que alguma coisa estava errada.
– Lena... - Edmundo acordou, resmungando.
– Bom dia, Eddie. - ela respondeu-lhe, abrindo um sorriso que nem de longe foi o mais verdadeiro.
– Oi, meu amor. - ele disse, dando-lhe um beijo suave sobre os lábios, mas sentiu a menina tensa em seus braços. - O que foi? Olha, Lena, se foi por ontem...
– Não, não é isso. - interrompeu-lhe, franzindo o cenho em concentração. - Eu estou sentindo que tem alguma coisa errada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– O que acha que é? - ele perguntou baixinho.
– Eu não sei... - ela comentou, virando-se de costas para a areia para observar ao redor.
Quando se virou para o lado contrário de onde estava Edmundo, ela reparou uma grande e única pegada descalça, se um par por perto. E então ela percebeu que a ilha não era assim tão desabitada.
– Edmundo. - ela disse baixinho, procurando não assustar a si mesma.
Ele se levantou de repente, assustado com o tom de voz dela.
– O que foi? - ele perguntou, preocupado com a expressão assustada que ela tinha.
– Alguém esteve aqui. - ela disse simplesmente, antes de se levantar e gastar apenas um segundo analisando as pegadas solitárias antes de correr até Colin e acordá-lo. - Colin, acorda!
– Lena? - perguntou, sonolento.
– Alguém esteve aqui durante a noite. - ela repetiu e essa frase teve efeito suficiente para despertá-lo e se levantar.
Ela logo foi acordar Caspian, enquanto Colin se encarregando de acordar os outros.
– Cadê a Lúcia? - Edmundo perguntou, se aproximando dos dois que observavam as enormes pegadas. - Lúcia!
– Todo mundo de pé! - Caspian gritou, sacudindo os mais próximos enquanto Edmundo corria para onde a irmã teria dormido.
– Levanta, já podem acordar! - disse Drinian, chamando outros.
Pegaram as espadas rapidamente e correram pela floresta, seguindo as pegadas. Eustáquio, porém, continuou dormindo, ressoando como um porco.
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