How We Get Here

Capítulo 21 - A Ideia de Ume


How We Get Here

Capítulo Vinte e Um - A Ideia de Ume



Sakura Haruno

— Porque eu te amo, Sakura! Eu te amo e não consigo controlar o que sinto aqui dentro quando te vejo ao lado de outro cara!

Fiquei paralisada.

— O que você disse? — foi só o que eu consegui dizer depois daquelas palavras.

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Eu estava tão surpresa que até me esqueci do quanto ele conseguiu me irritar instantes antes.

— O que você ouviu. Eu te amo... Já há algum tempo, Sakura. Você não saiu dos meus pensamentos desde que voltei para Konoha. — ele revelou.

Sua voz já estava bem mais calma, e ele parecia bem sincero.

Meu coração começou a bater mais rápido no peito pela revelação.

Respirei fundo, tentando regularizar meus batimentos e vi que ele fazia o mesmo, parecendo tomar coragem para falar.

— No começo, eu não queria reconhecer esse sentimento, eu não queria ter um laço importante de novo, não depois da morte dos meus pais. Eu já sentia algo por você, algo diferente desde pequeno, mas o ódio e a sede pela vingança não me deixaram enxergar. Eles me cegaram e me fizeram seguir um caminho ruim, que me levava cada vez mais profundo na escuridão. — fez uma pausa. Essa parecia ser a parte mais difícil para ele. — Eu estraguei tudo, matei Itachi e fiz muitas coisas erradas, inclusive tentei te matar. — abaixou o olhar, martirizando-se pelas atitudes erradas movimentando a cabeça. — E agradeço ao Kakashi e Naruto por terem chegado para me impedir de fazer a maior burrada da minha vida e, mais ainda, ao Naruto, que me fez enxergar o caminho certo que eu deveria seguir. O caminho que me levou até você.

Ele fez uma pausa para respirar, mas eu não conseguia fazer o mesmo. Estava com o coração disparado, e minha respiração, completamente descontrolada.

— Eu já fiz muitas coisas erradas na vida, então, quero fazer o certo dessa vez. Eu não quero mais ficar longe de você. Nunca mais.

Meus olhos esmeraldas ficaram marejados. Eu estava sonhando ou o quê?

— Desculpe-me por ter sido um completo idiota no passado e agora a pouco de novo. Eu não estou sabendo lidar muito bem com tudo que estou sentindo. — revelou e ele nem parecia o mesmo Sasuke que eu conhecia. Era inacreditável, entretanto, eu estava gostando. — Mas, se você quiser ficar comigo, Sakura, eu prometo que tentarei ser alguém melhor. Alguém que te mereça.

Ele ficou calado por alguns instantes, apenas observando-me. E eu não estava respirando.

— Sa-Sasuke…

Eu não conseguia formar uma frase sequer, estava paralisada, hipnotizada e surpresa. O ar fugiu dos meus pulmões.

— Você ainda me ama, Sakura?

Fiquei parada, fitando-o surpresa. Eu sabia o que falar, só não sabia como. As palavras sumiram diante da cena surpreendente que via.

Sasuke havia se declarado para mim, caramba! Era surpresa demais.

— E, então, Sakura? Você ainda me ama? — ele parecia um pouco nervoso diante de minha reação. Talvez, ansioso pela resposta.

— Sim. — foi apenas o que eu consegui pronunciar no momento e como um sussurro.

Um sorriso brotou em seus lábios, algo bem discreto, mas, ainda assim, era um sorriso, e ele aproximou-se.

Nossos lábios se encontraram em um beijo calmo, ainda melhor que todos os anteriores e, naquele momento, se eu não estivesse concentrada no beijo, eu só conseguiria sorrir de felicidade por ter a certeza de que Sasuke me amava também.

Nos distanciamos devagar, um pouco ofegantes e sorrindo.

— Agora, eu posso dizer... Minha irritante. — sorriu de canto.

Desviei o olhar para o chão, com as bochechas coradas.

— Isso quer dizer que estamos... Namorando?

Ergui o olhar para fitá-lo, e Sasuke sorriu de canto.

— Se você quiser.

Sorri em resposta, enlaçando seu pescoço com os braços e trazendo-o para mais perto de mim.

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— É claro que eu quero. — e o beijei como nunca antes.

. . .

A noite chegou, e ainda estávamos juntos. Não queríamos nos afastar, queríamos aproveitar o máximo daquele dia. Seguimos pelas ruas, já estava um pouco escuro enquanto caminhávamos, mas reconheci na hora onde estávamos.

Era o parque que eu tanto adorava ir.

Sentamos em um banco de frente para o lago e acabei dando um sorriso sem perceber enquanto fitava as águas onde a luz da lua era refletida, pensando em tudo que aconteceu nos últimos dias e horas.

— O que foi? — escutei a voz de Sasuke, o que me trouxe à realidade.

Olhei-o, confusa.

— É que você estava sorrindo.

Abaixei a cabeça, fitando o chão e ainda sorrindo.

— É que eu não consigo acreditar em tudo que aconteceu... Às vezes, parece que eu estou sonhando. — sorri mais e o olhei. Ele possuía um sorriso discreto no canto dos lábios. — Não pensei que você fosse voltar e que nós ficaríamos juntos.

Ele desviou os olhos para o lago.

— Obrigado por nunca desistir de mim.

Olhei-o com os olhos arregalados, surpresa com suas palavras, e ele continuava a olhar para o lago, porém eu conseguia ver a leve coloração avermelhada em suas bochechas.

Sorri mais.

— Você está tão diferente.

Sasuke virou-se para mim, observando-me no fundo dos olhos.

— Você também.

— Estou? — perguntei, sem entender.

— É. — assentiu calmamente. — Quando eu cheguei na vila, pensei que encontraria a mesma Sakura de antes, que sempre correu atrás de mim, dizia que me amava e me irritava muito, mas, quando eu cheguei, vi uma Sakura totalmente diferente. Determinada, talentosa e que não ficava mais no meu pé. Eu cheguei a pensar que você tinha me esquecido, e a primeira mudança que eu notei foi que não me chamava mais de “Sasuke-kun”, apenas de “Sasuke”. Eu tive certeza, na hora, de que não era a mesma Sakura irritante de antes.

— Eu era irritante mesmo? — perguntei, rindo.

— Você ainda é irritante, mas isso é uma das coisas que eu gosto em você. — sorriu ao terminar de falar, o que, de certa forma, deixou-me feliz.

Era bom saber que ele gostava de mim do jeito que eu sou.

— Eu te amo, Sasuke. — falei de repente e com uma segurança que eu nunca tive antes, pois, agora, eu sabia que ele não desprezaria meus sentimentos.

— Também te amo, minha irritante.

Tocou minha testa com dois dedos, o que, para mim, significava mais que um beijo.

Sorri em resposta e levantei-me, sentindo o ar gélido chocar-se contra minha pele.

— Eu preciso ir. Amanhã, tenho que acordar cedo para trabalhar.

— Eu também, vamos, eu te levo. — apenas sorri ao vê-lo levantar e fomos caminhando pelas ruas.

Não demorou para chegarmos à porta de meu apartamento, onde paramos e ficamos olhando um para o outro.

— Obrigada, Sasuke. — ele apenas acenou com a cabeça, sorrindo de canto.

— Até amanhã. — aproximou-se de mim devagar, e eu fechei os olhos, esperando o contato de seus lábios, o que foi rápido e suave, então, afastou-se com um sorriso de canto e saiu pulando pelos telhados.

. . .

Acordei cheia de olheiras no dia seguinte, consequência de ter dormido pouco à noite devido a tantos pensamentos, tanto que tive que recorrer à maquiagem para disfarçá-las.

Assim que desci os degraus em frente ao meu apartamento, pronta para ir trabalhar, meus olhos pararam em uma figura solitária encostada em uma árvore.

— Você demorou. — Sasuke disse assim que aproximei-me dele.

— Não sabia que estava me esperando. Desculpe, eu acabei perdendo a hora. — sorri sem graça.

— Não tem problema. Vamos, vou com você até o hospital, depois, vou para a sede do esquadrão dois da Anbu.

Sorri ainda mais abertamente, ele estava se preocupando comigo, era tão fofo, um pouco exagerado, mas fofo e algo que eu nunca esperaria do Sasuke.

Definitivamente, ele estava muito diferente.

— Vamos.

Mas, antes de começarmos a andar, ele se aproximou, tirando uma mecha rosa de frente ao meu rosto e depositando um beijo suave em meus lábios, fazendo-me corar com o contato.

Era inevitável não corar, já que estávamos no meio da rua e por termos assumido um namoro tão recentemente.

Sorri para ele de novo antes de começarmos a andar pelas ruas vazias de Konoha rumo ao hospital.

— O casamento do Naruto está chegando, temos que ajudá-lo. Ele, com certeza, vai estar nervoso. — comentei.

— Hm. — resmungou.

E, conhecendo o Sasuke, isso poderia ser considerado um “sim”.

Chegamos em frente ao hospital em poucos minutos.

— Obrigada. — agradeci, sorrindo.

Eu estava com vontade de beijá-lo, mas controlei-me, pois haviam pessoas ao redor, não sabia se ele estava pronto para revelar o nosso namoro para todos.

Ele já tinha me beijado na frente de muita gente, mas assumir um namoro é outra coisa. Fiquei alguns segundos fitando seus olhos e, depois de acenar, me virei, até sentir o toque de sua mão na minha.

Olhei para ele, e Sasuke tocou minha testa com dois dedos.

— Te vejo depois.

Da porta do hospital, eu o vi afastar-se pulando pelos telhados, até estar distante demais a ponto de eu não conseguir mais enxergá-lo. Respirei fundo, digerindo tudo que aconteceu de ontem para hoje e, com um sorriso, entrei no hospital.

O dia no trabalho foi muito cheio, precisei fazer várias cirurgias e só tive um pequeno intervalo para o almoço, que, a propósito, Ino acompanhou-me.

Durante os poucos minutos que tínhamos, ela falou-me sobre a lua de mel dela, que seria daqui duas semanas, já que Sai possuía muito trabalho para fazer na Anbu e não podia deixar para depois, e também falou sobre o pessoal, que havia combinado de ir na churrascaria à noite e me convidou.

Quando o pouco tempo que tínhamos se esgotou, retornamos ao trabalho, que fora ainda mais cansativo, e só saímos à noite.

Antes de ir à churrascaria, passei em casa para tomar um banho e arrumar-me, e, durante todo esse tempo, a imagem de Sasuke veio em minha cabeça.

Ele iria também nessa reunião entre amigos?

Eu não fazia ideia da resposta apesar de conhecer bem Sasuke e saber que ele não gosta dessas coisas, porém ele está tão diferente, que eu não consigo mais deduzir suas respostas e atitudes.

Quando cheguei perto do estabelecimento em que íamos comer, Ino e o pessoal estavam na pracinha em frente, o que parecia aguardando a chegada dos que faltavam — eu e, possivelmente, Sasuke. Eles conversavam animados sobre algo que eu não conseguia entender apesar do volume não estar nada baixo, mas pararam assim que me viram, a maioria sorrindo.

— Oi, Sakura-chan! — Naruto gritou, sorridente.

Aproximei-me mais.

— Oi, Naruto, pessoal.

Lee, Tenten, Shikamaru, Chouji, Ino, Sai, Kiba, Shino, Naruto e Hinata acenaram em cumprimento, todos sorrindo discretamente, exceto o Uzumaki e a Yamanaka.

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— Você demorou, testuda. — Ino fingiu uma falsa expressão raivosa, colocando as mãos na cintura.

— Desculpe, precisei passar em casa. — sorri fracamente.

— Ah, sim. — Ino suavizou a expressão.

— Sasuke! — Naruto gritou e acenou, olhando para atrás de mim.

Meu coração disparou só de ouvir seu nome.

— Pensei que não vinha. Por que demorou tanto? — o loiro perguntou, e Ino olhou para mim no mesmo instante, sorrindo maliciosamente como se falasse “os dois demoraram, suspeito, não?”, mas eu apenas sustentei o olhar, tentando dizer que não tinha nada a ver com isso.

Ela deu de ombros, convencida.

Virei-me para trás e observei-o aproximando-se e colocando-se ao meu lado com a capa escura balançando com o vento, assim como seus cabelos negros.

— Muito trabalho.

Os olhos dele pousaram em mim, e sorri discretamente em cumprimento, até o sorriso sumir e dar lugar a uma expressão um pouco surpresa quando senti seu braço passar por meus ombros, trazendo-me para perto dele.

Sorri em seguida, dando-me conta do que acontecia.

Ele queria assumir nosso namoro, queria mostrar para nossos amigos que estávamos juntos.

E esse simples gesto vindo dele já foi o suficiente para que nossos amigos, a maioria boquiabertos, entendessem o que havia entre nós.

— Vocês estão namorando? — Ino perguntou só para ter certeza.

E eu nem precisei responder, pois Sasuke o fez:

— Sim.

Todos, depois de recuperados da surpresa, sorriram.

— Ah, parabéns, Sakura-chan, Sasuke!

Naruto, como sempre, teve uma reação exagerada, gritando com a notícia e nos abraçando forte.

— Não é para tanto, idiota! — Sasuke falou, revirando os olhos, mas o Uzumaki não nos soltou.

— Naruto, está nos apertando. — falei.

Ele estava nos esmagando com os braços.

— Foi mal. — nos soltou e coçou atrás da cabeça, envergonhado. — É que essa notícia me deixou muito feliz.

Sorri para ele, e, logo, mais conversas surgiram, das quais a maioria era sobre o mais novo casal. Foi estranho meu namoro ser o centro das atenções, na verdade, o mais estranho era Sasuke ser o centro das atenções comigo.

Era diferente de fato, mas eu não podia estar mais feliz com isso.



* * *

Ela estava desanimada, sentia-se tão sozinha. Sua única companhia era seu travesseiro macio e a cama aconchegante, mas tudo que ela queria era estar perto de um certo ninja, justo o único homem que não a suportava. O único homem que ela tentou usar e que, no fim, acabou despertando seu interesse de verdade.

Ume estava arrasada, nunca esteve tão para baixo, mas ela precisava reagir, precisava lutar pelo seu amor. Ela levantou-se decidida e saiu de casa. Já estava escuro, e Ume não sabia o que estava indo fazer, mas precisava sair daquele quarto.

Ela viu Naruto e seus amigos na pracinha em frente à churrascaria e estranhou primeiramente, principalmente, por não ver nem Sasuke, nem Sakura. Então, sem nada melhor para fazer e com uma certa curiosidade, Ume se escondeu atrás de uma árvore e ficou observando-os.

Não demorou para a Haruno e o Uchiha chegarem e juntarem-se aos amigos. Sasuke e Sakura estavam de costas para ela e, do nada, ele passou um dos braços pelos ombros da rosada, abraçando-a.

Ume estreitou os olhos no mesmo instante, concentrando chakra nos ouvidos para ouvir o que eles conversavam.

— Vocês estão namorando?

— Sim.

Seus olhos se arregalaram. Ela não conseguia acreditar no que ouviu.

Não era possível, não era!

Ela estava tão distraída com sua irritação e observando a cena do novo casal que nem percebeu Katashi aproximando-se por trás silenciosamente.

— O que faz aí? — Katashi perguntou assim que a viu escorada na árvore.

Virou-se imediatamente, assustada.

— Que susto, Katashi! Não se deve chegar assim atrás das pessoas. Quer me matar do coração?

— Ei, calma, não foi minha intenção, desculpe... Mas o que você está fazendo aí? Não me diga que está espionando o Uchiha? — falou, a voz saiu sem ânimo algum, e ele não precisava de resposta.

Ele sabia que era isso. E sempre se perguntava o motivo de Ume ser assim, o porquê de ela só ligar para fama, dinheiro e poder em vez das coisas realmente importantes da vida.

O motivo de ela não enxergar e dar valor à quem estava próximo de si e se importava com ela.

— Sim, estou. Algum problema? — perguntou, irritada.

— Não, faça o que quiser. — Katashi respondeu, o semblante estava sério, mascarando a dor que sentia.

Ele só queria que ela percebesse. Ele só desejava que ela o notasse.

Ume, ao se dar conta do quanto foi rude, ficou mal pelo jeito que falou com Katashi, ele era sempre bom com ela, a garota não devia tratá-lo dessa forma.

Não deveria descontar a raiva que sentia nele.

— Desculpe, Katashi, eu estou irritada e acabei descontando em você, meu único e melhor amigo.

— Não se preocupe. — sorriu forçadamente.

Amigo… Era só o que ele era para ela, um amigo, e não seria diferente algum dia.

Um amigo protetor, companheiro e que colocava a sua felicidade acima da própria.

— Vamos embora. — a voz de Ume o fez voltar para a realidade. — Não tenho mais nada para fazer aqui. — sua voz estava fria, e o ódio, estampado no rosto. — Eu preciso esfriar a cabeça, acabei de ver o que eu não queria ver.

E saiu, deixando Katashi para trás, que logo entendeu ao que ela estava se referindo.

O Uchiha e a Sakura juntos.

Ele já devia imaginar que era isso, ultimamente, ela só ficava assim e por causa dele.

Talvez, Ume estivesse se apaixonando de verdade agora, e Katashi se sentiria feliz por isso, afinal, sua amiga estava estendendo o significado de amor, se, claro, não fosse apaixonado por ela.

Ele estava triste por mais que disfarçasse bem com uma expressão facial despreocupada, Ume passava tanto tempo com ele e nunca percebeu seus sentimentos por ela, mas também pudera, ele nunca demonstrou o que sentia, pelo contrário, até a ajudava com suas conquistas às vezes.

Katashi era bom em ocultar suas emoções. Bom até demais, só que nem sempre isso era uma qualidade.

Eles deram uma volta por Konoha para que Ume ficasse calma, mas a morena não tirava aquela cena que havia visto e a vontade de separar Sasuke e Sakura da cabeça.

Sua mente já trabalhava em um plano para ficar com o Sasuke, e ela sabia exatamente a quem pedir ajuda.

. . .

A morena saiu pulando sozinha pelos telhados dos casarões até uma casa pequena próxima ao monte Hokage. Era uma construção simples, com venezianas nas janelas de madeira mais clara, destacando pouco nas paredes em tons pastéis. A varanda, o telhado e a porta de madeira mais escura davam um toque especial na edificação.

Ume subiu os degraus que dava acesso à varanda e bateu na porta da casa, que estava com todas as luzes apagadas.

Toc, toc, toc…

E nada do dono atender.

Toc, toc, toc…

E, de novo, ninguém veio abrir a porta. A garota já estava irritada, então, decidiu bater uma última vez e, se ninguém atendesse, iria embora.

Toc, toc, toc…

E uma luz se acendeu dentro da casa.

Ela escutou passos lentos até a porta, e o barulho de chaves batendo uma contra a outra. A porta foi aberta, e Ume se deparou com um homem com os cabelos ainda molhados, sem camisa, vestindo apenas uma calça de moletom preta e com uma toalha branca pendurada nos ombros.

— O que foi, Ume? O que faz aqui a essa hora?

— Nem é tão tarde assim, deixa de ser chato... Posso entrar? — ela perguntou, e ele fez um sinal positivo com a cabeça.

Ela adentrou a casa.

— O que você quer? — ele perguntou enquanto a garota sentava no sofá.

— Sua casa é legal. — observou a decoração.

Os móveis eram todos no mesmo tom de marrom escuro, com um brilho impecável. Nas paredes brancas, quadros com fotos de várias pessoas se destacavam, inclusive um com dois garotinhos. Um era um pouco mais velho, e o outro parecia com o homem à sua frente. O sofá azul no centro do cômodo era a única coisa colorida que havia no ambiente.

— Sem enrolação, Ume, vá direto ao ponto. Você não viria aqui só para ver a decoração da minha casa. — ele cruzou os braços, a voz estava mais fria que o normal.

— Você demorou para atender a porta.

Ele revirou os olhos com a enrolação dela.

— Por que será? — ironizou. — Eu estava no banho se você não notou. — apontou para os cabelos molhados e a toalha no ombro. — Agora, pare de me fazer perder tempo e diga logo o que quer.

Ume revirou os olhos.

— Tá bom, Yori, vou ser direta. Sasuke e Sakura estão juntos.

— Isso não é novidade para ninguém. — tentou manter-se indiferente diante da notícia, mas, ainda assim, era possível ver a tristeza em seu olhar.

— Estou falando juntos mesmo. Namorando.

Yori parecia surpreso.

— Eles estavam abraçados perto dos amigos, até assumiram para todos.

Yori encarou Ume assim que ela calou-se, estava com raiva pelo que estava acontecendo, e seu peito doía pela decepção.

— Por que veio aqui? Para rir da minha cara? — perguntou, e Ume respirou fundo antes de levantar-se e encará-lo com a mesma intensidade.

— Não, Yori, vim lhe propor uma coisa.

O Satoshi arqueou as sobrancelhas.

— Que coisa?

— Nos juntarmos para separá-los. — sorriu. — Pensa, Yori, podíamos planejar várias coisas, fazê-los odiar um ao outro e, assim que eles estiverem separados, a Sakura será toda sua e o Sasuke todo meu.

— Por que você quer separá-los?

— Eu gosto do Sasuke e quero ele para mim.

Yori olhou-a, primeiramente, confuso pelo que ouvira, porém, em seguida, começou a rir, o que deixou Ume levemente irritada.

— Você? Gostando de alguém? Você nunca se importou com ninguém, Ume, sempre quis fama e, agora, quer o Uchiha por que "gosta" dele? Você gosta é da fama dele, do poder e do peso que o sobrenome Uchiha tem em todo o mundo shinobi.

Ume o encarou. Ela sabia que não tinha boa fama pela aldeia e que muita gente sabia como ela era, mas ela mudou.

Ume não queria mais ser assim.

— Eu mudei, Yori. Não sou mais aquela Ume que brincou com você no passado. Eu gosto dele de verdade, mas isso não vem ao caso... Você vai ou não me ajudar a separar o Sasuke e a Sakura?

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Ele a encarou, por alguns instantes, em silêncio enquanto pensava nos prós e contras de se aliar a ela, mas ele não tinha nada a perder.

Respirou fundo, assentindo:

— Sim.

— Ótimo. — a garota sorriu. — Então, vamos planejar logo o que fazer.

O homem assentiu novamente.

— Mas temos que ser discretos e muito espertos, nem o Uchiha e nem a Sakura são burros. — Yori argumentou, e ela concordou com um aceno de cabeça.

Sabia perfeitamente que não seria fácil aprontar com o Sasuke e a Sakura, porém, se pensassem nos mínimos detalhes, o plano poderia dar certo.

Tinha que dar certo.