POV Scorpius

Rose suspirou e fez sinal para que eu me aproximasse.

–Papai. Esse é Scorpius Malfoy.

–Isso eu sei- ele interrompeu, fechando a cara. – O que ele está fazendo a menos de duzentos metros de distância?

–Papai, ele é meu namorado.

Oh, eu estava muito muito ferrado.

O Sr. Weasley primeiramente piscou, depois tossiu, e então arregalou tanto os olhos que eu juro que quase saíram de órbita. Rose mudou o peso de uma perna para outra, se apoiando em mim.

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–Isso não foi uma boa ideia. - ela sussurrou.

–Estamos protagonizando uma cena no meio desse Salão- respondi. – E era você que não gostava de dramas.

Ela não respondeu, voltando a encarar o pai. Mesmo com medo (qual é, pais de namoradas, principalmente Weasleys, são muito assustadores, eu preferia enfrentar um dementador.)

–Esse vagabundo está corrompendo minha filha!- o Sr. Weasley grita para todo salão. Um pouco mais atrás, posso ver Hermione revirando os olhos e se levantando. – Eu nunca, nunca esperava uma coisa dessas de você, Rose! Estou tão decepcionado que não tenho palavras para descrever! Com tanta gente no mundo, você me escolhe um Malfoy? Um ser tão sujo e repugnante e...

–Ronald, chega. – Hermione intervém. Ela sorri para mim. – Estou tão feliz por vocês dois- ela estende a mão e eu aperto relutante.

–Como você pode apoiar isso, Hermione?

Rose sorri para mim, e eu me odeio por ser tão bobo ao ponto de dizer que o escândalo do pai dela nem fez diferença se eu tinha aquele sorriso como recompensa.

–Obrigada, mamãe. Scorpius, hã, acho que deveríamos ficar na sua mesa.

Eu desviei os olhos dela e observei Hermione arrastar Rony até o outro lado do salão, repleto de vários homens Weasleys me encarando feio. Também tinha Alvo e James e Dominique e Lily, se segurando para não rir. Alvo levantou a mão e fez um sinal de positivo, gritando “yo Scorpius” e fazendo os outros três explodirem em gargalhadas. Bons amigos eu tenho.

Finalmente, beijei a bochecha de Rose, e mesmo que não fosse o beijo que eu queria, estava valendo no meio daquele salão lotado ainda nos encarando.

–Não se preocupe, o sr. Draco aceitou tudo muito bem.

Ela suspirou.

–Pelo menos um.

Não respondi, pois já tínhamos chegado à minha mesa. Minha mãe mantinha o seu sorriso enorme e simpático de sempre, e meu pai parecia tentar lutar com a carranca.

–Olá, querida- minha mãe disse. – Posso ver que seu pai não aceitou muito bem, não é?

–Mãe, esse não é o melhor assunto- interrompo, falando entre os dentes.

Rose senta na cadeira a frente da minha mãe, e eu ao lado dela.

–Não se preocupe, Scorpius. Meu pai está sempre com um escândalo pronto.- ela deu um meio sorriso.

–Draco, pelo amor de Merlin, seja educado e diga alguma coisa- minha mãe ordenou. Meu pai, que estava muito distraído, mexendo no braço esquerdo onde eu sabia que estava sua marca negra, respirou fundo.

–Eu não sou bom com pessoas, Astoria. – ele respondeu. – Me desculpe. – olhou tanto para mim quanto para Rose e desviou o olhar.

Acho que era minha vez de tentar tirar aquele clima tenso.

–Rose com certeza vai ganhar as melhores notas nos N.O.Ms.

Minha mãe sorriu, e Rose ficou vermelha.

–Oh, eu espero que ela coloque você na linha. Precisa mesmo estudar, Scorpius, e de uma boa influência. O Alvo tem boas intenções, mas ele é tão... descentrado.

–Nem me fale. Mas acho que posso colocar seu filho na linha sim, Sra. Malfoy.

–Me chame de Astoria, por favor. Sra. Malfoy... Me sinto como se fosse minha sogra. E Narcisa não é nenhuma flor.

Meu pai despertou para a conversa, tentando segurar um sorriso ao ver minha mãe alfinetar minha vó.

–Não fale assim dela.

Olhei para Rose, que sorria divertida para a discussão (para mim, discussão rotineira) dos meus pais.

–Quando eu era pequena, meu pai me fazia acreditar que os Malfoys eram monstros- ela confessou, falando baixo para que só eu pudesse ouvir.

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Eu ri.

–Só de vez em quando. E meu pai sempre disse que Weasleys não tinham cérebro.

–Só alguns, que preferem não usar o tempo todo- ela piscou e eu entrelacei nossas mãos por debaixo da mesa.

A conversa seguiu por todo o jantar, e logo depois Hermione veio nos cumprimentar, resmungando sobre como Rony era cabeça dura e pedindo desculpas pelo comportamento dele. Não muito tempo depois, Alvo chegou, nos arrastando para o fundo do salão, onde tinham colocado vários sofás e os adolescentes se reuniam.

–Eu disse que não ter contado para seu pai não ia prestar- sentenciou Dominique, sentada quase em cima de James.

Lily pulou em cima de nós dois.

–Vocês são tão fofos! Eu tenho vontade de tirar uma foto e colocar num quadro, de tanta fofura.

–Garotos não são fofos, Lily- James repreendeu, e a irmã deu de ombros.

–Para mim, qualquer um pode ser fofo.

Rose colocou as mãos na cintura, fingindo estar brava.

–Então nos trazem até aqui e ninguém se mobiliza a dar um espacinho para a gente sentar?

Lily se levanta instantaneamente. E Hugo, irmão da Rose, faz o mesmo. Ele para ao meu lado e estreita os olhos.

–Se você fizer alguma coisa contra a minha irmã... Eu juro que te corto em pedacinhos e sem magia, para você sentir a dor e...

Lily fez uma careta e o arrastou para longe. Rose observou os dois indo embora, encostando a cabeça no meu ombro.

–Eles fazem um casal tão lindo... - suspirou.

–Mais bonitos do que nós?- perguntei, fazendo bico.

–Nunca. - ela me beijou e Alvo pigarreou atrás de nós.

–Por favor, parem de ser “casais”.

Sentei-me e puxei Rose para o meu lado, enquanto ela gargalhava e se encostava ainda mais em mim, me usando como um travesseiro humano.

–Uuuh, precisamos arrumar uma namorada para o Alvo. – ela disse, e James concordou.

–É isso, é disso que meu irmão precisa. Uma garota gos...

–James Sirius Potter, pare essa frase aí mesmo- Dominique brigou, batendo no braço dele. – É falta de respeito falar uma coisa dessas perto da sua garota.

–Minha garota... Eu gosto do som disso.

Alvo cobriu os olhos.

–Arrumem um quarto, pelo amor de Merlin! Vocês estão todos nojentos. No-jen-tos. Vou é sair daqui- e ele sumiu rapidamente.

Rose ainda continuava sorrindo.

–Isso está melhor do que eu imaginava.

–O que está melhor do que você imaginava?- perguntei.

Ela respondeu com aquela voz típica que tinha quando achava que minhas perguntas eram idiotas.

–Isso. Essa festa. Seus pais não são ruins. E eu estou envergonhada é com o meu, mas vou resolver tudo lá em casa. Meu pai vai demorar, mas vai entender.

–Entender o que?

–Você é idiota mesmo ou faz isso de propósito?- ela brincou- Entender que eu gosto de você, e tudo que eu quero agora é ficar com você.

Droga. Eu tenho que parar de ser um bobocão apaixonado e romântico. Não pega nada bem para minha imagem.

–Eu também minha ruiva. Agora eu quero só você.

Ela ia me beijar, mas a voz amplificada do Ministro da Magia apareceu para dizer que faltava um minuto para meia noite. Levantei e estendi a mão para Rose.

–Permita-me, madame.

Ela balançou a cabeça, com um sorriso lindo, e segurou minha mão. A puxei por entre a multidão, de frente para onde Jorge Weasley faria seu show de fogos.

–Os trouxas dizem que quem você beijar a meia noite, você vai beijar o ano todo- ela sussurrou para mim quando anunciaram a contagem regressiva.

Encarei Rose por longos segundos, sem saber realmente por que. Ela era incrível. Eu tinha aprendido a gostar de tudo sobre ela. Não era apenas uma aposta, e eu nem gostava de pensar que um dia cogitei a ideia dela ser só isso. Rose jogou os longos cabelos ruivos.

–Vamos lá. Me beije logo.

–Só quando der a hora- eu respondi, gritando junto de todo mundo- 5, 4, 3, 2, 1...

Enquanto gritos de “feliz ano novo” enchiam o salão, eu beijei Rose como se minha vida dependesse disso. Ela passou os braços pelo meu pescoço e quando ficamos sem fôlego nos separamos.

–Feliz ano novo, Weasley.

–Feliz ano novo, Malfoy.

A vida não poderia estar melhor.