Capítulo 4 - Harry, Não Use Drogas

Harry,

depois de sair do expresso de Hogwarts, nós...

Harry: gu gu dááh-bá

Harry, não me interrompa, por favor.

Harry: mãmãmãmãmã

O que você quer? Veja bem, eu to no meio de algo aqui.

Harry: bu bu bu ta ta ta daaaah

O que... você quer... me contar uma história também?

Harry: TI TI TI TI ABADUUU

Justo. Mas sem tanta baba, por favor.

Harry: mããã bibu didá. Bebebebe Du pffffff-tá! Nênê-di gu gu gu gu gu beesssh. TA TA TA TA TA. Iiiiiih hahahahha méém.

Ga gag a di fuuuuu; ash buuuu shi ta. Nana li tu da da da da daaaaaah! DA DA DA MÃMÃMÃMÃ! NÊNÊDI BI BI BI BIIIIIIIIIIIII! Taaaaa! Pa pa pa pa da da gu.ni ni ni há há há há di di da da guuuuuuu páááá! To to to to ti to to tu ti buuuuuu.

Muito tocante. Mesmo, estou impressionado, continue.

Harry: Ibi bi bi bi ta ta ta ta tadi bubi há há há didá luuuuuu mã. Dah. Piiiiii! DA DA DI DU!

Pela sua entonação sinto que chegou em um ponto importante da história.

Harry: DI DI DÁ!!! DA DA DA DA MÃMÃMÃ GAU!

Jura???

Harry: BI BI BI BI GU PFFF MÃMÃ GAAAA!!!

Não precisa gritar…

Harry: BE BE DI GAAAAAAAA GU GU GU GU DA DA GU GU DA DA GU GU DA DA MÃÃÃÃÃÃÃ BI BA DI DA DU DOOOOOOOOOOOOOOOOO BEEESH MÉMÉMÉMÉMÉ!!!

Acho que você está querendo me dizer alguma coisa...

Harry: BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Espera, quantas horas são?

Por Merlin, são nove horas! Por que você não me avisou? Estou falando há uma hora sem parar, preciso de um copo d’água.

Harry: buffff

Sinto que há algo que deve ser feito às nove horas. Mas o quê? Vamos refletir.

– DUAS HORAS MAIS CEDO –

– Você acha que isso é uma boa ideia? – Lily sussurrou para James, enquanto vestia o casaco e se preparava para aparatar.

– Mas é claro que é – ele respondeu, baixinho. – Sirius pode ser meio brincalhão às vezes, mas ele adora o Harry e tenho certeza que vai tomar bastante cuidado. O máximo que pode acontecer é eles se divertirem muito.

Lily respirou fundo.

– Ok – disse. – É que, você sabe, é a primeira vez que eu saio sem o Harry, e é tão arriscado, e...

James segurou a mão dela.

– Lily. É nosso aniversário de casamento. Bom, será, daqui a duas semanas. A gente está até comemorando em outra data pra despistar o tinhoso. Vai dar tudo certo, Dumbledore cuidou de tudo, McGonagall nos deu todas as instruções e você é a pessoa mais responsável que eu conheço. É só por um dia, um lindo dia ensolarado de piquenique e... coisas que Harry não nos deixa fazer.

Ela mordeu o lábio.

– Ok – sorriu. – Vai ser bom.

Eles estavam se beijando quando Sirius apareceu na porta da cozinha, segurando nos braços um Harry de quase um ano.

– Nós estamos vendo isso – falou.

Lily e James se afastaram.

– O leite está na geladeira – ela falou. – Às 9 horas, ferva e dê pra ele. Mas fervido e não fervendo. Tem mingau na panela, e a comidinha dele está num pote de feijão na geladeira. Ele vai querer comer com a própria mão, mas você não deve deixar, ou ele derrama tudo ou coloca comida demais na colher e se engasga. Não deixe ele ficar sozinho com o gato, não deixe ele ficar perto da janela, nem mexer no fogão, nem abrir a geladeira, nem entrar debaixo da mesa, nem brincar com a sua varinha, nem subir a escada, nem...

(15 minutos depois)

– ... nem subir sozinho no balanço do quintal, nem colocar nada na boca. Quando precisar trocar as fraldas, elas estão...

– QUÊ? – Sirius interrompeu. – Como assim trocar fraldas? Eu não...

James pigarreou.

­– ... eu não estou reclamando. – Ele completou, sorrindo e sacudindo levemente o pequeno Harry nos braços.

– NÃO – Lily gritou – sacuda. Eu li que sacudir deixa a criança tonta.

Sirius parou, petrificado.

– Ok – sussurrou.

– Enfim, as fraldas estão na parte de cima do guarda roupa. Não use magia para trocar a fralda.

– É só isso? – ele perguntou.

Lily pensou um pouco.

– Não fale palavrões na frente do Harry.

James se aproximou e deu um beijinho na testa do garoto. Lily fez o mesmo em seguida.

– Fiquem bem – disse. – Fiquem seguros.

– Obrigado, cara – disse James.

Sirius balançou a mão, num gesto de “não é nada”.

– Não se preocupem. Eu juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

– QUÊ? – disse Lily.

– Droga...

– Você falou palavrão!

– Qual é, droga não é palavrão...

– É claro que é, e eu não quero que a primeira palavra do Harry seja um palavrão!

– Ok. Harry, escute sua mãe, não use drogas.

Ela abria a boca pra falar algo, mas James interrompeu.

– Meu bem, venha. Não podemos passar da hora.

Ele a pegou pela mão e a conduziu para o meio da cozinha. No segundo seguinte, eles não estavam mais lá.

– Ok, garotão. Agora somos só você e eu.

...

Bom, é isso. Leite fervido e não fervendo pra você, Harry, e um copo d’água pra mim, que falei tanto essa manhã.