Hogwarts: uma outra história

Capítulo 20. Boa liderança


Capítulo 20. A boa liderança

— Por que estamos treinando mesmo? — Dussel parou colocando as mãos no joelho, respirando com dificuldade. — Você... Está com o... Braço quebrado!

Olhei pra ele seriamente, tentando organizar uma resposta que não envolvesse um xingamento ou um chute na bunda dessa coisa que eu chamo de apanhador.

Daí Cesc tem uma brilhante ideia durante o seu demorado banho de uma mão só: "Por que não um treino hoje? Por que não um treino físico, ao estilo trouxa?", essa é a resposta que eu ganho!

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Honestamente, o que diabos Dolman fazia com essa equipe? Porque são um bando de lesmas, não foi à toa que perdemos pra Grifinória. Tenho certeza que o Sr. “Trevosobotton” coloca seus jogadores pra dar ao menos uma corrida fora das vassouras.

— Eu fico muito agradecido pela solidariedade com a minha dor...— Ele me olhou curioso, provavelmente desconhecendo o significado da palavra solidariedade. - Mas você vai voltar para aquele campo ATÉ ACABAR AS SUAS 30 VOLTAS OU VOMITAR!!! O que vier primeiro.

Ele me olhou com raiva, apenas ajeitei minha tipoia, porque eu não tenho medo de cara feia.

—Enrique está certo, Cesc! - Romeo falou depois de respirar fundo umas duas vezes. Que marca de atletas esses, hein? - Isso aqui é sem propósito!

SEM PROPÓSITO?

Peguei meu novo apito, cortesia de Pottinha, e chamei todo o time para a nossa discussão, não quero que eles percam o que tenho a dizer agora.

Respirei fundo.

—Quem aqui acha, como os senhores Habermas e Dussel, que esse treino físico é sem propósito?— Eu juro que falei isso tranquilamente e com um sorriso sereno no rosto. Mas mais ninguém se pronunciou.

—Cesc... — Romeo tentou argumentar e colocar panos quentes no que ele disse, mas eu prefiro manter meu discurso, obrigado.

—Vocês estão cheios de opiniões ultimamente, não? Pensando em jogadas, fazendo sugestões e isso tudo é muito legal, hein? — Vi Lia fazendo careta como se dissesse "agora vamos ouvir.". Ela está certa, vão ouvir sim. - Eu pergunto então, onde estava essa opinião toda quando Dolman ofereceu a vocês uma poção proibida na temporada passada?

Diferentemente do que eu achei, os dois garotos mais velho do time não tentaram se defender. Tony me olhou alarmado "Não vá por esse caminho, Cesc", mas eu apenas dei um sorriso para tranquilizá-lo. Não funcionou.

—Talvez vocês soubessem exatamente o que estavam fazendo, talvez acreditassem que era a melhor opção, trapacear, digo.

Parei de falar e me aproximei dos dois garotos mais altos e mais velhos do que eu.

—Estou dando à vocês a chance de conhecer como deveriam ter trabalhado para ficar mais rápidos e fortes naturalmente. O caminho honesto, mas se não concordarem comigo, fiquem à vontade para dar o fora daqui.

Me afastei da dupla e voltei minha atenção para o restante do grupo agora.

—Não vai ser divertido. Talvez vocês me odeiem e achem que estou pegando pesado, mas força e rapidez de verdade não vêm de frascos de poções, elas vêm de trabalho duro.

Olhei pra ver se alguém tinha algo à dizer, mas eles pareciam muito comigo e Louise quando recebíamos bronca: cabisbaixos e loucos para sair de perto do nosso pai.

—Agora voltem para aquele campo e terminem as 50 VOLTAS! — Eles me olharam surpresos. Sim, ganharam mais 20 voltas, porque sim! - Ou vocês podem colocar o dedo na garganta e vomitar, essa é a opção mais fácil hoje!

Completei sarcasticamente, mas talvez nem precisasse, minha linda equipe voltou a correr que nem peru em dezembro, ou seja, resignados.

Menos um.

—Tem alguma coisa a dizer, Habermas? — Ele me olhou nos olhos pela primeira vez após eu ter começado meu discurso.

—Não achávamos certo. — Ele olhou em dúvida para Dussel, que já estava chegando ao fim do campo. — EU não achava certo. Mas ninguém me perguntou, então...

Ele deu de ombros e apenas voltou a correr, sem me dizer mais nada. Mas agora com muito mais determinação do que antes. Essa coisa de educar é difícil, mas vale a pena, hein?

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—Achei que iria meter os pés pelas mãos, Cesc.— Scorp que estava ouvindo tudo da arquibancada, enquanto fazia o dever de HM, que eu vou copiar logo mais, resolveu dar sua estimada opinião. - Mas acho que você até fez sentido.

É claro que eu fiz sentido! Onde já se viu atleta com preguiça de treino? Só na Sonserina mesmo!

— Creio que alguém tinha que dizer a esse time que nem tudo é válido pra se alcançar os objetivos e metas. - Disse olhando sério para Scorp. Ele apenas sorriu e olhou para onde o time estava correndo agora, estranhamente no mesmo ritmo.

—Não é algo muito sonserino de se dizer... — Ele voltou a me olhar, com um sorriso maior. -Mas é bom de ouvir, no entanto.

Virei pra frente pra supervisionar aquelas crianças cheias de truques. Tony deu uns três pulos na contagem até o momento, mas eles pareciam diferentes depois do meu monólogo.

Pra começar, diminuíram o ritmo e começaram a correr juntos. Ninguém parecia querer chegar primeiro agora. Finalmente entenderam que uma volta é uma volta, não importa quem esteja na frente.

E segundo, não parecem mais querer arrancar minha cabeça toda vez que passam por mim, pelo que agradeço imensamente.

Por um momento achei que não ia dar muito certo minha "liderança participativa". Todo mundo se sente no direito de vir reclamar, de opinar, nem sequer me chamam de Capitão! A não ser com sarcasmo, aí eu dispenso.

Mas estou satisfeito de ter escolhido trabalhar assim. Não era garantia de sucesso, nada é, mas isso é diferente. Ouvir é diferente. E não pode significar deixar de falar quando preciso.

Ok, talvez eu além de bonito, excelente feiticeiro e jogador de Quadribol, seja um grande líder!

Que bom dia para se estar vivo!

***

Eu estava errado.

Um grande líder estaria dando um jeito de resolver a briga entre Rebeca e Louise, eu, no entanto, estou assistindo muito entretido enquanto como Chocoballs: ganhe uns quilinhos extras de gostosura na sua vida!

—Nós não deveríamos interferir?— Aidan falou, ainda encarando a troca de farpas entre as duas garotas loucas.

—Fique à vontade!— Ele me olhou repressor. - Estou impossibilitado, você sabe!

—JÁ CHEGA DESSA PALHAÇADA!!! — Ihhhh, Scorp ligou o modo piti! Agora a treta vai ficar boa... - Se não podem conversar civilizadamente, podem ficar à vontade pra se matarem lá fora!

Ele apontou para um túnel que dava no couro velho e nojento do basilísco, mas eu sei que ele estava apenas falando figurativamente. Ele está apontando para a "saída metafórica", mas é engraçado imaginar as duas se engalfinhando em cima do coura da cobra! Hahahahahaha

Albus, que era o redator da rodada, estava no chão com cara de derrota.

—Podemos voltar, POR FAVOR, para a reunião?— Ele disse exasperado.

—Relembra o que já fizemos, por favor, Albus.— Pedi, fingindo seriedade. Ele se sentou mais ereto e começou a falar solenemente.

Regras do Grupo de Estudos da Magia Elementar

No caso de sermos pegos no flagra, Albus finalmente ganhou o codinome para o Ocaso que ele tanto queria. Só eu que percebi que a sigla ficou G.E.M.E.? Mente maldosa ataca novamente.

Todos os membros tem iguais direitos e deveres, sem exceções;

A entrada ou saída de membros deve ser comunicada e discutida em reunião com mais de 2/3 dos membros presentes;

Atrasos, faltas e outros avisos devem ser feitos através da ferramenta de comunicação, escolhida pelo grupo[N/Cesc: Vocês já devem saber mais ou menos qual, mas mais pra frente eu explico o "como".]

Todos os "estudos" devem passar pela aprovação de pelo menos 2/3 dos membros.

E aí temos o nosso ponto de discussão entre as duas loucas do pão. Onde se lê "estudos" é na verdade publicações. Onde se lê "loucas do pão", na verdade é Rebeca e Louise.

Wainz achou por bem salientar o ponto e usar minha amada irmã como exemplo. A quem eu tô querendo enganar? Rebeca apenas gritou no alto de sua voz estridente "Essa regra é pra você, sua nojenta!"

Muito maduro.

Claro que deu merda, porque Louise ainda não tinha esquecido, nem se vingado de Rebeca, por aquele lance de azarar Claire...

E isso já faz um século!

Eu estava de muito bom humor e preferi não interromper a briga das duas, afinal, Albus acabou de me devolver meu precioso Caveirae eu não ia arriscar sua integridade física, apartando briga de duas molecas sem noção, né? É.

Voltemos ao presente.

—Wainz, calada! — Scorp apontou pra Rebeca que já ia fazer outro adendo, provavelmente polêmico sobre o último tópico. - Qual a próxima regra?

—Que tal: se for pego, você está sozinho?— Eu ri do raciocínio de Tony. Devo lembrá-lo que ele é quem sempre é pego na história?

—Não dá pra escrevermos assim, teoricamente somos um grupo de estudos! - Westhampton destacou o óbvio. E Albus complementou.

—Fora que eu não sei se é interessante essa regra... Não deveria ser "um por todos e todos por um?".— Argh! Eu revirei os olhos diante da lógica de Albus, parece que é da Lufa-lufa.

—É exatamente o que eu estou falando, Potter burro!— Tony delicado. - Caso você faça merda, não prejudique o grupo!

Ok, isso cabe reflexão.

Os grifinórios trabalham com a lógica do grupo proteger o indivíduo, já os sonserinos pensam que o indivíduo deve proteger o grupo. Um pensa que as pessoas são mais importantes e o outro pensa que a causa é mais importante.

Interessante.

—Os dois tem um ponto válido. — Falei pela primeira vez depois do barraco das meninas. - Cabe a nós decidir o que é mais importante: defender o grupo ou defender o Ocaso.

—Que se dane o grupo, a gente sempre pode colocar carne nova!— Rebeca tomou o lado que eu já esperava. — Sabemos que ninguém aqui vai ficar pra sempre, mas o Ocaso pode ser algo duradouro!

—Mas não acho que seja certo uma pessoa pagar por algo que todos fizemos...— Aidan falou, fiel até o último fio de cabelo. - Isso seria... Cruel.

Ele completou meio em dúvida. Eu me lembrei de algo importante e acabei falando em voz alta.

—Foi exatamente o que Dolman fez.— Todos me olharam sem entender. - Ele assumiu a culpa sozinho pelo crime do time da Sonserina... E nos deu a chance de seguir em frente.

Rebeca concordou com a cabeça. Tony olhou pra mim sem entender. Paul Dolman não é um bom exemplo a seguir normalmente, veja quantos problemas eles nos causou, mas ninguém é só trevas ou luz, não é mesmo?

—Veja quão bem isso saiu pra ele! Foi expulso, perdeu dinheiro, credibilidade...— Albus disse, contando nos dedos as desgraças que se abateram na vida do ex-capitão e monitor da Sonserina.

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—Que diferença isso faz?— Rebeca questionou raivosa, como sempre. - Se ele não tivesse feito isso, TODO o time teria tido o mesmo destino dele! Isso faz sentido pra você?

—Dolman era um líder, era papel dele assumir a culpa. — Eu achei por bem dizer. - Não é o nosso caso.

—Mas foi você que deu esse exemplo!— John falou antes que um Aidan exasperado dissesse algo. - De que lado você tá finalmente?

Eu parei pra refletir. De que lado eu estou? Não sei se deveríamos deixar o Ocaso morrer caso alguém fosse pego, mas também deixar um indivíduo assumir a culpa toda soa extremamente errado.

—Eu sinceramente não sei.— Todos me olharam com uma cara de "Fala sério!" — Eu estou apenas jogando ideias, isso é um negócio muito difícil de se decidir!

—Cesc tem razão.— Minha irmã gêmea olhou para minha versão surpresa, que nunca imaginou essas palavras saindo da boca dela nessa vida. - Não dá pra decidir isso agora, talvez nem seja uma regra depois de tudo e sim uma decisão pessoal.

Agora vejo claramente o que Claire quer dizer quando diz que somos "iguaizinhos". Só que Louise faz os questionamentos dela parecerem lógicos e não divagações de um bêbado, como os meus.

—Não colocamos essa regra então? — Tony ia retrucar, estranhamente indo de encontro com a fala de Louise, pela primeira vez. - Por hora, pelo menos?

Scorp acrescentou tardiamente, mas foi o suficiente para que Tony se conformasse, também "por hora".

—Passemos para a próxima regra então...— Albus voltou a desenrolar o pergaminho que estava esquecido no chão.

—Posso sugerir sigilo do grupo?— Aidan perguntou com a mão levantada.

—Isso é já está implícito, Hataya! Tem que ser segredo.— Rebeca disse sem nenhuma paciência.

—Não é porque está implícito que não deva estar escrito. Caso alguém abra a boca, ninguém vai poder falar nada, "segredo não é uma regra mesmo"!

Ouvir isso de Westhampton é no mínimo curioso, já que ele caiu aqui porque não conseguiu guardar a língua na boca e acabou contando ao irmão "que tinha um método muito eficaz para entregar os convites da festa da Corvinal".

Em outro momento iria fazer questão de chamá-lo de hipócrita e começar uma treta maligna novamente, mas a troco de que? Acho que estamos todos aprendendo uma outra forma de pensar e isso pode ser muito útil futuramente.

Fiquei calado, apenas observando a discussão. Em que diabos eu fui me meter?

***

—Cesc? Cesc! Você tá aí? — Tony entrou no quarto quebrando completamente a minha concentração, não vou respondê-lo. – Você tá aí! Por que não me respondeu?

—Estou ocupado agora, Tony. — E dessa vez não estou mentindo. Ele olhou em dúvida para os livros espalhados no chão e as várias penas sem tinta à minha frente.

—Uou! Onde conseguiu essas? — Ele pegou as penas, para dar uma olhada melhor. –Elas são caras!

—Eu sei que são caras! E é por isso que eu vou vende-las e não dá-las. — Levantei com dificuldade do chão, ok, agora só falta uma semana para ter meu braço de volta. Apenas uma semana.

—Vai vender para quem? — Ele perguntou colocando as 10 penas pretas com as pontas prateadas na minha cama.

—Para os membros do Ocaso, pra quem mais? — Ele me olhou como se eu estivesse doido. – Lembra que eu falei que daria um jeito no nosso problema de comunicação?

—O seu jeito é nos cobrar pelos seus serviços? Cesc! — Apenas revirei os olhos. Que tipo de pessoa Tony acha que eu sou afinal?

—Vou cobrar exatamente o valor que eu paguei por cada uma delas, eu fiquei pobre com essa brincadeira, sabia? O valor e o frete da coruja, a gente divide por dez e fica tudo certo.

—Mas não somos 10, somos 8 membros. — Olhei para Tony sério. Vamos fazer as contas: 2 corvinais, 1 grifinório, 1 lufano e 4 sonserinos... 2+1+1+4 = DROGA! Ele tem razão, somos 8! Minha matemática se deteriorou muito esses últimos anos...

—Mas que merda! Vou fazer o que com duas penas extras?

—Guarda. Vai que aparece mais dois idiotas que queiram participar do Ocaso? — Ele deu de ombros como se essa fosse uma ótima solução.

—Vou ficar com 3 penas? Meu risco de ser pego em posse de uma vai ser triplicado! Quer dizer, não necessariamente, posso passar para alguém mais cuidadoso. Talvez até para mais de uma pessoa!

—Hum... É uma ideia boa também, faça isso. — Tony pegou uma e já ia colocando no bolso das vestes, eu tomei da mão dele. – O que é isso? Eu vou pagar!

—Não é isso! Não estão prontas ainda! — Falei irritado. Tony achou mesmo que eu pensaria que ele me roubaria na cara dura?

—Tá faltando o quê? — Ele perguntou cruzando os braços, como se a culpa fosse toda minha das coisas não darem certo no mundo!

—Eu não sei fazer feitiço reverso ainda! — Falei emburrado. Essa merda de feitiço é difícil!

—O que diabos é um feitiço reverso? — Eu sentei na minha cama, porque aquela conversa toda em pé era apenas descabida.

—Algo que a gente só vai ver lá pelo sexto ano e só o conceito e aplicações, parece. — Tirei o braço da tipoia para estica-lo um pouco. Louise leu em algum lugar que não era bom ficar com o braço parado na mesma posição por muito tempo e a articulação do meu cotovelo concorda com isso.

— Como funciona?

—Funciona como o nome diz! É um feitiço normal, só que ao contrário! — Eu olhei pra ele resumindo horrivelmente todo o conceito.

—Tipo Lumus e Nox? — Tony me perguntou, enquanto sentava na própria cama, interessado.

—Lumus e Nox são um excelente exemplo! — Falei impressionado com a perspicácia do meu amigo! Tá vendo? Dava pra explicar isso no terceiro ano sem problemas. — Dá pra fazer a reversibilidade de qualquer feitiço!

—Tipo um contrafeitiço?

— Contrafeitiços são feitiços reversos, mas feitiços reversos não são necessariamente contrafeitiços! Veja, no caso da gente, aplicamos os feitiços no pergaminho do Ocaso, certo? — Ele acenou com a cabeça, como o bom aluno que ele é. – O pergaminho tem o poder de dispersar os feitiços colocados nele, mas ele é o receptor das ações, o receptor das nossas mensagens.

—E as penas são as... As atrizes do processo? As remetentes? — Meu Deus, eu amo Tony demais! É tão fácil conversar com ele.

—Exatamente! Nós queremos que a mesma ação seja feita, mas no objeto oposto ao que nós trabalhamos anteriormente! Precisamos de uma variação dos feitiços usados para que as penas ao escreverem em qualquer pergaminho, tenha o efeito do nosso pergaminho do Ocaso!

—Qualquer um de nós vai ter o poder de escrever o Ocaso? Isso não é perigoso? — Ele me perguntou em dúvida.

—Por isso as regras tem que ser claras e rígidas e por isso eu escolhi essas belezinhas caras, elas já vem com feitiços de recarga, de retorno ao dono e só funcionam com ele, tem todo um processo... Me mandaram um pergaminho com as instruções, deve tá por aí, depois eu acho...

—Ok, eu acho que entendi mais ou menos o conceito de feitiços reversos... — Superficialmente, amigo. Essa bosta é cheia de exceções, vou te dizer. – Então, o que está faltando pra você conseguir?

—Tudo! Quero dizer, cara... Eu sei que se eu conseguir desvendar qual é exatamente o feitiço reverso de cada feitiço do Ocaso eu vou conseguir terminar rapidinho... Mas eu ainda não sei como pensar o inverso... Tem umas regras e variações, feitiço espacial, feitiço de transfiguração de objetos, de defesa, doméstico... É muita coisa!

—Você precisa de ajuda! — Não diga! Olhei cético pra o Sr. Óbvio. — Alguém que entenda de feitiços...

—Eu sei disso, Tony! Não se ofenda, mas não sei se você é o cara... —Agora foi ele que me olhou como se eu fosse o idiota dos dois.

—Eu não ia sugerir a mim mesmo, por Merlin! Estava pensando no carinha da Corvinal... Aquele loiro aguado.

—Westhampton? — Claro que é Westhampton, que outro loiro da Corvinal tem no grupo? Não entendo porque Tony implica com ele, mas não com Longbotton... Estranho. – Acha que ele poderia...

—Ele fez aquele lance maneiro com a água lá na câmara... O que foi aquilo? — Ele me olhou em dúvida e eu parei para lembrar do que ele estava falando. Estávamos dando uma geral no átrio principal e John usou bastante água... — Não foi um feitiço de limpeza avançado?

—Agora que você mencionou, não parecia de limpeza... Tinha muita... Não sei explicar! — Sabe quando um feitiço tem muita estética e sei lá... Desenvoltura de uma maneira meio... Tipo os feitiços de pirotecnia? Eles são bonitos, mas não tem utilidades focais, são de classes diferentes! – Falarei com Westhampton! Acho que ele pode me ajudar nisso sim.

—De nada, amigo. — Eu sorri pra ele sinceramente.

—Obrigado, Tony. Agora leva esses livros de transfiguração de objetos com você, porque eu acho que já expirou o prazo da biblioteca.

—Por que você não leva? — Toda vez é isso!

—Porque estou incapacitado! — Apontei para o meu pobre braço esticado em meu colo, sem movimento ou vida.

—Você só tem mais uma semana com essa desculpa, Cesc, depois seu braço volta.

—Ele não foi a lugar algum. — Eu disse, muito feliz de ter mais uma semana de desculpas, apesar de todos os transtornos.

—Idiota.

—Você.

—Você em dobro.

—Você a milésima potência.

—Você ao infinito.

—Já conversamos que infinito é trapaça! — Falei indignado. Cadê Scorp quando se precisa dele? Ele geralmente é o juiz dos nossos embates sem noção. Na verdade ele apenas grita “DÁ PRA VOCÊS DOIS PARAREM COM A PALHAÇADA?”.

Pra que liderança se você pode fazer parte de uma “tripa” perfeita?