Hogwarts: uma outra história

Capítulo 102. Carl, aguente os cinco dias.


Capítulo 102. Carl, aguente os cinco dias

— Mas eles estão nos monitorando agora? - Tony olhou com desconfiança por cima dos ombros e para os lados e eu o ignorei, continuei cortando o... Cheirei a faca, parece que eu estou cortando vômito congelado de mosca morta ou algo do tipo, não sei.

Tony tinha tido um final de semana inteiro para falar suas impressões sobre a minha conversa com o ex-djinn que tem a pequena - diria mínima - possibilidade de ser um “ancestral” meu, mas preferiu falar quando? Na aula de poções, por que não?

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— Eu acho que os aurores queriam dizer que não iriam deixar a gente se matar caso houvesse algum problema e não o “monitorar atrás de uma parede falsa... - Terminei de cortar o último ingrediente da nossa maravilhosa poção de... Ixe, não lembro, mas vai dar certo dessa vez, estou sentindo!

— Mas você não tem certeza disso e... Lume? O que diabos é lume? - Tony conferiu o livro mais uma vez, antes de começar a mexer a nossa poção feita sob a supervisão de Lupin hoje, Savage está participando de uma banca ou curso de poções, acho. Ele nos olhou lá da mesa da professora, curioso.

— Significa fogo brando. - Tony me olhou meio perdido, colocando um Twizzlers roxo na boca, herança de sua piñata americana de doces, que como previmos, ele está comendo sozinho e secretamente. — Fogo baixo, Tony! Você ouviu algo sobre poções nesses quase quatro anos que estudamos aqui?

Ele colocou a língua para fora, tentando ver se ela havia ficado roxa, me ignorando. Tinha ficado roxa sim, o que me lembra aquela vez em que Tracy fez ele ficar brilhando ro... Não, espera, ela fez ele ficar verde, quem fez ele ficar roxo fui eu!

Ai, ai, dado o nível de idiotice de Tony, me pergunto se não merecemos tudo que Tracy nos fez... Tony continuou mexendo a poção, mas voltou a me dar atenção.

— E se nesse exato momento os americanos estiverem montando um exército para descobrir o que é o Ocaso? - Ele falou, acrescentando o último ingrediente e eu revirei os olhos.

— Por que ainda estamos falando dos americanos? Eu estava sob monitoramento dos aurores ingleses! - Falei sem paciência e mandei uma piscada para Rebeca, que havia pedido silêncio na carteira atrás de nós. Ela tem essa teoria louca de que poções gostam de silêncio.

— Eu não sei, até onde sabemos, todos os problemas começam e terminam com os americanos... Falando em problemas, quando vamos começar a nos vingar de Tracy? - Ok, essa era uma pergunta muito boa, a sonsa deve estar achando que a esquecemos e veja só, eu estava quase dizendo que merecíamos o que ela nos fez!

Preciso dessa vingança para ontem, mas juro que sou uma pessoa melhor agora, eu aprendi a minha lição!

— Acho que assim que sairmos daqui, nós podemos... - Olhei para a meleca que eu havia cortado há alguns minutos ainda na tábua de corte. — Ô, Tony, você não tinha que ter colocado isso aqui na poção?

Ele olhou para o ingrediente, olhou para a poção, para o ingrediente, para a minha cara, procurou ao redor, como um cachorro correndo atrás do rabo e depois fez um sim conformado com a cabeça.

— Eu coloquei meus Twizzlers na poção, é... Bem, eu não faço ideia do que isso vai causar, acho que nenhum bruxo nunca tentou algo assim antes, então seremos pioneiros. - Ele falou calmamente e eu olhei para a cara sem vergonha de Tony com um ódio sem precedentes.

— Pioneiros em quê, senhor Zabini? - Lupin havia se esgueirado sorrateiramente de sua mesa lá nos quintos dos infernos só para nos olhar com sua superioridade de sempre. — Morgana, o que é isso que eles estão cozinhando em fogo baixo?

— Ao lume, na verdade. - Tony sorriu para o professor substituto e eu apenas apaguei a chama do caldeirão, porque eu realmente não quero uma explosão como aquela do nosso primeiro ano.

— Vocês dois vão jogar isso fora e vão retornar aqui depois das aulas para refazer essa poção. - Ele falou decidido e eu respondi sincero.

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— Nossas notas já estão horríveis, mais uma, menos uma, não vai fazer diferença, eu passo esse crédito extra. - Disse cansado, tentando fazer o cálculo de quanto eu tenho que acertar na prova final para passar de ano. Sem Tony me puxando para baixo, talvez seja até possível...

— Não é crédito extra, é uma questão de princípio, me recuso a deixar Hogwarts sem ver vocês acertando pelo menos uma preparação. - Edward Lupin falou em um tom divertido e Tony o respondeu sonso.

— Você já fez isso, lembra? A gente entregou aquela poção maravilhosa de sono rápido... -Lupin nos encarou com uma expressão sarcástica que não combina muito com um lufano como ele.

— Me refiro a uma poção que os dois tenham feito com as próprias mãos. - Íamos contra argumentar essa acusação horrível, mas ele foi mais rápido. — Espero os dois antes do jantar aqui, está bem?

Aff, pior do que professores terríveis e desanimados, só aqueles empolgados, ninguém merece! Assistimos Edward Lupin voltar para o seu lugar, ou melhor, para o de Savage, todo se achando. Eu e Tony nos entreolhamos.

— Bem, se vamos voltar depois, que ao menos a gente saia mais cedo agora. - Meu melhor amigo me disse, sem emoção.

— Soa justo para mim.

Limpamos tudo e caímos fora.

Conseguimos escapar das masmorras de poções, até porque da outra parte a gente até que gosta e ficamos em dúvida para onde seguir. Tony estava cheio de ideias estúpidas para a gente trabalhar com Harmond e eu disse isso a ele, minhas exatas palavras foram:

— Rose está ferrando com sua mente. - Ele me olhou ofendido. — Ela está te deixando bonzinho.

— Ah tá, isso vindo de alguém que jura que vai se tornar um ser humano melhor! - Ele disse debochado e eu dramatizei uma pessoa sendo atingida com um punhal metafórico no peito.

— Eu estou tentando! - Minha voz saiu fraca pela dor, me encostei dramaticamente em uma das paredes desertas, sendo olhado com curiosidade pelos quadros velhos de Hogwarts.

— Estamos tentando desde o primeiro ano, obviamente não temos essa coisa da bondade ativa na gente e as pessoas ainda assim esperam mudanças! - Tony disse indignado e eu o olhei com uma careta.

— Como assim, cara? A gente é bondoso! - Choraminguei inconformado.

— Você acabou de se livrar de um gên...

— Ainda bem que eu achei vocês dois aqui parados não fazendo merda nenhuma... Isso é muito estranho. - A voz de Fred Weasley II havia começado empolgada e depois foi mudando para uma de suspeita, terminando tudo com aquele tom julgador dele.

— Você está fazendo a mesma coisa que a gente, então você também é estranho! - Tony devolveu o insulto amargurado e Fred o encarou sem entender.

— Eu não chamei vocês de estranhos, eu só disse que... Esqueçam, isso pouco importa, preciso que venham comigo. - Cruzamos os braços, porque não há motivos suficientes no mundo para a gente seguir Segundo para qualquer lu... — Agora!

Ah, ok, nós o seguimos até a nossa bat-caverna, passamos pela cachoeira metafórica que nos separa do resto do mundo e adentramos no nosso laboratório secreto de... Olha, eu já estou misturando as referências, melhor parar por aqui.

— O que você aprontou dessa vez, Segundo? - O tom de Tony não foi repreendedor e sim empolgado, claro. Fred nos deu um sorrisinho conformado, ele sabe que sempre o apoiaremos em qualquer coisa que ele apronte, na verdade, ele devia aprontar mais!

— Sabe aquela vez em que fomos naquela caverna, Cesc? A de Uagadou? - O afro-ruivo me perguntou já começando a entrar naquele mundo nefasto que ele chama de mente.

— Lembro, lembro sim, nós fomos...

— Não importa! O que importa é que eu resgatei de lá alguns artefatos interessantes e dentre eles havia um pequeno objeto que não importava o quanto eu tentasse, parecia que não tinha razão nenhuma de existir. - Eu e Tony o olhamos entre o apreensivo e o curioso, porque aquele tom de Fred era o tom típico das merdas te chamando para fazer merda.

— Até que... - Incentivei ele a continuar, já que ele estava agora pegando algo em uma mala pequena que eu nunca havia visto antes na sede do Ocaso.

— Até que você mostrou ao mundo que trouxe um gênio de lá e eu fiquei me perguntando se eu não tinha trazido algo perigoso de lá também. - Dei um passo para trás, porque não, não, não, NÃO! Eu não vou voltar para esse mundo das drogas! — Relaxa, acho que não se trata de um gênio...

— Mas pode ser um demônio ou, ou, meu Merlin, joga isso fora! Joga fora! Eu prometi a minha mãe que ia ser um ser humano melhor! - Sai correndo em direção a uma das paredes, maravilhosas saídas que nos levam para a civilização honesta, mas fui parado por um desonesto feitiço de pernas presas. — Senhor, me ajude!

Tony e Fred me capturaram no chão e me arrastaram até um dos almofadões e claro que eu meio que capotei para o lado, já que estava imobilizado ainda, Tony riu, o desgraçado.

— Para com isso, idiota, eu ainda não posso fazer muito esforço! - Fred colocou a mão no abdómen com uma careta, mas depois se recompôs rápido. Não tenho um pingo de pena! — Onde estávamos? Ah sim, nós...

— Não é não, seus marginais! - Eu falei indignado e só depois eu lembrei que ainda tenho uma varinha, me dei um tapa na testa mentalmente. Eu posso me soltar!

— Você não disse não. - Tony me disse cínico.

— Eu literalmente corri para a saída mais próxima, isso em algumas culturas quer dizer: pelo amor de Deus, me deixem sair dessa! - Falei com raiva.

— Se você tivesse me deixado explicar tudo de uma vez, você estaria livre para sair, mas com propriedade no assunto e não como uma barata tonta e escandalosa! - Fred rosnou e eu fiquei chateado. Poxa, ele sabe como ser cruel, hein? — Que saco, com você tudo tem que ser difícil, tô pra ver, parece um...

— A gente já sabe, corta para a parte que você explica porque estamos aqui. - Tony falou calmamente, mas Morgana está vendo que ele não negou nenhuma das acusações contra mim.

— Certo... Ok, vejam bem... - Revirei os olhos, porque nada de bom vem depois de um “veja bem” de Fred Weasley II. Ele finalmente nos mostrou o artefato que pode ou não causar a nossa ruína de uma vez por todas. Epa, esse negócio é meio familiar... — Estou tentando descobrir a função disso há meses, mas sem nenhum resultado concreto.

Eu e Tony olhamos curiosos para o artefato que parecia uma caixinha de música com entalhes intricados, que me lembrava algumas escritas de Uagadou, com suas engrenagens externas ligadas a uma ampulheta com uma areia fininha e azul dentro.

Tínhamos visto essa coisa na gaveta dele quando fomos pegar a nossa maravilhosa poção feita por James há alguns meses. Bons tempos...

— Parece uma caixa de música, tentou fazê-la tocar? - Fred me olhou com surpresa, ou melhor, falsa surpresa, porque depois ele voltou com sua expressão sarcástica de sempre.

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— Claro que já tentei, tudo que vocês imaginarem, eu já tentei dez vezes, de dez maneiras diferentes! - Ai, mas que boçal, hein? Agora eu que o olhei com sarcasmo.

— E nos trouxe aqui para aplaudir sua inteligência então? - Ele respirou fundo, provavelmente para não me grifinorar e eu fiquei satisfeito de ver que depois disso ele ficou mais calmo.

Bom, não estava afim de ser grifinorado hoje.

— Eu estive pensando em tudo que você nos disse na última reunião e calma, eu ainda concordo com Louise, você deve dar sua versão da história a Rose e nos deixar abaixo do radar de Brenam, mas eu realmente fiquei curioso para saber mais sobre Uagadou. - Ele me disse, se contendo.

— Uagadou foi o cenário onde eu peguei o gênio, mas não havia nada de muito relevante para a história lá... - Falei confuso.

— John disse algo como: o Marduk nem nos avisou que aquilo ia dar merda e você deu a entender que o Marduk queria que desse merda. - Fred me falou com aquele olhar de “estou te dando a deixa, esclareça o resto”, eu olhei para Tony, já que só ele, Rebeca e Scorp sabem o conteúdo da minha conversa com Erick de depois. E Enrique, mas Enrique não conta. — Me fale mais sobre o Marduk.

— É um encantamento de tradução simultânea, que servia para ajudar os muitos povos do continente africano a se comunicarem dentro de Uagadou. - Falei simplista, obviamente não iria contar a ele que o encantamento fora pervertido por Erick para manipular a mim e a John.

De certa forma eu fiz um favor a Uagadou desativando um vírus do sistema da escola!

— Mas não servia apenas para traduzir línguas, não é mesmo? Ele dava orientações e respondia perguntas... Lembro que você sabia muito bem se localizar nas cavernas subterrâneas de...

— Ah, mais aventuras que eu não participei... Que beleza! - Tony falou afetado e eu revirei os olhos.

— Eu e Fred estávamos suspensos e teoricamente tínhamos que ficar no dirigível, lembra? - Ele não fez conta, então eu o cutuquei no ombro. — Aliás, ficamos suspensos porque fizemos aquela coisa do vestido de Tracy em seu nome!

— Eu fiz pelo dinheiro...

— E tem mais, quando você me trocou por Connor para poder ir saracotear por aí em um encontro duplo, eu não te disse nada, mesmo você tendo prometido me ajudar com a escolinha naquele dia! - Acusei, porque como eu já disse, o Norte lembra!

— Sim, mas o seu gênio de estimação cuidou para que você tivesse sua vingança, não foi? - O olhei ofendido, já que eu não tinha permitido que o djinn jogasse Tony da Escadaria, ele fez por conta própria. — E eu sei que não foi de propósito, mas acho que aquela vez pode ser apagada da nossa lista de trairagens...

— E essa vez com Segundo também, já que foi consequência de um gesto nobre do meu amor por você! - Tony me olhou com aquela cara cínica de “amor é? Sei...”. — Foi por amor a você e não por ódio a Tracy, você sabe que o que me motiva é o amor.

— Claro, claro... Mas isso ainda nos deixa com a traição com todo o lance do djinn! - Ele apontou o dedo em riste e eu tirei o dito cujo da minha cara.

— Eu fiz para te proteger! - Falei, fazendo drama. Pude ver Fred maneando a cabeça, tentando não interferir.

— Me proteger do quê? - Tony perguntou cético, porque ele é a última alma que precisa ser protegida de alguma coisa por aqui.

— Ok, fiz para proteger o mundo de você, me perdoe, mas eu quis envolver o mínimo de pessoas nisso, acredite, todos que sabiam foi porque foram descobrindo e se envolvendo sem eu querer... - Tentei explicar, até porque o clube da lamparina era horrível em sua composição.

— Tipo o Ocaso. - Fred deu a sua contribuição não solicitada e antes que eu desse uma patada nele, ele bateu palmas para nos dispersar. — Agora que as madames já lavaram a roupa suja, podemos, por favor, voltar ao que importa?

— Que seria? - Perguntei sarcástico, porque nada do mundo poderia ser mais importante do que resolver as coisas com Tony de uma vez.

— O objeto mágico não identificado que temos em mãos! - Ele falou irritado, então pegou sua tranqueira bonitinha e colocou na mesa de reunião. Nos chamou para irmos lá também. — Venham aqui.

Ele girou a corda da caixa de música e quando as engrenagens malignas começaram a se mover, eu e Tony esperamos pelo pior, mas o que aconteceu foi ainda mais perturbador:

Nada.

— É isso? Isso que você achou que era algo como o djinn? - Falei desdenhoso. Ele me olhou intrigado.

— Então você não ouviu nada? - Agora tanto eu quanto Tony o encaramos desconfiados. — Mesmo com o seu Marduk?

— Meu Marduk não está ativado, só funciona em Uagadou. - Disse com simplicidade e Fred me olhou com aquela cara dele de bosta de trasgo.

— Deixa eu dar uma olhada. Reficit! - Eu permiti que ele checasse o pequeno símbolo atrás da minha orelha, acho que nem fica visível fora da escola... E ele fez um feitiço que eu não conhecia, me afastei assustado. — Calma, só ativei o encantamento.

— Isso não é feitiço de ativar encantamento! - Acusei, sentindo minha orelha quente. Segundo colocou a varinha para cima, com inocência.

— É um que eu criei...

— Meu Merlin, se eu perder minha orelha por isso... - Comecei a ameaça, mas a mente de Fred não estava mais nisso, ele já estava de volta na mesa, dando corda em seu artefato amaldiçoado.

— Tenta ouvir agora. - Me aproximei do objeto apreensivo, sob o olhar curioso de Tony e Segundo. Tomara que nada aconteça de novo!

Aproximei o ouvido encantado do treco e novamente não ouvi nada além das minúsculas engrenagens se encaixando e girando. Suspirei aliviado.

— E então? - Tony me perguntou ansioso e eu sorri para ele.

— Nada ainda. - Fred não pareceu convencido.

— Me diga a primeira coisa que passar pela sua mente. - Revirei os olhos e o respondi em um tom divertido.

Cinco dias.— Os dois me olharam surpresos. Espera, o que eu disse? — Eu não sei de onde saiu isso!

— Eu sabia! Sabia que ia funcionar! Veja bem, Cesc, da primeira vez que eu dei corda nessa coisa, nada aconteceu, mas aí eu acordei no dia seguinte com a mente presa em “Carl, o insectologista”, as horas passavam e de novo e de novo esse nome, “Carl, o insectologista”, “Carl, o insectologista”!

— Como em Carl Dolus que nós vimos o show em Hogsmeade? - Tony perguntou com suspeita.

— Exatamente! Quando voltamos do recesso natalino, toda a vila estava repleta de anúncios do show desse cara, tantos que eu fui obrigado a ir! - Ele falou naquele frenesi fredistico dele.

— E daí, cara, foi só um show! - Falei sem entender onde ele queria chegar com isso.

— Pelo contrário, foi um show esquisito, onde todo mundo parecia meio hipnotizado, se não acredita, pergunta a Dussel, ele também pareceu notar que tinha algo errado ali. - O grifinório parecia possuído agora.

— Alguém já te disse que você é obsessivo, Fred? Porque você devia acreditar nessa pessoa. - Tony falou divertido e Fred revirou os olhos. Para, Tony, não faz ele lembrar daquela invasão à Grifinória!

— Bem, de fato não consegui encontrar nada de estranho no cara e não é como se eu fosse bom nessas coisas de investigação, isso é mais com Albus e James, mas as estranhezas não pararam por aí! - Ele falou retomando a loucura de antes. — Antes do jogo contra Salem, eu girei novamente as engrenagens e acordei me sentindo mal, mas eu tinha essa ideia fixa na cabeça: “aguente firme”.

— E foi por isso que não falou a ninguém que estava morrendo? - Perguntei cético. — Porque uma voz estúpida te disse isso?

Perguntei a título de confirmação, porque com um grifinório sem juízo, isso é um motivo mais do que bom para ele abrir mão da sua própria integridade física. Esses seres...

— Deu certo, não foi? A minha doença deu a motivação que Dussel precisava para achar aquele maldito pomo, do contrário, Malfoy estaria no meu lugar e a gente sabe o que acontece quando aquela doninha albina é colocada sob pressão...

— Você não pode chamá-lo assim, só a gente pode. - Tony falou sério e Fred revirou os olhos. — Mas você ainda não nos explicou como...

— Bem, levou um tempo para eu ligar os pontos e perceber que essas ideias fixas, quase obsessivas, como vocês disseram, só apareciam depois que eu girava as engrenagens e ia dormir! - Ele olhou para mim com um sorriso estranho. — E aí eu pensei: e se houvesse um jeito de ouvir a música sem dormir, podendo interpretar seu significado? E se houvesse como fazer isso antes da merda acontecer?

O encarei sem querer acreditar na implicação disso.

— E aí de alguma forma que nenhum mortal poderia entender, seu cérebro esquisito pensou em mim? - Perguntei cético, já sabendo a resposta.

— Não precisa entender a minha lógica, já que o importa aqui é o resultado: o que vai acontecer em cinco dias, Cesc?

Deuses, eu espero que seja uma festinha surpresa para mim, sinceramente.