— Charlotte. – a garota é despertada ao chamarem seu nome.

Olhou para a direção em que vinha a voz, sorriu ao ver o garoto parado a poucos metros, com a testa franzida.

— Estava pensando em quê? – perguntou curioso.

Aqueles olhos travessos continuavam os mesmos, Oliver havia crescido em estatura e estava cada vez mais parecido com seu irmão.

— Estava apenas observando a paisagem lá fora, fazia tanto tempo que não via. – omitiu as lembranças do passado, pois se é passado significa que já passou e agora o que importa é viver o presente.

— Sabe Charlotte tenho tantos lugares para te mostrar. – dizia enquanto empurrava a cadeira de rodas para fora do quarto.

...

Depois de um ano Charlotte já caminhava normalmente, devido as várias sessões de fisioterapia. Depois de seis meses Harry a pediu em casamento, se casaram em uma cerimônia simples. Após a lua de mel Charlotte decidiu vender a casa que herdou de seu avô, pois queria uma casa de campo menor e mais perto da cidade, no entanto, continuaram morando no apartamento de Harry, por ser mais perto de seu trabalho, ele recentemente tinha montado seu próprio consultório, atendendo em horários comerciais. Já Charlotte montou um estúdio fotográfico só para animais e Oliver era o seu ajudante. Dona Amélia aproveitou para viajar, em pouco tempo já tinha conhecido vários lugares diferentes, mas agora daria um tempo de suas viagens, pois tinha um motivo mas que especial para ficar em casa.

— Mais que demora. – dizia Dona Amélia. – Será que aconteceu alguma coisa?

— Vovó eles estão chegando. – respondeu o garoto enquanto zapeava os canais com o controle remoto.

Dona Amélia abria a porta a cada cinco minutos, já havia roído todas as unhas e feito vários lanchinhos.

— Oliver vou esperar no corredor. – disse fechando a porta.

O garoto, agora com os seus onze para doze anos, apenas sorriu, sua avó era muito ansiosa. Desligou a televisão e foi se juntar a senhora que se encontrava no meio do corredor olhando para o elevador, contando junto os números até chegar no 8º andar, assim que a porta se abriu, dona Amélia saltou para dentro, não aguentava mais de ansiedade, queria ver logo a sua bisneta.

— Ah! Que coisinha mais linda! – babava a velha senhora. – Que riqueza! – pegou-a nos braços. – Olha Oliver. – mostrou a criança ao garoto.

— Que gracinha. – sorriu.

Charlotte e Dona Amélia conversavam, a pequena dormia tranquilamente, quando a campainha tocou, eram os pais de Charlotte.

— Cadê a princesinha do vovô? – disse o pai de Charlotte depois de cumprimentar a todos.

— E da vovó também .– concluiu a mãe da mesma. – Já estava mais que na hora de nos dar uma netinha linda.

Harry e Oliver apenas se olharam e riram balançando a cabeça como se disse não, não, não. Os irmãos estavam na cozinha preparando o jantar, os dois trabalhavam em perfeita sintonia, ambos sempre se entenderam muito bem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.