Estava sentada esperando a aula começar, Matt sentou-se ao meu lado, parei ate de respirar, e perguntou por que eu tinha faltado e já foi me abraçando. Perguntei se ele realmente não sabia porque eu tinha faltado e me levantei indo em direção a sala de aula.

-Hayley! Volta aqui. Eu te amo, e sei que você me ama também. –ele disse, enquanto Josh estava a uns passos a minha frente.

Não voltei e sentei-me em frente a sala. Josh sentou-se ao meu lado e perguntou se eu estava com o Matt, não tive tempo de responder. Matt disse que sim e foi me puxando pelo braço, me tirando dali, e disse que a primeira coisa que ele queria era que eu não falasse mais com Josh. “Josh? Eu queria era nunca mais falar com ele”, pensei.

Depois da aula, Audrey veio me chamar para assistir o treino de futebol, eu não gostava, mas faria qualquer coisa para ficar longe do Matt. Infelizmente meu plano não deu certo, ele estava um pouco atrás dela e ouviu a conversa. Ele me olhou de um jeito que parecia que se eu falasse sim ele ma mataria. Agradeci à Audrey e disse que não ia. Ela me perguntou por que, eu disse que estava namorando o Matt e ele era “um pouco” ciumento. Sai e já estava chorando. Não pensei que fosse tão difícil pronunciar aquelas ultimas palavras. Agora era assim, eu fazia o que Matt queria, ia onde ele ia, vivia a vida dele. Tudo isso porque eu tinha medo.

No outro dia teríamos um passeio do colégio. Segundo e terceiro ano. Sentei no banco do ônibus e o professor disse que quem não chegasse em 5 minutos não iria. Fiquei torcendo e olhando a porta na esperança que Matt não chegasse. Errei de novo e ele entrou pela porta correndo, “imagina que ele ia me deixar sozinha”. Pelo menos ele não sentaria ao meu lado, já que os acentos tinham nome. E Josh sentou-se ao meu lado.

-Oi, tudo bem? –ele me perguntou

-Oi, tudo. –só respondi para ser educada, porque Matt estava me olhando.

-Olha me desculpa aquele dia que eu perguntei sobre você e o Matt, parece que ele não gostou. –ele disse passando a mão na cabeça.

-Ah! Não tem problema. –falei já sem respirar

-Nos estudamos no mesmo colégio, e as únicas conversas que tivemos foi quando eu tranquei o menino no armário –ele disse abaixando a cabeça- e quando você caiu da escada. Você é daqui da cidade mesmo, porque eu nunca te vi?

-Não, sou de Meridian. –respondi e minha mão estava suando.

-Legal! Sabe, eu tenho parente lá. Você tem parente aqui? Veio por quê?

-Ah não. –só consegui responder isso. Sentia meu coração dar cambalhotas dentro do meu peito, enquanto Matt me olhava como se fosse pular no meu pescoço.

-Hayley, você esta bem? –Josh perguntou colocando a mão no meu ombro.

-Aham. –balancei a cabeça. É agora que eu morro. –Josh, vou ao banheiro. –foi o único jeito que arrumei para sair dali.

Matt veio atrás de mim, perguntei se ele podia me dar licença, se nem no banheiro eu podia ir sozinha. Ele disse que ficaria esperando na porta. Por mim, ficava lá trancada ate chegarmos, mas tive que sair porque alguém bateu na porta.

Chegamos ao destino. Era um parque aonde iríamos ´apreciar´ a flora e fauna local. Para depois fazer um trabalho em dupla, uma pessoa do segundo ano e outra do terceiro. Isso era para fazer “integração” entre as salas. Por que isso? Já estávamos quase no fim do ano, já tinha dado tempo para integração. E adivinha minha dupla, Josh, Josh Farro. O professor mostrou o lado que cada dupla deveria seguir, o do Matt e Audrey era oposto ao meu.

O lugar era grande e bonito, muitos pássaros e esquilos e ..., na verdade os únicos animais que vi firam pássaros e esquilos. Josh estava andando ao meu lado, e sem Matt por perto era bem melhor. Não era uma grande fã de Josh, mas ate que ele parecia legal, desde que não me trancasse no armário. Estávamos andando, tropecei, quando vi já estava indo em direção ao buraco, não fosse Josh me segurar. Ele disse para eu ter mais cuidado porque eu poderia ter me machucado de verdade.

-Não se preocupe, é sempre assim. Eu sou um pouco distraída. –falei limpando as mãos.

-Um pouco? Você rola escada a baixo, quase cai dentro de um buraco e é “um pouco” distraída. –disse enfatizando as ultimas palavras.

-Esta vendo isso aqui? –levantei um pouco a barra da calça. -E a minha mão? Cai em cima de uma roseira, o arranhão da perna vai ate o joelho. –disse sorrindo de leve.

-E essa cicatriz que você tem no queixo?

-Ah agora esta pequena, só um pontinho. Foi o portão. Sabe aqueles portões de grade, que tem tipo um “finco” em cima? –ele balançou a cabeça que sim. –Então estava em cima do portão, escorreguei e o finco furou meu queixo. Nunca vi tanto sangue igual aquele dia. –falei olhando para cima como se estivesse revivendo o momento e chacoalhei a cabeça para esquecer. Josh me olhava com a boca aberta de espanto.

Continuamos a caminhada, estava me sentindo bem perto dele.

-Dá para olhar por onde anda? –disse segurando meu braço, quando meu pé insistiu em se enroscar em alguns galhos caídos.

-Por que está nervoso? Não precisa ficar bravo comigo cada vez que eu tropeçar.

-Não estou nervoso, é que você podia prestar um pouco mais de atenção, não acha?

-É você tem razão. –eu disse um pouco envergonhada.

Ficamos em silencio um tempo até que eu resolvi quebra-lo.