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Isso não é melodrama


Nos últimos e dramáticos acontecimentos, perdi uma magnífica oportunidade de ficar calado.

Millôr Fernandes

Eu estava cansado,a mulher a minha frente parecia tão cansada quanto eu,Sally Jackson parecia ter envelhecido 10 apenas em alguns minutos,seus olhos pareciam mais fundos e uma expressão de profunda tristeza emoldurada seu rosto, seus lábios estavam cerrados e eu sabia que faltava pouco para ela chorar..

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O mais sensato seria eu esquecer isso e não importuná-la mais,ir para a escola e esquecer que essa conversa um dia havia ocorrido.Eu não queria mecher em um passado,que já deveria ter sido esquecido.Não queria ve-lá sofrendo como todas as vezes que ela mencionava meu pai.

Mas sua voz interrompeu meus pensamentos.

—Eu irei contar tudo Percy-Ela deu um meio sorriso,minha mãe era sem dúvida a mulher mais linda do mundo.

‘’-Eu era só uma adolescente imatura,que tentava a todo custo,trazer orgulho para meus pais,eu tirava as melhores notas,participava do grupo de teatro e era líder do grêmio,a aluna perfeita-Sua voz soará sarcastica,o que por alguns segundo me desconcertou,nunca vi minha mãe tão magoada.

—Mas não era o bastante,não para ele não para a familia ‘’perfeita’'

***

As cenas a seguir ocorreram dois anos antes do nascimento de Percy,na antiga casa de sua mãe Sally Jackson,quando Sally ainda tinha 16 anos

—Não é o bastante-O homem a minha frente falou sem tirar os olhos do jornal-Você é filha de empresários renomados,precisa melhorar.

—Mas pai…-Ele me olhou me repreendendo-Senhor,eu não quero ir a esse jantar,eu acredito que seja muito mais vantajoso para o meu futuro,um dia em casa estudando e ainda mais…

—Sally-sua voz soara rude, o que assustou,me fazendo dar um passo para trás e minhas costas encostarem na porta de madeira fria-Eu não tenho interesse que você se forme em qualquer coisa,não me importa os seus estudos ou seu boletim perfeito.

Ele se sentou ereto na cadeira voltando sua atenção para mim,seus olhos castanhos era frios e pareciam me analisar,torci mentalmente para que ele voltasse a me ignorar com havia feito durante toda a minha vida.

—As nossa empresa fará parceria com a Harris engineering,ou melhor se tornará apenas uma…

—E o que exatamente eu tenho com isso?-O interrompi

—E acreditamos que para consolidar isso-continuou me ingnorando-È necessário mais do que um contrato de papel,e é aí que você entra.

—Ainda não entendi.

—Os Harris tem um filho,só alguns anos mais velho que você,eu ofereci sua mão ,eles aceitaram e em breve seremos apenas uma familia.’’

Agora eu conseguia compreender o porquê de amãe nunca falar de seus pais/meus avós ,porque ela sempre chorava no dia dos pais,eu pensei que isso fazia lembra-la de meu pai,mas agora percebi que era muito além disso.

Quando eu era criança eu me perguntava se minha avó era como a dona Benta de" O Sítio do Pica-Pau Amarelo",se ela me contaria histórias para dormir e se faria minha comida preferida,ou então se ela era ranzinza com todo mundo e me mimaria pelas costaa como a Vovó Zilda de "Família Dinossauro".Não importava como, eu só queria uma avó.

Eu demorei a entender que só tinha a minha mãe de família, e depois de alguns anos quando eu percebi que isso fazia mamãe sofrer,eu simplesmente parei de perguntar.

—Você está me dizendo que meus avós,eles queriam forçar você a casar com alguém que você nem ao menos conhecia?-Questionei abismando,a mera possibilidade de minha mãe ser utilizada pelo próprio pai como moeda de troca,me dava asco.

—Sim-ela assentiu brevemente,ela deu um sorriso fraco,enquanto seus dedos faziam desenhos imaginários na mesa de madeira-E eu era uma pessoa romântica ,tinha coleçoẽs de livros em minha casa ,eu sonhava em me casar com um príncipe,alguém que me amasse,e me apaixonasse nos meus sonho,alguém que iria contra a vontade de meu pai, a idéia de um casamento arranjado fugia muito do que eu queria para mim,nesse dia eu e meu pai brigamos e eu chorei muito,mas meu pai sabia que era só drama e eu logo cederia,como tantas vezes eu já havia cedido…

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—E o que te fez voltar atrás ?-A interrompi sem me conter,eu sabia que minha mãe havia lutado contra aquela ideia absurda,afinal se ela não tivesse ido contra provavelmente estaria casada com um velho rico e seboso e eu não estaria aqui.

Ela sorriu melancólica ,e pela primeira vez durante aquela conversa,seus olhos castanhos me encararam.

—Eu conheci,seu pai.

***

(As cenas a seguir ocorreram antes da conversa entre Percy e Sally, dando continuidade aos acontecimentos após a conversa de Percy e Annabeth no capítulo passado)

Annabeth-a chamei,estavamos proximos ao estacionamento da escola,ela ouvia músicas alheia a tudo a sua volta,toquei seu ombro.

Ela me olhou,por cima do ombro,seus olhos cinzas pareciam ter um brilho diferente da noite passada.

—Hey cabeça de alga.

Isso também estava diferente,desde a noite passada quando eu a encontrei e tivemos uma conversa estranha,ela tem parado de me ignorar e isso de certa forma me deixava feliz,mesmo eu não sabendo ao certo o que fazer,quando estava perto dela.

Pensei que havia esquecido esse apelido ridiculo-bufei exasperado,mesmo não estando realmente zangado,olhei para os meus pés,andavamos lado a lado,as vezes nossos pés se esbarravam,mas era só isso,o silencio já estava incomodando e ainda faltava duas quadras para o nosso prédio,estava prestes a falar sobre o tempo,quando sua voz soou baixa,se eu não tivesse tão proximo certamente não teria ouvido.

—Bem ele combina com você,você não parece ser muito inteligente e é meio idiota-sua voz soou risonha e eu demorei alguns segundo para compreender o que ela falava.Annabeth estava puxando conversa,Annabeth estava brincando comigo.

Arquei um sombracelha indignado.

—Bem,e você se acha muito sabidinha não é mesmo?

—Sabidinha sério?-Ela me olhou sarcastica,seus cabelos loiros estavam bagunçados e pareciam brilhar mais que o constume,Annabeth tinha um sinal perto da boca.-Não tinha um menos ridiculo?

Corei e dei de ombros,eu era horrivel com apelidos.

—Sabidinha,então-ela sorriu.

Ela bateu levemente no meu ombro.

—Pensei que havia dito para me deixar em paz.-ela deu um sorriso forçado,mas eu percebi pelo seu tom que ela falava sério,e por um momento me senti irritado,com toda essa situação com o mundo e principalmente com Annabeth,por tentar a todo momento me afastar.

Fazia calor muito calor,mas ela ainda estava com aquele maldito casaco.

—Pensei que havia dito que estava bem-Contrapus,sem me conter-Seu casaco está sujo de sangue,você deveria parar de fazer tanto drama.

Ela me olhou mais uma vez ,antes de me dar as costas entrando no prédio,sem me dar oportunidade para me desculpar.

Me xinguei mentalmente, eu era um verdadeiro cabeça de alga.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.