—Oi Cristian, precisamos conversar.

—Entra.

Eu entrei na casa e ele me abraçou, era aconchegante, mas como falei, não era o sentimento que queria sentir.

—Vamos subir, vem.

Ele pegou a minha mão mas antes de chegarmos a escada sua mãe apareceu.

—Minha norinha!

Dona Moira, a mãe do Cristian chegou me chamando de nora, então todos já estavam sabendo, como eu falaria com a família dele depois da minha conversa com o Cristian?

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—Oi dona Moira, como vai?

—Por favor Bruna, eu me chamo Lucinda, para de me chamar pelo sobrenome, você agora é da família! Na verdade, sempre foi, eu sempre soube que vocês iam acabar juntos um dia.

Ela falou e me abraçou, estava me sentindo uma das piores pessoas do mundo, é horrível despertar certos sentimentos nas pessoas e acabar por decepciona-las.

—Tudo bem, Lucinda.

Respondi com um sorriso sincero, eu tinha ela como uma mãe.

—Vamos jantar com a gente!

Ela só me pegou pela mão e me puxou para a sala de jantar.

—Cris!

Falei pedindo ajuda, eu não podia adiar essa conversar, não agora que estava com coragem.

—Depois a gente conversa, amor.

Parecia que ele sabia que vinha bomba e estava fugindo a todo custo disso. Ao chegar na mesa de jantar a família inteira estava lá, Cristian era de uma família tradicional, bem família perfeita. Um casal com 3 filhos prodígios. O pai do Cristian se chamava Saulo Moira, sua mãe Lucinda Moira, o filho mais velho Camargo Moira, depois o Cristian e a irmã mais nova dele, Luci.

—Vem, senta aqui do lado do meu bebê.

—Bebê, mãe?

—Sim, você sempre vai ser meu bebê!

Ela respondeu enquanto apertava as bochechas do Cristian, o deixando vermelho.

Lucinda puxou a cadeira pra mim ao lado do Cris e pediu pra Luci ir para outra, chamou a empregada e colocou outro prato, assim começamos a refeição.

—Finalmente Cris, tá virando homem, tomou coragem e parou de bancar o melhor amigo.

Camargo falou e Cristian só soltou uma risadinha meio sem jeito, ele nunca ficava confortável ao lado do irmão mais velho, ele o fazia se sentir inferior, pois já era braço direito do pai mesmo sem ter feito faculdade, herdeiro de todo o império. Cristian nunca gostou dos negócios do pai, mas se esforçava para não decepciona-lo.

—Deixa seu irmão em paz, Camargo, você vive trocando de namorada, pelo menos eu sei que isso não acontecerá com o Cris, tá na cara que vai ser pra sempre!

A mãe dele falou e tocou a minha mão, eu já estava branca igual uma vela, isso não podia tá acontecendo.

—Bruna, quais os seus planos para depois do ensino médio?

O pai do Cris perguntou, Saulo sempre foi bem rígido e não era muito de conversa, o que me assustou quando ouvi sua voz se dirigindo a mim.

—Eu pretendo me aperfeiçoar com as lentes, quero viajar o mundo tirando fotos, conhecer cada pedacinho dele e sobreviver disso.

—Ô menina, tô falando sério. Filhos, construir uma família, ser uma mulher de verdade.

—Eu sou uma mulher de verdade e estou falando sério.

Nesse momento todos olhavam para mim e Camargo ria baixinho, parecia se divertir com minha resposta.

—Ela é só uma garota, não precisa pensar nisso agora meu amor! -Lucinda falou para o marido. - Fotografia é um passatempo belíssimo, Bruna.

—Deixa isso quieto.

Cristian falou baixinho no meu ouvido.

—Passa tempo tudo bem, mas o Cristian logo vai começar a trabalhar na minha empresa e precisa de alguém para ficar em casa e cuidar da família, espero que seja isso que você queira mesmo, mocinha.

—Como? Eu ainda estou terminando o último ano do ensino médio! Quem disse que vou me casar? Quanto mais formar uma família agora! Cris, podemos subir?

Não esperei uma resposta dele ou para ver a reação de seu pai, apenas saí da mesa e fui em direção ao seu quarto e tinha certeza que ele estava me seguindo.

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Sentei na cama dele e ele entrou logo em seguida, fechou a porta e se sentou do meu lado.

—Bruna, desculpa, você conhece meu pai, não liga para o que ele disse.

—Na verdade eu só sabia as coisas que você me falava, você nunca me contou que ele era assim, tão machista.

—Ele não é...

—É sim, não tente defende-lo.

—Ok.

Ele veio se aproximando e tentou me beijar, na verdade ele conseguiu isso, por um momento me deixei levar, até perceber que ele estava tentando levar isso para outro nível, nível que ainda não tínhamos ultrapassado, foi quando eu me lembrei o porquê de estar ali, e não era para pegação.

—Para...

Eu falei mas ele não me escutou.

—Eu to falando sério.

Empurrei seu corpo para parar o beijo e suas mãos que passeavam sobre meu corpo e me sentei novamente na cama, eu não podia só esquecer o porquê de estar aqui, eu preciso acabar com isso logo.

—Fala.

Ele disse, mas ainda tentava me beijar de vez em quando até eu perder a paciência.

—Não dá.

Eu disse um pouco alterada, ele precisava para com isso, eu nunca conseguiria dizer nada se ele continuasse desviando minha atenção sempre, era como se fizesse de propósito.

—Então não fala, só não fala.

Ele disse e olhou para mim pela primeira vez com os olhos triste, aquela alegria de algum tempo atrás sumiu, parecia que uma máscara tinha caído de seu rosto e aquele era seu verdadeiro estado de sentimento.

—Não precisa falar, vamos fingir que tá tudo bem, vamos fingir que você ainda me ama, que eu te amo e quando acabar o ensino médio eu vou te pedir em noivado, depois vamos se casar, eu vou trabalhar na empresa do meu pai até encher o saco e sair viajando com você pelo mundo, ele vai me chamar de rebelde e que você fez minha cabeça, depois de algum tempo sem falar com meus pais vamos finalmente ter conhecido todos os lugares, você vai ser famosa mundialmente, aí vamos ter uma filha, pois eu sempre me imaginei sendo pai de uma menininha, ai eu vou voltar a trabalhar com meu pai, ter uma vida no tédio mas você vai me amar, e isso valerá a pena.

—Cris?

Eu chorava, eu não conseguia vê-lo dessa forma, ele tinha tudo planejado?