Draco precisava voltar o mais rápido que pudesse para que sua ausência não causasse estranheza, mas isso não o impediu de passar algumas horas com Hermione. Assim que Moody ficou satisfeito com todos os detalhes do plano, ele saiu mancando até a lareira do escritório do diretor, onde desapareceu entre chamas esverdeadas.

Dumbledore também seguiu a deixa do auror e saiu da sala, convidando Harry a deixar o casal de noivos terem um tempo a sós antes que Draco tivesse que voltar para a Mansão Malfoy. Muito corada, Hermione tentou convencer Dumbledore que não havia necessidade de o diretor sair da própria sala, mas ele simplesmente sorriu por trás dos bigodes brancos e falou:

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— Eu também já fui jovem e apaixonado, senhorita Granger, e sei das dores da saudade. Aceitem isso como um presente adiantado.

— Um presente, professor? – Draco perguntou, confuso. – Mas o Natal já passou.

— Não, jovem Draco. – Dumbledore, que tinha se dirigido até a porta, onde Harry estava, se virou com os olhos azuis faiscando de diversão – Tomem isso como um presente de casamento. Agora, se me dão licença, preciso escoltar a senhorita Potter daqui.

Com um sorriso travesso no rosto, Harry observou Dumbledore abrir a porta com um movimento rápido que fez com que Lottie tivesse que dar dois passos para a frente para não cair.

— Erm... Oi, Professor. – Lottie olhava para Dumbledore vermelha e aparentemente envergonhada, mas o diretor mantinha a mesma face divertida enquanto olhava a menina.

— Sirius? – Ele perguntou, examinando-a sobre os oclinhos de meia lua. Prontamente, Lottie confirmou, e Dumbledore deu um pequeno risinho ao apoiar uma mão no ombro da menina e outra mão no ombro de Harry, forçando-os a acompanha-lo para fora do escritório. – Lily sempre disse que Sirius te mima demais, Lottie.

— Então vocês realmente vão interrogar o antigo elfo do Sirius? – Lottie perguntou a Dumbledore sem rodeios e Harry soube que a pergunta também se estendia a ele.

— Eu sinto muito, pequena Lottie, mas preciso resolver problemas fora do castelo, e não terei tempo para confirmar o que Sirius te contou. – Dumbledore falou calmamente – Mas acho que você conseguirá arrancar essas respostas do seu irmão com a mesma facilidade que as arranca do seu tio Sirius.

— O-o que? Dumbl... – Lottie estava branca como um fantasma, olhava desesperada do diretor para Harry, as pupilas tão contraídas que os olhos mais pareciam dois orbes completamente verdes, arregalados de terror por pensar que Harry pudesse se enfurecer com ela.

— Está tudo bem, Lottie, não tem ninguém além de nós aqui. – Harry falou antes que Lottie começasse a hiperventilar.

— E como os senhores tem andado para cima e para baixo cheio de segredos nos últimos tempos, supus que esse segredo não existisse mais entre vocês. – Dumbledore sorriu calmamente e acenou para os dois antes de se virar e seguir em direção ao fim do corredor, sendo seguido apenas pelas vestes carmim esvoaçantes.

Lottie ainda estava corada e assustada quando Dumbledore sumiu de vista. Harry não aguentou a situação, e começou a rir da expressão amedrontada de Lottie, pelo menos até a mesma cansar de ser o motivo do ataque de risos e ameaçar Harry de enfeitiça-lo se ele não parasse, em uma excelente imitação de Lily Potter.

— Já parei, já parei! – Harry falou enquanto tentava se proteger das bolas de neve que Lottie enfeitiçou para atingi-lo. – Você devia me respeitar mais. Além de seu irmão mais velho, eu derrotei Voldemort.

— Isso foi no seu universo. – Lottie balançou ombros, como se a obra de Harry não fosse grande coisa. – Derrote o cara de cobra aqui e eu prometo nunca mais enfeitiçar coisas e atirá-las em você. Pelo menos até você voltar para o seu universo. – Lottie sorriu tristemente para ele, antes de adicionar – Eu não esqueci que você só está aqui para isso. Você tem que voltar para a sua Gina. Eu posso não ter vivido uma história de amor minha, mas conheço algumas. Apesar de tudo, apesar da guerra. Meus pais, Herms e Draco, até mesmo o Dumbledore, por mais que...

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— O que? – Harry quase tropeçou em seus próprios pés pela surpresa – Dumbledore? Com quem?

— Não é algo que realmente seja conhecido... – Lottie olhou dramaticamente para os lados, para garantir que não tinha ninguém por perto que pudesse ouvi-los. – Dumbledore me contou isso faz alguns anos. Eu estava com uns problemas com um garoto que eu gostava, mas isso não é importante. Eu não sei o quanto você sabe da vida do Dumbledore...

— Mais que muita gente, mas mesmo assim parece que não conheço nada. – Harry murmurou, sentindo novamente aquela sensação estranha em seu peito quando pensava em tudo que o Dumbledore do seu mundo deixou de conta-lo em todos os anos que tiveram como professor e aluno. – No final, quase tudo que eu sei da história dele foi por uma biografia lançada depois que ele, erm... morreu.

— Sabe da família dele? Da Ariana? Grindelwald? – Lottie perguntou, e Harry afirmou. - Ele e Dumbledore foram amantes por muitos...

— Espera aí. Dumbledore teve um caso com Gellert Grindelwald? – Dessa vez, Harry realmente tropeçou, e com medo de não conseguir retomar o equilíbrio, sentou-se em uma janela próxima, sendo seguido da irmã, que parecia confusa com tamanha surpresa. – Eu sabia que eles eram amigos, e tiveram ideias parecidas por muito tempo, mas, amantes?

— Sim, eles estavam planejando fugir para ficarem juntos, mas daí aconteceu tudo aquilo com a irmã dele... – Lottie se apoiou na janela, e sua respiração embaçou o vidro rapidamente. – Então eles decidiram que mais importante que o amor deles, era a luta por um bem maior, ou pelo menos, o que eles achavam ser o bem maior. Mas um dia, eles brigaram. Grindelwald matou um grupo de crianças trouxas, alegando que estaria vingando Ariana, começando a justiça em nome dos bruxos. Dumbledore podia ter acabado com tudo naquela hora, e evitado uma grande guerra, mas não o fez. Ele ainda o amava muito, e em nome desse amor, apenas se afastou, fingindo que nada estava acontecendo... Até que não pode fingir mais, e teve que enfrentar o grande amor da sua vida. Infelizmente nem toda história de amor tem um final feliz.

— Eu nunca soube. – Harry estava genuinamente surpreso. A verdade, é que nunca havia parado para pensar na vida amorosa de Dumbledore porque, apesar de ser óbvio que um homem da idade de Dumbledore tivesse tido uma vida muito agitada, era estranho pensar naquele mago tão sábio e poderoso, como apenas mais um homem, que também sofria com problemas do coração.

***

Depois do recente ataque ao bairro trouxa, as coisas ficaram bastante agitadas para a ordem. Uma equipe inteira desapareceu enquanto se dirigia ao sul da Irlanda, onde um grupo de lobisomens estava sequestrando jovens moças. Segundos seus espiões, elas seriam usadas como parideiras para híbridos entre lobisomens e bruxos, e essas crianças eram mordidas na primeira lua cheia que viviam. Na manhã do dia trinta de dezembro, as cabeças da equipe desaparecida foram vistas empaladas em frente à entrada do Ministério da Magia Bretão.

Dumbledore estava furioso, e evitou a presença de todos até as dez horas da noite do dia trinta e um, quando mandou um elfo procurar por Harry e Sirius, e leva-los até seu encontro. O elfo os encontrou no apartamento dos Potter, conversando com Lily e Lottie, visto que James estava em patrulha. Lily ficou visivelmente desapontada por ter que se privar da companhia de Harry tão rapidamente, mas ele prometeu que voltaria para conversarem, e isso a acalmou um pouco.

— Ainda não entendi porque eu não posso ir também! – Lottie teimou, chateada por ter sido excluída, já que ela sabia que o motivo deles terem sido chamados seria o interrogatório do elfo Monstro.

— Você não pode ir porque não foi chamada, Lottie. – Lily falou como quem encerrava o assunto, enquanto fez desaparecer as xícaras de chá vazias que estavam tomando alguns minutos atrás. - E nem pense em contrabandeá-la para isso, Sirius. Você também, Harry! Mal chegou aqui, e já está mimando-a como os outros.

— Então o que eu vou fazer o resto da noite? – Lottie se jogou dramaticamente no sofá, convencida que Sirius e Harry não a levariam com eles depois da ameaça de Lily.

— Pode me ajudar a repor o estoque de poções. – Lily falou meigamente para a filha que revirou os olhos, contrariada, antes de concordar.

Secretamente, Harry estava ansioso para que Dumbledore os chamassem logo. Desde que o diretor se escondeu em sua fúria no seu escritório, Harry passou a se perguntar como conseguiriam as informações que precisavam.

Elas se separaram de Harry e Sirius alguns corredores depois, quando seguiram em direção às masmorras e os dois continuaram subindo até o escritório do diretor. Quando finalmente entraram no escritório circular, Dumbledore estava sentado em uma de suas poltronas em frente à lareira, cujo fogo estava aceso com a cabeça flutuante de um homem desconhecido por Harry. Ele parecia muito magro e seu crânio careca tinha um formato estranho e pontudo, contrastando muito estranhamente com fartíssimos bigodes muito bem cuidados.

— Acrredito que você tenha companhia, Dumbledorr. – A voz dele era esganiçada, e carregada com um sotaque que Harry acreditava ser francês.

— Ah, sim. Yure, esses são Sirius e Harry. – Dumbledore os apresentou para a cabeça flutuante nas chamas, que manteve os pequenos olhos lacrimejantes em Harry todo o tempo.

— Esse serr o garroto que lutou com Beatriz. – O homem, que agora Harry sabia se chamar Yure, comentou. – Eu sabia que tinha seu dedo, Dumbledorr! Esperro que da prróxima vez que sua foto aparrecer no jorrnal seja porque matou aquela mulherr. Agorra, deixe-me irr. Depois terrminamos nossa converrsa. Até mais, Dumbledorr.

A cabeça do homem desapareceu por entre as chamas, que deixaram de ser verde-esmeraldas e voltaram a cor avermelhada de fogo comum.

— Aconteceu alguma coisa na França? – Sirius perguntou depois de ocupar a outra poltrona, ao lado do diretor.

— O de sempre, talvez eu precise ir à França, ajuda-los, se tudo continuar assim. – Dumbledore falou calmamente, mas Harry sentiu, pelo modo que o homem mais velho se desviou de dar maiores informações, que alguma coisa estava acontecendo. – Mas os franceses ainda estão resistindo bem. A ferida feita por Grindelwald ainda é recente demais.

Um silêncio desconfortável se adentrou na sala, e assim permaneceu até que as chamas ficaram verdes novamente. Institivamente, Harry levou a mão até a varinha, mas a manteve em punho mesmo depois de ter visto que foi Draco quem saiu das chamas.

— Jovem Draco. – Sirius cumprimentou, mas foi interrompido por Harry.

— Quando e onde foi o seu primeiro encontro com Hermione? – Harry perguntou, ignorando o olhar surpreso de Sirius.

— Hogsmeade, dia das bruxas. – Draco respondeu com uma sobrancelha erguida, e só então Harry abaixou a varinha e ergueu a mão para cumprimenta-lo. – Porque mudaram a pergunta?

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— Não mudamos, Harry apenas se precipitou. – Dumbledore respondeu, mas não parecia estar repreendendo Harry. – A culpa é minha, por não ter informado sobre esse detalhe. Mas talvez seja interessante mudarmos algumas perguntas, não sabemos até onde os comensais sabem.

— Hm, Professor? – Draco chamou a atenção do diretor, que parecia muito entretido em seus pensamentos. – Não quero atrapalhá-lo, mas o tempo...

— Sim, o tempo é curto, tem razão. Sirius, se não se importar... – Dumbledore concordou e se levantou, dando alguns passos para longe da lareira e parando em frente à grande janela que exibia a noite estrelada do lado de fora, seguido de Sirius. - Espero que não se importe com o feitiço de desilusão, é melhor que o elfo não saiba onde está - Com um amplo girar da varinha, um feitiço transformou a sala em um ambiente amplo, claro, e muito diferente da realidade, sem os retratos nas paredes ou os objetos prateados que soltavam baforadas de fumaça de tempos e tempos. E com mais uma estocada da varinha, Dumbledore jogou um feitiço de desilusão sobre si mesmo e Sirius, assim Monstro não saberia onde estava. – Pode chama-lo.

Harry olhou para Draco, e notou que suas mãos tremiam um pouco quando ele abriu a boca e chamou:

— Monstro.

Um alto barulho de estalo precedeu a chegada do elfo, que apareceu de repente diante da lareira. Ele era muito pequeno, quase da metade da altura de um homem, a pele muito clara parecia descolada de seus ossos, de tantas pelancas que ele tinha. Os cabelos ralos eram brancos, e surgiam em tufos das enormes orelhas de morcego.

— Mestre Draco. – Monstro fez uma enorme reverência, e seu nariz quase tocou em seus pés imundos.

— Monstro, meu fiel e querido elfo. – Draco começou, e Monstro abriu um sorriso genuinamente feliz pelo reconhecimento de Draco. – Esse rapaz tem algumas perguntas, e você me ajudaria muito se as respondesse, em segredo. Será que poderia fazer isso por mim? Sei que não sou seu mestre...

— Jovem Mestre Draco não é meu mestre, mas Monstro o trata como tal! – Monstro respondeu com fervor na voz, os olhos brilhando por poder ajuda-lo. – Monstro vai responder com a verdade tudo o que o Jovem Mestre perguntar, e guardar o segredo com a vida!

— Monstro, fiel elfo dos Black. – Harry falou, e Monstro deu uma reverência em sua direção. Não foi profunda como a que ele deu para Draco, mas o sorriso satisfeito do elfo, fez Harry crer que ele estava indo no caminho certo. – Muitos anos atrás, você tinha um outro mestre, Régulo, estou certo?

— Mestre Régulo era um mestre muito bom. – Monstro falou com a voz chorosa, e os olhos enormes encheram-se de lágrimas. – Ele era um ótimo bruxo, que se importava com a família e tradi...

— E um dia – Harry interrompeu Monstro – Ele te levou para uma viagem? Para a praia? – Monstro parou de choramingar, e encarou Harry com seus olhos ainda brilhantes de lágrimas, prestando muita atenção no que ele falava. Harry tomou isso como um sinal que ele estava correto em supor que Régulo Black também conseguiu ficar em posse do medalhão nesse universo. – E vocês entraram em uma caverna escondida.

— O mestre Régulo disse que o Lorde das Trevas precisava de um elfo... Meu senhor Régulo sempre gostou muito do Monstro. – As lágrimas voltaram a rolar no rosto enrugado do elfo – Pelas ordens do mestre Régulo, Monstro foi ter com o Lorde. Era uma honra, foi o que o meu senhor Régulo disse. O Lorde levou Monstro para uma caverna, perto do mar. E na caverna, tinha outra caverna e um lago negro... e um barco.

Harry sentiu os pelos da nuca se arrepiarem, e parte de si voltou a se sentir como um adolescente de dezesseis anos, desesperado por não saber o que fazer. Harry continuou pendurado nas palavras de Monstro, e se ele fechasse os olhos, ele sabia que conseguiria ver em detalhes tudo o que o elfo descrevia.

— E o Lorde fez o Monstro beb-e-er da bacia que tinha na ilha... E o Monstro viu coisas horríveis. Monstro gritou por clemência, pelo mestre Régulo, pela Senhora Walburga, mas o Lorde riu da dor do Monstro, ele riu sim. E quando não tinha mais nada na bacia, o Lorde colocou um medalhão ali e foi embora, deixando o Monstro sozinho, com muita sede. Mas quando o Monstro foi beber do lago... Mãos podres pegaram o Monstro, e...

— Inferis. – Harry explicou para Draco, que pareceu confuso com a última parte do relato.

— Como você voltou, Monstro? – Draco perguntou com a voz rouca e os olhos arregalados.

— Meu senhor Régulo mandou o Monstro voltar. – Monstro explicou calmamente, limpando o enorme nariz. – E o Monstro voltou.

— Régulo perguntou sobre o que aconteceu nessa viagem? – Draco perguntou, a voz ainda embargada.

— Sim. E como mestre Régulo era muito bom com o Monstro, o meu senhor Régulo cuidou do Monstro até o Monstro ficar bom. – O elfo crocitou – Mas uma noite... Uma noite o meus senhor Régulo procurou o Monstro, e Monstro percebeu que o senhor Régulo estava diferente, muito nervoso.... Ele pediu a Monstro para leva-lo até aquela mesma caverna! Monstro não queria ir, não queria... Mas Monstro levou o mestre mesmo assim.

— Ele fez você beber a poção de novo? – Draco perguntou, mas Harry já sabia a resposta.

— Não. Foi Régulos quem bebeu a poção, não foi? – Monstro concordou com a cabeça e se jogou no chão, balançando os bracinhos com muita força, e chorando audivelmente. – Ele te entregou um medalhão igual aquele que Voldemort pusera lá da última vez. E quando ele tivesse terminado de beber a poção, você deveria trocar os medalhões, e depois de ter trocado eles, você deveria ir embora... E nunca contar a ninguém que isso aconteceu, não é?

A cada afirmativa de Harry, o elfo chorava mais alto e balançava mais os bracinhos e perninhas, até que começou a se debater no chão, claramente tentando se machucar.

— Monstro, fique parado! – Draco gritou. Monstro parou de se debater na hora, mas lágrimas ainda escorriam de seus olhos e seu peito magro subia e descia muito rápido. – Você não descumpriu as ordens de Régulo, você não contou nada, não precisa se castigar.

Monstro levou alguns segundos pensando nas palavras de Draco, e por fim, pareceu convencido o suficiente para se acalmar e levantar novamente.

— Monstro. – Harry chamou, e o elfo o encarou novamente, curioso – O que aconteceu com esse medalhão?

— Monstro guardou por muitos anos, até que a Senhora Walburga morreu e Monstro foi obrigado a buscar o filho mais velho da Senhora. – Monstro apertou as mãozinhas em dois punhos, parecia furioso ao se lembrar de Sirius. – Mas o filho mais velho da senhora é uma desgraça, e libertou o Monstro, ele deu roupas para o Monstro! – Monstro agora voltou a chorar, envergonhado de confessar isso para outros bruxos. – Mas a sobrinha da minha Senhora, me tomou como elfo. A senhora Bela foi muito bondosa em aceitar o Monstro, mesmo o Monstro sendo um elfo desgraçado. E como demonstração da eterna gratidão do Monstro... – Harry prendeu a respiração, já sabendo onde aquilo iria parar – Monstro presenteou sua nova mestra com o único tesouro que Monstro tinha, o medalhão do senhor Régulo.

Harry sentiu as entranhas se contorcerem e ele acreditava, pela expressão que Draco tinha no rosto, que o outro não se sentia muito diferente dele.

— Monstro. – Draco chamou o elfo, mas o tom de sua voz chamou a atenção de Harry. Ele parecia assustado, ou temeroso de alguma coisa. – A minha tia ainda está em posse desse medalhão?

— N-não. – Monstro fungou – A senhora Bela disse ao Monstro que aquele era um tesouro inestimável, e que agradecia muito ao Monstro, mas que iria dá-lo como presente, como garantia da lealdade de toda a nossa família.

— Lealdade a quem? – Harry perguntou, receoso, mas sua visão periférica captou Draco afundar a cabeça nas mãos, e ele percebeu que coisa boa não era.

— Ao Ministério da Magia e seu novo Ministro. – Monstro estufou o peito, aparentemente orgulhoso que seu tesouro fosse importante o suficiente para ser dado de presente ao Ministro da Magia. – O senhor Severo Snape.