Enquanto corria, amaldiçoava-se por ter sido tão burra. Aquele era o seu segundo dia na arena e do modo como começou, provavelmente seria o último.

Aparentemente entediados, os Idealizadores dos Jogos orquestraram uma chuva de ácido que caiu exatamente no ponto onde Selena estava.

Obviamente, ela foi atingida. Recebeu como recompensa por sua falta de cuidado, uma belíssima ferida na perna direita.

Que lindeza!

Havia ido parao lago, onde o ácido não a seguiu. Pensando que estava segura, Selena esqueceu-se completamente dos Carreiristas.

E esse foi o seu maior erro.

Eles chegaram ao lago, decididos à matá-la. A partir dali, a perseguição começou.

- Não vai escapar dessa vez - cantarolou Cho, enquanto Selena subia em uma árvore.

Feitiços passaram a milímetros da morena, que estava ofegante. Seu coração estava acelerado. Uma flecha passou próxima à orelha direita da garota, que por pouco não foi atingida.

Sleena chegou ao ganlho da árvore e sentou-se, vendo o ódio nos olhos daqueles Carreiristas. Cedrico tomou a frente e começou a subir, tentando chegar até a morena. Entretanto, o galho quebrou e ele caiu no chão.

- Ced! - gritou Cho, de modo histérico.

Sleena suspirou e acomodou-se no galho da árvore, empunhando sua varinha.

- Cinco contra uma - falou, lentamente. - Covardia, não? Ou burrice?

- Ora sua... - Cedrico avançou, mas Victor o deteve.

- Ela quer acertar um feitiço em você, idiota - disse. - Não vê que ela tem uma varinha?

Diggory bufou.

- Vamos esperar então. Uma hora ela vai ter que sair daí e quando isso acontecer, nós a apanhamos - ele sorriu maldosamente, encarando Selena.

A garota suspirou. O plano dele era bom. Mas mesmo que estivesse com muita fome e sede, Selena não sairia dali.

Não daria o gostinho da vitória para aqueles Carreiristas.

(...)

Era manhã do terceiro dia na arena. Selena mal abriu os olhos e sentiu a dor da ferida aberta na perna.

Droga.

Seu estômago roncou, consequência da falta de comida no dia anterior.

Olhou para o chão e viu os Carreiristas ainda dormindo. Segurou-se para não gritar de frustração.

Viu de relance uma cabeleira loira por entre os galhos das árvores. Estreitou os olhos.

Uma garota de aparentemente doze anos surgiu. Sua pele era branca como a neve, seus olhos eram azuis e seus lábios eram avermelhados.

Selena sorriu. Aquela era Lucy Delacour, prima de Fleur. A garota se movia de modo tão silencioso que tinha uma grande vantage sob os outros tributos (inclusive, sob os Carreiristas).

Lucy encarou Selena por alguns instantes, antes que apontar para um galho de árvore. A morena olhou na direção que a garota indicava. Ali, havia uma espécie de "ninho" com alguns insetos voando ao redor.

Teleguiadas.

Hagrid já havia falado sobre elas em uma de suas aulas de Trato das Criaturas Mágicas. Eram como abelhas, só que tinham uma espécie de "radar" que as guiava até uma pessoa. Suas picadas levavam à aluscinações e até à morte.

Lucy fez um movimento de vai e vem com uma das mãos e indicou a faca de Selena. A morena assentiu.

Não poderia usar magia, pois as teleguiadas sentiam e poderiam atacá-la. O jeito era subir até aquele galho e cerrá-lo.

Colocou a faca entre os dentes, enquanto subia para o galho mais alto. Chegando até ele, cravou a faca no galho e começou a cerrá-lo, lentamente.

As teleguiadas pareceram sentir o ataque e algumas delas saíram de seu ninho, indo até a garota.

O galho estava quase solto. Só mais um pouco...

Selena saltou para trás quando o ninho e o galho se soltaram da árvore. Por um segundo, nada aconteceu. Mas no instante seguinte, os Carreiristas levantaram assustados e correram para longe.

Exceto Clair Gonsales. Esta, não conseguiu escapar.

Selena caiu no chão, sentindo a cabeça latejar. Sua varinha escapou de seu bolso e sumiu entre as folhas. A garota caminhou até Clair Gonsales, que estava estirada no chão, morta.

Jayne pegou o arco e a aljava de flechas. Antes que os Carreiristas voltassem, correu para longe dali e só parou quando a dor das picadas e as aluscinações insuportáveis, levaram-na à incosciência.