Evelyn estava sentada no sofá confortável do seu lar, bebendo um vinho francês e desejando que seu pai estivesse ali, como sempre fazia em qualquer outro dia. De repente, a campainha tocou e ela checou o horário no relógio, vendo que faltavam exatamente três minutos para as 20h.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Evelyn se levantou, deixando a taça de vinho sobre a mesinha de centro e indo em direção a porta. Abriu-a e, não para sua surpresa, viu Hannah McLean esperando no corredor.

— Está adiantada, querida – disse Evelyn, apática.

— Eu sei! Quer dizer, desculpe-me, eu quis ter certeza de que chegaria no horário. Fiz mal? – respondeu Hannah, sorrindo radiante no início da frase mas ficando séria depois.

— De forma alguma, meu bem – Evelyn deu um dos seus sorrisos falsos. – Entre, pode entrar. É Hannah, certo?

— Exatamente, srta. Nichols, muito obrigada pela oportunidade... – ela começou, entrando no apartamento e se sentando numa poltrona. – Uau, é um belo apartamento... – murmurou.

— Eu que agradeço, já faz tempo que quero contar o que sei sobre as Empresas Wayne... Vinho? – ofereceu.

— Obrigada, mas eu não bebo.

Evelyn se sentou no sofá de frente para Hannah e bebericou seu vinho.

— As Empresas Wayne tem desviado dinheiro desde sempre, cada vez mais. Estão envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção, também – soltou Evelyn, sem rodeios.

Hannah anotou tudo que ela disse.

— Preciso perguntar... A srta. tem alguma prova disso?

— Por favor, me chame só de Evelyn – ela sorriu. – Tenho todas as provas que precisa naquele mural perto da janela – apontou.

Hannah arregalou os olhos e correu para o mural, vendo todos o recibos, notas e documentos que comprovavam as fraudes.

— Posso fotografar? – perguntou a repórter.

— Divirta-se.

Hannah fotografou tudo e continuou perguntando a Evelyn o que ela sabia.

— Bem, acho que já tenho o que preciso – Hannah suspirou e sorriu. – Muito obrigada mesmo, senh... Evelyn – corrigiu-se.

— Não foi nada – ela sorriu de volta.

— Esse sr. Wayne é um homem muito estranho mesmo... Acredita que ele saiba de tudo isso que está acontecendo nas empresas?

— Eu não tenho dúvidas, aliás, ele é um homem muito mais estranho do que aparenta... – Evelyn terminou sua bebida. – Você não faz nem ideia.

[...]

O sr. Davidson já estava fechando sua loja de roupas quando um carro vermelho sangue estacionou em frente ao estabelecimento. Ele ouviu as portas do carro serem abertas e passos vindo na sua direção.

— Desculpe, já estamos fechados – disse o Sr. Davidson, terminando de colocar o cadeado nas grades. – Posso ajudar em mais alguma coisa? – perguntou, virando-se e vendo, surpreso, que não havia ninguém ali, apenas uma névoa esquisita que surgira repentinamente.

Ele coçou a cabeça, confuso, e deu de ombros, começando a caminhar em direção à porta de sua casa, que ficava bem do lado da loja. Porém, ele não pôde dar mais que dois passos antes de ter um ataque de risos sem motivo aparente. O pobre sr. Davidson caiu no chão, contorcendo-se sem conseguir parar de rir, até que simplesmente perdeu os sentidos e parou de respirar, morrendo com um sorriso bizarro no rosto.

Coringa se aproximou do corpo e o cutucou com o pé, rindo.

— Parece que você vai ter que abrir uma exceção pra gente. Harley, a bazuca! – gritou.

— Aqui está, sr. C.! – ela levantou a arma sem precisar fazer muito esforço e disparou contra a porta da loja, que explodiu.

Os dois entraram no lugar e foram em direção às roupas que não tinham sido destruídas. O alarme já soava e uma câmera de vigilância filmava tudo, mas eles não pareciam se importar. De fato, Harley até mandou um beijinho para a mesma.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Harley, preste atenção! – disse Coringa. – Temos que ser rápidos, afinal, não queremos ser presos de novo, certo? – ele sorriu.

— Não, sr. C.!

Os dois pegaram as roupas que lhes agradaram e saíram da loja calmamente, entrando no carro e dirigindo em alta velocidade até o seu atual esconderijo, uma das várias fábricas abandonadas de Gotham.

Harley saiu do carro saltitando de alegria.

— O que acha desse vestido, pudinzinho? – ela o colocou em frente ao corpo. – Fico bonita?

— Primeiro, não me chame de pudinzinho – disse ele, irritado. – Segundo, tanto faz, temos coisas mais importantes para nos preocupar!

Ele bufou e foi até sua mesa improvisada de caixas, já coberta de papéis contendo seus planos, tentando imaginar como executaria aquilo. Harley caminhou lentamente até ele e o abraçou por trás.

— Mas pudi... Sr. C., eu quero ficar bonita para você. Só para você. Eu te amo – ela suspirou.

— Escuta, Harley! – Coringa se virou e a segurou pelos braços. – Eu estou tentando trabalhar em algo importante aqui! Você quer me ver feliz?

— S-Sim, sr. C.!

— Então me ajude a capturar o Morcego! — ele gritou e pegou os papéis com os planos. – O submundo todo de Gotham depende de fazermos isso certo!

— Talvez pudéssemos atraí-lo para uma armadilha...

— Você acha que eu já não pensei nisso?! É claro que podemos atraí-lo para uma armadilha, mas como faremos isso?!

— Podemos descobrir com quem ele se importa e sequestrar essa pessoa... Alguém como o Robin!

— O Robin... Isso! Eu sou um gênio! – o Coringa deu uma gargalhada.

— Sabia que você pensaria em algo, pudinzinho – Harley sorriu e beijou a bochecha do palhaço.

[...]

What's been happening in your world?

Evelyn estava trancada no seu escritório, como fizera todos os outros dias de trabalho que seguiram a festa na Mansão Wayne. Ela não conseguia admitir para si mesma, mas a verdade era que não tinha coragem de enfrentar o seu chefe, Bruce Wayne, depois do vexame pelo qual passara quando ficou a sós com ele e tentou de todas as formas seduzi-lo. E agora que sabia que ele era o herói conhecido como Batman, Evelyn não tinha certeza se devia enfrentá-lo ou ficar quieta, afinal, ele era um assassino – era o que diziam, pelo menos –.

What have you been up to?

I heard that you fell in love

Or near enough

Evelyn suspirou e serviu um pouco de uísque para si, iria ajudá-la a relaxar. Bebeu o líquido em pequenos goles, sentindo a queimação com a qual já estava acostumada na garganta. Ela fechou os olhos e se movimentou no ritmo da música que tocava no aparelho de som que ela deixara ligado. Estava tudo calmo e em paz por um momento... Quando de repente o telefone tocou. Evelyn bufou e foi atendê-lo.

— Sim?

— Srta. Nichols? O sr. Wayne está descendo para falar com a srta. neste exato minuto – avisou a secretária.

I wanna grab both your shoulders and shake, baby

Evelyn apenas desligou o telefone, jogou o uísque num vaso de plantas e foi em direção a sua cadeira, mas Bruce chegou antes que ela pudesse se sentar. Merda, merda, merda, merda, pensou, forçando um sorriso para o chefe.

Snap out of it

— Sr. B.! A que devo a honra? – perguntou com falsa simpatia.

— Preciso falar algo sério com você, Evelyn – disse ele, atravessando a sala.

— Claro, qualquer coisa! Sente-se, por favor! Aceita uma bebida? – perguntou, ainda sorrindo.

— Não, obrigado – ele se sentou de frente para a mesa de Evelyn e ela fez o mesmo. – Deve estar lembrada da comemoração que realizei na minha propriedade na sexta-feira passada, correto?

— Sim, senhor – ela assentiu.

— Bem, gostaria de avisá-la que seu comportamento foi desrespeitoso e inadmissível, srta. Nichols. Considerei seriamente demiti-la, mas como é uma das melhores funcionárias da empresa, vou tolerar. Dessa vez.

— Sr. Wayne, é um homem de muita bondade! – Evelyn praticamente caiu de joelhos e se arrastou até ele. – Eu agradeço imensamente a sua piedade, o senhor não tem ideia! O emprego aqui na empresa é tudo que eu tenho, significa o mundo pra mim – disse ela, já com lágrimas nos olhos.

Bruce se sentiu muito desconfortável com a reação da funcionária, mas tentou manter a compostura de qualquer jeito.

— Eu apenas estou sendo sensato, srta. Nichols. Mas tenha em mente de que não vou tolerar erros novamente – ele levantou-se e a ajudou a fazer o mesmo. – Fui claro?

Ela engoliu em seco.

— Mais claro impossível, senhor. Prometo que não falharei novamente.

— Ótimo. Tenha um bom dia, Evelyn – ele sorriu sem mostrar os dentes e apertou sua mão, indo até a saída em seguida.

Evelyn esperou ficar sozinha novamente para dar um grito de raiva e agonia e jogar tudo que estava sobre a sua mesa no chão.

— Wayne desgraçado, nojento! Você me paga! – grunhiu ela.

Em seguida, sentou-se no chão, rindo, e secou suas lágrimas de crocodilo.

Forever isn't for everyone

Is forever for you?

— Eu ainda vou estar por cima, Bruce querido, e você, vai passar pelo que eu passei... – ela se levantou, um pouco cambaleante, e serviu mais uísque para si, bebendo tudo de uma só vez.

I wanna grab both your shoulders and shake, baby

Snap out of it (snap out of it)

Ela riu mais ainda, sentindo a sensação de calma e paz voltar. Atirou-se – ou caiu – de costas no chão e continuou rindo, enquanto cantava junto com a música.

Under a spell you're hypnotized (ooh)

Darling, how could you be so blind?

— Eu quero agarrar ambos os seus ombros e sacudir, querida...

Snap out of it.

[...]

A noite chegou e Bruce vestiu o manto do Batman como sempre fazia. Entrou no Batmóvel e dirigiu pelos locais mais perigosos e desertos de Gotham, procurando os rastros de algum criminoso. Na verdade, ele queria encontrar Coringa e Harley Quinn, mas sabia que seria difícil.

Era por volta de 2h quando ele encontrou um galpão perto das docas onde alguns traficantes de armas estavam se encontrando. Ele escalou o prédio e os observou de cima, através da clarabóia. Primeiro, nocauteou os guardas armados com o batrangue, e depois desceu com a ajuda de um gancho, derrubando dois criminosos de uma só vez. Os outros ficaram apavorados ao ver o Morcego e tentaram fugir, mas ele usou seu gancho para fechar as portas e trancá-los ali dentro. Sem opções, os bandidos tentaram lutar, usando armas como barras de metal, caixas ou facas.

Batman não se amedrontou, afinal aquilo já era rotina há vários anos. Ele desviou de todos os ataques, tomou as armas dos inimigos e usou-as contra eles próprios, até estarem quase todos caídos, exceto um, que ele acabou reconhecendo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Jonny.

— Nos encontramos novamente, Morcego – ele riu.

Batman foi pra cima dele no mesmo instante, com uma expressão furiosa.

— Onde está o Palhaço?! – ele perguntou, jogando Jonny no chão e apertando seu pescoço.

— Eu não trabalho mais pra ele há muito tempo – ele disse com dificuldade. – Segui minha vida, Bats, é assim que funciona – sorriu, tentando segurar o punho do seu agressor.

— Posso ver como, continua no mundo do crime! Vou fazer questão de te jogar na pior cela da Blackgate!

Ele se levantou e amarrou Jonny num poste de luz na rua, junto com os outros traficantes, depois entrou no Batmóvel e continuou sua busca incessante pelos criminosos mais perigosos de Gotham.

[...]

Hannah caminhou rapidamente pelo prédio da Gotham Gazette, batendo seus saltos no piso e fazendo seus longos cabelos ruivos balançarem. Tinha um sorriso exultante no rosto, um copo de cappuccino na mão esquerda e um caderno na direita. Chegou na sua mesa, deixou o que carregava sobre ela e tirou o casaco, sentando-se comportadamente e esperando ansiosa sua vez.

Depois de uma meia hora de pessoas entrando na sala da sra. O'Donnell e saindo aos prantos, Hannah foi chamada.

— McLean, Hannah – disse a secretária, com a voz entediada.

— Eu! Aqui, sou eu! – ela se levantou num pulo, sorrindo, e olhou para Castiel, que lhe sorriu de volta, encorajando-a.

Hannah caminhou confiante até a sala da sra. O'Donnell, respirou fundo e abriu a porta.

— Sra. O'Donnell? – ela perguntou, entrando.

— Ah, olá, você deve ser a Hannah. Sente-se – indicou a cadeira de frente para a sua mesa.

Hannah se sentou.

— Muito bem, Hannah, o que tem para mim?

Ela deixou seu caderno em cima da mesa da chefe e começou:

— Uma entrevista com uma funcionária das Empresas Wayne... Que revelou todo tipo de fraude que acontece lá, com o conhecimento do Sr. Wayne.

A sra. O'Donnell se mostrou interessada e pegou o caderno, abrindo-o e passando os olhos no que estava escrito.

— E que provas ela tem disso?

— Várias, eu tirei fotos, veja – Hannah mostrou as fotos do mural de Evelyn, que continha todos os documentos, comprovantes, recibos e notas fiscais que comprovavam as operações ilegais.

A sra. O'Donnell leu o artigo de Hannah e viu as fotos.

— Devo admitir que é uma matéria muito interessante, srta. McLean. Parabéns, a vaga é sua – ela sorriu.

— Sério?! Ai, meu Deus, eu nem acredito! – Hannah se levantou e gritou, feliz. – Não vou decepcioná-la, sra. O'Donnell, eu prometo! – ela apertou a mão da mulher e saiu da sala, contente.

Finalmente, estava tudo saindo como o planejado.