– A caixa será aberta novamente... – ecoa uma voz. – O novo anúncio da destruição está para chegar!!

Alguns dias se passam enquanto o do torneio finalmente chega. Todos os participantes se preparam o quanto acharam necessário e já estão bem dispostos para o evento. Yume, por sua vez, permaneceu inconsciente desde o ataque do clã Takahashi, mas agora acordou assustada. Por algum motivo, teve um pesadelo que a fez suar um pouco.

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– Fubuki-chan... – diz, voltando sua face para quem está aqui presente.

O local é o quarto da garota. Deitada debaixo das cobertas, ela consegue abrir seus olhos após tanto tempo. E se surpreende quando dá de cara com Fubuki, dormindo do seu lado direito: ele está de braços cruzados, assentado em uma cadeira. Por detalhe, Star dorme do lado do travesseiro da garota, entre ela e seu dono.

– Estavam me protegendo? – pensa ela, sorrindo, olhando para o cão por alguns momentos, mas voltando em seguida toda a sua atenção para o dono dele. – Eu sabia que vocês nunca trairiam uma promessa...

– Anh... – Fubuki, ainda sonolento, acorda.

De repente, ele salta da cadeira. Erguendo-se e encarando-a com surpresa, questiona:

– Você acordou?!

Com o esbravejar de Fubuki, Star acorda assustado. Porém, vendo Yume, logo se acalma, saltando no rosto dela, lambendo-a.

– Pare com isso! – pede ela, rindo.

Fubuki suspira, sorrindo satisfeito. Para seu coração, é ótimo ver a amante dos pudins acordada e bem.

– Sim, eu acordei. – articula, voltando seu olhar e sorriso para Fubuki. – Mas não estou tão bem assim.

– Por quê? – indaga ele, preocupado.

– Preciso de pudins. – corresponde ela, sorrindo mais ainda. – De muuuuuuuuuuitos pudins!

– É pra já! – declama o garoto, dando meia volta. – Vou buscar agora mesmo!

Sem delongas, ele corre para a porta. Ao abri-la e sair pra fora, diz antes de fechá-la e partir:

– Me aguarde!

A porta é fechada e o garoto corre em busca do pudins. Enquanto isso, Yume se reajusta na cama, assentando-se ao invés de permanecer deitada. Tomando Star para os seus braços, brinca com o cão enquanto ele não para de lambê-la, abanando o rabo.

– Que deprimente cena... – comenta Ketsui, saltando para dentro do quarto pela janela.

– Ketsui... – fala a garota, surpresa.

– Como vai você? – pergunta a felina, andando um pouco, saltando para a cama e parando a certa distância do cachorro. – Não suportei o mesmo ambiente que esse pulguento por muito tempo, por isso tive que sair.

Ouvindo isso, Star se vira para a gata, latindo para ela. Com orgulho, a gata desvia o rosto, dizendo:

– O que vem de baixo não me atinge, pulguento.

– Fubuki-chan foi buscar pudins para mim. – comenta, sorridente. – Estou feliz por isso!

– Você só pensa em pudins, Yume-hime. – diz a gata, voltando sua face para sua mestra. – Deveria pensar em outras coisas mais produtivas também, oras...

– Sabe bem o que pudins representam para mim. – garante, com os olhos brilhantes. – Eles são muito mais do que manjares divinos, graciosidades celestes, doces supremos, combustíveis da felicida...

– Tá, tá... – a interrompe, balançando sua cauda de um lado para o outro por alguns instantes, encarando-a. – Eu já sei disso tudo, inclusive do verdadeiro significado do pudim para você. Basta, ok?

– Espero que não tenha aproveitado o tempo em que estive dormindo para maltratar o Fubuki-chan. – afirma, com uma expressão ameaçadora. – Caso contrário, vai se arrepender, mocinha...

– Nada fiz além do merecido para ele. – garante, erguendo a cabeça.

Com isso, Yume suspira, voltando a sorrir. Direcionando seu olhar para a janela do quarto, se contenta com a visão do céu azul, mantendo o silêncio por bons momentos. É quando Ketsui fala:

– Hoje é o dia do GTDH: Grande Torneio da Dawn Hunters. Prepare-se para participar se estiver apta.

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– É claro que estou! – exclama. – Apenas comerei pudins e estarei com a corda toda de novo! Todos não perdem por esperar!

– Essa é a Yume-hime que conheço. – declara a gata, movimentando sua cauda novamente. – E que assim seja!!

Com isso, Yume fecha seus olhos, descansando. E, no seu mais profundo âmago, ora aos céus para que o seu pesadelo seja apenas fruto da sua imaginação.

– Apenas um pesadelo. – pensa ela. – Assim espero...

/--/--/

Enquanto isso, no escritório de Apporion...

– Os preparativos estão todos em ordem. – declara Zang perante o líder da organização. – Ainda há algo que posso fazer?

– Por enquanto não, obrigado. – nega o pai de Yume, considerando também a presença de Stinger, Gon e Martina. – Todos vocês, por gentileza, devem somente se preparar para a participação que terão no evento. Conto com isso!

– Faremos o que tiver de ser feito. – garante Martina. – E não exageraremos caso não seja preciso.

– Sei disso, pois confio muito em vocês. – fala Apporion, sorrindo.

– Agora vamos, certo? – sugere Gon.

Com isso, os quatro dão meia volta. Vão até a porta, sendo que Stinger a abre, espera todos passarem e, então, também passa, fechando-a em seguida. É quando Ureshi, Fera Sagrada da felicidade, surge ao pular para dentro do escritório pela janela.

– Ureshi?! – Apporion se surpreende.

– Olaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! – declama o palhaço. – Yume-sama me invocou para informar a vossa senhoria que ela acordou, está bem e poderá participar do evento da Dawn Hunters!

– Isso é ótimo! – considera ele, levantando-se da sua cadeira de uma só vez, bem feliz com a notícia. – Irei agora mesmo para o quarto dela vê-la.

– Vamos pulando janelas! – recomenda Ureshi.

– Infelizmente, não sou hábil o suficiente para isso. – lamenta Apporion, movimentando sua cabeça em negação.

– Então irei na frente! – exclama o palhaço, pulando para fora da janela. – Adiiiiiiiiiiios!!

– Essas Feras Sagradas são mesmo únicas... – pensa o líder da Dawn Hunters, tomando rápidos passos para fora do seu escritório, com a intenção de chegar o quanto antes no quarto de sua filha. – Mas é óbvio que minha querida Yume também é!

/--/--/

Bem longe dali, em alguma outra área da cidade de Midori...

Uma mulher, com um capuz negro e longa capa, caminha pela rua: Mai Ushiromiya. Como alguém que procura algo bem importante, ela segue seu rumo.

– Eu não entendo... – pensa enquanto caminha. – Eu deveria estar tentando reencontrar um novo sentido na minha vida, mas por algum motivo, me senti atraída por esta cidade. Mas... Há dias ando e ando por aqui sem nenhum avanço...

Desde que deixara o refúgio no qual permaneceu até pouco tempo, Mai viu-se perdida. Entretanto, um sentimento inexplicável a trouxe para esta cidade, como se algo a chamasse. Ainda assim, não encontrara respostas para suas dúvidas.

– Quem sou eu? O que devo ser? – imagina ela, ainda bem perdida nos seus próprios pensamentos. – Será que, em algum dia, eu tive mesmo certeza do que era e esqueci ou jamais conheci minha verdadeira essência?

– Você precisa procurar pela verdade... – corresponde uma estranha voz. – A verdade única para você!

De imediato, a mulher para. Olhando de um lado para o outro, procura por quem falara aquilo, mas ninguém encontra por aqui. Está em uma parte deserta da cidade, na qual encontram-se apenas plantas e poucos animais. Nada poderia ter dito aquilo.

– Vá em busca da sua verdade, Mai... – a voz insiste, mas agora a Hakanai nota que ela está ecoando diretamente em sua cabeça.

– O que está havendo?! – ela se pergunta mentalmente, arregalando mais ainda seus olhos.

– Há um artefato nesta cidade que revelará tudo sobre você, Mai. – afirma a voz em sua cabeça. – É a Caixa de Pandora! Com ela, todas as suas dúvidas serão sanadas! Você será capaz de alcançar a plenitude que tanto procura!

– Caixa de Pandora?! – Mai se manifesta, ainda mais surpresa.

– Pandora, segundo o mito grego, foi a primeira mulher criada na Terra... – fala alguém, vindo por trás da mulher.

Mai se vira e, então, dá de cara com duas pessoas bem conhecidas: Dante Osphichius e Pietro Fountelle. Quem falara aquilo foi Pietro. É quando Mai questiona:

– Eram vocês que estavam falando na minha cabeça? – indaga, surpresa com a aparição deles.

– Não, sabe bem que não somos capazes de algo do gênero. – Pietro corresponde, se aproximando junto de Dante. – Entretanto, assim como você, algo nos guiou para cá. E, ouvindo o que você acabou de falar, me parece que algo sobrenatural está acontecendo contigo.

Mai nada diz. Então, desse modo, os dois se posicionam perante ela. E, sorrindo levemente, Pietro prossegue:

– Pandora guardava consigo uma caixa forjada pelos deuses na qual estavam todos os males do mundo. Porém, quando ela mesma abriu um dia, todos eles escaparam e passaram a assolar a Terra. Tudo o que restou para apaziguar tanta ruína foi a esperança que escapara da caixa também.

– O que quer dizer com tudo isso? – pergunta Mai.

– Pietro acha que algo relacionado a esse mito nos trouxe para esta cidade. – afirma o outro, chamando a atenção da mulher. – De certo modo, ainda estamos ligados.

– Cortam e Muey Muong também vieram? – indaga ela.

– Não. – nega Dante. – Eles devem estar em outro lugar, mas isso realmente não importa, certo?

– Não. – afirma Mai. – O que é preciso ser feito então se estamos ligados nessa?

– Procurar pela suposta “Caixa de Pandora”. – recomenda Pietro. – É tudo o que podemos fazer.

Repentinamente, Mai se lembra das coisas que a princesa Tsurugi lhe dissera quando se encontrou com Sesshou e com ela. É quando resolve contar:

– Esperem. Encontrei uma mulher há alguns dias e ela tentou me matar porque fui citada no Pergaminho do Repertório do Caos, algo assim.

– Pergaminho do Repertório do Caos? O que é isso? – Dante, arqueando sua sobrancelha esquerda.

– Eu sei. – afirma Pietro. – É um dos legados do clã Tsurugi da Vila do Sol, no qual constam vários segredos e citações sobre males que podem assolar o mundo. Segundo o que ouvi falar, nele está o vasto conhecimento sobre coisas que a humanidade sequer imaginou um dia.

– A tal Caixa de Pandora, o Pergaminho do Repertório do Caos e nossa estadia nesta cidade... Tudo está conectado? – questiona Dante, alternando seu olhar entre os outros dois.

– Certamente. – Pietro se expressa. – Não há nenhuma sombra de dúvida para mim sobre isso.

– Então vamos procurar por alguém que venha a saber algo do tipo. – sugere Mai.

– Não é preciso. – determina uma outra voz.

Todos se direcionam para o ponto de onde vem a voz. Dessa forma, se deparam com ninguém mais, ninguém menos que Yasuko Takayama. Ela, parada um pouco afastada deles, segura em suas mãos uma caixa dourada com sete fechaduras. Seu olhar, estranho, é como o de alguém em transe, mas somente Pietro nota isso.

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– Que garota é essa? – pensa ele, estranhando a postura da desconhecida.

– Não se atrelem à minha forma física. Sou apenas uma ferramenta utilizada para transmitir a mensagem que devem conhecer e guardar para si. – garante Yasuko, de fato, em uma espécie de transe. – Vocês foram chamados para Midori pelo destino, o destino que os liga à este objeto.

– E o que é isso aí? – pergunta Dante, curioso.

– É a caixa que contem o poder que, por muitos, foi procurado: a Caixa de Pandora. O poder, inclusive, que o homem chamado Misuro Asachi buscou, mas não encontrou.

Todos os três ficam surpresos, pois não esperariam por algo do tipo: o poder que Misuro procurou está, agora, nas mãos de uma garota?

– Do que está falando? – Mai, impactada como os outros dois.

– Nesta caixa está o poder que se adquire ao dominar os Shadows. Não era isso o que Misuro Asachi buscava?

– Não pode ser! – exclama Pietro. – Isso não pode ser verdade... Os Shadows não são o verdadeiro alvo, mas sim essa caixa?

– Não, eles são apenas o caminho para a conquista. – confirma Yasuko. – Existem 21 chaves, sendo necessárias sete delas para abrir esta caixa. Cada Shadow representa uma chave, mas ela só será obtida com a dominação do Shadow ou sua destruição. Quando a caixa for aberta, o poder oculto da mesma será revelado ao mundo outra vez.

– Outra vez? – pergunta Mai.

– Sim. O poder desta caixa já foi revelado há muito tempo atrás, mas foi selado novamente. Nas duas vezes em que a caixa foi aberta, quem o fez adquiriu um potencial inigualável. – explica a garota em transe, sendo controlada por algo sobrenatural. – A pessoa que lacrara este poder ainda vive, mas atualmente não é uma ameaça.

– Quem selou esse poder na caixa de novo? – questiona Pietro.

– Yume Yanagi. – responde Yasuko. – Porém, ela não é um empecilho nesta era por estar com seu poder incompleto. A questão com a qual devem se preocupar é em obter este poder. Vocês estão destinados a obtê-lo, mas para isso, precisam vencer sete dos 21 Shadows para adquirem o total de chaves que é preciso para abrir a caixa. Caso consigam, tanto o rumo da Guerra Celestial quanto o domínio do mundo estarão em suas mãos.

– Desde o início, os Shadows não eram nada além de ferramentas para o alcance do verdadeiro poder. – mentaliza Pietro. – Misuro-sama errou nisso, quando achou que eram os Shadows em si que lhe dariam o poder supremo. É por isso que foi morto por eles.

A garota começa a andar em direção à Mai. Quando se aproxima o suficiente, entrega nas mãos dela o objeto: olho no olho.

– Em pouco tempo, os Shadows começarão a agir. Para obter o poder supremo, é preciso destruí-los ou dominá-los. Selá-los não os levará a lugar algum. – Yasuko explica.

– Esta aura... – pensa Pietro, observando a garota. – É tão forte que qualquer Hakanai seria capaz de sentir. Mas não está vindo desta menina e sim da caixa... – e abaixa seu olhar, deixando de analisar Yasuko para fitar o artefato agora em mãos de Mai Ushiromiya. – O que tem, afinal de contas, dentro disso?

– Permaneçam unidos. – recomenda a garota. – Esse poder é grandioso demais para que somente uma pessoa o carregue consigo. Além disso, os Shadows são fortes o suficiente para serem virtualmente invencíveis para um só Hakanai. A Caixa de Pandora é que guarda o supremo poder humano...

Encerrando as suas palavras, Yasuko fecha seus olhos. Em seguida, dá meia volta e começa a se afastar do trio. Mai, por sua vez, mantem a caixa em suas mãos, questionando:

– Quem é você? Você que está usando esta garota... Quem é?

– Saberão quando a caixa for aberta. – ela responde, sem deixar de andar.

– Vamos atrás dela! – exclama Dante. – Poderemos saber mais!

Dante tenta se mexer, mas não consegue. Por alguma razão, está paralisado. Mai e Pietro também tentam se movimentar, mas é em vão.

– Não tentem quebrar as regras ou vão arrepender-se. – garante Yasuko, sem olhar para eles, ainda em transe. – Sigam o que deve ser seguido ou morram.

– Sinto algo vindo daquela caixa. – fala Pietro. – O que está controlando a garota vem dela! E é o mesmo que nos paralisou!

Mai reluta, mas não consegue se mexer. Diante disso, pensa, abaixando sua face para encarar o objeto em suas mãos:

– Que espécie de poder há dentro desta caixa? Será mesmo que posso confiar nisso?

Repentinamente, os três caem de joelhos no chão, já libertos do poder que os segurava – a caixa também cai ao escapar das mãos da mulher. Yasuko vai se afastando, sem a intenção de dizer mais nenhuma palavra sequer. E, com isso, desaparece no horizonte por se distanciar.

“No futuro, a beleza desta bela fera será o símbolo de algo que já assolara esta Terra um dia. E quando a essência obscura for revelada, a legítima destruição cairá outra vez sobre a humanidade: as derradeiras ruínas proclamadas pelo nome ‘Mai Ushiromiya’.”... Tais palavras, recitadas anteriormente por Kagume Tsurugi, ecoam em sua mente. Tudo aquilo que a princesa lhe dissera, agora, parece fazer sentido.

– Estou destinada a ter poder? – se pergunta em seus pensamentos. – Estou destinada a carregar comigo um grande potencial? Será isso mesmo verdade... Ou mera ilusão?

– Vamos embora. – Dante dá sua sugestão, levantando-se do chão. – Enquanto os Shadows se mantem ocultos, é bom para nós nos escondermos também.

– Tem razão. – concorda Pietro, fazendo o mesmo que ele. – Se esta caixa tem mesmo um poder tão grande, cedo ou tarde, inimigos virão em busca dela. É melhor para nós não fazermos alvoroço no momento.

Mai suspira profundamente. Recolhendo a caixa para si de novo, também levanta-se. Voltando-se para os outros dois, articula:

– Estamos, nós, como aliados mais uma vez. Vamos seguir assim e alcançar o poder que nos aguarda.

– Que assim seja! – exclama Dante. – Ainda terei o que é necessário para me vingar do meu irmão!

– Juntos seremos invencíveis. – comenta Pietro, sorrindo. – Nem mesmo os Shadows serão ameaça para o poder que iremos adquirir...

– É chegada a hora de trilharmos nós mesmos o nosso caminho. – afirma Mai, alternando sua atenção entre os aliados. – E nosso destino final será o poder supremo!