Guerra Universal

Devorador de mundos


– Kratos -

Eu admito que não tenho medo de muitas coisas. Mas a situação atual me assustou um pouco. Primeiro, que eu estava desarmado. Meus braços e as correntes estavam conectadas, mas minhas espadas estavam longe. Em segundo lugar, Bruce estava prestes a me matar.

Soldados da Hidra deram um casaco preto e uma calça cinza para ele vestir. Agradeci muito por isso. A espada que ele usava era de diamante. Tinha cerca de um metro, aproximadamente.

Em segundos, os soldados formaram um circulo a nossa volta. Os olhos do meu oponente pareciam brilhar com a situação. Era um verde impactante.

– Bruce, escute. Este não é você. - Eu disse tentando lhe acalmar.

Sem resultados. Ele se dirigiu até minha direção. A espada parecia ser uma continuação do seu braço. Com movimentos rápidos e sempre girando para a esquerda, ele me atacava. Meus reflexos funcionaram bem, já que consegui me desviar de quase todos os ataques. Infelizmente, um me atingiu no peito. Um corte começou a me fazer sangrar.

– Pobre Kratos. - Uma voz grossa saiu da boca dele. Fazia lembrar a escuridão. - Voltou da morte para salvar seu mundo. E o que ganhou em troca? Mais uma morte.

Bruce me deu um chute e me fez ficar ajoelhado. Recebi um novo corte, onde estava minha cicatriz. Meu olho, por sorte, foi polpado.

– Você já foi um bom soldado, espartano. Mas hoje, é apenas um fantasma.

Sem enrolar mais, sua espada fez o movimento perfeito para cortar minha cabeça. Porém, neste momento, a porta principal se abriu.

– Desculpe, me atrasei?

Um homem alto estava a nossa frente. Com uma barba mal feita e cabelo cortado, ele aparentava ser mau. Sua roupa era preta e sua camisa tinha uma enorme caveira desenhada. Usava luvas e botas brancas.

– Justiceiro? – Bruce havia ficado surpreso. Por um momento sua respiração acelerou.

Todos os soldados da Hidra pegaram suas armas e começaram a atirar em direção ao Frank. Milagrosamente, um campo de proteção se formou dois metros a sua frente. As balas batiam e se reduziam a pó.

– Como... Como isso é possível?

– Susan, pode aparecer.

Uma mulher loira apareceu atrás do campo. Vestia uma espécie de uniforme azul por todo o corpo, com botas pretas. Seu cabelo era longo e charmoso. Entre seus seios, estava um enorme símbolo com um 4 desenhado.

– Storm... Que surpresa. – A voz grave continuava. – Se você está aqui, onde está o restante do Quarteto?

Ao acabar de dizer, o Duende Verde surgiu repentinamente, sendo arremessado ao nosso encontro. Já inconsciente, seus olhos estavam distantes.

– TÁ NA HORA DO PAU!

Uma enorme coisa veio de onde o Duende havia sido jogado. Devia ter quase dois metros e meio. Era todo feito de pedra, de uma forma mais alaranjada. Suas mãos e pés eram enormes. Por fim, usava um short azul, da mesma cor que o uniforme da Susan Storm.

– Sem querer ser chato, mas ainda tenho que viajar até a África do Sul. – O Justiceiro falou se aproximando de nós. – Podemos ir logo com isso?

E assim o combate começou. Os soldados atacavam a Mulher Invisível e o Coisa. Já o Frank se desviava dos golpes do Batman. Com as mãos para trás, as esquivas o pareciam fazer dançar.

– Jura? Só isso?

Bruce se irritou e o atacou com a espada em direção ao rosto. Frank segurou a espada, poucos centímetros a direita de sua cabeça. A tirou das mãos do oponente e jogou para longe. Com dois socos no rosto, um de cada lado, o Justiceiro pegou sua arma, que estava em sua cintura e atirou com perfeição na cabeça de Bruce.

O sangue jorrou por todo lado. O Batman estava morto.

Ao redor, os soldados foram eliminados, um por um. Eu ainda estava zonzo e finalmente desmaiei.

Não é algo de que me orgulhe. Não faz meu tipo, desmaiar no meio do combate. Porém, tive sonhos interessantes.

Eu estava no espaço. Na minha frente, estava a Terra. Era para ser enorme. Mas algo a fez ficar minúscula. Um enorme monstro estava atrás de mim. Era centenas de vezes maior que nosso planeta. Ele parecia um homem. Com uma roupa roxa com pequenos detalhes em azul, ele usava um capacete. Era roxo e fazia lembrar o formato de um W. Porém, suas pontas eram tortas em direção ao centro.

– Galactus! – Um pequeno ponto parecia gritar. Galactus esticou sua mão e fez um homem crescer. Era ele, Ventriconi. – Obrigado, companheiro.

– Diga-me o que queres.

– É rápido, senhor. Quero destruir a Terra, pois somente assim os deuses poderão aparecer para mim.

– Conheço sua fama, humano. – Sua voz era grossa. – E sei seus segredos.

– Como ousa...

– CALADO! – O grito pareceu ecoar em minha mente. – Quanto menos adoradores, menos poder os deuses terão. E agora que resta apenas um reino, os deuses estão desesperados.

– A Terra é o mais complicado para se conquistar. Preciso que você me ajude.

– Já tentei devorar Midgard uma vez. Fui derrotado sem dó. Por que deveria tentar novamente?

– Porque se você me ajudar, a Terra será destruída, você terá sua vingança e ainda poderá se alimentar. Enquanto eu terei minha chance de matar cada deus.

A expressão de ambos era séria.

– Eu o ajudarei humano. Porém, não irei devorar a Terra. Irei conquistá-la e então governá-la.

– Com tanto que aja o caos, não faz diferença.

– Então temos um acordo.

– Ótimo. Agora preciso ir. Tenho outros assuntos para resolver.

– Lembre-se que eu sei seu segredo. Sei que não almeja apenas matar os deuses. Se tentar qualquer tipo de traição, eu irei matá-lo.

Com um sorriso irônico, Galactus obteve sua resposta.

– Irei me lembrar, Devorador de Mundos. - Respondeu Ventriconi, se encolhendo novamente e desaparecendo da minha visão. Galactus, por outro lado, se transformou em um tipo de fumaça com nuvem preta e se afastou.

E com um estalo, eu acordei. Estava em uma sala. Pela janela vi nuvens e logo percebi que estava em um avião. Ao meu redor estavam Ben, Susan e mais dois homens.

– Olá Kratos. - O homem com uma aparência mais velha se aproximou. Usava um jaleco branco e seus cabelos eram grisalhos. - Está tudo bem. Você está seguro. Infelizmente tivemos que cancelar sua reunião com os vingadores. Temos uma missão mais importante antes.

– E o que seria, vovô? - Perguntei?

– Temos que levar um certo corpo, até o Poço de Lázaro.