Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus

Capítulo 10 - A Lua de Sangue, Segunda Noite. PIV


Depois dealgum tempo finalmente chegaram à entrada da taberna. O movimento de seres entrando e saindo era intenso. Na entrada bancos acomodavam pessoas que conversavam alegremente.

No interior da taberna a iluminação era feita por velas presas em hastes na parede. Elas ficavam protegidas por redomas de vidro. No salão mesas redondas com cinco lugares compunham o ambiente. Preso ao teto bem no centro do recinto havia um grande lustre com chamas que saíam de suas hastes. No lado direito das mesas localizava-se um balcão de madeira escura onde a comida e a bebida eram servidas a vontade. Do lado oposto do mesmo ficava uma enorme estante contendo vários livros, todos estavam organizados por ordem alfabética.

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Mais ao fundo pessoas entravam e saiam de quatro pistas, com bonecos presos por cordas e com alvos fixados em seus corpos. Estes pavimentos eram separados por divisórias sólidas, ficando impossível ver quem estava ao lado. Entretanto estas não eram compridas, não chegavam nem perto da metade da pista. Elas serviam de entretenimento. Atrás dos pavimentos uma parede se erguia cheia de mãos que seguravam vários tipos de armas, estas eram usadas para acertar os bonecos. Havia espadas, machados, chicotes, dardos, arcos, bestas, flechas e muitas outras.

–Sentem-se em alguma mesaque irei buscar algo para comermos. Prontificou-se Arão.

-Não estou com fome, mas obrigada mesmo assim.

-Cassi você não pode ficar assim, tem que comer. Insistiu Arão.

-Fique tranqüilo não vou morrer de fome, se esqueceu de onde estamos.

-Engraçadinha você. Comentou Bal com sarcasmo. -Pode ir buscar Arão eu fico aqui tomando conta dela, garanto que quandovoltar o apetite dela estará à flor da pele.

Arão estava indo quando Bal chamou-o.

-A propósito Arão se você se perder é só gritar.

-Não enche Bal.

Arão sorriu e prosseguiu. Cassi ia sentar-se em uma cadeira, mas Bal a impediu.

-O que você pensa que está fazendo?

-Vou me sentar e esperar Arão voltar com a comida.

-Aaa! Mas não vai mesmo, nesse ânimo que você está, será muita sorte se quando ele voltar ainda encontrá-la viva. Vem comigo vamos para lá.Apontou para as pistas. -Uma delas estava vazia.

Bal puxou Cassi que se arrastava relutante. Foi até a parede pegou de uma das mãos um arco e de outra algumas flechas.

-Agora sim vou poder te mostrar toda minha habilidade com o arco e flecha. Vamos competir, três flechas para cada um. Quero ver quem consegue acertar o alvo preso no boneco mais vezes. Como você está triste posso até pensar em deixá-la ganhar.

Cassi se animou um pouco com a proposta de Bal.

- al, você fala demais, passe-me o arco.

-Calma. Pra que toda essa pressa. Deixe-me primeiro mostrarcomo se faz.

Ele armou o arco. Cassi o olhava assustada.

-Mas Bal...

-Fique quieta, senão irá tirar minha concentração.

Bal disparou a flecha acertou o boneco, mas da pista ao lado.

-Hei. Mas o que foi isso?

Uma voz de protesto veio de trás da divisória.

-Opis. Acho que fiz besteira.

Bal coçou a cabeça de um modo maroto. Jogou o arco para Cassi rapidamente.

-Sua vez.

Um garoto pulou o mural, era Tiror. Ficou espantado ao ver Cassi com o arco, passado o susto inicial olhou de modo divertido.

-Hei! Você precisa tomar mais cuidado com isso. Pode acabar machucando alguém. Acho que está precisando de umas aulas. Você é um perigo com essa arma nas mãos.

-Eu disse isso a ela.Apressou-se Bal em dizer. -Mas ela não me ouve. Estou tentando lhe ensinar alguma coisa, mas acho que vai ser impossível. Ela fica reclamando que o arco está ruim, as flechas estão tortas e coisas desse tipo. Você sabe como são as mulheres.

-O quê?Cassi fulminava Bal com o olhar. Tiror parecia se divertir com a cena.

-Deixe -me ver.Ele pegou o arco das mãos de Cassi. -Ele parece estar em perfeito estado.

-Mas eu não... Cassi foi interrompida por Bal.

-Não ligue não. Ela está sem graça devido a sua presença. Na verdade estou impressionado que ela tenha conseguido acertar o alvo desta vez. Ta certo que foi o do lado, mas normalmente é pior.

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- Bal! Gritou Cassi.

-Primeiro eu gostaria de dizer que acredito em você.Disse tiror se referendo aos acontecimentos da noite passada. Um sorriso brotou do rosto de Cassi ao ouvir as palavras do garoto. –Segundo, não precisa ter vergonha por não saber atirar com arco e flecha. Eu vou lhe ensinar.

Prontificou-seele.

Cassi parecia muito desconcertada. Bal fazia sinais com a cabeça para ela aceitar a oferta. Tiror devolveu o arco para Cassi e ficou parado atrás dela, pegou nos seus braços quase a envolvendo em um abraço. A garota ficou sem jeito, mas não protestou.

-Puxe a flecha. Agora é só mirar no alvo e disparar.

Quando ia disparar uma mão segurou o arco e o baixou bruscamente.

-O que você pensa que está fazendo Tiror?

-Odrin! Exclamou Tiror assustado.

-Estava ensinando-a a usar o arco e a flecha.

-Você sabe que não devemos conversar com esses celestinos. Eles não conseguem fazer nada direito. Saia daqui.

Tiror afastou-se alguns passos. Odrin pegou o arco e a flecha das mãos de Cassi.

-Dê-me isto garota.

-Escute aqui seu...

Bal tentava conter Cassi que queria avançar para cima de Odrin.

-Uma celestina querendo aprender a usar o arco, que piada. Odrin falava com arrogância, o que deixava Cassi mais brava ainda. - Pois bem vou lhe mostrar somente uma vez como que se faz.

Odrin armou o arco.

-Espere, assim está muito fácil. Vamos tornar a brincadeira mais interessante. Tiror vá até o final da pista e balance o boneco.

Tiror obedeceu à ordem de Odrin deu um empurrão no boneco. Este preso pela corda começou a descrever os movimentos de um pêndulo. Odrin se concentrou alguns segundos e disparou. Quando Tiror parou o boneco a flecha tinha fincado poucos centímetros do ponto central. Fez um sinal de positivo.

-Ótimo disparo. Gritou.

-Está vendo, quando quiser um professor. Odrin falou em tom de deboche. -Fale comigo só não sei se irei ensiná-la.

-Me dá isso. Cassi arrancou o arco das mãos de Odrin. -Mexa isso novamente. Ordenou para Tiror.

Foi até a parede, pegou duas flechas e ficou de costas para o boneco. Virou-se e atirou as duas flechas, uma seguida da outra sem mesmo pensar ou fixar no alvo.

Tiror parou o boneco e soltou um assobio de espanto. Uma das flechas tinha despedaçado a de Odrin e a outra acertara bem no ponto central. Bal estava de boca aberta e Odrin com o rosto vermelho de raiva. Cassi jogou o arco no peito de Odrin e pegou Bal pelo braço.

-Vamos sair daqui. Bal deu um sorriso para Odrin e foi arrastado para longe, mas não antes de dizer.

-Eu a treinei...

-Ela é fantástica com o arco. Elogiou Tiror se aproximando.

-Essa nunca foi minha arma preferida. Em sua voz transparecia todo ódio que estava sentindo.

Odrin os seguiu com vista, jogou o arco no chão. Foi até a parede arrancou uma machadinha de uma das mãos e atirou sem ao menos olhar o alvo. A machadinha partiu as duas flechas e cravou bem no centro do alvo.

-Eu odeio essa garota.

Virou-se e foi embora.

Cassi e Bal sentaram-se em uma mesa, passado alguns instantes Arão chegou trazendo três pratos com comida.

-Parecem estar deliciosos. Falou colocando os pratos sobre a mesa.

Bal ainda olhava espantado para Cassi. Ela por sua vez respirava pesado.

-Eu perdi alguma coisa? Perguntou Arão.

-Nada. Respondeu Bal, já com a boca cheia de comida. -Apenas fomos praticar um pouco com arco e flecha. Onde você aprendeu a atirar daquele jeito?

-Eu sempre achei as lutas com armas muito brutais. Mas o arco tem toda uma elegância. Eu praticava muito.

Nem terminou de falar quando um homem parou ao lado da mesa deles.

-Posso? Apontou para cadeira. Arão olhou sem jeito para Cassi e Bal antes de responder.

- Claro. Quem é você?

-Não importa quem sou. O que vocês precisam saber é que eu já fui alguém, hoje sou apenas um amigo que veio lhes dar um recado.

Abaixou um pouco a cabeça e o tom de voz para que mais ninguém ouvisse.

-Vão embora enquanto podem. Vocês correm perigo.

-Pelo que eu saiba todos estamos em grande perigo. Replicou Arão.

-Vocês ainda não entenderam a gravidade da situação. As trevas estão avançando dentro da Cidade Superior e estão presentes no Santuário.

-Avançando? Inquiriu Bal.

-Sim. Continuou o estranho. -Mas desta vez é diferente. Eles estão mais fortes. Prova disso é o que aconteceu a pouco com a jovem.

A imagem de Jenya voltou à mente deles.

-Como assim? Perguntou Cassi. -Você pode nos explicar o que aconteceu hoje?

-A visão de vocês ainda é muito restrita para entender. Mesmo por que eu não conseguiria contar tudo antes deles chegarem. Por isso vou ser breve.

-Quem vai chegar?

Bal olhava para os lados, verificando se alguém se aproximava. O homem fez um sinal de reprovação para Bal e continuou.

-Algo mais importante aconteceu. Os quatro Livros Sagrados sumiram.

-Os quatro Livros Sagrados?

Bal apenas transformara a afirmação do homem em uma pergunta, pois não tinha idéia do que eram os livros.

-Eu nunca ouvi falar desses livros. Disse Cassi.

-É claro que não, pouquíssimos são os que sabem de sua existência. Raros os que conhecem seus conteúdos. O livro de Ouro, o livro da Aliança. O livro de Prata, o livro do Caminho. O livro de Bronze, o livro da Persuasão e por fim o livro de Ferro, o livro da Potência.

-O que são ou contém esses livros que os tornam tão importantes?Perguntou Arão.

-São as chaves para vitória. Deixados pelo criador no início dos tempos para que o mal nunca viesse a triunfar. Foi um presente. Nunca foi necessário utilizá-los. Nem mesmo nas outras grandes guerras foi sequer cogitado seu uso. Pois seu poder apesar de desconhecido é extraordinário, talvez o maior que tenha existido. Mas agora que as trevas avançam com uma força que nós desconhecemos, eles sumiram... Os livros podem dar um poder ilimitado a quem os possuir, o poder sobre a vida e a morte, o poder do Criador... Ninguém sabe onde eles estão, existem algumas suposições, porém um dos lacres sagrados foi quebrado, seu efeito já pode ser sentindo.

- É? Qual deles? Perguntou Bal cheio de curiosidade.

-Ouçam, meu tempo se esgotou, eles já chegaram e acabei falando demais. Saiam da Cidade Superior enquanto podem. O profeta esta entre nós...

O homem bateu com o dedo indicador na mesa.

-Espere um pouco eu quero lhe perguntar uma coisa.

Cassi estava confusa com as colocações enigmáticas do homem.

Bal chamou atenção de Cassi e Arão.

-Ei! Olhem!

Seus olhares se voltaram para a porta, onde Molf, Tulgor e Sender acabavam de entrar. Junto com eles havia mais um ser que eles desconheciam. A coloração de sua pele era escura. Metade de sua face estava coberta por uma mascará de metal, onde no lugar do olho havia um cristal negro. O outro olho era verde claro. Tinha boca grande e nariz curvado para baixo. Seus cabelos longos castanhos estavam presos para trás por uma tiara. Seus braços eram grandes com braceletes cheios de pontas. Suas ombreiras e colete eram de metal. Possuía estatura mais alta que a normal que transmitia pavor a quem lhe dirigisse o olhar. Sua capa se arrastava por detrás de seu corpo que parecia ser forte como aço.

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-O senhor conhece...

Mas Arão não teve tempo de terminar a pergunta, o estranho da mesma maneira misteriosa que chegou, sumiu.

-Para onde ele foi? Questionou Cassi.

-Eu não sei, mas acho que devemos fazer como ele. Bal se aproximou mais dos dois. -Fugir rapidinho sem sermos notados.

-Por quê? Arão não entendia a pressa repentina de Bal.

-É queacho que eles.Bal apontou disfarçadamente, para os seres perto da entrada. -Acabaram de encontrar o que estavam procurando.

-O que é? Perguntou Cassi.

-Nós! A voz de Bal saiu tremula.

Os quatro seres vinham em suas direções.

-Vamos. Ordenou Arão. -Precisamos sair daqui.

Eles se levantaram e foram pelos fundos,uma pequenaporta serviu como rota de fuga.

-Para onde iremos? Perguntou Cassi.

-Para qualquer lugar, desde que seja bem longe deles. Respondeu Bal.

-Por ali! Arão apontou para uma enorme construção, que parecia estar abandonada.

-Este é o templo dos antigos cavaleiros de Osíris, mas já não é usado há algum tempo. Explicou Bal enquanto corriam.

-Como você sabe tudo isso? Perguntou Arão enquanto se aproximavam cada vez mais da entrada.-Não vá dizer que é no espelho de Alfeu.

-Pode apostar que é.

-Vocês dois podem parar de discutir essas bobagens e se concentrar na nossa fuga. Xingava Cassidesesperada. -Temos quepensar em um jeito de entrar. A entrada parece estar lacrada.

-Olhem. Apontou Arão. -Aquela janela parece estar aberta.

Cassi entrou primeiro, seguida de Bal e por fim Arão. No mesmo instante em que eles acabaram de entrar um dos seres gritou do lado de fora.

-Eles entraram no templo abandonado dos cavaleiros. O novo integrante do grupo riu alto. -Eles estão facilitando demais. Foram para um local ermo. Vai ser mais fácil do que pensei.

Os quatro também se dirigiram ao templo.

-Ai! Bal tropeçou em um candelabro que estava ao lado de uma coluna.

-Cale a boca Bal, senão eles vão nos achar. Ordenou Cassi.

Arão fez um gesto com as mãos para que ambos ficassem quietos. Passaram por um salão central escuro e empoeirado com várias colunas. No local havia duas fileiras de bancos de madeira. E muitos vitrais com desenhos de cavaleiros lutando.

-Minha nossa! Sussurrou Bal. -Que desperdício.

Havia uma pilha de espelhos de Alfeu atrás deles e um grande objeto coberto por um pano.

-Bal, o que você está fazendo? Sibilou Arão.-Eles vão nos descobrir.

-Não posso acreditar no que estou vendo. Bal parecia perplexo. -É o maior espelho que eu já vi.

Ele levou a mão à bolsa que carregava consigo onde os cristais pegos na taberna repousavam.

-Aposto que consigo ver o que há nesses cristais através deste espelho.

-Por que você não vê no espelho de seu quarto? Perguntou Cassi aflita querendo ir embora.

-Pensa que eu não tentei, mas ele não tem recursos suficientes. Com este seria possível.

-Nós não temos tempo, logo eles estarão aqui atrás de nós. Disse Arão.

A porta do outro lado do salão foi aberta, quatro vultos entraram.

-Temos que encontrar uma saída.

-Espere Arão. Quero só dar mais uma olhada no espelho.

-Você ficou maluco Balduíno! Cassi estava furiosa.

- Por aqui. Arão se dirigiu para uma porta próxima ao espelho, Bal e Cassi o seguiram. Atrás da porta uma escada descia em espiral. - Silêncio.

Arão desceu primeiro,seguida de Cassi e Bal.

-Cuidado ao fechar a porta.Pediu Cassi.

Uma corrente de ar passou e a porta escapou das mãos de Bal.

-Oh, oh!

Bal olhou para trás. Uma voz abafada veio do salão.

-Eles entraram por aquela porta.

-Que delicadeza, hein Bal? Foi como se eu não tivesse pedido nada.

-Não foi culpa minha, Cassi. A porta escapou da minha mão.

-Vocês dois querem parar de discutir. Temos assuntos mais urgentes para tratar. Como fugir, por exemplo.

Os três desceram rápido a escadaria. O som da porta sendo aberta indicava que os quatro perseguidores se aproximavam. Conforme fugiam ouviam um barulho de água caindo que se tornava mais intenso, juntamente com a corrente de ar que soprava. Entraram em uma grande câmara. Do teto escorria muita água, caía ao chão em um polígono de cinco lados. De cada ponta do polígono formava-se um córrego que saía para cinco túneis diferentes.

-Estamos em uma espécie de galeria.Observou Cassi.

-E agora? Para que lado?Questionou Bal.

-Por aqui! Arão puxou os dois.

-Você sabe onde isso vai dar?Perguntou Bal enquanto corriam.

-Não faço a mínima idéia.

-Pra que eu fui perguntar.

Entraram em um dos túneis, corriam sobre as águas do córrego, o lugar parecia um labirinto com várias reentrâncias.

-Olhem estou vendo uma luz logoà frente. Gritou Arão.

O túnel fazia uma curva. Arão fez a curva rapidamente, o córrego terminava em uma enorme queda d\' água. Ele tentou parar e se equilibrar para não cair. Cassi que vinha logo atrás, mas parou a tempo e ajudava Arão a se segurar devido à falta de equilíbrio. Bal foi o último olhava para trás enquanto corria, só sentiu o impacto de seu corpo com o de Cassi. Os três só não caíram por que Bal ainda conseguiu se segurar em um ferro que saía da parede. Estava com metade do corpo suspenso no ar e a outra metade ainda dentro do córrego. Arão segurava Cassi por uma mão e a outra se agarrava a uma perna de Bal. Os dois estavam totalmente suspensos.

-Eu não vou agüentar muito tempo Arão. Gritou Cassi. -Minha mão está escorregando.

-Segure firme Cassi! Vou te puxar.

Entretanto Arão não conseguiu segurar mais, a mão de Cassi se soltou. O garoto observou o pavor no rosto da garota ao cair.

-Cassi... Nãããooo. Berrou Arão. Ela se foi junto com as águas.

Um solavanco na mão de Arão, a roupa de Bal estava rasgando. As vestimentaspartiram-se eArão sem apoio encontrou o mesmo destino de Cassi. Bal sentia-se mais leve, mas a água que vinha do córrego estava fazendo suas mãos escorregarem do ferro. Ele pode ver os quatro perseguidores se aproximando. Seus corpos saíam da escuridão para a luz. Todos sorriram para Bal, a sacola com os cristais estava caída ao seu lado, fora do alcance das águas.

-Ora, ora, parece que vamos recuperar o que esse ladrãozinho nos roubou.

Bal não estava mais agüentando, fez um último esforço para tentar pegar a sacola. Vendo a intenção do garoto um dos seres se atirou ao chão na direção da sacola. Bal foi mais rápido, mas ao pegar a sacola suas mãos se soltaram do ferro e ele também foi engolido pela queda d\'água.

Caiu de uma altura imensa. Não sabia dizer se foi rápido ou demorada sua queda. Afundou-se em águas muito geladas. Conseguiu subir a superfície e nadou até uma parte que fosse rasa. Não podia acreditar estava salvo. Passou as mãos pelo corpo para certificar-se que não havia se machucado.

-Estou vivo! Gritou. Olhou para o lado, viu a sacola de cristais boiando na água. Pegou-a e a beijou. -Que maravilha vocês estão salvos.

Foi aí que se deu conta de que Arão e Cassi não estavam mais com ele. Olhou para os lados, viu que muitas pessoas o observavam. Ele estava em uma das piscinas centrais dos jardins da Cidade Superior. Tinha caído de dentro de uma jarra de uma estátua enorme em forma de mulher que alimentava a piscina com água. Raphael estava parado a sua frente, de um lado Arão, do outro Cassi. A multidão não se aproximava deles.

-Vocês me acompanhem. Ordenou Raphael. A multidão foi abrindo caminho para eles. -Parece que vocês têm o dom para se meter em confusão.

Não disse mais nenhuma palavra. Enquanto passavam pela multidão ouviam vários comentários.

-Não sei como permitiram que eles ficassem entre nós.

-Eles não têm jeito mesmo.

-Tomara que os mandem embora.