Rachel saiu do banheiro, já vestida.

–- Você está linda, Rachel!

–- O vestido caiu perfeitamente em você!

–- Ficou realmente bonita.

–- Parem de mentir, eu estou horrenda!

–- Ah, que indelicadeza a minha... Esse são Aurum e Argentum, meus cãezinhos de estimação. A propósito, eles são uma espécie de “detector de mentiras”, e se estivéssemos mentindo, eles nos devorariam.

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–- Que agradável... – Rachel sorriu amarelo.

–- Não se preocupe, eles são muito dóceis. Agora sente-se aqui.

Rachel sentou-se, e Reyna começou o trabalho. Ela fazia tudo muito rápido e eficientemente, como se arrumar pessoas fosse a coisa mais simples e ridícula do mundo. Em pouco tempo, sua juba já estava controlada, e seu rosto trazia uma quase imperceptível maquiagem, que dava um brilho perolado em seu rosto.

–- Uau! – Rachel disse, atônita, enquanto fitava o próprio reflexo. – Essa sou eu?

–- Sim, é. Eu não fiz nada, apenas revelei a beleza que você esconde. Beleza essa que Octavian conseguiu enxergar...

Rachel corou.

–- Opinião da especialista? – Reyna virou-se para Piper.

–- Simplesmente perfeita. A propósito, foi bom descobrir suas habilidades obscuras, Ice Queen. Bom trabalho!

Reyna sorriu, descontraída.

–- Obrigada.

Annabeth riu.

–- Hey, Rachel, tudo o que você precisa para esse encontro é uma pitada de sabedoria. Não diga coisas idiotas que podem estragar tudo. Vá, antes que o chocolate esfrie!

–- Tudo bem... – Rachel caminhou até a porta, e se virou. – Obrigada. Por tudo.

As três sorriram, enquanto Rachel fechava a porta. Piper se virou para Reyna e perguntou:

–- Você arrumou cabelo e maquiagem, e eu a roupa. Mas e Annabeth?

A pretora sorriu.

–- Ela bolou um plano para juntar os dois, que é à prova de falhas. E você já vai descobrir qual é.

______________________________________________________

Rachel andava timidamente de volta ao Café, e sentia a famosa sensação de “borboletas no estômago”. Nem se lembrava da última vez que isso aconteceu. Na verdade nem sabia o que estava sentindo. Um breve arrepio correu por seu corpo ao ver de longe os cabelos louros dele balançando por causa do vento.

Respirou fundo, e foi até ele.

–- Olá.

Ele levantou a cabeça e a fitou de cima a baixo.

–- Uau... – ele deixou escapar um suspirou. – Você está muito bonita!

–- Sério mesmo?

–- Sério.

Rachel sorriu, sem jeito.

–- Sabe, é bem estranho ouvir um elogio de você, principalmente porque até então nos odiamos, coisa e tal...

–- Acho que temos uma impressão errada um do outro. Tipo, nós praticamente acabamos de nos conhecer, e nos “odiamos”.

–- Isso é culpa da rixa entre gregos e romanos. Pessoas que nem se conhecem se odeiam... Por sorte isso acabou. Ainda que pessoas como você continuem com esse pensamento!

Octavian revirou os olhos.

–- Só de eu estar aqui, falando com você... Já foi um grande passo.

Rachel riu com gosto.

–- Realmente!

Eles se encararam, e Octavian se perdeu no sorriso dela.

–- Hã... Vamos tomar os chocolates?

–- Sim, claro... Bem, eu te mostrei o meu acampamento. Nada mais justo do que fazer o mesmo, não acha?

Octavian riu.

–- Tudo bem, tudo bem. Siga-me.

Os dois caminharam lado a lado, tomando seus chocolates. Octavian ia mostrando todos os detalhes daquele imenso lugar, completamente incrível. Tudo era grandioso e rico em detalhes. Rachel olhava para todos os lados, e um floco de neve caiu sobre seu rosto. Vestiu seu sobretudo e pegava os flocos que caíam do céu. Octavian a observava.

–- Hã, Rachel...

–- Uhm? – ela respondeu, ainda brincando com o floco em sua mão.

–- Tem um lugar que eu queria te mostrar...

–- Então me mostre!

Ele a conduziu pela mão até um espaço coberto, mas que tinha uma vista perfeita de tudo ao redor. Rachel não segurou um arquejo de surpresa.

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–- Meus deuses... isso é...

–- Perfeito, não? – Octavian completou, olhando pensativo para o horizonte.

–- Com certeza!

–- Pronto. Sua visita ao Acampamento Júpiter está completa. Tomou do melhor chocolate quente de todos, e viu a melhor vista de todas.

Rachel riu, e o encarou.

–- Por que você não é assim o tempo todo?

–- Perdão?

–- Perguntei por que você é tão diferente comigo... Se todos pudessem ver o Octavian que eu vejo agora... – Rachel o fitou, olhando profundamente dentro de seus olhos azul-acinzentados.

Ele ficou em silêncio, encarando os lindos olhos verdes de Rachel, que brilhavam intensamente.

–- Eu... Eu não sei o que houve comigo. Mas eu não sou mais o mesmo, definitivamente.

–- Isso é bom.

–- Nah... Talvez não seja.

–- Não, sério, isso é muito bom. Octavian, você é a pessoa mais insuportável que já conheci em toda a minha vida. Mas ultimamente você tem mudado aos poucos, e eu estou descobrindo quem você é de verdade. E eu... Digamos que eu tenha gostado...

–- Você só pode estar brincando.

–- Não. Eu estava pensando a melhor maneira de dizer isso sem parecer eu estou flertando com você! – Rachel riu.

–- Você também é pessoa mais teimosa, irritante e esquentada que já conheci. E foi essa garota que despertou um “novo eu”. Você mudou o que eu sentia sem saber.

Rachel sorriu.

–- Ok, posso dizer uma coisa louca?

–- Diga. Uma coisa louca vindo de você é normal.

Ela revirou os olhos.

–- Eu... me sinto melhor quando estou com você.

–- Já que estamos no clima Frozen mesmo... Posso dizer uma coisa ainda mais louca?

Rachel riu.

–- Diga.

–- Eu também. – Octavian riu.

Ele pegou nas mãos de Rachel.

–- Apesar de tudo, obrigado. Você me fez uma pessoa melhor.

–- Igualmente. – ela sorriu, acanhada. – Mas eu ainda te odeio.

–- Graecus... – ele riu, revirando os olhos.

Eles se encararam em silêncio por um tempo.

–- Quer um pouco de diversão?

–- Só se for agora!

Ela pegou na mão dele, que saiu correndo, a guiando.

Atrás deles, Annabeth sorria. Ela desceu para se encontrar com Percy e ver que rumo o seu plano iria tomar.

______________________________________________________

–- Para onde estamos indo?

–- Estávamos na Colina dos Templos. Deuses, você precisa ver o Coliseu! E o Circus Maximus! Oh, você realmente precisa ver o Circus Maximus! E as Casas de Banho! E podemos ir até às Colinas. Qual você prefere? As de Berkeley ou Oakland?

Rachel riu.

–- Quero ver tudo! O que é mais perto?

–- Se passarmos pelo lago e entrarmos na Linha Pomeriana, estamos em Nova Roma, pertinho do Circus. Pode ser?

–- E ainda pergunta, seu grande idiota? Me leve onde quiser!

Octavian sorriu para ela, revirando os olhos.

–- Você manda, Dare.

Os dois atravessaram o lago, e entraram em Nova Roma. De longe, a grande construção já podia ser vista. Eles se aproximaram e o queixo de Rachel caiu. Se já parecia gigante de longe, de perto era dez vezes maior, e era impossível não abrir a boca e olhar para cima.

–- Caramba, é gigante!

–- Você ainda não viu nada...

Ele a guiou para dentro, e Rachel ficou estupefata. Tudo era muito, muito grande naquele acampamento.

–- Deuses, é lindo!

–- Eu sei... Esse aqui é uma réplica perfeita do original Circus Maximus. Ele, inicialmente servia para jogos de entretenimento dos reis etruscos de Roma, e mais tarde seria palco para jogos, festivais e corridas de bigas. Por volta de 50 a.C, Julius Caesar expandiu o Circus, que passou a poder acomodar mais de 250.000 espectadores.

Rachel o encarava, fascinada.

–- Como você sabe tudo isso?

–- Simplesmente sei... Eu sou um cara que se interessa por sua história.

–- Se interessa pelo futuro? – Rachel perguntou, com um sorriso travesso.

–- Se não me interessasse, não faria profecias.

–- Realmente. Me interesso pelo futuro tanto quanto você. Gosto muito de história e arte. E sou completamente fascinada pela junção das duas: História da Arte.

–- Ligo mais para a arte da guerra.

–- Então prefere uma lança a um pincel?

–- Que tal a junção dos dois? – Octavian disse, e Rachel sorriu.

–- Você está pegando o jeito.

Eles se encararam por alguns segundos.

–- Hey. – ele deu um soquinho no braço de Rachel. – Venha, ainda temos muito para ver.