Golden Girl

Fique longe da minha irmãzinha


Fui a primeira a acordar no meu dormitório. Abri a cortina, levantei e fui direto para o banheiro. Tomei um banho quente e voltei para o quarto de toalha. Fechei a cortina e coloquei o uniforme da grifinória. Peguei minha mochila e sai do quarto.

Desci as escadas e sentei em uma poltrona de frente para a lareira. Alguns alunos estavam no salão comunal, mas eram poucos. Abri minha mochila e peguei um pedaço de pergaminho, um livro, uma pena e o tinteiro. Destampei o tinteiro e molhei a pena. Coloquei o pergaminho em cima do livro para minha letra ficar mais legível e comecei a escrever.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Querida mamãe,

Como vai? Ok, eu sei que não escrevi desde que cheguei em Hogwarts e provavelmente você está irritada comigo. A verdade é que não tenho um motivo plausível para não ter escrito. Eu esqueci de escrever e por favor, me desculpe.

Como vão as coisas por ai? Bom, você já deve saber que Dolores Umbridge é a Alta Inquisidora de Hogwarts. Fora isso é só o de sempre que tem acontecido.

Estou com saudade.

Ps: Acho que você gostaria de saber que fui para a Ala Hospitalar graças a Pansy Parkinson. Não se desespere, eu estou bem.

Tampei o tinteiro e guardei tudo na mochila. Levantei da poltrona e fui olhar o quadro de avisos. Tinha um aviso impresso em grandes letras pretas e tinha um selo aparentemente oficial em baixo, ao lado de uma assinatura rebuscada e clara.

Por ordem da Alta Inquisidora de Hogwarts

Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.

Uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube é aqui definido como uma reunião regular de três ou mais estudantes.

A permissão para reorganizá-los deverá ser solicitada à Alta Inquisidora (Profª Umbridge).

Nenhuma organização, sociedade, nenhum time, grupo ou clube estudantil poderá existir sem o conhecimento e a aprovação da Alta Inquisidora.

O estudante que tiver organizado ou pertencer a uma organização, sociedade, um time, um grupo ou clube não aprovado pela Alta Inquisidora será expulso.

O acima disposto está em conformidade com o Decreto de Educação Número Vinte e Quatro.

Assinado: Dolores Joana Umbridge,

Alta Inquisidora.

─ Que droga! Quem essa vadia pensa que é? ─ digo e leio o aviso de novo.

Sai do salão comunal visivelmente irritada e fui para o corujal.

Se essa sapa velha acha que pode nos parar, ela está enganada. Entrei no corujal e coloquei a mão na frente dos meus olhos para protegê-los do sol.

Peguei o pergaminho e fiquei procurando minha coruja com os olhos.

─ Ah, você está ai. Tenho uma carta para você – digo.

Minha coruja, Mila, abre as asas e voa para o meu ombro.

─ Leve essa carta para minha mãe. Faça um voo seguro – digo.

Ela pisca os olhos e levanta voo. Dou de ombros e vou em direção a saída do corujal, mas esbarro em alguém. Olho para a pessoa e encontro um par de olhos cinza. Draco Malfoy.

─ Olha por onde anda, Black – Draco diz.

─ Desculpa Malfoy ─ digo.

Ele me encara e franze as sobrancelhas.

─ Não vai me xingar?

─ Você foi legal comigo naquele dia no banheiro e...

─ E agora você não foi grossa comigo. Estamos quites.

─ É. Parece que sim.

Vou direto para o Salão Principal. Meu estômago já roncava graças a fome que eu sinto. Assim que entrei no Salão Principal percebi que não foi só no Salão Comunal da Grifinória que estava o tal aviso. Todos falavam disso.

Harry, Rony, Mione, Neville, Dino, Fred, Jorge e Gina estavam conversando. Eu ainda estava confusa sobre o que senti no Cabeça de Javali e até descobrir o que foi aquilo vou evita-los. Eles me encararam e eu me senti mal por estar tentado evita-los. Gina abriu a boca para falar algo, mas logo me chamaram e desviei o olhar da mesa da Grifinória.

– Alison! – Kim grita – Vem aqui!

Fui direto para a mesa da Sonserina e sentei entre Kimberly e um garoto do sétimo ano chamado Connor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Me vinguei da Pansy por você – Kim sussurra no meu ouvido

─ O que?

─ Desculpa. Não resisti.

Lancei para minha melhor amiga um olhar severo e ela encolheu os ombros.

Minutos depois Pansy Parkinson entrou no Salão Principal e seus cabelos estavam verdes. Boa parte dos alunos riu da cara dela e ela ficou vermelha. Eu mesma ri muito. Minha barriga chegou a doer.

─ Eu sei que foi você, Hayes ─ Pansy diz baixinho.

Só nos três escutamos (Eu, ela e Kimberly) já que algumas pessoas estavam mais ocupadas rindo dela.

─ Fui eu mesmo. Fiz isso pela minha amiga e faria de novo. Nunca toque nos meus amigos ─ Kim diz.

─ Tudo por culpa sua, Black. Você vai ver o que vou fazer contigo ─ Pansy diz e senta o mais longe possível da gente.

─ Não era para a culpa ser sua, eu... Ah que droga! Faço tudo errado. Não queria que ela te culpasse.

─ Tudo bem, Kim. Pansy não vai fazer nada.

Minha primeira aula foi de História da Magia e de novo eu dormi. Quando se tem uma pena enfeitiçada que escreve tudo o que o professor fala, você não precisa prestar muita atenção. Depois de História da Magia, eu tive que ir para as masmorras. Aula de Poções. Eu ainda estou evitando Mione, Rony e Harry.

Umbridge estava na aula de Poções e conseguiu deixar o Snape bem irritado, o que me fez rir baixo. A aula de Poções foi como qualquer outra, porém nessa aula teve a presença da Umbridge. Na aula de Adivinhação sentei com Neville. Trelawney estava muito tensa.

─ Muito bem, podem começar! Vocês sabem o que fazer! Ou será que sou uma professora tão subcapacitada que vocês nunca aprenderam a abrir um livro?

─ Ela enlouqueceu de vez – digo baixinho e Neville sorri.

A próxima aula foi de DCAT e estou começando a odiar essas aulas.

─ Boa tarde, turma! – Umbridge diz

─ Boa tarde, Profª Umbridge ─ a turma repete, mas eu continuo em silêncio.

─ Guardem as varinhas, por favor.

Relutante eu guardo a minha. Eu não gosto de ficar sem a varinha na aula dela.

─ Por favor, abram na página trinta e quatro de Teoria da defesa em agia, e leiam o terceiro capítulo, intitulado “O Caso das Respostas Não-Ofensivas ao Ataque Mágico”. Não haverá...

─ necessidade de conversar ─ eu, Mione, Harry e Rony falamos em uníssono.

Depois do almoço vou em direção ao Salão Comunal da Grifinória e dou de cara com Pansy Parkinson e alguns Sonserinos no meio do caminho.

─ Como sua irmã está? ─ Pansy pergunta

─ Do que está falando? ─ respondo e as amigas dela dão risada

─ Sua irmã é o contrário de você. Fraca, indefesa e bobinha. ─ Pansy diz.

─ O que você fez com minha irmã?

─ Dei o troco. Você estava quase sendo derrotada por Dafne, mas ela atrapalhou tudo.

─ Ela só me defendeu e eu mesma falei para ela que não precisava.

─ É tarde demais. Ela já está na Ala Hospitalar.

Olhei bem nos olhos dela e percebi que era verdade.

Dou um passo para chegar mais perto de Pansy e dou um tapa no rosto dela. Foi tão forte que ficou a marca dos meus dedos em seu rosto. Ela colocou a mão na bochecha e me olhou chocada, todos me olhavam assim.

─ Se você chegar perto da minha irmã mais uma vez, eu juro que um tapa vai ser pouco perto do que vou fazer com você.

Girei os calcanhares e dei o primeiro passo para sair dali, mas escuto algo que me faz parar.

─ Sua vadia! Como ousa bater no meu rosto? ─ Pansy diz

Virei de frente para ela. Ela estava me irritando demais.

─ Do que me chamou? ─ pergunto

─ V-A-D-I-A. Além de vadia é surda? Sua irmã deve ter aprendido com você ─ Pansy diz

Cerrei meu punho direito e desferi um soco no rosto dela.

Depois um tapa e quando ela tentou revidar, eu dei outro tapa no rosto dela. Senti meu corpo sendo erguido do chão e percebi que me tiravam de lá. Me debatia e a pessoa gemia de dor toda vez que eu acertava um soco e um chute.

─ Da para sossegar? ─ a pessoa diz e automaticamente reconheço a voz

─ Me coloca no chão Draco ─ digo

Ele suspirou e me colocou no chão. O encarei por uns segundos e sorri fraco. Segundos depois saio andando em passos rápidos e vou direto para a Ala Hospitalar. Minha irmã estava sentada na maca.

─ Alison! ─ ela diz

─ Oi – digo e a abraço

─ Ela só me estuporou. Nada demais.

─ Quem te trouxe para cá?

─ Nós – os gêmeos dizem entrando na Ala Hospitalar ─ Estávamos só esperando você chegar.

─ Obrigada meninos! ─ digo e abraço-os ao mesmo tempo

─ Não há de que ─ Jorge diz

Sento ao lado da minha irmã.

─ Eu sinto muito. Isso tudo está acontecendo por culpa minha. Você merece uma irmã decente ─ digo.

─ Eu tenho a melhor irmã que eu poderia ter ─ ela diz e sorrio.

─ O que fez com a Parkinson? ─ Fred pergunta

─ Nada que importe agora.

Minutos depois Fred e Jorge se despediram de nós duas e saíram.

─ Srta. Black, você já pode ir ─ Madame Pomfrey diz.

─ Ok. Muito obrigada por tudo ─ Amber diz sorrindo simpática

─ De nada, querida. Só fiz meu trabalho ─ Madame Pomfrey diz e sai para falar com um aluno machucado.

─ Vamos? ─ digo e ela assente.

Nós saímos da Ala Hospitalar. Amber foi para o seu Salão Comunal. Eu fiquei andando por ai sem rumo. Eu já havia perdido as aulas que eu tinha depois do almoço mesmo.

Depois fui pra o meu salão comunal. Lá estava com muito barulho, pois Fred e Jorge mostravam para todos um aperfeiçoado Kit Mata-Aula. Fiz uma nota mental de comprar um depois.

Eu sentei num canto afastado e comecei a fazer o trabalho de Poções. Haviam poucas pessoas no Salão Comunal quando terminei.

─ Alison! – Rony me chama e o encaro ─ Vem aqui.

Vou andando em passos lentos e cruzo os braços.

─ Oi?

─ Snuffles mandou uma carta ─ Harry diz baixinho

─ O que tinha escrito? ─ digo

Meu pai escreve para o Harry e não manda nem um sapo de chocolate para mim? Ah Sirius Black vai se ver comigo.

─ “Mesma hora, mesmo lugar” ─ Harry diz no mesmo tom de antes

─ Vamos esperar ─ digo

─ Por que está nos evitando? ─ Mione pergunta e meu coração acelera

Eu não sei o que responder e odeio mentir. Sempre que minto minha voz fala e fico com remorso até contar para a pessoa a verdade.

─ N-não estava evitando vocês – minto

Que droga! Gaguejei.

─ Estava sim. O que aconteceu? ─ Mione pergunta

─ Nada. Isso foi impressão sua ─ minto

Dessa vez minha voz não falhou, mas Mione não pareceu acreditar.

─ Ok, eu estava sim ─ digo.

─ Por que? ─ Harry pergunta

─ É complicado. Tão complicado que eu não sei o porquê de ter evitado vocês ─ digo

Eles me olhavam sem entender.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Isso nos confundiu mais ainda ─ Rony diz

─ Um dia explico para vocês ─ digo e eles assentem

─ Soubemos do que aconteceu com a Amber─ Rony diz

─ Ela está bem ─ digo e ele assente

Fred, Jorge e Lino ficaram acordados mais tempo que os outros alunos para contar o dinheiro. Quando eles saíram já havia se passado da meia-noite. Eu estou tão cansada e estou quase dormindo.

Rony que tirava um cochilo na poltrona, acordou e olhou para a lareira. Eu olhei também e vi o rosto do meu pai.

─ Sirius! ─ Rony diz

─ Pai ─ digo

─ Oi ─ Sirius diz

─ Oi ─ Harry, Mione e Rony falam em uníssono.

Bichento estava tentando aproximar o focinho do fogo o que me fez sorrir.

─ Olá! ─ digo

─ Soube que você brigou com uma menina ─ Sirius diz

─ Sim e ela ainda estuporou a Amber.

─ E o que você fez?

─ Dei um tapa no rosto dela.

─ Essa é minha filha. Não contem para a Katherine que eu disse isso.

Hermione e Harry assentem e eu e Rony rimos.

─ Como vão as coisas? ─ meu pai pergunta

─ Não muito boas ─ Harry diz

─ Na verdade estão péssimas ─ digo

─ Nenhum grupo secreto de Defesa Contra as Artes das Trevas? ─ Sirius diz

─ Como é que você soube? ─ Harry pergunta

─ Já sei. Ele tem uma bola de cristal ─ digo

─ Alison, não viaja. Vocês precisam escolher com mais cuidado o local onde se reúnem. Logo no Cabeça de Javali, eu lhe pergunto? ─Sirius diz

─ Bom, era melhor do que o Três Vassouras. Está sempre lotado. ─ Mione diz

─ O que significa que seria mais difícil ouvir vocês. Você tem muito que aprender, Mione ─ Sirius diz.

─ Foi isso que eu disse ─ digo

─ Quem nos ouviu? ─ Harry pergunta

─ Mundungo, é claro. Era bruxa de véu. ─ Sirius diz rindo e dou risada

─ Não acredito! - digo

Quem diria? Só o Mundungo mesmo. Continuei rindo por mais um tempo, mas meus amigos continuaram chocados.

─ Aquele era Mundungo? Que é que ele estava fazendo no Cabeça de Javali? ─ Harry diz

─ Que é que você acha que ele estava fazendo? Vigiando você, é claro ─ Sirius diz.

─ Não era necessário e você sabe o porquê ─ digo

─ Do que estão falando? ─ Rony pergunta

─ Alison... ─ Sirius diz.

─ Nada demais ─ digo.

Hermione me encara como se dissesse “Conversaremos depois”. Suspiro.

─ Eu continuo sendo seguido? ─ Harry diz

─ Continua, sim, e ainda bem, não é, se a primeira coisa que você faz no fim de semana de folga é organizar um grupo ilegal de Defesa! ─ Sirius diz

Mas meu pai não parecia zangado, ele parecia estar orgulhoso.

─ Por que Dunga estava se escondendo da gente? Teríamos gostado de revê-lo. ─ Rony diz

─ Ele foi expulso do Cabeça de Javali há vinte anos, e o barman tem boa memória. Perdemos a Capa da Invisibilidade de Moody quando Estúrgio foi preso, então ultimamente o Dunga tem se vestido muitas vezes de bruxa. Em todo caso... Primeiro, Rony, jurei lhe passar um recado de sua mãe.

Sirius fala para Rony o que a Senhora Weasley disse e blá blá blá.

─ Alison, quer saber o que sua mãe disse sobre isso? ─ Sirius pergunta

─ Fala. Já sei que vem bomba ─ digo

─ Ela disse que se for para você ir bem nos N.O.Ms não tem problema. Ela também disse que está muito orgulhosa em saber que você vai ajudar o Harry ─ ele diz

─ Tá zoando? ─ pergunto

─ Não

Eu estou chocada.

─ Mas já eu acho que... ─ Sirius começa a dizer, mas logo o interrompo.

─ Você quer que eu diga que não vou ajudar Harry no grupo de Defesa? ─ pergunto

─ Eu? Claro que não! Acho uma ideia excelente ─ Sirius diz

─ Acha mesmo? ─ Harry pergunta

─ Claro que sim! Você e a Alison juntos como professores me enchem de orgulho. Harry, você acha que seu pai e eu teríamos baixado a cabeça e aceitado ordens de uma megera velha como a Umbridge? ─ Sirius diz

─ Megera velha, mal amada e com cara de sapo ─ digo e Sirius riu.

Eles continuaram conversando e eu fiquei sorrindo toda boba. Estou deixando meus pais orgulhosos.

Do nada Sirius parou de falar. Seu rosto tornou-se de repente tenso. Virou-se para a parede sólida da lareira.

─ Sirius? ─ Harry diz

─ Pai?

Mas ele desapareceu. Harry estava boquiaberto e eu estou aflita.

Uma mão apareceu entra as chamas, tateando como se quisesse agarrar algo: uma mão coberta de anéis feios. A mão da Umbridge. Senti um frio na barriga. Levantei e fui para o dormitório correndo. Espero que ela não saiba que foi o Sirius.

Coloquei meu pijama e me joguei na cama exausta. Ainda pensando no que aconteceu, eu dormi.