Afastei meus pensamentos negativos, me olhei mais uma vez no espelho, arrumei meu cabelo e saí.
Quando estava descendo as escadas, percebi que Finn e Puck estavam conversando sobre garotas. Fiquei escondida ouvindo a conversa.
– Cara, então eu posso pegar ela que você não vai ficar brabo? – Perguntou Finn.
– Pode fazer o que quiser com ela, estou nem aí. – Puck falou dando de ombros.
– Bom saber, porque hoje no recreio ela veio se esfregando pra cima de mim. – Os dois soltaram uma risadinha.
– Ela quis bater uma pra você, não é? – Perguntou Puck.
Finn assentiu.
– Ela já fez isso várias vezes pra mim. – Os dois soltaram uma risadinha safada. – É a única coisa que presta na Santana.
– E isso é ótimo. – Finn comentou.
– Mas não deixe a Quinn descobrir, porque senão, fodeu. – Puck alertou-o.
– Falando em Quinn, você está afim da Rachel, é? – Finn perguntou sério.
– Claro que não. – Puck respondeu rápido. – Ela é só uma grande amiga pra mim. – Ele sorriu.
– Amiga gostosa, hein? – Finn mordeu o lábio inferior.
– Muito, mas ela não faz meu estilo, prefiro aquela amiguinha dela. – Puck comentou.
– Qual? – Questionou Finn.
– A Brittany. – Puck sorriu apaixonado.
– Que nojo. – Finn abriu a boca fazendo de conta que ia vomitar.
– Vai se foder Finn. – Puck chutou-o de leve, os dois riram.
– Boa sorte, seu louco. – Finn disse rindo ainda.
Resolvi descer as escadas porque já tinha ouvido coisa demais. Finn vai ficar com Santana enquanto namora com Quinn? E Puck está apaixonado por Britt? Meu Deus que loucura.
Desci o resto dos degraus e sorri.
– Voltou rápido Rach. – Comentou Puck.
– Sim. – Sorri falsa. Minha vontade era de contar pra eles que tinha ouvido tudo, mas me segurei. – Acho melhor ir pra casa, já é de noite e me sinto uma intrusa no meio de vocês dois.
– Ah que isso Rachel, pode ficar mais tempo se quiser. – Falou Finn.
– Eu vou indo, meu pai já me ligou dizendo para eu voltar. – Menti.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Então eu te levo pra casa, tenho que ir embora também. – Finn levantou-se e me convidou.
– Está bem. – Assenti. – Então até amanhã Puck. – Dei um beijo no rosto dele e fui até a porta.
Finn veio logo atrás de mim. Ele abriu a porta do carro, para que eu entrasse.
– Obrigada. – Falei após sentar. Nunca pensei que ele fosse cavalheiro.
Ele sorriu.
Durante o caminho até minha casa, conversamos sobre coisas nada importantes e ele me parecia um pouco nervoso.
Finn abriu a porta do carro para eu sair quando chegamos à minha casa.
– Te vejo amanhã? – Perguntei sorrindo agradecida.
– Está me dispensando, é Berry? – Finn riu.
– Ah, desculpe, eu pensei que... – Ele não me deixou terminar e eu já estava “roxa” da vergonha.
– Não precisa se desculpar, eu só estava brincando. – Ele sorriu e passou o braço por cima do meu ombro.
Sorri nervosa. Porque Finn está tão íntimo comigo? Sinceramente, estou muito confusa.
– E olha, eu faço questão de te levar até a porta da sua casa e falar com seu pai. – Ele me olhou sério.

– Finn, falar com meu pai? Não mesmo! – Olhei para ele. – Meu pai vai pensar que você é meu namorado e se a Quinn descobrir que você me trouxe até aqui, vai me matar.
– Foda-se. – Ele sorriu. – Eu vou te levar até sua porta, só não falo com seu pai, porque você me pediu.
Fomos andando até a porta de minha casa. Finn me olhou nos olhos e deu um sorriso de orelha a orelha antes de tocar a campainha.
Meu pai a abriu no mesmo instante.
– Pois não? – Ele perguntou para Finn e logo me viu.
– Oi. – Sorri.
– Boa noite Rachel. – Ele abriu os braços me abraçou forte.
– Desculpe a demora para trazê-la senhor Berry. – Falou Finn todo formal.
– Senhora Berry, por favor. – Falou meu pai, que na verdade é mãe, porque ele é gay.
Finn me olhou confuso.
Acabei rindo em pensamento de toda a situação.
– Estou percebendo que vocês querem um momento sozinhos para se despedir. – Minha mãe (ou pai gay, como preferir) falou.
Assenti nervosa. A senhora Berry fechou a porta e nos deixou a sós.

– Meus pais são gays. – Falei controlando o riso.
– Nossa, sua “mãe” deve querer me matar uma hora dessas. – Ele riu envergonhado.
– Ela nem vai dar bola, já se acostumou com esse tipo de coisa. – Dei de ombros. – E mais uma vez, obrigada pela carona. – Sorri.
– Foi nada Rach. – Ele sorriu de lado.
– Agora posso dizer “até amanhã”? – Perguntei rindo.
– Agora sim. – Ele riu também.
– Então, até amanhã Finn.
Ele chegou perto de mim e me deu um beijo no rosto.
– Até Rach. – E sorriu.

Fui me deitar depois de jantar e conversar com meus pais. Eu tive que explicar para eles um milhão de vezes que Finn não era meu namorado, nem nada do tipo, era só um amigo e namorado da minha melhor amiga.
Acabei nem conseguindo dormir. Estava agitada. Meu Deus, Finn provavelmente vai transar com Santana e trair Quinn.

Eu preciso fazer alguma coisa, porque Quinn é minha melhor amiga, e mesmo que Finn seja um canalha, eu não quero que ela sofra. Acho que vou falar com ela amanhã, contar tudo o que está acontecendo. Ela vai acreditar em mim, tenho certeza. Não posso esconder uma coisa dessas de Quinn, isso seria traição também.
Respirei fundo.
Eu preciso me acalmar, já sei o que vou fazer. Sentei-me na cama e comecei a cantarolar uma música que meus me ensinaram quando eu tinha oito anos de idade.

“Every now and then, - De vez em quando,
I get a little bit nervous that the best of all the years have gone by - Eu fico nervosa quando penso no melhor dos anos que se passaram
Every now and then, - De vez em quando,
I get a little bit terrified and then I see the look in your eyes - Eu me sinto um pouco aterrorizada e então vejo o seu olhar”


Deitei-me e fechei os olhos. Fiquei cantarolando esta parte da música, até que adormeci.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Acordei com meu despertador tocando.
Tomei um banho e fui comer alguma coisa. E mais uma vez, eu estava sozinha em casa, meus pais tinham ido trabalhar e nem preparam meu café da manhã, que ótimo. Peguei uma maçã e troquei de roupa. Enquanto colocava um casaco, alguém tocou a campainha.
Provavelmente é Quinn ou Britt com alguma fofoca nova. Porque só isso mesmo que faz elas acordarem cedo e virem até aqui.
Abri a porta. Adivinhe quem era?
Sim, ela mesma, Santana.
– Oi vadia. – Ela me olhou com raiva. Puta merda, o que essa idiota está fazendo aqui? – Soube que o Finn te trouxe pra casa ontem. – Ela sorriu tentando ser simpática. – Traindo sua melhor amiga Rachel? Puts, que coisa feia. – Ela balançou a cabeça em sinal de negação. – Deveria se envergonhar sabe? – Ela me olhou de cima até em baixo.
– Cala essa sua maldita boca. – Falei quase voando na cabeça dela.
– A garota mais certinha do colégio, está mostrando sua verdadeira face. A face de uma piranha. – Quando ela falou piranha, deu ênfase à palavra.
– Engula suas palavras mentirosas Santana e suma da minha casa. – Ela ficou parada me olhando. – Agora! – Berrei e ela deu um pulo de susto.

– Eu vou, mas acabo com a sua raça ainda, sua vadia. – Antes de virar as costas e sair, ela cuspiu na minha cara.
Fiquei boquiaberta, não conseguia falar nada enquanto ela rebolava aquela bunda mole e cheia de celulite dela.
Fechei a porta com força e fui até o banheiro passar álcool gel em meu rosto.
Depois de esfregar bastante, peguei meu celular e as chaves do meu carro e fui para o colégio.
Quando estava saindo do carro, no estacionamento do colégio, recebi uma mensagem.

De Puck para Rachel.
“Hey Rach, preciso de um conselho seu. Já chegou ao colégio? Beijos Puck.”

Fiquei olhando pro celular, pensativa. Eu estava pensando no que Puck precisava de mim. Será que era com o time de futebol, Finn ou família? Dei de ombros e resolvi responder a mensagem.

De Rachel para Puck.
“Bom dia Puckerman, já cheguei sim. Encontro-te perto do meu armário, ok? Beijos Rach.”

Fui andando calmamente até meu armário, logo vi Puck lá. Parecia nervoso.
Apressei meus passos e cheguei até ele rapidamente.
– Puck? – O chamei.
– Rach! – Ele sorriu e me deu um abraço apertado. – Pensei que você chegasse cedo, estou aqui te esperando no colégio faz um tempo.
– É eu sempre chego cedo, mas hoje tive uma visita inesperada. – Revirei os olhos lembrando do meu momento com Santana. – Mas o que aconteceu? – Me soltei de seus braços e o olhei nos olhos.
– Eu... – Ele respirou fundo e abaixou a cabeça. – Eu estou apaixonado.
– Por quem? – Questionei fingindo não saber.
– Você não vai acreditar. – Ele me olhou sério.
– Eu sempre vou acreditar em você. – Continuei sorrindo.
Ele respirou fundo e olhou para os lados. Depois de alguns minutos, ele me olhou e resolveu falar:
– Estou apaixonado pela Britt. – E voltou a abaixar a cabeça.
– Hey! – Ergui sua cabeça levantando seu queixo. – Não precisa ficar assim por causa disso.

– Ela me odeia Rach. – Ele me olhou com os olhos cheio de lágrimas.
– Quem disse isso? – Perguntei.
– Ela não me odeia? – Ele me respondeu com uma pergunta.
– Não. – Respondi rápida. – Convida ela pra sair Puck!
– Está ficando louca Rachel? – Ele arqueou uma sobrancelha.
– Estou tentando te ajudar Puckerman.
– Vou fazer isso, depois da aula. – Ele sorriu nervoso.
– Não, você deve convidá-la no recreio, porque daí eu posso mexer meus pauzinhos. – Sorri contente.
Ele assentiu.
O sinal tocou interrompendo a nossa conversa.
– Vou indo, se cuida Puck. – O beijei no rosto e fui em direção à minha classe.

As aulas foram normais como sempre, eu era a única que respondia as questões dos professores e fazia as tarefas dadas por eles.
Quando estava indo para o refeitório na hora do recreio, vi Finn indo em direção ao banheiro feminino. Com certeza ele foi atrás de Santana.
Então é agora que eu devo contar para Quinn o que está realmente acontecendo.

Entrei no refeitório decidida. Fui até a mesa onde estava Quinn e Britt.
– Oi fofas. – Sorri e nem me sentei. – Quinn, posso falar com você?
– Poxa, vão me deixar sozinha aqui é? – Britt disse fazendo biquinho.
Logo vi Puck se aproximando da nossa mesa.
– Acho que você vai ficar bem acompanhada amiga. – Pisquei para ela e puxei Quinn pelo braço.
Antes de começarmos a ir ao nosso lugar de sempre, que é um banco no pátio da escola debaixo de uma árvore, Quinn parou de andar e sorriu toda contente.
– O que foi Quinn? – Olhei assustada.
– Essa semana será a minha prova pra entrar para as Enchant’s! – Ela deu pulinhos de felicidade.
– Ah, que bom amiga. – Abracei-a e tentei parecer feliz, mas na verdade, eu queria era que ela nunca entrasse para aquele grupinho ridículo.
– Sabe, estou muito ansiosa. – Ela disse sorrindo, enquanto andávamos até o local desejado.
– Espero que dê tudo certo. – Menti.
Ficamos em silêncio.

– O que aconteceu Rach? – Perguntou Quinn quando nos sentamos em um dos bancos no pátio do colégio.
– Quinn, eu tenho uma coisa muito séria pra te contar. – Falei tentando achar as melhores palavras para que ela não entrasse em pânico.
– Rach, fala logo, você está me assustando. – Ela me olhou com medo.
Olhei para ela. Eu estava nervosa, nunca tinha passado por uma situação dessas com Quinn e estava morrendo de medo de sua reação.
– Quinn eu descobri que... – Respirei fundo e abaixei a cabeça.
– Que...? – Quinn perguntou impaciente. – Fala logo Rach!
– Finn está te traindo com a Santana. – Falei baixinho e vi as lágrimas rolando rapidamente pela face de Quinn.
– Não! Isso não pode ser verdade! – Ela se levantou. – Você está brincando não é? Isso é só uma brincadeira de mau gosto, não é mesmo? – Ela segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.
Neguei fazendo um sinal com a cabeça, às lágrimas também escorriam por meu rosto. Ela chorou ainda mais. E depois de alguns minutos, saiu correndo.
– Quinn! – Berrei. – Me espera! Aonde você vai? – Berrei mais alto.
Nenhuma resposta. Ela entrou no colégio. Corri atrás dela, nenhum sinal.
– Merda. – Sussurrei.

Porque a minha vida tem que ser tão difícil? Eu não queria magoar Quinn, eu só queria lhe falar a verdade, mostrar para ela quem realmente é seu namorado.
Corri até o banheiro desativado do colégio, ela com certeza está lá.
Entrei e encontrei Quinn chorando sentada no chão, com a cabeça apoiada nos joelhos. Fechei a porta devagar e sentei ao seu lado abraçando-a. Depois de alguns minutos, ela recupera o fôlego e falou:
– Rach, eu não consigo acreditar. – Ela ergueu a cabeça e me olhou com os olhos inchados e o rosto vermelho e molhado de tanto chorar.
– Eu sei você o ama muito, não é? – Perguntei me soltando dela, para que a mesma enxuga-se suas lágrimas.
– Sim. – Ela concordou. – Mas como você descobriu isso?
– Eu estava na casa de Puck ontem, Finn também estava lá, e eu os ouvi conversando sobre isso. – Respondi, falando com a cabeça baixa.
– Mas o que ele falou? – Quinn parecia tão abalada com toda a situação.
– Ele perguntou para Puck se ele podia ficar com Santana. – Eu só não falei transar, porque sei que Quinn ia piorar.
– Vou falar com ele. – Ela levantou-se determinada e saiu do banheiro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Estou com a horrível sensação de que Quinn não acredita em mim, ela está tão fria.
Acabei ficando no banheiro até o final das aulas. Eu fiquei lá porque estava chorando demais, pois Quinn não confiava em mim e eu não quero perder a minha melhor amiga.
Quando estava saindo do banheiro, recebi uma mensagem.

De Britt para Rach.
“Amiga, o Puck me convidou para sair!”

De Rach para Britt.
“Boa sorte, linda.”

Pelo ao menos alguém estava se divertindo não é mesmo? Fico feliz por Britt encontrar alguém legal. Suspirei um pouco contente e fui para o estacionamento.
Lá encontrei Finn e Quinn discutindo. Engoli em seco e entrei no carro.