Genso No Sekai Kara No Ojo

Sozinhos... Finalmente!


Foi uma viagem realmente entediante, não havia o que fazer nem o que dizer. Ciel permanecia calado, porém, era possível deduzir que algo o inquietava. Olhava sutilmente para Grace e rapidamente voltava-se para a janela. Era impossível definir exatamente o que se passava na cabeça do garoto. Uma explosão de preocupações atingia a consciência do lorde. Grace estava desconfiada e reparava-se que ela estava aflita. Finalmente, após esgotar seu estoque de paciência, a princesa explodiu em perguntas:

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- O que você está olhando? Por que tanto nervosismo?

- Grace... É normal que eu seja assim! Não há um minuto em que eu possa relaxar. –O garoto disse, serenamente- Além disso, a rainha não me deixa em paz, vive me dando missões e pedindo favores impossíveis.

- Não me convenceu! Você não faz nada além de ficar sentado naquela droga de escritório! Passa o dia inteiro com Sebastian ao seu favor! Isso é ser ocupado?

- P-Princesa...?

- Eu faria de tudo para conseguir uma vida igual a sua!

- Você é uma princesa! Passa o dia inteiro dando ordens aos seus servos e ainda se dá por ocupada?

- Você não entende como é estressante...

"Por que..." Pensou Grace "Sempre que começo uma conversa com ele... Acabamos brigando?".

Nem um dos dois jovens tinha vontade de continuar a conversa, nem mesmo de se desculpar. Grace queria tornar Ciel seu amigo... Aliás, seu único amigo. Mas tudo que eles faziam era brigar.

Virando-se para a janela novamente, a nobre viu algo sobrenatural, que a deixou pasmada: um borrão que atravessou a floresta em um piscar de olhos. Surpreendida pelo que acabara de ver, Grace sussurrou para que apenas ela mesma pudesse ouvir:

- Sugoi!

****

O avião finalmente pousou no Canadá. Grace estava muito animada, apontava para tudo em seu caminho e puxava Ciel para todos os lugares.

- Ciel-kun! Vamos para aquela praça! –A menina dizia, sorridente.

- Não podemos, combinei com Sebastian que o esperaria ali, na praia!

- Venha comigo, prometo que não passaremos mais de uma hora! –Grace fez bico.

- Está bem... –O nobre revirou os olhos.

- Arigatou!

Tamanho era o entusiasmo de Grace, que logo abraçou Ciel. O conde estava corado.

- Chotto matte kudasai! –O jovem abaixou a voz, enquanto acostumava-se com a posição.

Os dois se soltaram e seguiram em direção à praça. A princesa saltitava e rodopiava pelo caminho, como uma criança. A praça era muito moderna, possuía uma fonte, algumas cadeiras e um lago. Além disso, havia uma cabana onde se alugavam varas de pescar e semelhantes.

- Venha, vamos pescar, Ciel-kun!

- Não, Sebastian está prestes a chegar, não demoraremos!

- Já que é assim... Vamos olhar a fonte.

- Não é algo muito entusiasmante, mas...

Os olhos da princesa brilhavam e ela sorria constantemente. Ela parecia outra pessoa, não mais aquela assassina que havia furado os olhos de um homem, mas sim... Uma criança alegre.

A tarde já estava acabando, quando os dois, Grace e Ciel, andavam pelo centro da cidade. O pôr-do-sol revelava uma explosão de cores e muitos casais assistiam-no à beira do mar. Os dois nobres resolveram se juntar aos outros casais.

- É maravilhoso! –Grace disse, surpresa.

- É realmente bonito...

- Sabe, Ciel-kun...? Acho que você não é assim tão estúpido quanto eu achei que era!

- Você me achava estúpido? –Riu Ciel.

- Ainda acho, não se engane!

- Baka! Não me subestima! Não mudarei por você.

- Veremos...

Fogos de artifício brilharam na escuridão da noite.

- Essa noite... Mesmo eu estando com você... Está maravilhosa. –Grace disse.

- Droga! Esquecemos de nos encontrar com Sebastian!

A menina caiu na risada. E lá foram os dois, em busca do mordomo.

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