Dali 5 dias nos encontramos na Praça do Bombardeio.

Engulo em seco ao pisar no concreto.

Vejo meus colegas conversando. Todos, assim como eu, carregam mochilas metálicas que contêm, provavelmente, seus itens.

A história que contei ao meu pai foi longa. Ele nunca me deixaria simplesmente sair por aí para um lugar totalmente desconhecido com pessoas (quase) totalmente desconhecidas. Me sinto mal por mentir sobre tudo, mas ele nunca entenderia...

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Me aproximo do grupo. Helena e Thomas e estão sem suas irmãs.

– Hey, Penny! Pronta para ir? – Nathan pergunta assim que me vê.

Respiro fundo.

– Pronta. – respondo.

Conversando, caminhamos pelas ruas cinzas dessa cidade de concreto e tecnologia, repleta de placas mãe, modernidade e coisas que nos esperam. Nosso futuro. O futuro da humanidade.

– Minha cabeça! – Alexandra solta um grito de dor levando as mãos ao capacete e caindo de joelhos logo depois.

– Alexandra! – Logan é o primeiro a tentar ajudá-la – Meus olhos! – ele também dá um grito de dor.

Então, todos começam a se desesperar, uma forte dor invade minha cabeça seguida de um clarão muito forte no meu visor, então caio de joelhos no chão, assim como Alex e os outros que não conseguiram suportar. Por fim, antes que eu possa pensar em pegar minha arma, tudo fica escuro.

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Acordo com a luz me incomodando um pouco. Abro os olhos bem devagar para me acostumar com a claridade e a primeira coisa que percebo é que estou em um colchonete, mas não sei exatamente onde. Estou tão confusa! A dor, o clarão... Levo as mãos à cabeça. Sem capacete. Levanto meus braços até a altura dos olhos. Sem armadura.

Levanto bruscamente, empurrando de leve algo ao meu lado.

Olho em volta, estou em um grande galpão. Há caixas e prateleiras até onde a vista alcança, mas parecem formar um forte à nossa volta.

Nós.

Todos estão dormindo em colchonetes, sem suas armaduras. No meu lado esquerdo, Andy dorme tranquilamente, no meu lado direito, Anny se mexe bastante (talvez por eu ter a cutucado sem querer).

Esse não era o plano.

O que estamos fazendo nesse galpão?

O combinado da carta era uma casa no meio do nada, não um galpão frio e sujo sabe-se lá onde!

Talvez Thomas tenha razão e foi tudo uma grande armadilha.

– Penny? – a voz sonolenta de Anny me chama. – O que aconteceu? Onde estamos?

– Não faço a menor ideia. Mas vamos descobrir logo, certo?

Anny parece tão confusa quanto eu inicialmente.

Aos poucos todos vão acordando.

Thomas, ainda dormindo, sussurra algumas coisas que não consigo entender. Logan acorda um pouco confuso, mas mesmo assim vai diretamente acordar Alexandra, que parece muito mais confusa e pedindo explicações. Nathan acorda depois de rolar do colchonete para o chão gelado, batendo em Dean, que também acorda. Ambos vêm até Anny e eu para pedir explicações, Anny apenas responde que não sabemos de nada. Helena acorda subitamente, com um grito, como se acordasse de um pesadelo, fazendo Andrômeda, que está ao seu lado, acordar em um pulo, assim como Thomas.

– Okay, o que está acontecendo aqui? – Andrômeda pergunta.

– Não faço a menos ideia! – Nathan fala. – Apenas lembro-me de uma dor e um forte clarão, depois tudo ficou escuro...

– Isso também aconteceu comigo. – Anny, relembra.

– Então, parece que aconteceu com todos. – Thomas comenta.

Todos concordam.

– E o que faremos agora? – Alexandra pergunta. – Nem sabemos onde estamos...

– Vamos formar grupos e revistar o local. – Eu digo, varrendo o circulo de caixotes com os olhos. – Hey! Minha mochila! – Ela está dentro de um caixote que está de lado. Sei que é a minha pela decoração. Algumas mochilas atuais vêm com uma caneta especial que você pode desenhar na mochila, depois apagar e desenhar de novo.

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Corro até ela, apertando no botão para abrir. Todas as minhas coisas estão ali dentro: minha besta (com munição), algumas garrafas de água, um pouco de comida, um tablet, algumas mudas de roupas e outros itens pessoais.

Os outros saem à procura de suas mochilas. Todas estão dentro de caixotes, como a minha e logo são achados por seus donos.

– Hey, Senhorita Centavo! – Dean me chama, brincando com meu nome. – Quantos grupos faremos?

– Três grupos com três integrantes cada. – respondo.

E assim fazemos. Logan, Alexandra e Anny formam o grupo 1. Andrômeda, Thomas e Helena formam o grupo 2. E, por fim, Dean, Nathan e eu formamos o grupo 3.

O grupo 1 se dirige para o leste, o 2 para o oeste e o meu para o norte. Nosso objetivo é encontrar alguma pista de onde estamos, que lugar é esse, onde estão nossas armaduras ou qualquer coisa do tipo.

Depois de um “boa sorte” nos separamos.

Dean, Nathan e eu seguimos em frente. Dean está com sua lança. Ela é negra, com linhas douradas em volta, a ponta parece a de um tridente, com as duas pontas laterais menores e mais grossas e a do meio maior e mais fina, há uma corrente presa ao cabo. Nathan leva sua LT 38 AS, atento. Eu e minha besta vamos no meio dos dois.

Andamos um pouco, cautelosos olhamos tudo o que podemos: caixotes, prateleiras, barris, mas nada parece nos trazer uma pista concreta do que está acontecendo. O único barulho audível são nossos sapatos rangendo no chão do galpão.

Ou pelo menos eram.

Ouço um estralo a nossa frente e imediatamente miro com minha besta. Os meninos fazem o mesmo.

Mas não há nada.

Ouvimos o barulho novamente, um pouco mais distante agora.

– Garotos, acho que temos um som para seguir!