Games Of Love

Reunião De Famílias


As risadas de Karin e suas fiéis seguidoras não cessaram nem mesmo quando alcançaram a sala do 3º ano B.

Humilhar Sakura Haruno era um de seus passatempos favoritos, perdendo apenas para admirar os garotos do time de basquete - em especial, Sasuke Uchiha.

– E vocês viram como ela caiu? Patética! – a ruiva colocou a mochila em cima de sua mesa, recordando o tombo da Haruno com um sorriso apático em seu semblante.

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– Você não tem medo que ela abra o bico, Karin? – Fumiko Sato tratou de questionar, mexendo nos cabelos escuros e lançando um olhar malicioso aos garotos que entravam na sala.

– Ela não seria louca. – afirmou Karin, confiante do que dizia. – Caso ela faça isso, pode considerar-se morta.

Algumas das garotas fizeram uma careta. Amy, outra “guarda-costas”, exibiu um sorriso de descrença.

– Se eu não te conhecesse o suficiente, diria que está falando sério, Karin. – Balançou a cabeça em negativa, e as outras garotas consideraram tal ação como uma oportunidade para exibirem seus dentes, em sorrisos mais do que falsos.

– Ai credo, Amy – a ruiva se fez de inocente, tirando da mochila alguns livros, fingindo-se de ocupada. – Não acredite em tudo o que digo. Eu não mataria nem mesmo uma mosca, quanto mais a coisa que se denomina Haruno.

– Ela nem sabe se vestir direito – comentou uma loira, a qual Karin esquecera o nome. A estranha exibiu um sorriso maldoso para as outras garotas. – Vocês viram o moletom que ela estava usando?

E enquanto suas “fãs”, “guarda-costas” ou o que quer que fossem, riam e faziam comentários mais do que maldosos Karin se pôs a pensar.

Sakura jamais falaria nada para alguém sobre as agressões que sofria, portanto, não tinha com o que se preocupar. No entanto, algo se acendeu na mente da ruiva, como um lembrete; caso as coisas saíssem de seu controle, não hesitaria em lutar com unhas e dentes por sua popularidade e poder.

Afinal, ela era Karin Uzumaki, a prima esquecida nos negócios, mas que apesar de tudo possuía uma vida que muitas garotas de KHS invejavam e fariam qualquer coisa para ter.

Nada abalaria o reinado dela, quanto mais uma ameaça vinda de baixo. Ela estava no topo, muito acima daquela nerd ridícula.

(...)

– E como todos vocês sabem, este foi um famoso autor brasileiro - Kakashi Hatake estava sentado na mesa dos professores, encarando a turma silenciosa. Por conta dos atrasos freqüentes do professor, Sarutobi (o diretor de KHS), resolveu organizar o horário de aulas sempre com uma reserva para o caso de Kakashi faltar ou “encontrar um gato preto na rua”, alegação sempre usada pelo mesmo para justificar seus atrasos. - Ele nasceu em...

Naruto virou-se para Sasuke, que sentava logo atrás do Uzumaki (infelizmente).

– Onde será que a Sakura se meteu?

Sasuke deu de ombros e continuou assistindo à aula. Pouco lhe interessava qualquer fato que envolvesse a Haruno, e ainda se questionava do porquê de Naruto lhe perguntar essas coisas.

– A Uzumaki ainda não chegou – observou uma das amigas de Karin, cutucando-a no ombro para chamar sua atenção.

– Pior para ela - falou Karin, com seu típico ar de superioridade.

A batida na porta fez com que a maioria dos alunos voltasse à atenção para a garota de cabelos róseos que ali se encontrava.

– Está atrasada, Sakura - disse Kakashi, quase que entediado.

– Foi mal, professor – A rosada encarou Karin instintivamente, que sorriu, divertida, acenando com sua mão livre.

– Espero que não aconteça novamente. Agora entre - Kakashi encarou a turma. - Como eu dizia, suas obras foram vendidas pelo mundo...

Sakura sentou-se à frente, na segunda fileira do lado da janela. Ino e Hinata, suas melhores amigas, encararam a garota com olhares de dúvida. A Haruno limitou-se a mandar um sorriso forçado e pegar seu material, fingindo que tudo estava bem.

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Mais tarde inventaria uma desculpa qualquer, dizendo que a culpa fora do Naruto por não ter despertado-a (o que não é de todo mentira), e que ainda estava com resquícios da gripe que a derrubara na semana anterior.

Afinal, não adiantava contar nada a elas. Seus problemas não se resolveriam caso abrisse o jogo com suas amigas.

(...)

Após aulas extremamente cansativas, os alunos saiam pelos portões do colégio, discutindo sobre o que fariam no restante da tarde ou como aquele dia estava frio e chato.

– Estou pensando em dar uma passada no shopping – comentou Ino, mexendo em suas mechas loiras, enfrentando um conflito interior entre fazer compras ou dar uma passada no salão de beleza.

– Eu vou estudar – disse Hinata, caminhando com os livros nos braços. - Logo, logo, as provas vão começar e não quero tirar uma nota ruim.

– Tem razão – concordou Sakura, apertando a blusa de moletom ao sentir o vento frio do começo de tarde. - Acho que farei o mesmo.

– Bom, eu vou ter que cuidar do meu primo. - Tenten revirou os olhos, considerando a tarefa extremamente inútil. - E depois ajudar minha mãe com umas paradas.

– Boa sorte, cherry - falou Ino, lançando uma piscadela solidária à morena. - Vai precisar.

– Saky! - Naruto berrou a plenos pulmões, correndo até a Haruno.

Sakura encarou as amigas, imaginando que o assunto a tratar com seu primo deveria ser sério. Geralmente Naruto sempre ia para casa com os colegas do time de basquete, e apenas em raras ocasiões seguia com a prima. A garota não se importava realmente; Naruto costumava andar sempre com Sasuke Uchiha, um garoto que, particularmente, era extremamente irritante.

– Vejo vocês depois. – disse Sakura, voltando seus olhos esmeraldinos para o loiro que se aproximava.

– Até mais - Ino acenou e juntamente com Hinata e Tenten, sumiu de vista entre a massa de alunos que cobria a rua do colégio.

Sakura arqueou uma das sobrancelhas, logo que seu primo parou em frente a ela.

– Algum problema, seu escandaloso? – indagou, aguardando pacientemente que o Uzumaki parasse de ofegar.

– Vamos esperar o Teme - respondeu Naruto, encostando-se no muro do colégio, buscando ar. - Temos uma reunião de famílias hoje.

Sakura franziu o cenho, extremamente confusa com as palavras do garoto.

– Você bateu a cabeça na calçada ou o quê? – questionou, esquecendo-se da gentileza. Naruto fez uma careta com as palavras da rosada, como se esperasse pela irritação da mesma. – Eu não faço parte das reuniões de famílias.

A Reunião de Famílias acontecia toda semana entre os Uzumaki e os Uchiha. Geralmente, Fugaku e Minato abordavam a questão de quem seriam os próximos herdeiros das empresas Uzumaki Uchiha, algo que não interessava a Sakura nem um pouco. A rosada estava mais interessada em procurar um emprego nos artigos do jornal, do que ficar entre uma discussão pelo patrimônio das famílias.

Negócios automobilísticos não atraiam a Haruno nem um pouco.

– Não tenho culpa! – Naruto ergueu os braços, querendo sair do campo de alcance da fúria de sua prima. – Eles decidiram que você tem de participar.

– Mas eu nem estou no páreo! – Sakura cruzou os braços, detestando aquela ideia. Por que ela tinha de participar daquela reunião? Com certeza não significava boas coisas.

Sasuke surgiu finalmente, salvando Naruto de uma possível surra. Com a típica expressão apática em seu semblante, caminhava com as mãos nos bolsos da calça, desinteressado das risadinhas e comentários que diversas garotas deixavam escapar ao avistarem.

Sakura revirou os olhos, considerando tal atitude simplesmente ridícula. Preferiu iniciar sua caminhada, sendo rapidamente alcançada por Naruto e Sasuke.

– Onde estava, Teme? - perguntou o loiro, bocejando.

– Vendo umas coisas - respondeu Sasuke, sem dar muitos detalhes.

– Para o time de basquete? – insistiu o outro, recebendo um aceno de cabeça como resposta.

Os assobios do vento preencheram os ouvidos frágeis de Sakura, que logo apertou ainda mais o moletom contra seu corpo. Voltou-se para seu primo, querendo quebrar o silêncio incômodo.

– Ninguém falou mais nada? – Naruto a encarou, com o cenho franzido. - Sobre a reunião de última hora? Eu não deveria participar...

O Uzumaki negou com um aceno de cabeça.

– Não. Meu pai só disse que era para irmos depois da escola – Ele encarou Sasuke, que parecia estar distante daquela conversa. - Seu pai disse alguma coisa importante, Teme?

– Que eles tomaram uma decisão a respeito das empresas - Sasuke colocou as mãos nos bolsos, a seriedade assumindo por completo sua postura.

Sakura mordeu o lábio inferior. O que seria afinal?

– Eu acho que eles escolheram os novos herdeiros das empresas - supôs Naruto, pensativo. - Provavelmente, você e o Itachi, cara.

Sasuke cerrou os punhos, mas nada disse. Sakura ainda não estava de todo tranqüila. Se fosse isso mesmo, para que chamá-la?

O trio finalmente alcançou o “território” dos Uchiha.

Um casarão de três andares, cercada por jardins bem cuidados e uma garagem com espaço para quatro carros luxuosos. Parecida com a casa dos Uzumaki, sendo apenas maior.

Sasuke abriu o portão e deu passagem para que Naruto e Sakura entrassem, logo passando por ambos a passos ágeis. Os primos seguiram o moreno, em pleno silêncio. Apenas quando adentraram a casa, depois de atravessarem os impecáveis jardins, foram recebidos por Mikoto.

– Sakura! Naruto! Faz tempo que não os vejo - a Uchiha os abraçou e sorriu de modo maternal para ambos. - Como vão?

– Bem - Naruto desviou os olhos da matriarca dos Uchiha e direcionou-os até o homem parado no canto da sala de estar. - O que ele está fazendo aqui?

Sakura seguiu o olhar do primo, compreendendo de imediato a repentina raiva.

Parado, com um sorriso cínico, estava Madara Uchiha, aquele que há anos tentava tomar as empresas Uzumaki Uchiha do poder de seu irmão, Fugaku.

Sasuke também não pareceu muito contente com a presença do tio. Por muitas vezes, Madara já tentara (matar, pôr na fogueira, afogar, despachar no trem, etc) eliminar Itachi e Sasuke da disputa pelas empresas, obviamente, não tendo sucesso.

– Eu quem deveria perguntar isso - Madara cruzou os braços. - Afinal, você e sua prima, não são dignos de pisar nesta casa.

– Ora seu... - Naruto avançou, mas Sasuke e Sakura o deterão de imediato.

– Não de ouvidos a ele - disse a Haruno, com tranqüilidade, embora estivesse fervendo de raiva pelo modo como estava sendo tratada. Ela não queria estar ali, não fazia questão de pisa na casa dos Uchiha, mas já que ali estava, merecia um pouco de respeito vindo do tirano da família. - Não vale a pena.

– Naruto, Sakura! - Minato surgiu com Fugaku e Kushina, que por sinal parecia mais corada do que há horas antes. - Que bom que não se atrasaram.

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– Pai, o que esse idiota está fazendo aqui? - Naruto indicou Madara, sem usufruir, assim como Sakura, da gentileza.

Minato arqueou as sobrancelhas, confuso.

– Madara também tem direito às empresas. Por isso ele está aqui.

O loiro cerrou os punhos, insatisfeito. Sakura suspirou, pesadamente, imaginando o quanto aquela Reunião de Famílias seria complicada.

– Bom, vamos começar - Fugaku acomodou-se em uma poltrona, fazendo sinal para que os ali presentes fizessem o mesmo.

Com todos sentados - embora não menos tensos -, Fugaku iniciou o discurso.

– Minato e eu tomamos uma decisão – começou, indicando o Uzumaki com um aceno de cabeça. - Precisamos de um herdeiro da família Uchiha e um da família Uzumaki para tomar a frente ao nosso império, criado com muito esforço.

– O quê? - Madara levantou-se e encarou o irmão, com incredulidade. - As empresas pertencem aos Uchiha!

– E aos Uzumaki também - lembrou-lhe Minato, com veemência.

Sakura voltou seus olhos para Kushina e Mikoto, que estavam mais ao fundo da sala de estar, aos sussurros. Provavelmente a sra.Uchiha estava tentando consolar sua amiga de alguma forma.

– Temos recebido ameaças de um grupo chamado Darkshel - continuou Fugaku, como se não tivesse sido interrompido por seu irmão. - Por causa de um empréstimo que eles dizem ter efetuado a alguém de dentro da empresa.

– Quem? - indagou Itachi, chamando a atenção de Sakura para ele. Mal havia percebido a presença do mesmo ali.

– Ainda não sabemos - Fugaku encarou Sasuke, passando-lhe uma mensagem por olhar. - A Darkshel é um grupo de extermínio perigoso e sorrateiro. Eles estão esperando que nós façamos nossa escolha.

– Por que não pagamos a eles o valor do empréstimo? - sugeriu Naruto, encarando Sakura como se buscasse apoio. - Acabaríamos com a perseguição, certo?

– O problema, querido - Kushina engoliu em seco, falando pela primeira vez. - É que o valor do empréstimo é alto demais. Levaria as duas famílias à falência.

– E qual é esse valor? - perguntou Sasuke, com as mãos entrelaçadas à frente do rosto.

– Quinhentos trilhões de ienes - respondeu Minato, de modo natural.

Imediatamente, Naruto ficou pálido, e Sakura sentiu seu estômago afundar com a resposta de seu tio. Quinhentos trilhões de ienes?

– As nossas opções são entregar as empresas para a Darkshel ou efetuar o pagamento da dívida em três meses – avisou Fugaku, aparentemente escolhendo as palavras certas. - Se não cumprirmos nenhuma das opções, eles nos seguirão até o quinto dos infernos para acabar conosco.

– E para protegermos tanto vocês, quanto nós, tomamos uma decisão - Minato encarava Sakura ao dizer tais palavras. - Nós iremos abandonar as empresas.

Naruto colocou-se de pé, incrédulo.

– O quê? – Voltou seus olhos arregalados para Minato. - Você e Fugaku... Peraí é isso, então? Vamos entregar as empresas para aqueles vagabundos de uma figa?

Sakura desligou-se por um momento da discussão, ao sentir seu celular vibrar na bolsa do colégio. Hesitou por um instante, mas ao perceber que ninguém se importaria com suas ações, resolveu verificar.

Abriu a caixa de mensagens, sorrindo ao perceber quem era. Ergueu os olhos por um instante, e logo se voltou novamente para as palavras que estavam diante dela.

Vou sair mais cedo do trabalho hoje.

Podemos fazer alguma coisa, juntos, que tal?

– Gaara.

Apenas seu namorado para conseguir arrancar da rosada um sorriso, mesmo que mínimo. Gaara estudava em KHS também, sendo do 3ºA e trabalhando à tarde em um restaurante de comida mexicana da cidade. Sakura agradecia aos céus por tê-lo conhecido, já que o mesmo conseguia fazê-la feliz, mesmo que por poucos instantes.

Passou os dedos pela tela de seu smartphone, digitando rapidamente.

Acho ótimo! Estou precisando disso.

Nos vemos mais tarde então.

– Sakura.

– Naruto, sente-se - Minato suspirou, atraindo a atenção de Sakura, que tratou de guardar seu celular sem que ninguém percebesse.

– Eu não vou cooperar com isso! - gritou o loiro hiperativo, transtornado.

– Naruto Uzumaki, sente-se aí e ouça quieto! - gritou Kushina, exibindo o famoso ar autoritário que Sakura sentia falta de ver.

Sabendo do que a mãe era capaz, Naruto sentou-se, resmungando, e esperou que o pai falasse.

– Não vamos entregar as empresas aos terroristas – falou Minato, voltando seus olhos para a sobrinha, que franziu o cenho com a atenção repentina voltada para si. - Vamos entregá-las a Sasuke e Sakura que a partir de agora, são noivos e se casarão daqui três meses.