Game On

12) Fuel Night- Parte II


-Eles vão ficar aqui? Por que? Eles vieram roubar nossa comida. Esses jovens sempre querem roubar nossa comida.

-Que? Eu gostava do senhor Barriga.

-Oh, Don! Pare de reclamar, seu velho rabugento! As crianças estavam famintas! Comam tudo queridinhos –Replicou a Dona Olivia para seu marido Don Armando.

-Obrigada, Gabrielle. A sopa estava uma delicia. –disse entregando meu prato para ela.

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Ok. Deixe me explicar: Eram umas 20:30 da noite quase e achamos um asilo chamado Happy Hill, um tanto quanto afastado de tudo e de todos. Anúbis achou que seria uma boa idéia parar lá para comer afinal : “velhinhos não negariam comida pra duas pobres crianças que estão órfãs...” “Tenho certeza que não, Anúbis, mas não somos crianças, muito menos órfãs” “Tá.Velhinhos não negariam comida pra dois viajantes que estão na estrada a mais de um ano, cujo carro quebrou, o dinheiro foi roubado, e estão semanas sem comida lutando pela sua vida e..” “Exceto, que não parecemos viajantes que estão a um ano na estrada, muito menos sem comida, ou lutando pela vida.” “Ok. Senhorita vamos-deixar-as-coisas-menos-emocionantes-possiveis-e-admitir-nossa-realidade-sem-graça. Velhinhos não negariam comida e pronto. Vamos entrar”

Então aqui estamos, nessa casa estilo rústico, com pisos de madeira, sentados numa sala com várias poltronas de tamanhos variáveis, milhares de mini mesinhas espalhadas na frente das poltronas , e uma lareira gigante no centro da sala. Junto com um casal de velhinhos que não paravam de discutir (o rabugento senhor Don Armando Bueno e sua simpática esposa dona Olivia Bueno) , um outro simpático senhorzinho de nome Santiago Manchestter, que estava mais fora do ar, do que a TV antiga da minha avo do ano de 19elávaibolinha, Uma senhora que era madame até não poder mais chamada Amanda Seraffin e seu poodle Senhor Boutugas em seu colo, e mais uma meia dúzia de senhorinhos e senhorinhas, fazendo seus tricôs,e nos contando historias sobre a sua juventude, enquanto Anúbis e eu jantávamos a sopa de legumes. Sem falar na Gabrielle claro, um amor de enfermeira, com seus 25 anos , que nos deixou entrar e ficar para o jantar

-Tem algo que podemos fazer para retribuir? –Perguntei.

- Que? O bingo já começou? –perguntou Seu Santiago.

-Aff. O bingo já terminou, ou pelo menos já estava terminando antes desses arruaceiros, chegarem e acabarem com a nossa comida.

-Nós temos bastante comida, e estamos sempre dispostos a dividir com quem precisa lembra Seu Don?- Respondeu Gabrielle, depois se dirigiu a Santiago- Você deveria ficar orgulhoso seu Santiago! O senhor ganhou o jogo!

-ISSO! –exclamou Santiago – Sempre fui bom em ludo!

-Hmpf! Não estamos jogando Ludo, situe-se homem! – Rebateu dona Amanda.

-Está bem, está bem, já está na hora de nos despedimos dos nossos visitantes e irmos para a cama. – Falou Gabrielle.

-Já vão tarde...- resmungou seu Armando.

-Mas já?! Tão cedo! – Disse dona Olivia.

-É sim! – concordou Amanda- eles nem fizeram nada para a gente! Meu fofinho quer um show! Não é fofinho?

Disse ela falando com seu próprio cachorro.

-Um show?! – exclamei.

-Contem piadas!

-Não, cantem!

-Não! Ensine-nos a dançar break!

Gabrielle nos olhou tipo ‘Por favoooor”

-Tá. - Disse Anúbis – Que paradas que vocês ai ouvem?

Todos começaram a gritar nomes de músicos que ouviam quando jovens ( Seu Santiago começou a gritar nomes aleatórios de jogadores de futebol. O-K.) e discutir entre si qual era o melhor, e negócio todo virou uma bagunça.

-Ok! Vou cantar uma do Rei, está bem?

A maioria dos velhinhos concordou com a cabeça, então fui ate o meio da sala peguei o violão que a Gabrielle me trouxe comecei a tocar.

- De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamentooo
E a sua ausência é todo o meu tormento,
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno
De que vale a minha boa vida de....

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-AIMEUDEUS, que música mais monótona e triste! – nem preciso dizer quem me interrompeu, né? – Desse jeito até eu vou dormir! Pera ae galera, deixa eu canto algo mais animado.

Revirei os olhos.

-Vá lá então Galã.

-Ok, Quem ai curte Fábio Junior?

Dona Olivia ergueu a mão prontamente. Algumas outras disseram que gostavam também, outros se perguntavam quem era..

-Tá, Vai ele mesmo. Mas eu vou cantar a música no estilo Sandy & Júnior, falou? Quero ver todo mundo ai balançando os esqueletos!

Porque será que eu não estava com uma sensação boa? Fala sério.

-Enrosca o meu pescoço
Dá um beijo no meu queixo e geme, geme...

AI MERLIN. Eu vou morrer. E depois matar ele!!!

O dia tá nascendo
E nos chamando pra curtir com ele...

Ele começou a circular pela sala, ele se sentou na beira da poltrona da Dona Matilde e continuou:

Adoro esse seu sorriso bobo
E a tua cara de assustada
Enrosca meu pescoço
E não queira mais pensar em nada!

Ela começou a rir toda envergonha e suas amigas a olhavam e faziam um ‘HMMMMMM’

Encosta seu ouvido em minha boca
Que eu te boto tonta,
Desliza sua mão no meu cabelo
E aperta minha nuca Adoro seu sorriso bobo
E sua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E não queira mais pensar em nada, pense em nada!

Alguns velhinhos começaram se levantaram e tiraram as senhorinhas para dançar, as outras enfermeiras que chegaram para ver o que estavam acontecendo, riam com o jeito ‘galanteador’ com o qual Anúbis cantava e encarava todas na sala (de fato só o jeito e a vontade com que ele cantava, compesava toda e qualquer falta de talento dele pro canto), fazendo sentir como se a música estivesse sendo dedicada a cada uma delas em especial.

Não estou certa de que gostei muito do jeito que algumas enfermeiras riam e olhavam para ele, mas eu não ia causar uma cena de ciúmes em os asilos pelo amor dos céus né!

Ele se aproximou de mim olhou-me no fundo dos olhos e terminou a musica:

“Enrosca o meu pescoço e não queira mais pensar nada”

Todo mundo começou a aplaudir.

-Obrigada vocês dois! Isso foi fantástico! – Exclamou Gabrielle.

Depois nos despedimos e todos foram para suas camas e eu e Anúbis voltamos para o carro.

-Isso foi demais. – Disse. – Para onde agora?

-Tem uma cidadezinha aqui perto. Vamos para lá.

Era quase onze e pouco e entramos em um bar chamado “Fuel Night”. Era um lugar beeem ‘fuleiro’, para ser sincera a cidade inteira não tinha uma aparência boa.

O bar tinha uma mesa de sinuca, com uns homens meio mal encarados jogando, fomos direto ao balcão.

-Ei, Espere ai. Vou no banheiro, ok? Peça algo pra comer, se ainda estiver com fome. – Disse Anúbis.

Eu me sentei e pedi dois cafés. Tinha uma mesa atrás de mim e percebi que os homens que estavam nela me encaravam e davam risadinhas.

-O lááá em casa! – Um deles disse olhando para mim.

Cade o Anúbis que não chegava?

-Ta perdida moça? Deixa a gente te ajudar.

-ÉÉÉ eu deixo voce ir dormir na minha cama se quiser, gatinha.

Eca.

-Algum problema, princesa?

Dessa vez foi o Anúbis que chegou e me abraçou por trás. Ele encarava os homens com um olhar cínico no rosto.

-Larga esse playboy ae moça. Venha ver como é um homem de verdade.

-OPAA amigoo, divide a senhorita ai com os amigos!

Eu achei que ele ia ficar estressado e começar a criar briga com os caras que estavam gritando aquelas coisas, mas não. Ele ficou super calmo.

- Não, ela é minha. – Respondeu ele de forma clara, dando um beijo na minha bochecha. – Vem, tem uma mesa lá no fundo.

Quando já estávamos sentados ele disse:

-Babacas.- Disse ele dando uma olhada para os caras algumas mesas a frente de nós.- Me desculpe por ter te trazido num lugar assim. Mas era o único lugar aberto...

-Magina. – Eu disse, colocando minha mão sobre a dele na mesa. – Até agora está sendo a noite mais divertida que eu já tive e um bom tempo...

Por um momento tive um flashback da noite que eu tive com o Percy no campo de golfe, e confesso que tive que segurar as lagrimas, se ao menos tudo pudesse voltar a ser como era antes...Não. Não vou permitir que essa noite seja sobre o Percy. Ele pode ficar nos meus pensamentos todas as noites, mas essa não. Essa seria apenas sobre mim.

-Está tudo bem? – Perguntou Anúbis, mas antes que eu tivesse a chance de responder chegou a Garçonete com nossos cafés.

Uma dica? NÃO beba cafés em bares cujo o nome é “Fuel Night” (“noite de combustível” ao pé da letra) Porque eu juro que aquilo devia ser mesmo feito com gasolina, porque o gosto, pqp, vou te contar hein!

-Vamos torna-la mais divertida ainda..- Disse Anúbis olhando maldosamente para a mesa de sinuca.

-O que? ..mas.. –

Quando dei por mim, ele já tinha chamado todos os bêbados que estavam ‘conversando’ comigo para jogarem com a gente.

-Mas eu nem sei jogar! – Disse.

-O que? Como não? – todo o pessoal começou a exclamar.

-A gente te ensina Annie! – Disse o Anúbis.

E Assim foi minha noite. Um grupo de caras se juntou ao meu redor para me ensinar a jogar sinuca. Foi bem divertido, na realidade. Os “bêbados” não eram tão babacas no final das contas, logo eles já tinham ficados super amigos do Anúbis, e começaram a me tratar como uma espécie de irmã mais nova, em vez de um pedaço de carne.

Ficamos jogando até as quatro da manhã. Depois Anúbis e eu saímos do bar e fomos dar uma volta a pé pela cidade.

-Ei acordem! – Algum gritou.

Abri os olhos. O guarda de ontem a noite nos encarava. Olhei pro lado e vi o Anúbis que ainda estava capotado.

Me sentei e dei uma sacudida nele, que em seguida abriu os olhos.

-Mas que merda! – Exclamou ele – Eu tava dormindo! Que mundo é esse que um jovem em crescimento não pode dormir?!

-Não é permitido dormir aqui! Vocês estão em um parque!- Disse o Policial. – Eu já deveria ter acordado vocês há horas, mas fiquei com pena e deixei vocês dormirem. Agradeçam, porque não é sempre que me pegam de bom humor.

-Obrigada. – Respondi. – Que horas são?

- Quase quatro da tarde, minha senhora. – Respondeu o guardinha.

-aimeumerlin! Levanta Anúbis! Temos que ir embora! Meus pais vão me matar!

-Acho que não vou te levar a tempo da escola então. – Disse ele .

- AHH VÁ?! JURA?! – revidei- vamos logo!

-Obrigada – Disse mais uma vez para o guarda.

Ele deu de ombros.

-De nada. Fiquei com medo que seu namorado voltasse a falar sobre a tia...

Fazia bem ele por não querer. Afinal eu tive que ir até o asilo ouvindo ele falar sobre a linhagem cigana de sua Tia Mafalda e sobre os 14 gatos que ela possui. E te digo: Não, não é uma história emocionante.

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Eram quase sete da noite quando ele parou na porta da minha casa.

-Obrigada. Foi um dos dias mais felizes e loucos da minha vida.

-Eu te levo pra jantar um asilo, dançar na chuva, jogar sinuca num bar, e dormir na grama de um parque e tudo que voce me diz é que foi ‘um dos dias mais loucos’?

Ri.

-Está certo. Foi O mais louco.

Me inclinei sobre o banco dele e o beijei.

-Annabeth...- Sussurou ele. – eu não queria ter passado ele junto de mais ninguém.

-Nem eu.

Ficamos mais um tempo nos beijando, até que finalmente consegui fazê-lo me deixar sair do carro.

As luzes estavam apagadas, exceto a da sala.

Entrei de mansinho pensando na bronca que eu ia levar por ter demorado tanto pra voltar ‘da casa da minha tia’ e ter ‘esquecido’ o celular em casa.

Fiquei paralisada.

Não eram meus pais que estavam sentados no sofá e que foram me abraçar e me beijar com lagrimas nos olhos e murmuros de ‘desculpas ’ e ‘eu não sabia’ nos lábios.

Não. Era alguém bem diferente. Alguém tipo...

Percy.