Galactica

Capitulo 10 - A Simulação Final


A simulação tomou um rumo surpreendente, Ron não esperava que aquilo acontecesse, dois terços do esquadrão acabou sendo iludido por Dyo. Se era aquele o esquadrão que o levaria até Marte, eles precisariam de um treinamento mais firme. O mesmo pensamento passou nas mentes de Naneki e de Thales, a Katherine, por outro lado esperava que cumprissem a missão; ela sempre foi dessa forma, prezando mais os projetos do que as pessoas que o executavam.

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—O esquadrão Anã-Branca está resistindo, tenho autorização intensificar o fluxo neural? -a imagem da criança surge no painel da sala de comando.

—Temos uma missão aqui, Dyo. Explore o máximo que puder deles.De todos eles. -Rosalyn o responde fria e seca, como sempre, porém a comandante a sua direita pareceu preocupada.

—Você tem certeza disto!? Não é perigoso? -indagou Lisher, aquela era a primeira vez que a Doutora Tauri via a militar demonstrar preocupação com alguém.

—Soldados obedecem ordens, Lisher. Achei que de todas as pessoas, você era a única que não precisaria ser lembrada disto. -a resposta dada por Rosalyn foi como um soco no estômago da militar, o que causou um enorme silêncio na sala. -Dyo, continue.

Ludi abre uma das portas com velocidade, apontou sua arma para seu interior, a luz da lanterna revelou uma escadaria para o andar superior. O silêncio parecia morar nos degraus acima. A cada passo um estalar de madeira velha, a escalada pareceu ter uns duzentos degraus, como se fugissem dele. Quando chega ao topo da escadaria um corredor escuro, era possível ouvir vozes nos quartos, podia ver pessoas se movimentando de um lado para o outro através da fraca luz que passava pelas frestas das portas. Haviam conversas sobre um jogo de cartas, outra sobre um jantar, mas uma em particular chamou a atenção do marciano. Não apenas pelo tema da conversa, mas pelo dono da voz, a conhecia muito bem. A voz era cheia de raiva e culpava, alguma pessoa que estava no interior do quarto pela morte de nomes muito queridos para Ludi. Sem pensar duas vezes Ludi dá um golpe na porta a arrombando, dentro do quarto vê a Presidente com o rosto já em carne viva devido a violência, estava amarrada em uma cadeira, enquanto três homens de capacetes escuros lhe davam socos no rosto, sendo que um deles tinha uma corrente coberta de sangue atrelada aos dedos.

—Parados! -os três ficaram imóveis, olhando para o garoto lhes ameaçar com um rifle.

—Eu cuido dele. -o homem com a corrente nas mãos diz para os demais, caminhando na direção de Ludi como se não houvesse uma arma entre os dois.

—Para trás....-antes que pudesse dar o segundo aviso o homem o desarma com um chute na mão, pode sentir os dedos estalarem. Ludi lançou um contra golpe de forma rápida, acertaria uma das costelas do homem com um pontapé surpresa, porém o homem se defendeu, lhe arremessando contra uma mesa de centro de madeira e vidro. Ele ficou surpreso, nunca antes alguém conseguiu defender aquele golpe, a não ser quem o havia ensinado. -Argus... -Ludi balbucia tentando se levantar, mas faltam forças e golpe que acabara de receber o havia custado uma costela.

—Ora, ora, ora. -O homem leva as mãos à cabeça e retira seu capacete preto, houve uma espécie de interferência na imagem dele, mas Ludi podia reconhecer o topete, a barba rala e o olhar de lobo; era Argus. -Primo. -Argus ergue Ludi dos destroços sem qualquer cuidado. -O que faz aqui? -Ludi fica sem jeito, estava envergonhado, não sabia o que fazer.

—Não posso deixar.... -Ludi se livra das mãos de Argus e tenta retornar a sua postura ameaçadora.

—Não pode deixar o quê? Vamos pitbull, me diga. -Argus era o líder dos Asters, havia levado Ludi para junto do bando quando ele tinha dez anos. Ludi nunca levantara a voz para ele, nunca se rebelou contra o primo.

—Não me chame mais assim....-”Pitbull” era o apelido que Ludi tinha quando perdia o controle, foi esse um dos motivos de sua primeira prisão em Marte. -Eu não vou....

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—Não vai o quê? Não deixar que eu acabe com essa vadia? -Argus volta a bater no rosto da Presidente, a mulher cospe sangue em resposta. Ludi parecia se segurar, não queria perder o controle ali. -Você sabia, Pitbull, quê por causa dela, Svell e os outros foram sentenciados ao fuzilamento? Por causa dela minha mãe está mendigando comida em um lixão. E por causa dela sua mãe está morta.

—Não.... -Era uma verdade falsa dura de se aceitar.

—Você se esqueceu de nós, esqueceu quem você era. Passou a viver como uma galinha, agora eu vou de mostrar o que acontece quando o falcão encontra uma galinha. -Argus dá um soco no rosto de Ludi. -Você é fraco, você é um merda. Foi por isso que seus pais se separaram, sua irmã era muito melhor do que você.

—Argus.... -Ludi nunca gostou de ser comparado com a irmã, eles eram diferentes, não deviam ser comparados.

—Você escolheu proteger ela, e não sua família. E falhou com os dois.-Argus se vira para os outros dois. -Mate todos os outros que vieram com ele. -dois homens vão em direção da porta, porém um deles para antes de sair e bate em Ludi com a arma, o provocando.

—Você queria o Pitbull fora da coleira… -Ludi reune forças para se erguer contra seu agressor, pegando o homens de surpresa com um mata-leão.

—Isso vai ser muito interessante. -Argus diz se preparando para a briga, era como se dois cães com raiva se encarassem antes de brigarem.

....................

Erika pressiona o ferimento com uma das mãos, enquanto caminhava cambaleante se escorando na parede, havia sido de repente, Até a estava ao seu lado quando, cimo se tomada por uma possessão demoníaca, virou sua arma na direção de Erika e atirou, foi seu reflexo que a salvou, seu reflexo e a presença de Henzo, que saltou sobre a noiva de forma violenta. Enquanto lutava para viver, ela se arrasta rumo o andar de cima.

....................

—Senhora Presidente. -Naneki aguardou a mulher lhe dar atenção. -Por que essa simulação é necessária? -a Presidente estava imóvel, atenta a toda movimentação realizada na simulação.

—Diferentes de vocês, esses homens e mulheres não têm muita experiência no campo. - ela respondeu sem olhar para a garota, seu tom de voz era ao mesmo, como se a selvageria vista na tela holográfica fosse normal para ela.

—Mas isso não é uma simulação, é suicídio. -Thales exclama, o comentário fez a Presidente encará-lo.

—A mente deles é forte. - Striker escondia sua apreensão desviando sua atenção a imagem de Rose, Tauri, Lisher e da pequena figura tecnológica de Dyo, ela se levantou e por um momento saiu de perto deles. Olhava a fotografia de Dyo, ele era tão alegre...

—Acho que Christian está certo. -Thales confessa para Naneki, a mulher tão aclamada pelo sistema solar, apenas fechou os olhos, sabia o que Thales queria dizer, era o motivo de suas discussões com Christian.

—Do que está falando? -a garota questionou olhando para Thales.

—Dela… -Thales indica a presidente Striker com a cabeça.-Christian me disse que quando a presidente se casou com o Ministro Jupiteriano, governo de Júpiter lhe fez uma ameaça. O que eles não sabiam é que nada podia pará-la. Eles foram envenenados. Pai e Filho, mortos por causa dela, por causa que ela não queria recuar. -Thales fala com cuidado, não queria ser ouvido por Striker.

—Você quer dizer que… -Naneki se espanta, afinal as histórias oficiais eram que o marido e o filho da Presidente haviam falecido devido uma doença sanguínea.

—É como ela diz… -Thales faz entender a forma de governo de Katherine Striker. -"Projetos são mais importantes do que pessoas"...

—Isso é ... -aquilo era loucura, como alguém poderia fazer isso e seguir em frente!?

—Isso é Guerra. -Katherine informa, mostrando que estava escutando toda a conversa, uma habilidade ganha apos anos na politica.

—Você os sacrificou. -mas para uma órfã, o sacrifício de entes queridos nunca seria justificável. Naneki se levantou e confrontou a Presidente.

—Eu fiz uma escolha quando me alistei. E é essa escolha que guia as minhas ações até os dias de hoje. Não pensem que sou um monstro… -Striker pega a foto-holograma de Dyo. - Ainda ouço a voz deles se despedindo de mim de noite, dia e noite. A morte deles me dá força. Se fizeram isso para manter a Cortina de Ferro, o que farão quando a guerra for oficializada?

—O que acha que vai acontecer? -Thales questiona.

—A galáxia está mudando; está perdendo sua cor, nossos inimigos são indivíduos, sombras que agem longe da luz. -Striker parecia não ter remorso, talvez fizesse a mesma coisa se voltasse no tempo. - O sacrifício que impus a minha família, foi para tentar fazer com que a luz brilhasse retornasse as mentes das pessoas. E elas responderam, me deram seu voto de confiança. E eu, acredito, sem sombra de duvidas, que o que todas querem, é a paz. E nada além da paz.

—Mas para que haja paz.... -Naneki devaneia.

—Sacrifícios devem ser feitos... -Thales completa.

—“Não somos mais aquela força dos velhos tempos; quando movíamos céus e terras, hoje somos o que somos; corações heroicos de um único caráter; enfraquecidos pelo tempo e destino, mas fortes na vontade; para lutar, buscar, encontrar, e não se render”. -Striker inicia um velho discurso, fazendo a mente dos dois se lembrarem dos primeiros anos de governo dela.

—Seu discurso de posse. -Thales indica revirando o olho.

—Ulysses, de Alfred Tennyson. -Naneki conhecia aquelas palavras. –Então é do que tudo isso se trata?

—Sim. -Striker responde se sentando para assistir o restante da simulação.

....................

Yoon encarava a porta de um dos quartos do segundo andar, sua respiração estava cansada e exausta, seus olhos estavam assombrados com os fantasmas que Dyo o havia feito enfrentar.

—Yoon, você está bem? -Ryan o sacode gentilmente. -Calma, sou eu, Ryan. De verdade.

—O que… O que está acontecendo? -Yoon pergunta segurando o braço de Ryan, era um teste para saber se Ryan realmente estava ali.

—Eu não sei… -Ryan confessa sentindo um corte que havia em seu ombro, seu braço direito estava lavado de sangue. Os dois domanram alguns minutos para se organizarem, quando ouviram um barulho vindo da escada, quase que ao mesmo tempo apontam suas armas para o topo da escadaria.

—Dominic. -Yoon abaixou a arma, mas Ryan continuou apontando para ela. O outro estava com o ombro deslocado e com um corte na testa.

—O que está acontecendo? -Ele perguntou se apoiando na parede para ir até os dois.

—Deve ser algumas coisa no ar. Augustus e Octavius começaram a brigar de repente. -Ryan responde abaixando a arma, ele não sabia ao certo, mas todos ali estar atacando uns aos outros. –Eu não sei…

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—Mas precisamos tirar a Presidente daqui. -Dominic afirma, Ryan concorda com ele, indicando a porta.

—Atrás da porta.

—Acha que damos conta? -Yoon questiona olhando para um scanner.

—Temos que dar... -Ryan tentando se posicionar para a manobra de arrombamento.

..........

Calliope estava com a arma pronta para matar Robb, ela só não sabia que aquele era Ludi. Ambos estavam sangrando, ele com cortes no rosto e era com o nariz quebrado. Ludi mantinha a mira no meio da testa do guarda que minutos antes tinha atirado em seu primo. Iria acabar ali… Foi nesse momento em que a porta do andar superior foi aberta, quebrando todas as realidades criadas por Dyo. Revelando ao grupo seus verdadeiros oponentes, eles mesmo. Porém um disparo faz todos correr para o banheiro. Augustus havia disparado contra Henzo.

Do lado de fora, Doutora Tauri e Rosalyn tentavam manter os corpos receptivos as mentes, entretanto o corpo de Henzo parecia aceitar a morte... Enquanto a mente dos demais era novamente posta em atividade, as duas tentavam despertar Henzo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.