Futago

Itachi Uchiha


— O QUE DISSE? NÃO ENTENDE A IMPORTÂNCIA DO DIA DE AMANHÃ?

Emi abriu os olhos no momento em que escutou o berro de seu pai. Ela permaneceu uns segundos na cama, até perceber que seu irmão estava se levantando para ver o que estava acontecendo e o seguiu para fora do seu quarto, sendo levada em direção as vozes.

— Já é tarde, e ainda está tudo aceso. – Sasuke sussurrou, abrindo minimamente a porta da sala

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Pelo pouco que a porta abriu, Emi viu seus pais e seu irmão mais velho.

— O que eles estão fazendo? – A garotinha sussurrou

— Que missão? – Fugaku perguntava ao seu filho mais velho, pelo seu tom de voz, dava para saber que ele estava bravo

— Eu não posso dizer. – Itachi lhe respondeu – É uma missão secreta.

— Itachi. – Fugaku disse, sério – Você é a nossa melhor conexão com esta Vila. Consegue entender isso?

— Sim. – Ele respondeu

— Vá a reunião amanhã. – Fugaku continuou – Ou você irá causar má impressão.

— Sasuke, Emi. – Itachi os chamou, fazendo com que os dois pulassem, assustados – Vão logo para o quarto, já está tarde.

A contragosto, Emi viu Sasuke abrir um pouco a porta.

— Tá... – Os dois disseram juntos

— O que vocês dois fazem acordados, assim tão tarde? – Fugaku perguntou alto, se levantando depressa, seu tom de voz estava ainda mais bravo do que antes – Vão logo dormir!

— Sim...

[...]

A garotinha jogou um pouco de comida para os peixes no lago de sua casa e manteve seus olhos ônix presos à água, enquanto seus irmãos se sentavam ao seu lado, deixando-a no meio.

O sol estava se pondo quando Itachi havia os parabenizado pelo excelente boletim, o mesmo que seu pai havia feito pouco caso.

Seu irmão gêmeo respirou fundo.

— O que foi, Sasuke? – Itachi lhe perguntou

— Nosso pai sempre fala de você.

— Vocês dois devem me odiar, certo? – Itachi perguntou a eles, atraindo suas atenções perplexas – Tudo bem... Os ninjas serem odiados é um fato.

— Não é assim que eu me sinto... – Emi murmurou, meio perplexa

— É, eu também... – Sasuke afirmou, logo em seguida

Itachi riu.

— Ter força não é só o que importa. – Ele disse, risonho – Se você tem muito poder, acaba ficando alienado e arrogante. Mesmo que você seja cobiçado e procurado desde o princípio. Mas nós só temos uns aos outros como irmãos. Eu sempre estarei lá para vocês, mesmo que eu seja só um obstáculo para vocês superarem. Mesmo que vocês me odeiem... – Ele sorriu, alternando seu olhar entre eles – É pra isso que servem os irmãos mais velhos.

— Mas eu nunca vou te odiar! – Emi disse, perplexa – Porque continua dizendo coisas assim?

Itachi sorriu.

— Você é doce, pequena Emi, espero que sempre seja assim.

— O ITACHI ESTÁ AQUI? – A voz de um homem berrou, logo após escutarem o som de uma porta se abrindo bruscamente

— Precisamos conversar. – Outro homem disse, alto – Saia.

Itachi se levantou, antes de pedir para que eles ficassem ali e então, caminhou para dentro de casa. Ao escutar as vozes altas e em tons nada amigáveis, Emi se levantou depressa e caminhou para dentro de sua casa, ela se escondeu atrás da parede e evitou com que Sasuke aparecesse.

— Certo... – Uma mesma voz de antes dizia – Mas antes, nós queríamos te perguntar sobre mais uma coisa. É sobre Shisui Uchiha que morreu ontem à noite, após se jogar no Rio Naka...

O coração da garotinha pareceu parar quando ela escutou aquelas palavras, sua respiração ficou mais forte, como se estivesse com dificuldade de respirar e sua garganta parecia estar se fechando, conforme seus olhos ardiam violentamente. Ela sentiu a mão de seu irmão gêmeo a segurar pelo braço, no momento em que seus joelhos começaram a ceder.

Ela não podia acreditar.

Shisui não podia estar morto.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ele havia prometido que voltaria.

A garotinha tampou os olhos com as duas mãos, quando começou a chorar em silencio, sendo reconfortada por um Sasuke extremamente calado.

— Se me lembro bem, você o via como um irmão mais velho, certo? – A voz do primeiro homem disse, friamente

— Entendo... – A voz baixa de Itachi soou, após alguns momentos – Eu não o tenho visto recentemente... Isso é péssimo.

— E nós, a Força Policial, – O homem continuou – decidimos organizar uma investigação especial.

— Investigação? – Itachi soou surpreso

— Este é o testamento deixado pelo Shisui. – O segundo homem disse – A análise da escrita provou que é dele, sem dúvidas.

— Se não há nenhum indício de assassinato, por que a investigação? – A voz do seu irmão mais velho soou, logo em seguida

— Alguém capaz de usar o Sharingan é perfeitamente capaz de fazer uma cópia perfeita. – O homem retrucou – O mais talentoso ninja do nosso clã, temido como Shisui do Corpo Cintilante... Ele era o tipo de homem que aceitava qualquer missão pelo bem do clã. É difícil acreditar que alguém assim se mataria, deixando isto para trás.

— Você não deveria julgar as pessoas pela aparência ou por seus próprios preceitos. – Itachi lhe disse, assim que o homem terminou de falar

— Enfim, nós deixaremos o testamento dele com você. – O homem disse novamente, um pouco mais alto – Leve-o até a ANBU e peça que cooperem com a investigação!

— Entendido...

— Em breve, espero que consigamos uma pista. – O segundo homem disse, sua voz estava um pouco mais longe e menos alta do que antes

— Por que vocês não são mais diretos e dizem logo o que pensam? – A voz do seu irmão soou de um jeito que ela nuca havia escutado, estava fria e completamente furiosa – Todos vocês suspeitam de mim, certo?

— Sim, é verdade. – O primeiro homem disse, quase gritando, usando o mesmo tom de voz de Itachi – Seu moleque!

O barulho a seguir fora aterrorizante o suficiente para Emi saber que alguém tinha apanhado. Por mais que nunca tivesse apanhado, ela sabia o barulho que era causado ao receber algum tapa.

A garotinha tirou as mãos dos seus olhos e encarou seu irmão, num misto de tristeza e espanto. O rosto do seu irmão se mostrou estar muito mais surpreso do que o momento permitia, mas mesmo assim, ela nem deu tempo para ele dizer algo e correu para a porta da sua casa, ao ponto de ver seu irmão mais velho parado em frente dos homens da Polícia Militar caídos no chão, eles estavam bem, mas haviam levado tapas muito fortes.

Eles pareciam diferentes... Sua visão parecia diferente. Mas ela os conhecia, um deles lhe ajudou a tirar o gatinho de Izumi de cima da árvore tempos atrás. Yashiro... Ele era legal...

Mas o que faziam insultando seu irmão mais velho?

Por que tudo aquilo estava acontecendo?

— Como eu disse antes, – Itachi lhes disse normalmente, como se nada tivesse acontecido – aparências e preceitos não vão lhe dizer nada. Vocês acreditam que eu sou muito paciente e me subestimam... O clã... O clã... Vocês ficam insistindo nisso, confundindo o tamanho desse recipiente e subestimando o meu próprio. É por isso que vocês estão aqui agora, agonizando.

— Ultimamente, o Shisui estava te monitorando. – O homem de cabelos cinzas disse, caído no chão, era o dono da segunda voz – Já fazem seis meses desde que você se juntou à ANBU, mas suas últimas ações e dizeres não serão tolerados. Em que você está pensando?

— Essa ligação com a organização, com o clã, com o nome... – Itachi disse, como se lhe respondesse – Essas ligações põe um limite à própria pessoa e como tais deveriam ser banidas. – Sua voz começou a aumentar, e agora, estava muito mais assustadora – Temer e odiar coisas que nós não podemos ver ou entender é ridículo!

— PARE COM ISSO, ITACHI! – A voz de seu pai soou, num berro – Já basta... O que está havendo com você? Itachi... você não tem sido você mesmo ultimamente.

— Eu estou perfeitamente bem. – Itachi lhe disse, logo em seguida – Estou cuidando das minhas tarefas. É só o que estou fazendo.

— Então, por que você não veio ontem à noite? – Fugaku lhe perguntou

— Para poder me elevar ainda mais... – Itachi respondeu, na hora

— Do que você está falando?

Ao ouvir a pergunta de seu pai, Emi viu seu irmão pegar uma kunai, se virar na direção dele e então, atirar a kunai na parede, bem no meio da parte branca do símbolo do clã Uchiha.

— Eu estou sendo limitado por esse clã estúpido! – Itachi disse, olhando para baixo – Aderindo a este clã... e às coisas sem importância... faz você perder de vista o que é realmente importante! As verdadeiras mudanças não vêm enquanto você estiver preso às limitações e às regras... Enquanto você estiver satisfeito com premonições e adivinhações.

— QUANTA ARROGÂNCIA! – Fugaku berrou

— Já basta. – Yashiro disse, ao se levantar – Outra palavra e nós vamos te jogar na prisão!

O coração de Emi estava gritando, assim como sua cabeça. Muitas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo, coisas que não faziam o mínimo sentido, coisas que a magoavam profundamente.

— E então, o que vai fazer?

— Eu já tive o suficiente! – Inabi disse bravo – Capitão, nos dê a ordem para prendê-lo.

A garotinha gritou, sentindo lágrimas pesadas rolarem por suas bochechas.

— Irmão! – Emi o chamou, alto, sentindo seu coração doer – Pare, por favor! – Os olhos surpresos de Itachi se encontraram aos seus e por alguns instantes, pareceram ainda mais surpresos. A garotinha deu um passo para frente, enquanto sentia Sasuke lhe puxar pelo braço – Diga pra eles irmão, diga pra eles que eles estão errados! Shisui não pode estar morto, não pode! Ele me prometeu que voltaria!

Ela estava em seu limite e até agora, estava ignorando o fato de que tudo ao seu redor estava completamente diferente, sua visão estava avermelhada.

Itachi desviou o olhar e se jogou de joelhos no chão.

— Eu não matei o Shisui... – Ele disse, um pouco baixo – Mas eu me desculpo pelas palavras que proferi... Eu sinto muitíssimo.

— Você tem trabalhado muito duro nas suas missões da ANBU e eu acho que você está um pouco cansado. – Fugaku lhe disse, após desviar os olhos de sua filha

— Capitão... – Yashiro disse, perplexo

— A ANBU está sob as ordens diretas do Hokage. – Fugaku disse – Sem um mandado de prisão, não podemos levá-lo. Eu vou me responsabilizar pelo Itachi e ficar de olho nele. Vocês têm minha palavra.

— Entendido...

— Vamos entrar, Itachi. – Fugaku disse, caminhando em direção a sua casa e ao passar por Emi, ele parou por alguns momentos – Venha Emi, temos que conversar.

Mas Emi continuara parada ali, encarando seu irmão mais velho. Seu coração estava quebrado. Ele não tinha dito que Shisui estava vivo. A garotinha deu um passo para trás, ao ver seu irmão mais velho olhar para sua direção novamente e ativar seu sharingan, mas... não era um sharingan.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Tinha uma aparência diferente.